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RESUMO 2p - SOCIOLOGIA

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UNIDADE 1 e 2: O SURGIMENTO DA CIÊNCIA DA SOCIEDADE e OS CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA
01) OUTRAS FORMAS DE EXPLICAÇÃO DO MUNDO – O MITO, a RELIGIÃO e a FILOSOFIA constituem as principais formas pré-científicas de consciência e de explicação das condições de existência social. “...Elas não tinham, com efeito, por objetivo, explicar as sociedades tais e quais elas são ou tais quais elas foram, mas indagar o que as sociedades devem ser, como elas devem organizar-se, para serem tão perfeitas quanto possível”.
02) ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA SOCIOLOGIA – A Sociologia surge num momento de crise para tentar compreender a emergência e as conseqüências dos acontecimentos que cercaram a Revolução Industrial e Francesa.
· REVOLUÇÃO INDUSTRIAL – É chamada de “Ciência da Crise” porque é fruto da “Revolução Industrial”, uma revolução que trouxe crise a toda sociedade européia e que se tornou um marco para a história da humanidade trazendo uma profunda mudança cultural, política e social. Antecede a Revolução Industrial as grandes navegações (Séc XV); a exploração das colônias (África, Índia, América) com a expansão da economia e acúmulo de capital por parte da burguesia; a reforma protestante e a era do grande racionalismo com pensadores como Galileu Galilei e Rene Descartes (Séc XVII). Nesse período a burguesia comercial começou gradativamente a introduzir modificações substanciais a atividade manufatureira (artesanal, doméstica e rural). Há investimento na criação de máquinas para acelerar o processo de produção (maquinofatura). A Inglaterra é atingida pela crise provocada pelo cercamento de terras com o objetivo de aumentar o lucro no campo (enclousers). Consistia em substituir a exploração agrícola de subsistência, como era no regime feudal, pela exploração em larga escala. O sistema de enclousers levou muitos camponeses a miséria e os forçou a abandonar suas terras em busca de trabalho nas cidades que estavam em franco crescimento. As pessoas viviam em condições precárias de habitação, em espaços superlotados e sem esgoto. Nas fábricas os operários trabalhavam 16 horas por dia em troca de salários baixíssimos, já os que detêm o capital e os meios de produção enriqueciam. Esta é a primeira contradição do capitalismo que é inerente ao sistema, a divisão a sociedade em classes antagônicas: burgueses e proletários. O lucro do capitalista está na exploração do trabalhador (ou mais-valia), isto é, em pagar ao trabalhador menos do que vale socialmente o seu trabalho, o interesse dos burgueses é sempre remunerar o mínio possível o trabalhador, este por sua vez, vê seu interesse no aumento de salário porque só lhe resta vender sua força de trabalho. Hoje, devido ao aparato de controle ideológico da sociedade, o conflito entre as classes sociais não apresenta mais o potencial disruptivo que os pensadores clássicos previam. Atualmente, a contradição do capitalismo que mais ameaça esse modo de produção é entre o próprio sistema e a natureza. O padrão de consumo imposto às pessoas pelo capitalismo não é sustentável e os recursos naturais estão esgotando.
· REVOLUÇÃO CIENTÍFICA – Ocorrida no século XVII afirmou que a única forma de obter conhecimento é através da razão. Essa foi uma afirmação muito importante porque nesse tempo predominava o pensamento religioso/cristão que entendia que a mais alta forma de conhecer é através da revelação. Neste período RENE DESCARTES escreveu “O Discurso do Método” onde define o método como um conjunto de regras que tem como característica ser: (1) certas, ou seja, o método da segurança ao pensamento; (2) fáceis, ou seja, o método evita complicações e esforço inútil; e (3) amplas, ou seja, o método permite que alcancemos todo conhecimento perceptível para o entendimento humano. A possibilidade de conhecer a realidade por meio da razão também foi demonstrada por GALILEU GALILEI que afirmou que a natureza funciona respeitando princípios mecânicos. Ele apontou para a importância da observação e da experiência. Escreveu “O Ensaiador do Mundo – diálogo sobre os dois máximos sistemas do mundo; Discurso e Demonstração matemática sobre duas novas ciências”. A revolução científica marca o início do pensamento científico moderno. Essa forma de conhecer e dominar os elementos da natureza será amplamente utilizada na revolução industrial com invenções de diversos tipos. A CIENTIFICIDADE como forma de conhecimento e controle sobre o mundo natural trouxe a concepção de que o homem é um ser que capaz de controlar seu destino.
· REVOLUÇÃO FRANCESA – Representa a luta política da classe burguesa que, de certa forma, ventila novas propostas políticas para uma Europa marcada pela decadência do poder político vigente a nobreza e monarquia. Teve como marco a queda da Bastilha em 1789, ou seja, pouco depois do início da revolução industrial. Sua contribuição para o contexto urbano foi uma profunda mudança política e de hábitos e costumes. Por traz dessa revolução estavam os ideais ILUMINISTAS que defendiam a necessidade de trazer a racionalidade para a vida do homem. Assim houve a ruptura como poder pautado em explicações da vida humana pela fé, que em grande parte sustentava os reis, para inserir um poder em prol do bem estar do homem, em formato de república, outro tipo de sistema político. A república é muitas vezes confundida com a democracia, o ponto central que caracteriza a república é o poder que emana do povo, um governo que representaria a maioria popular. Assim, ela é contrária a idéia da monarquia como um poder constituído pela hereditariedade e pautado na fé. A Revolução Francesa deixou como herança três pontos importantes: 1) o modelo político adotado atualmente por grande parte dos países: república; 2) o poder laico, que não depende da religião para sua manutenção; 3) o progresso técnico possibilitado pelo desenvolvimento científico, principal alicerce no qual as cidades foram construídas e ainda utilizado para solução de problemas contemporâneos.
03) SOCIOLOGIA – Também chamada de “Ciência da Sociedade”, é uma forma científica de explicação da sociedade. Ela surge como um corpo de idéias voltadas para a discussão do processo de constituição e de consolidação da sociedade moderna, ou seja, a sociologia possui um conjunto de conhecimentos voltados para estudar o homem em sociedade. A Sociologia como campo específico do conhecimento, como explicação científica é algo extremamente novo e só pode existir na medida em que a origem e o futuro da sociedade são compreendidos a partir das decisões e ações que os homens tomam coletivamente. Há varias definições para o termo sociologia: Sociologia é a “ciência que tem por objeto estudar as interações sociais dos seres vivos nos diferentes níveis de organização da vida” (FERNANDES – Sociologia Crítica). “Sociologia é o estudo da vida social humana, dos grupos e das sociedades” (GIDDENS). “Sociologia é o estudo das interações e inter-relações humanas, suas condições e circustâncias” (M. GINSBERG). “O assunto da sociologia é a interação dos espíritos humanos” (L.T. HOBHOUSE). “É a ciência do comportamento coletivo” (R.E. PARK e E.W. BURGESS). “A sociologia geral é, em conjunto, a teoria da vida humana em grupo” (TONNIES). “A sociologia pergunta o que acontece com os homens e quais são as regras de seu comportamento, não no que se refere ao comportamento perceptível de suas existências individuais como um todo, porém, na medida em que formam grupos e são influenciados, devido as interações, por sua vida grupal” (SIMMEL). O que é comum a todas as definições é que a sociologia trata das relações humanas e de como o homem se relaciona com seus semelhantes e que é uma ciência.
04) PROCESSO DE CONSTITUIÇÃO DA SOCIOLOGIA NA EUROPA – A constituição da sociologia passou por 3 fases: 1º) FORMAÇÃO. Com as revoluções a partir do séc XV, surgem as primeiras tentativas de pensadores buscando pensar a sociedade de forma científica (Spencer, Pierre Joseph, Comte); 2º) SISTEMATIZAÇÃO. Somente no século XIX ocorreu o nascimento da nova ciência e as obras clássicas foramproduzidas pelos pensadores considerados clássicos: Marx, Durkheim e Weber. Esses lançaram as bases teóricas e metodológicas da sociologia. 3º) CONSOLIDAÇÃO. Ocorre no século XX quando a sociologia é reconhecida como ciência científica. As bases são aplicadas e desenvolvidas, tornando-se institucionalizada.
05) PROCESSO DE CONSTITUIÇÃO DA SOCIOLOGIA NO BRASIL – 1º) A fase de FORMAÇÃO, pré-sociológica ou pré-científica (do final do século XIX até 1930) ocorreu com o início da industrialização brasileira, nesse momento o positivismo de Augusto Comte é a principal inspiração ideológica do Brasil republicano, a bandeira brasileira leva a máxima comteana: “ORDEM E PROGRESSO”. No início da década de 1920, a sociologia inicia sua trajetória nas escolas de ensino médio em São Paulo e Rio de Janeiro. 2º) A partir de 1930 a fase de SISTEMATIZAÇÃO ou fase clássica foi substituída pela fase de ORGANIZAÇÃO, na qual ocorreu sua intitucionalização. Na Europa a produção já estava sistematizada. 3º) Após 1945, a sociologia brasileira entrou na fase de CONSOLIDAÇÃO marcada pela sistematização da aplicação de referências teóricas oriundas da Europa e EUA. É nesse período que surgem a obras de sociologia de Florestan Fernandes, Luís Aguiar Costa Pinto, Leôncio Martins Rodrigues, Juarez Brandão Lopes, Luiz Pereira, Octavio Guilherme Velho e outros.
06) IMAGINAÇÃO SOCIOLÓGICA – É uma qualidade do espírito que ajuda a utilizar informações Capacita o seu possuidor a compreender o cenário histórico mais amplo
07) SOCIOLOGIA É CIÊNCIA – Cinco características que definem a ciência:
· O objetivo da ciência é compreender o universo de um modo cuidadoso e disciplinado. Evita olhares casuais.
· A prova é a condição para aceitação das idéias na ciência. Preza pela observação empírica com base na prova: experimentos, testes, levantamentos, estudos de caso e análises de dados.
· A ciência deve ser entendida como uma comunidade de estudiosos que verificam o trabalho uns dos outros, criticam, debatem e, juntos, constroem lentamente um conjunto de conhecimento.
· A ciência é uma tentativa de generalizar. Ela quer ir além da situação concreta que ela investiga e estabelecer idéias que se relacionem a situações diversas.
· A ciência é uma tentativa de explicar eventos. Ela deve ser capaz de dizer por que as coisas acontecem e quais são as causas e influências de uma determinada classe de eventos.
08) SOCIOLOGIA É CIÊNCIA SOCIAL – Existem diversos ramos de estudo e ciências específicas classificadas por sua complexidade e conteúdo, ou seja, o objeto de estudo. Vejamos como se divide a ciência:
· CIÊNCIAS FORMAIS – Matemática e Lógica.
· CIÊNCIAS FACTUAIS – NATURAIS – Física, Química, Biologia...
 SOCIAIS – A CIÊNCIA SOCIAL pode ser definida como um conjunto de ciências que tem por objeto os estudos dos diferentes aspectos da manifestação grupal.
Exemplo: ANTROPOLOGIA CULTURAL (estuda a criação do espírito humano que resulta da interação social: conhecimento e idéias, normas de comportamento, hábitos adquiridos na vida social, estudo descritivo, classificatório e comparativo da cultura); ECONOMIA (estuda a produção, distribuição, circulação e consumo de bens escassos, e a relação entre necessidade e desejo de bens); POLÍTICA (estuda os fenômenos referentes ao estado como fenômeno total que envolve as relações de poder); PSICOLOGIA SOCIAL (estudo da personalidade como manifestação e inter-relação do indivíduo e seu meio social e cultural; SOCIOLOGIA (ciência que estuda as relações sociais, as estruturas sociais, as transformações sociais, suas formas e seus fatores.
Essas ciências sociais podem estabelecer contato a fim de abordar um objeto de maneira mais adequada, essa prática recebe o nome de INTERDICIPLINARIDADE.
09) EDIFÍCIO CIENTÍFICO – Vai do mais simples para o mais complexo: Matemática, Astronomia, Física, Química, Biologia, Sociologia... esta representa para Comte, o coroamento da evolução do conhecimento.
10) APLICAÇÕES PRÁTICAS DA SOCIOLOGIA – Segundo GIDDENS destacam-se 3 aplicações:
· CONSCIÊNCIA DAS DIFERENÇAS CULTURAIS – A partir da compreensão do outro e de seu modo de vida, podemos ver o mundo sob outro ponto de vista e compreender quais são seus problemas.
· AVALIAÇÃO DO RESULTADO DE INICIATIVAS POLÍTICAS – Preocupa-se com componentes como a expectativas, valores e anseios da população local no que diz respeito a política que vem sendo praticada.
· AUTOESCLARECIMENTO – Conhecer a sociedade nos ajuda a compreender porque somos como somos, agimos como agimos e acreditamos no que acreditamos. Compreendemos melhor o funcionamento da sociedade.
11) ALVOS TEÓRICOS FUNDAMENTAIS DA SOCIOLOGIA – Segundo FERNANDES são 2 alvos:
· 1º) “...descobrir explanações que permitam descrever e interpretar os fenômenos sociais em termos de ordem existente nas condições e nos níveis de suas manifestações”.
· 2º) “...pôr em evidência as relações dinâmicas da ordem social ou de fatores sociais com as formas de vida”.
12) PRIMEIRAS SOCIOLOGIAS E PENSADORES IMPORTANTES – Diante das transformações trazidas pelas revoluções: Francesa e Industrial alguns pensadores começaram a formular as primeiras teorias que tinham como objeto discutir a sociedade. Apesar de não podermos falar em um conhecimento sociológico propriamente dito, estes autores iniciam a caminhada reflexiva das Ciências Sociais, em geral, e da Sociologia, em particular. 
Alguns pensadores tiveram uma reação CONSERVADORA. Esses autores franceses e ingleses eram chamados de “profetas do passado” por defender um retorno aos valores tradicionais.
· Afirmavam que a sociedade tem preeminência do indivíduo;
· Diziam que o indivíduo deve se contentar em ser mera criatura produzida pela sociedade;
· Críticavam à sociedade moderna e às mazelas que ela produziu;
· EDMUND BURKE; JOSEPH DE MAISTRER; LOUIS DE BONALD;
· Ansiavam por uma sociedade estável, hierarquizada, fundada em valores familiares, religiosos e comunitários, valores estes que poderiam manter a coesão social.
· Criticavam a sociedade moderna dizendo que é fruto do homem alienado e desprovido de virtudes morais e espirituais. Ao mesmo tempo que rejeitavam o moderno, glorificavam a tradição.
· SAINT-SIMON
· Destaca a inutilidade da aristocracia na nova sociedade e o industrialismo como domínio da natureza.
· Apoiando-se no sucesso das ciências naturais, construiu o que chamou de “FISIOLOGIA SOCIAL”.
· Para ele a sociedade é muito mais que um aglomerado de indivíduos, ela é um ser animado onde cada parte possui uma determinada função.
· Para ele era necessário uma ciência social positiva que revelasse as leis do desenvolvimento da história. O termo “CIÊNCIA POSITIVA” está ligado à idéia de uma ciência experimental. A ciência positiva estuda as relações extrínsecas, ou seja, as relações verificáveis experimentalmente.
· Para ele a sociedade está em constante crescimento e este crescimento provoca dessemelhança entre as partes, passando cada parte a ter uma função dessemelhante. Estas diferenças tornam as partes interdependentes entre si. Estas partes mutuamente dependentes, agregando-se, constituem um organismo individual complexo.
· HERBERT SPENCER
· Foi o maior representante da corrente de pensamento chamada de ORGANICISMO (lei do processo orgânico). Esta lei constrói uma visão de mundo baseado em modelos orgânicos. A sociedade passa a ser vista como um organismo vivo, organizado, ordenado.
· Os organismos complexos possuem vários órgãos com funções diferentes que, quando funcionam adequadamente, estão em função do todo. O arranjo social estaria submetido às mesmas leis do mundo natural, ou seja, cada parte da sociedade possui determinada função e a medida que essas funções vão sendo realizadas para atender o todo a sociedade produz harmonia. Assim é a diferença em uma estrutura que produz harmonia.
 
· Para ele a tendência do social é evoluir de formas simples para formas complexas; (evolução para industrial)
· AUGUSTO COMTE – SOCIOLOGIA POSITIVA
· É tradicionalmente considerado o pai da sociologia(séc XIX) e sintetizador do “MÉTODO POSITIVISTA”.
· POSITIVISMO é uma corrente filosófica que surgiu com o desenvolvimento do Iluminismo a partir da teoria de Comte, que pretendia realizar por meio da ciência uma reforma social, afirmando que a sociologia é a única ciência capaz de reformar a sociedade. Ele afasta radicalmente a teologia e a metafísica dando preferência as ciências experimentais, logo o positivismo tem por base teórica a observação.
 
· Ele inventou uma nova disciplina que chamou “FÍSICA SOCIAL” e depois mudou para “SOCIOLOGIA”, uma combinação de duas palavras: “socius” do latim que significa: sociedade, associação, união ou companheirismo; e “logos” do grego que significa: falar sobre ou palavra, no entanto geralmente é entendido como estudo. Assim na definição etmológica, sociologia é o estudo da sociedade, ou falar sobre sociedade.
· Tentou criar a ciência da sociedade não só para explicar o passado da humanidade, mas prever o curso futuro.
· Para ele o papel da ciência era “CONHECER PARA PREVER, PREVER PARA PROVER”, ou seja, a ciência deveria ser capaz de prever os fenômenos racionalmente para agir com eficácia. O mesmo serve para as ciências sociais, estas também deveriam poder prever os fenômenos sociais porque o mundo social, tal qual o mundo natural, é regido por leis que podem ser conhecidas pelo cientista.
· As Ciências Sociais deveria compreender as leis que regem a sociedade para poder controlá-la.
· De todas as etapas de sua vida, dois encontros foram os mais relevantes: 1) Seu primeiro emprego como secretário de Henri de Saint Simon; 2) Sua grande paixão por Clotilde de Vaux.
· Para ele a sociedade se estabelecia como uma coordenação orgânica das diversas funções sociais, todos desempenham uma função, em mútua dependência, para manutenção e desenvolvimento dessa mesma sociedade. Parte do princípio da divisão do trabalho sob uma coordenação harmônica.
· Para Comte a crise da Europa no século XIX era fruto da desorganização moral, social e de idéias e para solucionar o problema da sociedade ele propõe uma reforma primeiro intelectual dos homens e como conseqüência disso a reforma das instituições, pois as ações praticadas nas instituições são decorrentes da forma de pensar do homem que as conduz. Esse era o objetivo principal da ciência da sociedade que criou.
· Para compreender os problemas sociais ele criou três temas básicos que são o NÚCLEO DA FILOSOFIA DE COMTE: 1) FILOSOFIA DA HISTÓRIA; 2) FUNDAMENTAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DA CIÊNCIA e 3) SOCIOLOGIA. Na FILOSOFIA DA HISTÓRIA ele argumenta que todo grupo social passa, necessariamente por 3 fases históricas de evolução que ele chamou de LEI DOS 3 ESTADOS:
1º ESTADO) TEOLÓGICO ou FICTÍCIO – fase em que a sociedade é governada por forças sobrenaturais. As regras que organizam a sociedade são completamente submetidas a religião. Esse estado se divide em: a) FETICHISMO – Os povos primitivos acreditavam haver um espírito vivendo nos objetos inanimados (animismo). b) POLITEÍSMO – Acreditavam que diferentes deuses controlavam diferentes forças naturais. c) MONOTEÍSMO – Significa acreditar em um deus.
2º ESTADO) METAFÍSICO ou ABSTRATO – A sociedade começa a ser vista em termos naturais e não sobrenaturais. É marcado pela busca da natureza dos fenômenos. Seria o caso do RENASCIMENTO e suas especulações filosóficas ainda divorciadas do concreto.
3º ESTADO) CIENTÍFICO ou POSITIVO – Para Comte, um pensamento só possui validez se além de ser fruto de um processo de reflexão profunda, puder ser comprovado positivamente, ou seja, a partir das experiências práticas. Em outras palavras a sociedade é governada pela ciência experimental.
· O POSITIVISMO sustenta que a ciência deveria estar preocupada somente com entidades observáveis que são conhecidas diretamente pela experiência. Comte prega o fim da religião e da filosofia, pois, para ele, elas emperram o progresso científico e social da humanidade
· Na filosofia de Comte ele usa dois MÉTODOS: HISTÓRICO, é a observação de todo processo de desenvolvimento e evolução tanto do homem, quanto da própria ciência. A obtenção de dados reais não se limita a um acontecimento. SISTEMÁTICO, é a observação de um sistema de forma ordenada e metódica. Para Comte a análise só pode atingir um resultado real se obedecer esses critérios.
· Outro aspecto fundamental na sociologia comteana é a distinção entre ESTATÍSTICA (estuda as condições constantes da sociedade) e DINÂMICA SOCIAL (investiga as leis de seu progressivo desenvolvimento). A idéia fundamental da estatística é a ordem, a da dinâmica é o progresso. Para Comte a dinâmica social subordina-se a estatística, pois o progresso provém da ordem.
· Para Comte havia duas espécies de tentativas para reorganizar a sociedade de sua época: os reis e os povos, e ambos apresentavam igualmente vícios em suas relações recíprocas. (corrupção) 
· EMILE DURKHEIM (Clássicos da Sociologia) – SOCIOLOGIA POSITIVA
· Foi o sucessor de Comte no “PENSAMENTO POSITIVISTA” e responsável por tornar a Sociologia uma ciência autônoma criando o próprio método e objeto de pesquisa. Ele sistematizou a sociologia.
· Dedicou boa parte dos seus escritos a discussão do método de pesquisa adequado para a sociologia. Ele publicou “As regras do Método Sociológico” onde apresenta os principais conceitos da sociologia
· PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO SISTEMA SOCIOLÓGICO DE DURKHEIM: 1) A sociologia é uma ciência independente das demais ciências sociais e da filosofia; 2) A realidade social é formada pelos fenômenos coletivos; 3) A causa de cada fato social deve ser procurada entre os fenômenos sociais que o antecedem. Para explicar o fenômeno social, deve-se procurar sua causa. 4) Todos os fatos sociais são exteriores ao indivíduo, formando uma realidade específica.
· Seu principal objeto de estudo foi o FATO SOCIAL que é toda maneira de agir, sentir e pensar que pode provocar uma coerção sobre os indivíduos de uma sociedade. Mesmo sendo exteriores, eles são introjetados pelo indivíduo, exercendo um poder de coerção. São fatos sociais o modo de vestir, de agir, de falar, a religião, as leis e etc. Para Durkheim o objeto da sociologia são os fatos sociais, esses mecanismos de coerção, de imposição, são fundamentais para preservar a ordem social.
· CARACTERÍSTICAS DOS FATOS SOCIAIS: 1º) GENERALIDADE – O fato social é comum aos membros de um grupo. As normas e regras são comuns a todos, e não apenas para este ou aquele indivíduo. 2º) EXTERIORIDADE – O fato social é externo ao indivíduo, existe independentemente da sua vontade. As normas e regras não estão nos indivíduos e sim na coletividade, quando nascemos as tais normas e regras já exisitiam, portando, deve cumpri-las independente de sua vontade. 3º) COERCITIVIDADE – Os indivíduos se sentem obrigados a seguir o comportamento estabelecido. Caso isso não ocorra haverá coerção, ou seja, punição por não cumprir as determinaçõesdecididas pelo grupo, pelo coletivo.
· Desta forma, para Durkheim, o coletivo predomina sobre o comportamento do indivíduo. A sociedade está o tempo todo pressionando as nossas condutas, seja no modo de ser, de pensar, de sentir, de vestir e etc. Segundo Durkheim o ser humano é um animal que só se humaniza pela socialização.
· Em virtude dessas características, OS FATOS SOCIAIS DEVEM SER ESTUDADOS COMO “COISA”. Da mesma maneira que a Biologia e a Física estudam os fatos da natureza, a Sociologia estuda os fatos sociais. Isso mostra que o objeto de estudo está fora da sua mente, tendo, portanto, uma existência independente do pensamento do ser humano e do pesquisador. Sendo o fato social considerado “coisa”, o sociólogo deve afastar-se das pré- noções, ou seja, deixar de lado seus preconceitos ideológicos, morais, religiosos e filosóficos. Significa que a ciência deve ser neutra para que seus resultados não sejam contaminados pela opinião pessoal. Os fatos sociais devem falar por si mesmos com objetividade e distanciamento.
· FATO NORMAL E FATO PATOLÓGICO. Durkheim diz que o FATO NORMAL (saudável) é aquele fato que não extrapola limites dos acontecimentos mais gerais de uma determinada sociedade e que reflete os valores e as condutas aceitas pela maior parte da população. Esses fatos cumprem a sua função integradora e mantém a coesão da sociedade. Exemplo de fato normal: Educação; O FATO PATOLÓGICO (doentio) é aquele que se encontra fora dos limites permitidos pela ordem social e pela moral vigente. Esses fatos desagregam os grupos sociais tornando-os mais frágeis. Exemplo de fato patológico: Desemprego. Devemos estar atentos pois corremos o risco de julgar precipitadamente determinada situação. O crime, por exemplo, é uma conduta reprovada que poderíamos ter como um fato patológico, mas Durkheim diz que o crime é um fato social normal porque reforça os valores coletivos na reprovação à conduta praticada pelo criminoso. 
· SOCIEDADE SOLIDARIEDADE MECÂNICA E SOCIEDADE SOLIDARIEDADE ORGÂNICA. Durkheim estabeleceu a passagem da Solidariedade Mecânica para Orgânica como motor de transformação de toda e qualquer sociedade. SOLIDARIEDADE MECÂNICA – É aquela que predomina nas sociedades pré-capitalistas, nas quais os indivíduos se identificavam por meio da família, da religião, da tradição e dos costumes, permanecendo independentes, autônomos, em relação a divisão social do trabalho. Nesse caso o que une as pessoas não é o fato de um depender do trabalho do outro, mas de toda uma gama de sentimentos, crenças e tradições comuns. Quando a solidariedade mecânica está na base da coesão social, a consciência coletiva envolve completamente a consciência individual, tornando os indivíduos muito próximos pela identificação. Esse tipo de solidariedade era próprio das sociedades onde a divisão de trabalho era pouco desenvolvida, como as sociedades tribais, a grega, ou a feudal. SOLIDARIEDADE ORGÂNICA – Típica das sociedades capitalistas, nas quais, pela acelerada divisão social do trabalho, os indivíduos se tornam interdependentes. Essas interdependências garantem a união social, em luar dos costumes, das tradições ou das relações sociais estreitas. Nas sociedades capitalistas a consciência coletiva se afrouxa. Assim, ao mesmo tempo que os indivíduos são mutuamente dependentes, cada um se especializa numa atividade e tende a desenvolver maior autonomia pessoal. A orgânica, ao contrário da mecânica, pressupõe não a identidade, mas, a diferença entre os indivíduos nas suas crenças e ações. O que prevalece é a interdependência das funções sociais, ou seja, a necessidade que uma pessoa tem da outra, em virtude da divisão de trabalho na sociedade. A coesão é mantida pela moderna divisão do trabalho social.
	
	
SOLIDARIEDADE MECÂNICA
	
SOLIDARIEDADE ORGÂNICA
	
LAÇO DE SOLIDARIEDADE
	
Consciência coletiva
	
Divisão social do trabalho
	
ORGANIZAÇÃO SOCIAL
	
Sociedade fragmentada
	
Sociedade coesa
	
SOCIEDADES
	
Pré-Capitalistas
	
Capitalistas
	
DIVISÃO DO TRABALHO
	
Pouca desenvolvida, indivíduos dependentes, maior consciência coletiva
	
Desenvolvida, indivíduos interdependentes, menor consciência coletiva
	
IDENTIFICAÇÃO
	
Família, religião, tradição e costumes
	
União social, diferenças sociais
· CONSCIÊNCIA COLETIVA. “O conjunto das crenças e dos sentimentos comuns a media da sociedade”. A consciência coletiva é a forma moral vigente na sociedade. Ela aparece como conjunto de regras estabelecidas que atribuem valores e delimitam os atos individuais, define o que, numa sociedade, é considerado moral, reprovável ou criminoso. A conciência coletiva não se baseia na consciência de indivíduos singulares ou de grupos específicos, mas está espalhada por toda sociedade, revelando o tipo psíquico da sociedade, que se impõe aos indivíduos e perdura através das gerações.
· KARL MARX (Clássicos da Sociologia) – SOCIOLOGIA DIALÉTICA
· Em meados do século XIX Marx se afasta do idealismo alemão e tenta compreender as pessoas dentro de um contexto histórico, movidas por necessidades materiais.
· Marx e Engels começaram a formular a concepção materialista da história quando escreveram “A Ideologia Alemã” (1845/46). O MATERIALISMO é, segundo Marx, o “fio condutor” de todos os estudos subseqüentes. Quando os primeiros filósofos, chamados naturalistas começaram a pesquisar sobre a natureza, ou seja, sobre a existência das coisas, tentando descobrir sua origem e seu significado, a compreensão sobre a realidade, a natureza e todas as coisas que a compõe e que existem a partir do átomo. Nesse sentido, tudo que existe é formado por uma substancia material: o átomo. Os filósofos desta teoria são chamados de MATERIALISTAS. Agora considerando que a realidade é constituída por essa substância, e, de acordo com outro filósofo materialista: Heráclito, o átomo está em movimento, significa que a realidade é formada por um movimento contínuo, portanto, em constante transformação, tendo a idéia que tudo se modifica diante desse movimento. Esse é um modo de interpretar a realidade. Agora, se a história não acontece por acaso, mas sim, pelas ações humanas e pelas produções materiais, pode-se entender que esse materialismo é também DIALÉTICO. Nesse sentido a história é um processo de transformações sociais determinadas por contradições entre os meios de produção e as forças produtivas. Parte daí as lutas de classe, para Marx, este é o motor da história. Por isso, sua teoria denomina-se: MATERIALISMO HISTÓRICO E DIALÉTICO. A idéia básica do materialismo dialético é que toda ordem econômica cresce a um estado de máxima eficiência, enquanto desenvolvem as contradições internas. Ou seja, a matéria está em uma relação dialética com o psicológico e o social, opondo-se ao idealismo. Percebe-se na teoria marxista que o objetivo central é a transformação da realidade, buscava uma sociedade mais justa, equitativa, livre da escravidão proporcionada pela ganância dos capitalistas. A teoria marxista ajuda entender os propósitos e as contradições do capitalismo.
· Marx centra seus estudos no modo de produção capitalista e suas contradições, ele vê na luta de classes (o conflito inerente entre as classes antagônicas que constituem uma sociedade) o motor da história. Ele construiu a teoria do capitalismo e da revolução proletária, para Marx, o proletariado tomaria o lugar da classe dominante.
· Marx tentou explicar como os homens produzem sua existência social por meio do trabalho. O postulado básico do pensamento marxista consiste no determinismo econômico, pelo qual decorre serem as condições econômicas que determinam a estrutura das transformações sociais que levam as mudanças na sociedade. Para Marx as relações sociais produzem os seres humanos, entretanto, são determinadas pelos modos de produção. Em Marx há a idéia de que procurando satisfazer suas necessidades os indivíduos agem e transformam o meio natural criando nesse processo RELAÇÕES TÉCNICAS DE PRODUÇÃO. Entretando, ao produzirem, distribuírem e consumirem os bens os indivíduos relacionam-seuns com os outros originando RELAÇÃOES DE PRODUÇÃO. Tomadas em conjunto e vistas como um sistema estruturando, as relações de produção levam a criação de um MODO DE PRODUÇÃO. Unindo a força humana de trabalho as ferramentas e máquinas surge um SISTEMA DE PRODUÇÃO específico. O sistema de produção por sua vez gera uma DIVISÃO DE TRABALHO que no sistema capitalista seria entre proprietários e não proprietários. O choque e antagonismo determina assim a mudança social... vemos então no modo de produção e na luta de classes o motor da história.
· DIALÉTICA é a arte do diálogo, a arte de debater. Dialética é um debate no qual há idéias diferentes, no qual um posicionamento é defendido e contradito logo depois. Tem-se uma situação positiva, atual, e outra contrária; destas duas surge um novo resultado, ou seja, a síntese da duas anteriores que se contradizem. Para os gregos, dialética, era separar fatos, dividir idéias para poder debatê-las com clareza. A dialética também é uma maneira de filosofar e seu conceito foi debatido por diversos filósofos: Sócrates, Platão, Aristóteles, Hegel, Marx e outros. É o poder da argumentação mas também pode ser utilizada em um sentido pejorativo, como um uso exagerado de sutilezas. Para a teoria marxista, dialética compreende a teoria do conhecimento, através dos filósofos Hegel, Marx e Engels. Para o marxismo, dialética é o pensamento e a realidade ao mesmo tempo, ou seja, a realidade é contraditória com o pensamento dialético. Para a dialética marxista o mundo só pode ser compreendido em um todo, refletindo uma idéia a outra contrária até o conhecimento da verdade. Marx e Engels introduziram um novo conceito a DIALÉTICA MATERIALISTA, que dizia que os movimentos históricos ocorrem de acordo com as condições materiais de vida.
· QUATRO LEIS OU PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA DIALÉTICA: 1) LEI DA RELAÇÃO – tudo está relacionado a tudo. 2) LEI DA CONRADIÇÃO – tudo tem seu contrário. 3) LEI DO MOVIMENTO – tudo está em movimento contínuo. 4) LEI DA MUDANÇA – tudo muda, a única permanência é a mudança. 
· TESE X ANTÍTESE = SÍNTESE. A TESE refere-se ao fato positivo, a situação do momento. Para Marx, toda tese tem sua ANTÍTESE, ou seja, contrário a tese, que não aceita o sistema atual, a oposição. O resultado dessa contradição é a SÍNTESE. Do confronto entre tese e antítese surge a síntese de ambas. Esta por sua vez é a situação do momento, portanto, passa a ser uma tese, que também terá sua antítese, e assim por diante. Esta é a dialética que Marx utiliza para explicar os acontecimentos históricos. Significa que, para ele, as transformações ocorridas através dos tempos são possíveis devido aos elementos contraditórios.
· MARX E A RELIGIÃO. Marx disse: “A religião é ópio do povo”. Marx está fazendo uma crítica a religião da época, que afirmava ou reproduzia a ideologia do sistema que oprimia o povo. A religião da época afirmava que os nobres eram nobres e os pobres eram pobres pela vontade soberana de Deus. Marx diz que o homem é que faz a religião. “A religião é o soluço da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração, o espírito de uma situação carente de espírito. É o ópio do povo”. Pra ele a religião seria como uma droga que faz os fiéis esquecerem os problemas e não terem consciência da exploração a que são submetidos. O que é ópio? É um narcótico que os Britânicos contrabandeavam as toneladas da Índia para China, para contrabalancear o comércio entre o Reino Unido e a China. Os interesses dos britânicos focavam os produtos chineses como chá, seda, porcelana, em contrapartida os chineses se interessavam unicamente pelo ópio. Portanto, a afirmação de Marx se dá como uma metáfora, ele via a exploração dos mais pobres (chineses) pelos mais ricos (Reino Unido). Para Marx a religião era o lenitivo para a exploração, que se apegavam a ela como uma compensação. Numa sociedade sem exploradores não haveria explorados e a religião não existiria. O que Marx queria mesmo com essa frase era atingir as religiões dominantes que estavam atreladas a classe dominante. Para Marx a religião era usada contra o proletariado e a favor da burguesia.
· IDEOLOGIA é um conjunto de idéias ou pensamentos de uma pessoa ou de um grupo de indivíduos, ela está em todas as ações, sejam elas políticas, econômicas ou sociais. O pensar, o refleti, o indagar é o que vai combater as ideologias dominantes. As pessoas precisam somar, localizar-se, conhecer sua história, mas antes de tudo, precisam conhecer os eu presente e a sua existência. É aqui que a classe dominante age, o indivíduo por não conhecer sua própria existência (seus direitos), torna-se ALIENADO e controlado pelo capitalista. ALIENAÇÃO é a condição psicossociológica de perda da identidade individual ou coletiva decorrente de uma situação global de falta de autonomia. Encerra, portanto, uma dimensão objetiva: a realidade alienante e uma dimensão subjetiva: o sentimento do sujeito privado de algo que lhe é próprio. As idéias dominantes de uma época são as idéias da classe dominante e para manter essa dominação interessa a essa classe fazer com que seus próprios valores sejam aceitos como certos por todas as demais classes sociais.
· “TUDO QUE SEI É QUE NÃO SOU MARXISTA” Marx se referia aos marxistas franceses do fim dos anos 70 (séc XIX). Eles se serviam da concepção materialista da história como pretexto para não estudar história.
· MAX WEBER (Clássicos da Sociologia) – SOCIOLOGIA COMPREENSIVA ou INTERPRETATIVA
· Considerado um dos mais importantes pensadores modernos, fundou a disciplina Sociologia da Religião, fazendo um estudo comparado da história, da economia e da história das doutrinas religiosas. São famosas suas teses a respeito da influência das relações do capitalismo com o pretestantismo.
· O OBJETIVO DA SOCIOLOGIA para Weber é sentido da ação humana individual que deve ser buscado pelo método da compreensão. Ele se dedica ao estudo das interações significativas de indivíduos que formam uma teia de relações sociais, seu objetivo é a compreensão da conduta social. Portanto, trabalha com a SOCIOLOGIA INTERPRETATIVA ou COMPREENSIVA (compreender, interpretar, explicar).
· Para Weber a sociologia não é algo exterior e superior aos indivíduos, como para Durkheim. Para ele, a sociedade pode ser compreendida a partir do conjunto das ações individuais reciprocamente referidas.
· Para Weber o objeto da sociologia é a AÇÃO SOCIAL, que é qualquer ação que o indivíduo pratica orientando-se pela ação de outros. Ao se estabelecer uma relação significativa, teremos relações sociais. Nem toda ação será social, mas apenas aquelas que impliquem alguma orientação significativa visando o outro. Por exemplo: dois ciclistas desviando um do outro pode ser considerada uma ação social. A ação social oriena-se pelas ações dos outros, quem podem ser ações passada, presentes ou esperadas como sendo futuras, exemplo: vingança pelo que aconteceu (ações passadas); Replicação por ataque (ações presentes), Precaução diante de possíveis ataques (ação futura). Outros: dinheiro (futura); comportamento religioso não é ação social; comportmento íntimo só é ação social quando está orientado pelas ações de outra pessoa.
· DIFERENTES TIPOS DE AÇÃO SOCIAL: 1) TRADICIONAL – Aquela determinada pro um costume ou um hábito arraigado. 2) AFETIVA – Aquela determinada por afetos ou estados emocionais (sentimentos). 3) RACIONAL COM RELAÇÃO A VALORES – Determinada pela crença consciente num valor considerado importante, independentemente do êxito desse valor na realidade (ética). RACIONAL COM RELAÇÃO A FINS – Determinada pelo cálculo racional que estabelece fins e organiza os meios necessários.
· O MÉTODO DE WEBER – Para ele não é possível a neutralidade total do cientista em relação a sociedade. Isso se explica pelas seguintes questões: 1º) Porque outros cientistas podem apresentar construções teóricas diferentes para explicar as forma de ações sociais que não se aplicam no mesmo modelo de weber. 2) porque estas mesmas formas dependem das escolhas pessoais que devemser feitas visando aos aspectos da realidade que se quer explicar. Weber defende uma subjetividade no processo de pesquisa. Para entender as ações sociais, o cientista deve penetrar o universo do indivíduo pesquisado, analisando todos os seus elementos. Apesar do enfoque no indivíduo, a sociologia de weber procura também grupos sociais e épocas históricas.
· A TEORIA BUROCRÁTICA – BUROCRACIA se baseia na adequação dos meios aos fins (objetivos). CARACTERÍTICAS DA BUROCRACIA: 1) Caráter legal das normas e regulamentos, é uma organização ligada por normas e regulamentos; 2) Caráter formal das comunicações, são registradas por escrito; 3) Divisão racional do trabalho; 4) Impessoalidade, relação a nível de cargos, e não e pessoas; 5) Hierarquia, cada cargo inferior deve estar sob supervisão do cargo automaticamente superior; 6) Rotina, o funcionário deve fazer o que a burocracia manda, não tem autonomia; 7) Meritocracia, a escolha das pessoas é baseda no mérito e na competência técnica; 8) Especialização da administração, separação entre propriedade e administração; 9) Profissionalização; 10) Previsibilidade, prever as ações através das normas.
· DISFUNÇÕES DA BUROCRACIA. A parte negativa da burocracia está na internalização das regras, ou seja, as normas passam de meios para fins; A organização e seus colaboradores se apóiam no excesso de formalismo, tem-se a necessidade de formalizar e documentar todas as comunicações; as instituições apresentam resistência a mudanças; Os funcionários se conhecem pelos cargos que ocupam e não pela pessoa em si; outro problema é que as decisões a serem tomadas partem do cargo mais alto independente do conhecimento que este possui sobre o assunto; há conformidade fora do comum a rotina e dá-se ênfase à exibição de poderes de autoridade
· Para que se obtenha o máximo de eficiência, tem-se aqui a RACIONALIDADE. A racionalidade tem sido reconhecida como principal tema na obra de Weber. Há 4 tipos e racionalidade: 1) RACIONALIDADE PRÁTICA – Designa todas as formas de vida que julga toda atividade mundana em relação a interesses puramente pragmático e egoístas do indivíduo como prática racional. 2) RACIONALIDAE TEÓRICA – Envolve um domínio consciente da realidade através da construção de conceitos abstratos cada vez mais precisos, em vez de ação. 3) RACIONALIDADE SUBSTANTIVA OU MATERIAL – Que se move no plano ético. As ações surgem a partir de valores. É através desses critérios que os indivíduos julgam a realidade, ou seja, refere-se a padrões normativos de avaliação da conduta. 4) RACIONALIDADE FORMAL – Esta se relaciona com as esferas da vida e de uma estrutura de dominação que adquiriu fronteiras específicas e precisas apenas com a industrialização. Incluem-se neste sentido as esferas econômicas, legais e científicas, bem como a formação burocrática de dominação.
· Ele combate a idéia de que a ciência possa engrendar “concepções de mundo” de validade universal, fundadas no sentido objetivo do decurso histórico. Esse sentido objetivo não existe e por isso mesmo não existe uma ciência social livre de pressupostos valorativos. Nega os aspectos totalizantes e generalizadores que outros autores impuseram à Sociologia.
· A sociologia, para este autor, é uma ciência individualista quanto ao método, para ele o indivíduo é que influencia a coletividade e não o contrário, é o sentido da ação humana individual que deve ser buscado pelo método de compreensão.
13) SOCIOLOGIAS CONTEMPORÂNEAS – Alguns teóricos se preocuparam em formular novas teorias para este mundo globalizado, novas formas de abordar o social. Vejamos quais são eles:
· JEAN BAUDRILLARD – Para o autor francês, a mídia de massa espalhada por toda parte cria uma nova realidade, a HIPER-REALIDADE, composta pelo amalgamamento do comportamento das pessoas com as imagens exibidas pela mídia. É o fluxo da imagem criado pela mídia que atribui significado e sentido ao mundo.
· MICHEL FOCAULT – Se ocupou de analisar o surgimento das instituições modernas (prisões, escolas) que desempenham um papel de controle e monitoramento da população social. Para ele o papel do DISCURSO é central, através dele é possível moldar a atitude da população em relação a determinados fenômenos.
· JURGEN HABERMAS – Ele desenvolveu alguns estudos sobre como a “indústria cultural” enfraqueceu a capacidade do indivíduo de desenvolver um pensamento crítico. A análise desse autor aponta para o surgimento da ESFERA PÚBLICA, que é uma arena de debate público onde se discutem temas de interesse geral.
· MANUEL CASTELLS – Ele se preocupou com os impactos da mídia e das tecnologias da comunicação nas sociedades. Sua preocupação fundamental é com aquilo que denominou de SOCIEDADE EM REDES, ele percebeu que várias manifestações ao redor do mundo se iniciaram na internet, ou seja, são movimentos em rede.
· ULRICH BECK – Para esse autor alemão a sociedade industrial está dando lugar a uma SOCIEDADE DE RISCO. O risco provém das incertezas geradas pelo desenvolvimento da ciência e da tecnologia, bem como pelo próprio desenvolvimento social, e não mais da natureza. (Ex: Alimentos geneticamente modificados).
· ANTHONY GIDDENS – Segundo este autor o mundo em que vivemos é marcado pelo descontrole e pela confiança. O mundo globalizado fez aumentar a REFLEXIVIDADE SOCIAL. Refere-se a necessidade de estarmos sempre pensando, ou refletindo, a respeito das circunstâncias em que nossas vidas se desenrolam
· PIERRE BOURDIEU – Se destacou por propor uma crítica sobre a formação do sociólogo, buscando o que ficou identificado como SOCIOLOGIA DA SOCIOLOGIA.
· ZYGMUNT BAUMANN – Sua teoria se desenvolve por idéia sobre as conexões sociais na sociedade contemporânea, numa era comumente conhecida como pós-modernidade.
UNIDADE 3 e 4 – SOCIOLOGIA, REALIDADE SOCIAL e DESAFIOS DA VIDA URBANA
01) SOCIOLOGIA CONTEMPORÂNEA – A sociologia começa a ocupar os espaços acadêmicos quando o CAPITALISMO é já uma realidade e a BURGUESIA está consolidada como classe dominante, impondo sua ideologia, o discurso científico. Inicialmente a disciplina atendia às demandas da ordem estabelecida pelo Estado, propondo modelos teóricos voltados para o controle e imposição das normas sociais aos cidadãos. Por outro lado, ao expor a artificialidade e arbitrariedade das instituições sociais, a Sociologia abre espaço para o pensamento crítico. Após as duas guerras mundiais, novos temas vem a baila, a sociologia volta-se para reflexão a respeito de temas como: Violência; Movimentos Sociais; Integração da Sociedade e Interdisciplinaridade. Uma das características marcantes da sociologia na atualidade está no aprofundamento da reflexão a respeito de uma dicotomia clássica do pensamento sociológico: a relação entre o indivíduo e a sociedade.
· ESCOLA DE CHICAGO – Esta escola inicia um processo que aborda os estudos em antropologia urbana, em que o “outro” torna-se o “próximo”. Tendo no meio urbano seu foco de análise principal, desencadeia os estudos relacionados ao surgimento das favelas, a proliferação do crime e da violência, o espaço urbano e o aumento populacional tão marcante no início do século XX. A Escola de Chicago, muitas vezes, é apontada como SINÔNIMO DE SOCIOLOGIA URBANA. Os temas abordados por esta escola se relacionam ao crescimento e industrialização das cidades norte-americanas com especial atenção aos fluxos de imigrantes que se instalavam.
	
· Influenciado pelos escritos de JOHN DEWEYE e as de GEORG SIMMEL, principalmente este ultimo, procurava revelar as motivações, movimentos e ritmos da cidade, tentando entender seus estado de espírito. Uma das correntes teóricas que se destacou na análise dessa questão foi o INTERACIONISMO SIMBÓLICO representado por GEORGE HERBERT MEAD. Esta perspectiva deixa de lado a visão sistêmica própria da sociologia e procura destacar aspectos simbólicos e subjetivos da ação social.
· Destaca-se em termo teórico pela utilização de diversas técnicas de coleta de dados e pela interpretação simbólica e subjetiva da ação social. As principais contribuiçõesda escola de Chicago estariam, assim, na perspectiva etnográfica da realidade social e no peso dado aos detalhes do cotidiano e dos processos simbólicos, produzindo uma abordagem conhecida como MICROSSOCIOLOGIA.
· ESCOLA DE FRANKFURT – Este Instituto de Pesquisa Social surge em 1924 vinculado à Universidade de Frankfurt e presidido por HORKHEIMER dedica-se a uma análise crítica dos problemas do modo de produção capitalista, privilegiando o olhar para a superestrutura, em especial ao componente ideológico.
· O instituto é marcado pela filosofia de HORKHEIMER e se inspirava na visa de REICH (médico que havia sido aluno de Freud) e que havia procurado conciliar a teoria freudiana com a marxista. A produção intelectual dos membros do instituto incluíam diversos estudos, nos quais se propunha conciliar a pesquisa empírica com os avanços teóricos propostos. A obra mais significativa foi “Estudo sobre Autoridade e Família” de HORHKEIMER e FROM. A obre é uma análise empírica sobre a estrutura e a personalidade da classe operária européia. Com Horkheimer o interesse do Instituto de Pesquisa Social está em realizar uma análise teórica do por que a classe operária não haver a assumido seu destino histórico de classe revolucionária, procurando explicar este fato a partir da conjunção específica ente macroestrutura capitalista e as microestruturas da família proletária e burguesa.
· Outro autor importante foi ADORNO escreveu “A personalidade autoritária”. Ele destaca que a personalidade do indivíduo como uma instância entre a base econômica com a ideologia das sociedades capitalistas modernas.
· ADORNO E HORKHEIMER escreveram “A dialética do esclarecimento” onde mostram sua atitude crítica em relação a evolução da cultua de massa nas sociedades capitalistas modernas. Eles discutem o processo de industrialização da cultura e seu papel na formação da classe operária. Aponta a impossibilidade da realização do projeto humanístico assentado sobre a racionalidade iluminista.
· JURGEN HABERMAS realiza reflexões acerca da natureza e legitimação do Estado moderno. Sua elaboração de uma TEORIA DA AÇÃO COMUNICATIVA são exemplos de como Habermas tem procurado preservar o caráter crítico dos teóricos seminais do instituto, embora reformulando a teoria de maneira inovadora. 
· EDGAR MORIN – A perspectiva de Edgar Morin em relação à cultura e ao consumo de massa chama a atenção para o caráter essencialmente moderno da cultura de massa e da indústria de produção de bens culturais, dando-se estas já no contexto de uma sociedade que é, ela mesma, multicultural. Para ele a cultura de massa teria como fundamentos e se informaria nos sistemas simbólicos anteriormente existentes e ainda assumiria um papel social integrador, dentro do quadro das sociedades contemporâneas. Morin está, assim, contra a idéia da ESCOLA DE FRANKFURT de que a produção e o consumo em massa de bens culturais uniformizam as consciências. Par ele, embora a produção dos bens culturais se dê em escala de produção em série e de maneira pradronizada, a experiência do consumidor desses é sempre única.
· Para MORIN a CULTURA DE MASSA assume um papel integrador nas sociedades contemporâneas; Reordena e reutiliza as referencias e valores religiosos, locais e étnicos se apropriando destes, mas não impondo seus valores. A produção de bens culturais continua em série, mas a experiência do consumidor é única.
· A perspectiva de que há somente um caráter impositivo dos bens culturais produzidos em escala industrial é ignorar a relação dialética que se estabelece entre o imaginário, em suas dimensões sociais e individuais, e os produtos veiculados pela mídia.
· PIERRE BOURDIEU – Ele refina um pouco mais os conceitos analíticos utilizados pela Escola de Frankfurt, abrindo novas possibilidades explicativas para o fenômeno midiático, a partir da possibilidade de o consumidor reinterpretar, reelaborar, e reconstruir os signficados transmitidos. Em obra recente ele analisa a televisão e o jornalismo televisivo e alerta sobre os perigos que representam a democracia e a prática da política. BOURDIEU faz uma denúncia em relação a pouca reflexão teórica em torno do tema do jornalismo televisivo, enquanto o veículo é usado indiscriminadamente para a dominação social. Para ele CAMPO SOCIAL é um espaço não físico em que posições distintas estão dispostas; As posições estão sob um parâmetro de regras e se relacionam a partir dos diferentes capitais acumulados; Os capitais são, entre outros, o capital econômico, cultural e social.
· MORIN E BOURDIEU apontam para a ambiguidade e contradição da mídia televisiva, relativizando a uniformização que esta promoveria, contrapondo a ideia de um campo social que é ele mesmo diferenciado e hierarquizado, colocando, portanto, em posições desiguais, produtores e consumidores de bens culturais.
· PROBLEMAS ATUAIS DA REALIDADE SOCIAL
· A SOCIEDADE DE CONSUMO – Uma discussão que BAUMAN inicia no livro “Vida para Consumo” é a transformação que se deu na sociedade contemporânea em relação ao consumo, com a criação daquilo que ele chama de SOCIEDADE CONSUMISTA ou SOCIEDADE DE CONSUMIDORES. Na sociedade atual o indivíduo encontra um prazer imediato no ato de consumo, devido aos aspecto descartável dos bens, sendo a pessoa constantemente bombardeada pela imposição do consumo de novos produtos que dão status social. Consumo em excesso e o caráter irracional à economia.
· INDUSTRIA CULTURAL, MÍDIA E CONSUMO DE MASSA – Podemos ligar o surgimento da mídia de massa, o jornal, ao processo de ascenção da burguesia, classe dominante que se serviram desses veículos. Os novos veículos de mídia de massa como rádio, cinema, televisão, não se diferenciam neste aspecto, mas ampliaram ainda mais o alcance na disseminação da ideologia dominante. A mídia de massa, enquanto instituição capitalista, passa a ser encarregada da divulgação de mensagens culturais socialmente produzidas, obdecendo a lógica desse sistema econômico baseado no mercado. A produção da CULTURA DE MASSA está diretamente ligada a existência da mídia de massa e consiste na massificação do discurso da ideologia dominante. CULTURA DE MASSA seria o resíduo de todas as mensagens em que há o predomínio da informação sobre a comunicação.
· GLOBALIZAÇÃO - Aponta a hegemonia do sistema capitalista; Redefinição das relações internacionais; Enfraquecimento dos Estados Nacionais; Aumento da importância dos organismos multilaterais. Há a fragmentação e pulverização do processo produtivo, com uma alta volatilidade no capital e transformações nas relações de comércio, transações financeiras, movimentação de capital e investimentos, bem como de pessoas e conhecimentos, decorrentes da maior integração econômica. Outra marca é a conexão global; avanço das tecnologias de informação e comunicação; A informação como principal mercadoria. O PROBLEMA DO MUNDO GLOBALIZADO: Aumento da exclusão social; Empobrecimento das regiões periféricas; A competição global entre Estados provoca mudanças repentinas na economia; Concentração de renda.
· INDIVIDUALISMO – Exacerba os limites da individualidade que propunha auto-reflexão e a experimentação de outros lugares e identidades. O individualismo é radical, impessoalidade na relação com os mais distantes e também com os mais próximos.
SUPERESTRUTURA – JURÍDICA + POLÍTICA + IDEOLÓGICA
INFRAESTRUTURA – FORÇA PRODUTIVA + RELAÇÃO DE PRODUÇÃO + MODO DE PRODUÇÃO
SOCIEDADE – Um grupo de pessoas que vivem dentro de um tipo de território delimitado e que compartilham um estilo de vida comum.
CULTURA – É o estilo de vida comum compartilhado por uma sociedade ou grupo.
SEGREGAÇÃO SOCIAL – O tema segregação social é vastamente estudado no Brasil, pois contamos com cidades que nascem e crescem com essa lógica segregadora incrustada, o que provoca vários problemas urbanos. Segregar significa separar, marginalizar, isolar. Segregação social é definida como a separação geográfica (espacial) de pessoas em função de: Raça; Renda; Religião; Etnia; Educação; Etc.
PROBLEMAS DA SEGREGAÇÃO:Dificuldade de acesso a serviços públicos; Criação de áreas de exclusão de direitos; Criação de áreas privilegiadas.
CAUSAS DA SEGREGAÇÃO NO BRASIL: Estrutura do mercado de trabalho; Controle do mercado imobiliário sobre as terras das cidades; Remoção de grandes favelas em áreas localizadas próxima à grandes vias em razão da valorização da área ocupada com a construção de grandes empreendimentos imobiliários; Ação do Estado.
A segregação cria condicionantes de vida que diferenciam a população de uma cidade, reforçando desigualdades já latentes e, logo, dificuldades para os grupos mais periféricos (p. 156).
VIOLÊNCIA E VIDA URBANA – A violência em si não é algo novo; O novo é a forma como a violência se manifesta na contemporaneidade; Violência gerada pela profunda desigualdade engendrada pelo avanço do modo de produção capitalista; A violência em resposta para o desenvolvimento técnico científico; O individualismo e a insensibilidade para com os problemas sociais. Cabe apontar que a ideia aqui não e culpabilizar quem são aqueles que fazem a violência ou o grupo que recebe. Deve-se levar em consideração que existe um contexto social específico catalisador dessa realidade, que abrange toda sociedade. Ter uma sociedade mais ou menos violenta envolve aspectos econômicos, culturais e sociais muito além de um julgamentos de quem é a vítima e culpado.
MOBILIDADE URBANA E QUALIDADE DE VIDA – A mobilidade urbana consiste no direito ao transporte para todos, envolvendo políticas do transporte público e obras de melhorias na circulação das pessoas na cidade. Assim, remete ao deslocamento de cada um dentro da cidade, como é feito, sua qualidade e o tempo gasto nos deslocamentos (p. 160). Um ponto importante nos índices de qualidade de vida; Grandes cidades priorizam o transporte particular, o que contribui para o aumento dos congestionamentos e poluição do ar. O transporte público é uma alternativa para grande parte da população, mas, em muitos casos, o alto preço da passagem e a escassez de transporte torna-se um problema que atinge o trabalho e o lazer. Esse modelo alimenta também um ciclo vicioso. A oferta inadequada de transporte coletivo, além de prejudicar a parcela mais pobre da população, estimula o uso do transporte individual, que aumenta os níveis de poluição e congestionamentos. Estes, por sua vez, drenam mais recursos para a ampliação e construção de vias. O uso ampliado do automóvel favorece a dispersão das atividades na cidade, espraiando-a, o que dificulta a acessibilidade urbana por aqueles que dependem do transporte coletivo
Ao mesmo tempo, a falta de planejamento e controle do uso do solo, que ordene o desenvolvimento das funções sociais das cidades, provoca a expansão urbana horizontal – o que aumenta as distâncias a serem percorridas e os custos da provisão dos serviços para as áreas periféricas, onde a oferta se torna deficitária. A tomada de decisões públicas deve levar em conta o coletivo e o desenvolvimento da qualidade de vida. As cidades fazem parte da vida de grande parte da população, e, uma consciência maior sobre as dificuldades enfrentadas deve estar na diretriz das políticas públicas propostas.

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