Buscar

RESUMO 6p - INSTRUMENTALIDADE NO S S

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

· O QUE É O SERVIÇO SOCIAL? Muitas vezes ele pode ser confundido, com uma prática de ajuda, “arte”, vocação, tecnologia social. Todavia, o Serviço Social é uma profissão situada sócio-historicamente a partir da divisão do trabalho. Trata-se de uma especialização técnica que visa responder a um conjunto de necessidades, que têm em seu cerne, a questão social.
QUAL A DEMANDA DO SERVIÇO SOCIAL? A demandaé diferenciada: saúde, educação, assistência social, sócio-jurídico, empresas, organizações não-governamentais, dentre outros, ou seja, são os mais variados espaços sócio-ocupacionais que trabalham com as refrações da questão social, e que, por sua vez, fazem com que o Assistente Social também tenha atribuições diferenciadas. Vale ressaltar que, independente dos campos serem distintos, o método do Assistente Social é o mesmo, o que muda são as técnicas e instrumentos .
O QUE FAZ O ASSISTENTE SOCIAL? INTERVENÇÃO! Mas, para tanto, é preciso planejar, formular, conhecer, avaliar, ter cada vez mais e mais qualificação, dentre outras necessidades. O profissional de Serviço Social intervém no âmbito da realidade, nas necessidades geradas nessa sociedade desigual. As demandas que vão surgir, são seqüelas da sociedade capitalista, podemos dizer que todos produzem, mas poucos têm acesso à riqueza que produziram. Assim, os Assistentes Sociais vão atuando no sentido de preencher as lacunas deixadas pela relação capital trabalho.
O Estado começa a assumir a questão social, enfrentando-a com as políticas sociais, modalidades de intervenção sócio-historicamente determinadas. A classe subalterna começa a se reconhecer como sujeito de direitos e os reivindicam.Quando falamos em crise contemporânea, falamos em uma crise que afeta a todos. A centralidade posta está no indivíduo e não na sociedade. Aumenta-se a lógica do lucro, a lógica do “tirar vantagem” de tudo. Vemos cada vez mais as pessoas sendo “educadas” para o individualismo, dentre outros exemplos.
Devemos considerar também a nossa realidade dialética. É nessa realidade em que estamos inseridos! Precisamos desenvolver a capacidade analítica do cotidiano e apresentar propostas eficazes de intervenção. Podemos dizer que é necessário desenvolver uma “lente dialética”.
REALIDADE DO ASSISTENTE SOCIAL – A realidade tem uma lógica interna, embora exista o acaso, ele se expressa por uma causalidade e, a realidade social, por sua vez, é composta por “N” aspectos. Trata-se de uma realidade com novos elementos, o lucro continua sendo o fruto da mais-valia, da exploração do trabalho, e com um mecanismo ideológico para passar que tudo isso é natural.A condição neoliberal está estritamente aliada à esses conceitos, uma vez que prega uma ideologia voltada ao voluntariado, ao Estado mínimo, à abertura do mercado, à valorização da privatização com o discurso de que o que é público não presta, dentre outros. Estamos predispostos a aceitar a realidade como está. Devemos romper com essa visão, ou seja, estranhar o natural para não naturalizar o estranho. E como podemos fazer isso? A grande chave é desenvolver a capacidade de mediar a relação capital x trabalho, a partir disso podemos desenvolver um olhar mais esclarecido sobre a profissão! 
O Assistente Social é um profissional que luta pela garantia de direitos, independente do espaço sócio-ocupacional em que ele se encontra. A luta por essa garantia é efetivada no próprio cotidiano profissional que só acontece após o rompimento de uma atuação neoconservadora.
· PROJETO DE INTERVENÇÃO –Trata-se de um instrumento que propõe mudanças. O chamamos de finito por ter início, meio e fim pré-determinados. Ele apresenta objetivos específicos, recursos, orçamento, como também uma série de atividades articuladas em uma sequência de fases, ou seja, reúne uma série de ações direcionadas para objetivos muito bem definidos.As atividades propostas deverão estar encadeadas, de modo que o projeto tenha as fases de início, desenvolvimento e encerramento bem definidas.
Conforme a Lei 8.662, de 1993, a qual dispõe sobre a regulamentação do Serviço Social, em seu art. 5º, inciso I, diz: “Constituem atribuições privativas do Assistente Social: I - coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisas, planos, programas e projetos na área de Serviço Social”. Assim, somente o Assistente Social pode desenvolver um projeto de intervenção na área do Serviço Social. Porém, não conseguimos elaborar um projeto de intervenção se não tivermos esclarecimento acerca do nosso projeto societário, ético-político, profissional. E o que significa tudo isso? Qual é essa relação com o Projeto de intervenção?
a) PROJETO SOCIETÁRIO, representa uma imagem de sociedade a ser construída, que, por sua vez, reclamam determinados valores para justificá-la e que privilegiam certos meios (materiais e culturais) para concretizá-la. Estamos em uma sociedade em que os projetos societários existentes são distintos um do outro e se concorrem. Trata-se de projetos coletivos, de classe, com dimensão política, com estruturas que se transformam e se renovam.
b) PROJETO PROFISSIONAL, apresenta a auto-imagem da profissão, elege os valores que o legitimam e prescrevem normas para o comportamento dos profissionais. Todo projeto profissional tem vinculação a um projeto societário.
c) PROJETO ÉTICO-POLÍTICO, tem em seu núcleo o reconhecimento da liberdade como valor central, revelando um compromisso com a autonomia, a emancipação e a plena expansão dos indivíduos sociais.
 
Tudo isso tem uma intrínseca relação com o projeto de integração, pois não podemos conceber projetos que não tenham uma visão societária, coerente com a categoria profissional, e com o projeto ético-político profissional.O fato de você, enquanto Assistente Social, elaborar um projeto, não vai significar que se trata de somente um documento no papel, o projeto precisa ser executado, monitorado, avaliado, para que tenha bons resultados e colabore para a construção do seu projeto societário e para com os objetivos institucionais. Em suma, um projeto surge em resposta a problemas concretos, identificados por pessoas que, de alguma forma, se “incomodaram” com eles.
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
TA 1 – CONCEITOS DE INSTRUMENTALIDADE
· INSTRUMENTALIDADE – Quando falamos de instrumentalidade, a primeira coisa que vem a mente é “instrumentos”, “instrumentos que o Assistente Social utiliza em seu cotidiano profissional”. Contudo esse conceito é mais amplo, ele não se resume a instrumentos e técnicas. Esse sufixo “idade” tem relação com a capacidade, qualidade ou propriedade de algo. Então a instrumentalidade tem relação com a capacidade constitutiva da profissão. Vejamos algumas definições:
INSTRUMENTALIDADE– Propriedades e capacidades sócio-históricas que a profissão vai adquirindo na sua trajetória no confronto entre as condições objetivas e as posições teleológicas (capacidade racional de antever, de planejar o produto final de sua ação) de seus agentes profissionais e dos agentes sociais que demandam o exercício profissional, entre as respostas profissionais e as demandas colocadas à profissão, as quais atribuem-lhe determinados significados e reconhecimento social, que precisam ser compreendidos.
A instrumentalidade é uma propriedade e/ou capacidade que a profissão vai adquirindo na medida em que concretiza objetivos. Ela possibilita que os profissionais objetivem sua intencionalidade em respostas profissionais. É por meio desta capacidade,adquirida no exercício profissional, que os assistentes sociais modificam ,transformam, alteram as condições objetivas e subjetivas e as relações interpessoais e sociais existentes num determinado nível da realidade social: no nível do cotidiano, onde estamos, nosso espaço.
Reconhece a instrumentalidade como mediação significa tomar o Serviço Social como totalidade constituída de múltiplas dimensões: técnico-instrumental, teórico-intelectual, ético-política e formativa, e a instrumentalidade como uma particularidade e como tal, campo de mediações que porta a capacidade tanto dearticular estas dimensões quanto de ser o conduto pelo qual as mesmas traduzem-se em respostas profissionais.
A instrumentalidade possibilita atender as demandas e o alcance dos objetivos propostos numa condição de reconhecimento social. GUERRA comenta que a instrumentalidade é a “Instância de passagem entre as abstrações da vontade e a concreção das intencionalidades, que confere um determinado modo de ser às profissões dentro das relações sociais”.
· INSTRUMENTAIS DO SERVIÇO SOCIAL
Em uma prática interventiva, o profissional lança mão de um instrumental particular para as ações planejadas. A realidade social que nos é posta como desafio é complexa, heterogênea e impactante e esses impactos  dependem de fatores externos a quem quer que seja, inclusive ao  Serviço Social. Como analisa Iamamoto (1995), reconhecer as possibilidades e limitações históricas, dadas pela própria realidade social, é fundamental para que o Serviço Social não adote, por um lado, uma postura fatalista (ou seja, acreditar que a realidade já está dada e não pode ser mudada), ou por outro lado, uma postura messiânica (achar que o Serviço Social é o “messias”, que é a profissão que vai transformar todas as relações sociais).
Compreender essa questão é fundamental para compreendermos os instrumentos e o localizarmos  lugar  ocupado por eles, pelos Assistentes sociais no exercício de sua prática.
Esses instrumentais são fundamentais na prática, pois permitem ao profissional construí-las a partir das finalidades e dos objetivos do seu planejamento da ação realizado pelo Assistente Social. São as respostas a alguns questionamentos que devem ser respondidas: Como fazer, O que fazer, quando fazer? E para isso, utilizam-se métodos capazes de dar conta das finalidades e objetivos do planejamento de intervenção. É claro que devemos saber que esses instrumentais não podem ser mais importantes que os objetivos formulados. Eles são técnicas que o Assistente Social utiliza para tornar a sua prática mais sistemática, estruturada e cientifica.
· DIMENSÕES DA INSTRUMENTALIDADE:
· DIMENSÃO ÉTICO-POLÍTICA – O Assistente Social não é um profissional “neutro”. Assim é fundamental que tenha um posicionamento político frente as expressões da questão social, para que possa ter clareza de qual é a direção a ser tomada na sua prática. Vem exprimir a auto imagem da profissão.
· DIMENSÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA –É o rigor teórico-metodológico, a fim de que o profissional enxergue a dinâmica da sociedade para além dos fenômenos aparentes, buscando apreender sua essência, seu movimento e as possibilidades de construção de novas possibilidades profissionais.
· DIMENSÃO TÉCNICO-OPERATIVA –Tem relação com conhecer, se apropriar e criar um conjunto de habilidades técnicas que permitam, ao mesmo tempo, desenvolver as ações profissionais junto à população usuária e às instituições contratantes. 
Diante disso a INSTRUMENTALIDADE é a capacidade de mobilizar (criar e recriar) os meios para alcançar objetivos. Se penso em meios para alcançar objetivos, estou pensando na articulação dessas três dimensões em um projeto profissional. Para tanto, buscamos as respostas: O que fazer? Como fazer? Onde fazer? Para quê fazer? Por que fazer? Quando fazer? Não se trata só do como, mas o que fazer, o porque e etc. A instrumentalidade permite que resolva tais questões.
· PROJETO ÉTICO-POLÍTICO – O projeto ético-político do Serviço Social enfatiza o compromisso com o fortalecimento das lutas vinculadas aos movimentos sociais e se expressa, dentre outros aspectos, nas Dimensões Normativas(Código de Ética Profissional; Lei de Regulamentação de produção – Lei 8663/93; Diretrizes curriculares da ABEPSS – Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social)e Orientações Éticas, explicitando a dimensão política do trabalho profissional.
· MÉTODO –O Método é compreendido dentro da concepção histórico-dialética. É o processo de conhecimento pelo qual apreende-se a realidade com vistas à sua transformação. Este processo permite que numa determinada realidade objetiva, se analise seus elementos contraditórios, estabelecendo a relação dos fenômenos sem esquecer que se trata de uma totalidade concreta. Significa que partimos da realidade imediata, aparente, vivenciada pelo usuário e a relacionamos com a situação global pela explicação do estrutural e conjuntural. Ao passar do singular para o universal, nós rompemos com a aparência e buscamos a essência, o que está por traz das cortinas, a profundidade. Sendo assim, o método propicia a análise da realidade em uma perspectiva de totalidade, considerando a relação entre o imediato e o mediato, ou seja, buscando aproximar-se da essência dos fenômenos, o que caracteriza uma fundamentação no referencial marxista.
As situações que chegam ao Serviço Social de vem ser analisadas a partir dessas duas dimensões: a da singularidade e da universalidade. É na relação entre a universalidade e a singularidade que se torna possível apreender as particularidades de uma determinada situação. Apresenta um sentido e uma direção, quando está atrelada a uma postura teleológica profissional. O profissional trabalha com situações singulares que, a princípio, podem parecer exclusivas daquele sujeito que está sendo alvo da intervenção profissional, mas não são.
Toda teoria tem um método, um caminho de aproximação do real. O vocábulo “método” vem do grego “métodos” que significa “PESQUISA, BUSCA, POR EXTENSÃO, ESTUDO METÓDICO DE UM TEMA”. Vem de “metá”, que significa “atrás, em seguida, através” e “hodós” que significa “caminho”. A palavra significa busca, caminho e indica, portanto, que sua função é Instrumental. Método, então, é ligação entre dois polos: POLO DE ORIGEM ou ponto de partida (estado de ignorância) e PONTO DE DESTINAÇÃO ou ponto de chegada (estado de conhecimento). O processo de construção do saber, consistem nisto: no abandono do estado da ignorância e na aproximação ao conhecimento. É ir além do Senso Comum. Nesse ínterim, percorre-se um espaço, a que se convenciona chamar caminho e, para a ciência, essa mediação entre os dois polos é feita com base no método. A mediação entre dois polos.
José Paulo Neto e Iolanda Guerra dizem que no método existe uma relação entre a CAUSALIDADE (descobrir a causa dos fenômenos), TELEOLOGIA(capacidade racional de antever, de planejar o produto final de sua ação) e a PRÁXIS (intervenção para transformação). O método é definido por este processo.
· METODOLOGIA – Estudo do próprio método ou das etapas a seguir num determinado processo. É uma explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata de toda ação desenvolvida no método (caminho a seguir).
EXEMPLO: Em um projeto de pesquisa, você precisa explicar o tipo de pesquisa, do instrumental utilizado, do tempo previsto, das formas de tabulação e tratamento dos dados, etc. Isso é o detalhamento daquilo que eu vou fazer para atingir o meu objetivo, então estou explicando a metodologia. Nós pensamos na metodologia para alcançar determinadas metas.
· TÉCNICA – É a teoria em ação.
- Fala da relação direta entre pensamento e a ação.
- Por meio da técnica que o homem vai conhecendo e ao mesmo tempo transformando.]
- Qualidade atribuída ao instrumento para que ele se torne o mais utilizável possível, em sintonia coma realidade do objeto de trabalho. Instrumento e técnica tem uma relação muito próxima. Não basta ter técnica se não tiver instrumentos para utiliza-lo, não basta ter instrumentosse não houver técnica.
- Técnica é a habilidade humana de criar e utilizar instrumentos. Um está atrelado ao outro.
- As técnicas visam atingir resultados a partir de um objetivo, no sentido de pôr finalidades, a partir das necessidades presentes na realidade a ser transformada.
· INSTRUMENTOS–São elementos postos na relação entre o assistente social e os usuários para efetivar respostas planejadas e projetadas pelo profissional. Assim, os instrumentos se revestem de uma intencionalidade profissional. Eu utilizo o instrumento com uma intenção, ou seja, porque eu quero chegar a um objetivo, seja, acompanhar uma família, seja conhecer uma realidade, eu tenho um objetivo em vista e aciono o instrumento que melhor cabe a situação.
Os instrumentos serão acionados, mobilizados, utilizados ou criado sem consonância com as finalidades da intervenção profissional, contribuindo para a passagem da teoria à prática, do ideal ao real. O Assistente Social deve ter liberdade e criatividade nas escolhas, segundo as demandas e finalidades do trabalho.
Os instrumentos são veículos que permitem materializar os objetivos profissionais através de ações concretas. Então os instrumentos são veículos, aqueles que levam a um determinado destino que é o objetivo profissional. Contudo eu preciso de técnica para conduzir o veículo.
A utilização dos instrumentos no cotidiano é um fator preponderante para o Assistente Social. São acessórios, ou seja, algo que é utilizado com um objetivo. Uma bolsa, por exemplo, é um acessório que tem objetivo de carregar coisas das mulheres. Assim são os instrumentos
Os instrumentos podem ser vistos como MEDIADORES e POTENCIALIZADORES do trabalho, mas só adquirem significado quando colocados em movimento. O instrumental expressa o eixo operacional das profissões e se configura como algo que se reinventa a cada momento, dependendo a finalidade de cada ação, do contexto político e institucional.
Exemplo de Instrumentos: Observação, entrevista, reunião, grupo, visita domiciliar, dentre outros.
· INSTRUMENTAL–É o conjunto articulado de instrumentos e técnicas que permitem a operacionalização da ação profissional. O instrumental não é instrumento nem técnica tomados isoladamente, mas ambos, organicamente articulados em uma unidade
dialética. O conceito de instrumentalidade não pode ser reduzido aos instrumentos ou as técnicas, mas a ambos.
Pensar a instrumentalidade do Serviço Social é pensar para além da “especificidade” da profissão: é pensar em infinitas possibilidades de intervenção profissional, e que isso requer “tomar um banho de realidade”.
· PLANEJAMENTO – É no planejamento que o assistente social/equipe vai propor as estratégias de atuação necessárias no que se refere à inserção do profissional na instituição, à ocupação do espaço institucional e à atividade profissional. Sendo assim o Assistente Social deve ser um profissional que planeja.
O Assistente Social deve ter clareza sobre as finalidades profissionais, as demandas e as atribuições profissionais no cenário institucional. Devemos conhecer o território, cultura, modos de vida e linguagem.
Além disso, é importante compreender como se dão as condições objetivas de trabalho, como: relacionamento com a equipe, conjuntura, recursos materiais; dentre outros. Os instrumentos e técnicas de intervenção não podem ser mais importantes que os objetivos da ação profissional! Lembre-se os instrumentos são acessórios.
O trabalho de assistentes sociais demanda a articulação das dimensões do exercício profissional na construção de respostas criativas e propositivas de intervenção.
AO PROFISSIONAL COMPETE
USAR AFERRAMENTA ADEQUADA 
PARA CADAAÇÃO!
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
· PROCESSO HISTÓRICO DO SERVIÇO SOCIAL VINCULADO A INSTRUMENTALDIADE – Desde o princípio, no período em que o Serviço Social ainda fundava sua base de legitimidade na esfera religiosa, passando pela sua profissionalização e os momentos históricos que a constituíram, a dimensão técnica-instrumental sempre teve um lugar de destaque.
· No PERÍODO INICIAL do Serviço Social no Brasil, o seu componente técnico-operativo é montado a partir da incorporação de instrumentos próprios às tradicionais formas de assistência, aliados às orientações técnicas e doutrinárias próprias da ação social católica.
Exemplos de práticas pioneiras do Serviço Social:
 Estudo das necessidades individuais, familiares;
 Avaliação das solicitações de ajuda;
 Triagem dos problemas constatados;
 Concessão de ajuda material;
 Aconselhamentos;
 Elaboração de inquéritos sociais;
Encaminhamentos e triagem/seleção dos casos.
Nesse período a intervenção tem cunho eminentemente individualizado, pautado especialmente na manutenção de um relacionamento entre assistente social e cliente, mediado pela realização de entrevistas e visitas.
Instrumentos moralizantes, de viés cristão humanista.
Tecnicistas e pragmatistas, amparados em princípios e diretrizes positivistas, teoricistas.
Correspondiam às regras formais e procedimentos previamente estipulados normatizando agir profissional.
1960/70: modernização de técnicas e estratégias de intervenção, sob a orientação conservadora.
· O MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO resgatou a práxis do indivíduo social e histórico, afirmando que esta impõe duas modalidades de atividades – uma TEÓRICA e outra PRÁTICA - adentrando na discussão sobre a dicotomia dessas duas instâncias. No momento de renovação do serviço social buscou-se uma ruptura com o tradicionalismo, também chamado de conservadorismo, que até hoje se discute bastante.
O que é factual é a existência de um movimento mais forte de renovação profissional, cujas premissas põem em questão toda a base profissional até então construída, tanto nas formulações teóricas quanto na prática, no interior das instituições.
Aos poucos, parcelas significativas da categoria profissional reconhecem a necessidade de recorrer a um conhecimento desvelador das contradições da realidade social, que possibilite uma postura profissional mais voltada aos interesses dos setores subalternos da sociedade, em sintonia com a expansão do movimento sindical e das organizações populares.
· INSTRUMENTOS QUANTITATIVOS –Quantitativo eu lembro de quantidade, de dados. Estão relacionados com padronização de dados, compilação de informações, acompanhamento de programas. Por meio dos dados obtidos e da sistematização de informações quantitativas se garante a eficiência e eficácia do processo.
A característica básica desse tipo de instrumental é a padronização, formalismo tecno-burocrático e o rigor administrativo.
Exemplos de Instrumentos Quantitativos: Podem ser mapas, regulamentos, relatórios quantitativos, gráficos, tabelas, memorandos, dentre outros. 
Envolve números, dados, auxiliam no monitoramento e avaliação de processos. Eles devem servir como dados para análise e construção de novos sentidos.
· INSTRUMENTOSQUALITATIVOS – Complementa os dados quantitativos. Sua finalidade é mais abrangente. É outra coisa, não tem dados, não tem gráficos, não tem tabelas, mas eles vem complementar. Quando aliamos esses dois instrumentos, fica muito melhor.
Exemplos de Instrumentos Qualitativos: Podem ser fóruns, planejamento estratégico elaborado de forma participativa, construção participativa de orçamento, observação participante, conferencia, seminários, parecer social, assessoria e consultoria, supervisão acadêmica, dentre outros.
· INSTRUMENTOS DIRETOS (face a face) – Permitem que a enunciação deum discurso se expresse não só pela palavra, mas também pelo olhar, pela linguagem gestual, pela entonação, pela interação com o outro, isso nos ajuda a contextualizar e, possivelmente, identificar subjetividades de uma forma mais evidenciada. Sob esse enfoque, pode-se dizer que o instrumento direto expressa uma interação dinâmica.
Podemos expressar que nesse item o Assistente Social utiliza de uma gama de instrumentos que o auxiliarão na construção de seus planos, programas e projetos. Ora, o assistente Social deverser um bom observador, e observador participante, então esse é o primeiro item da interação “face a face”. Olhar é não é simplesmente ver, olhar é estabelecer relações, conexões com o que está acontecendo. Fazer uma leitura mais apurada e critica daquilo que você está observando e estabelecer um sentido a ela. Direcionar o seu olhar para aquilo que realmente lhe interessa visualizando mais longe e interpretar as suas informações a luz de um referencial teórico. Nesse momento, não se trata de uma observação distante, com postura neutra, mas uma observação participante no qual o profissional interage e participa ativamente do processo. Outra interação que devemos considerar e que vai auxiliar o trabalho é a entrevista individual e grupal, essa nada mais é do que uma conversa, um dialogo entre o profissional e o usuário dos serviços. Mas ao entrevistar o usuário individualmente ou coletivamente assume um papel deferente, principalmente sob o ponto de vista do usuário. A tarefa de entrevistar compete ao Assistente Social mediante as interações que possui com o usuário e cabe ao profissional, que fala em nome da instituição, a iniciativa e o controle da entrevista, direcionando os objetivos que busca alcançar. Muitas vezes, podem esses objetivos ser conflitantes, do Assistente Social não ser o mesmo do usuário, entretanto, ocorre aí uma relação hierárquica em que o Assistente Social está numa posição superior.   Lembrando deve sempre existir o processo democrático, no qual o respeito à diversidade como valores éticos fundamentais, são da nossa profissão a mola principal, pois o momento da entrevista é um espaço em que o usuário pode demonstrar a us a idéia, suas vontades e necessidades. Nesse espaço o usurário pode ser ouvido e ser ouvido não implica necessariamente em concordar com tudo que o usuário relata, sendo um observador participante, o Assistente Social pode e deve emitir suas opiniões, desejos, sempre a partir dos conhecimentos que possui. Muitos são os instrumentais que o Assistente Social utiliza na sua prática, dentre eles podemos destacar: as dinâmicas de grupo, a reunião, a mobilização da comunidade, visita institucional e domiciliar, e todos esses são instrumentos de trabalho diretos ou “face a face”.
INSTRUMENTOS INDIRETOS (por escrito) – Se nos dois tipos acima se referem basicamente a oralidade e ao uso da linguagem, nesse o Assistente Social deve exercitar a habilidade da escrita. Nem sempre as pessoas, de um modo geral, sempre relatam que não conseguem colocar as suas idéias no papel. Escrever requer muitas habilidades e competências que precisam ser desenvolvidas, não só nas instituições de educação, mas na nossa vida em geral. O Assistente Social irá, no exercício de sua prática, se deparar com uma documentação importante que terá um destino formal, em muitas vezes, chegarão às mãos de autoridades. Por isso, é fundamental que o Assistente Social tenha uma ótima redação, que seu texto seja coerente, claro, objetivo e coeso. É nesse momento que o Assistente Social sistematiza a sua prática, promovendo uma construção histórica de seu trabalho e da atuação da profissão. Dentre esses instrumentos podemos citar ainda: atas de reunião, livro de registro, diário de campo, relatório social e  parecer social.
É o registro do trabalho direto realizado.
A comunicação escrita possibilita que outros agentes tenham acesso ao trabalho que foi desenvolvido pelo Assistente Social. Sendo assim, os instrumentos escritos, não raramente, implicam que outros profissionais e/ou outras instituições desenvolverão ações interventivas a partir da intervenção do Assistente Social.
O assistente social detém informações sobre as condições de vida da/o usuária/o de serviços sociais, bem como as violações de seus direitos, deve sistematizá-los na perspectiva do fortalecimento da luta coletiva pela garantia de direitos.
Pensar nesses instrumentais para o Serviço Social nada mais é do que refletir sobre a importância dos objetivos da própria profissão. Esses não podem significar mais ao profissional do que os objetivos concretos que a realidade social apresenta, o instrumental nada mais é do que a capacidade criativa em utilizá-lo da forma mais coerente e eficaz para uma pratica interventiva de qualidade e com responsabilidade profissional.
· LINGUAGEM – A linguagem é o instrumento básico de trabalho do assistente social e que suas atividades estão associadas a sua formação teórico-metodológica, técnico-operativa e ético-política. A linguagem: é isso mesmo a linguagem oral. O homem é um ser socializador, utiliza a linguagem como forma comunicação, ou seja, passa a sua mensagem através da fala. A linguagem oral é fundamental não só no exercício da profissão de Serviço Social, mas em qualquer situação da vida cotidiana. A palavra só é compreendida num contexto social e político da qual ela é empregada. Reforçando, a linguagem é o instrumento número um de todas as profissões e para o Serviço Social também, como pontua  Iamamoto (1995, p. 101): “o Serviço Social, como uma das formas institucionalizadas de atuação nas relações entre os homens no cotidiano da vida social, tem como recurso básico de trabalho a linguagem”. São nos espaços organizacionais que vão se aprofundando a comunicação e através dessas formas de comunicação, o profissional vai se aprofundando nas suas técnicas interventivas. O Serviço Social é uma profissão de nível superior e como tal existe uma linguagem que é própria da função, ou melhor, dizendo, aquela em que a “questão social está sendo refletida e trabalhada. Por ter esse grau de escolaridade é bom não esquecer de que segundo Magalhães (2003, p. 32): “é de esperar que sigam a norma culta da língua [portuguesa] e não adentrem seus escritos [e falas] para uma linguagem coloquial ou do senso comum”. Por isso, é fundamental que o Assistente Social saiba articular a linguagem oral e escrever  de forma correta criando uma identidade social e se fortalecendo como um profissional competente. Articular também a teoria e a pratica no sentido de buscar nessa  subsídios para uma  prática criativa, inovadora e reflexiva. Palavras preconceituosas, termos vulgares, ou mesmos desrespeitosos não cabem em nenhuma situação, ainda mais num ambiente profissional em que atuam pessoas com as mais variadas situações. Todo esse cabal e linguajar próprio da profissão vai aos poucos sendo incorporados tornando-se  normal no decorrer da experiência.
· RESOLUÇÃO CFESS 493/2006.
Art. 3º -O atendimento efetuado pelo assistente social deve ser feito com portas fechadas, para garantir o sigilo.
Art. 4º -O material técnico utilizado e produzido no atendimento é de caráter reservado, sendo seu uso e acesso restrito aos assistentes sociais.
· RESOLUÇÃO CFESS 556 Parágrafo Único - O MATERIAL TÉCNICO SIGILOSO caracteriza-se por conter informações sigilosas, cuja divulgação comprometa a imagem, a dignidade, a segurança, a proteção de interesses econômicos, sociais, de saúde, de trabalho, de intimidade e outros, das pessoas envolvidas, cujas informações respectivas estejam contidas em relatórios de atendimentos, entrevistas, estudos sociais e pareceres que possam, também, colocar os usuários em situação de risco ou provocar outros danos.
Art. 4º – Entende-se por MATERIAL TÉCNICO o conjunto de instrumentos produzidos para o exercício profissional nos espaços sócio ocupacionais, de caráter não sigiloso, que viabiliza a continuidade do Serviço Social e a defesa dos interesses dos usuários, como: relatórios de gestão, relatórios técnicos, pesquisas, projetos, planos, programas sociais, fichas cadastrais, roteiros de entrevistas, estudos sociais e outros... 
Parágrafo Único – Em caso de demissão ou exoneração, o assistente social deverá repassar todo o material técnico, sigiloso ou não, ao Assistente social que vier a substituí-lo.
Art. 5º– Na impossibilidade de fazê-lo, o material deverá ser lacrado na presença de um representante ou fiscal do CRESS, para somente vira ser utilizado pelo assistente social substituto, quandoserá rompido o lacre, também na presença de um representante do CRESS.
· INSTRUMENTOS DIRETOS DO Ass. SOCIAL 
· REUNIÃO – A reunião é meio de aplicar a experiência e os conhecimentos de várias pessoas a um assunto específico. A aplicação da reunião tem um caráter muito importante: desenvolver capacidades humanas, estudar assuntos de interesses comuns, prevenir, incentivar a decisão de problemas sozinhos ou em conjunto. Esse instrumento não é exclusivo do Assistente Social, mas é o principal instrumento de trabalho com grupos. O assistente social pode participar ou coordenar a reunião.
Toda a reunião deve ter uma FASE PREPARATÓRIA:
a) Elaboração de um plano de reunião (Porque? O que vai ser tratado nessa reunião?)
b) Divulgar e confirmar com antecedência o local, dia, horário e pauta da reunião.
c) Ter conhecimento dos assuntos a serem abordados.
d) Providenciar, com antecedência, o material de apoio.
e) Preparar o local da reunião. (sala arejada, fresca)
f)Respeitar o horário de início e encerramento da
reunião.
g)Quando a pauta incluir vários assuntos, procurar respeitar o tempo previsto para cad aum.
h)Permitir e estimular a expressão de todos, respeitando, na hora das decisões, a vontade da maioria.
i)Encorajar os outros componentes da reunião a comentarem as observações livremente;
· TRABALHO COM GRUPOS –Grupo é um instrumento profissional de comunicação oral que envolve um coletivo de pessoas e cujos objetivos costumam gravitar em torno da identificação das demandas que trazemos usuários, o elencamento de prioridades, a coleta de dados, além de propiciar um espaço de reflexão sobre o cotidiano e as formas de enfrentamento das situações apresentadas.
Um bom trabalho em grupo requer:
a) Conhecimento aprofundado do espaço sócio ocupacional;
b) Debate teórico-metodológico em torno de seu objeto;
c) Conhecer perfil dos usuários;
d) Conhecer as demandas trazidas pelos usuários;
e) Conhecer o território no qual a instituição localiza-se.
· DINÂMICA DE GRUPO – Técnica que utiliza jogos, brincadeiras, simulações de determinadas situações, com vistas a permitir que os membros do grupo produzam uma reflexão acerca de uma temática definida. Não é um instrumento exclusivo do Assistente Social, mas usamos muito para fazer um quebra gelo, para ajudar numa apresentação, para simular alguma realidade, para seleção de pessoas, para refletir sobre temas e etc.
Questionamos a utilização de dinâmicas de grupo como mero instrumento para movimentação, motivação, esclarecimentos, alívio de tensão (…).Por outro lado, quando os grupos populares fazem uso das dinâmicas de grupo nas e para suas lutas, elas podem se traduzir em instrumentos riquíssimos por possibilitar diferentes formas de participação.
Fases da Dinâmica de Grupo:
a) Distribuição dos participantes em grupo.
b) Instruções.
c) Demonstração.
d) O momento do jogo.
e) Final da dinâmica.
f) Sentimentos e emoções.
g) Discussão, esclarecimentos e opiniões(principal).
h) Fechamento.
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
· ORIENTAÇÃOE ACOMPANHAMENTO SOCIAL – Segundo CRESS (1999) e a LEI DE REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO, lei nº 8662/ 1993, consiste em encaminhar providências e prestar orientação social a indivíduos, grupos e a população, e orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais no sentido de identificar recursos e fazer uso dos mesmos no atendimento e na defesa de seus direitos. São ações sócio educativas. A orientação pode ser feita individualmente ou em grupo, vai depender do objetivo da orientação. Orientar é algo que nós fazemos muito no dia a dia profissional. Chegam muitos questionamentos: Como acessar documentação básica, RG, CPF? Como consigo um passe livre interestadual? Como consigo atendimento de saúde mental? O Assistente social precisa buscar conhecimento para se comprometer com uma orientação de qualidade. Não é só despejar informações, mas falar de modo que o outro entenda.
· OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE / ATIVA – Técnica científica na medida em que:
 Serve a um objetivo de investigação já formulado;
 É planejado e controlado sistematicamente;
 Está sujeito a comprovações e controles de validade e confiabilidade.
 Não pode ser neutra, sem nenhum envolvimento com a situação analisada, mas sim efetivamente participante, por tomar parte desse processo.
Temos 2 modalidades observação: a ESTRUTURADA ou SISTEMÁTICA e a NÃO ESTRUTURADA.
a) OBERVAÇÃOESTRUTURADA OU SISTEMÁTICA –Essa modalidade de observação recorre a instrumentos para a coleta de dados ou fenômenos observados, estabelecendo de antemão que aspectos serão estudados. Geralmente usamos esse modo de observação, temos um objetivo, temos um planejamento, um roteiro, 
b) OBSERVAÇÃO NÃO ESTRUTURADA –Dizemos que a observação não está estruturada quando há o reconhecimento e anotação dos fatos sem recorrer a ajuda de meios técnicos especiais.
· ENTREVISTA – É desenvolvida em articulação com o processo de Observação Sensível. A entrevista nada mais é do que um diálogo, um processo de comunicação direta entre o Assistente Social e um usuário (entrevista individual), ou mais de um (entrevista grupal). A entrevista não é um instrumento privativo do Assistente Social outros profissionais o fazem, mas o Assistente Social usa muito. O papel do profissional entrevistador é dado pela instituição que o contrata - no momento da interação com o usuário, o Assistente Social fala em nome da instituição. Ambos os sujeitos(Assistente Social e usuário) possuem objetivos com a realização da entrevista. Cabe ao Ass. Social conduzir o diálogo e direcionar para os objetivos reais que pretende alcançar.
Nem sempre o entrevistador consegue conciliar seus objetivos com os do entrevistado. Chegar a conciliação não é algo obrigatório para todas as entrevistas.
Temos 2 modalidades entrevistas:
a) ENTREVISTA ESTRUTURADA – Quando o entrevistador segue um roteiro estabelecido, com perguntas já formuladas. Muito utilizada na pesquisa quantitativa.
b) ENTREVISTA NÃO ESTRUTURADA – Quando o entrevistador tem a liberdade de formular perguntas abertas. Independente da modalidade, o profissional deve se organizar par a conduzir uma entrevista. Isso significa não somente compreender o que questionar e se é necessário questionar, mas sim ter um domínio teórico-metodológico e ético-político que possa dar sustentação a prática profissional. É preciso esclarecer aos usuários o motivo pelo qual faremos os questionamentos.
O ideal é que a entrevista seja SEMI-ESTRUTURADA, ou seja, não é um questionário fechado, mas você consegue um roteiro para que possa se guiar e conseguir as informações que precisa.
· VISITA DOMICILIAR – A visita domiciliar é um processo educativo. Por meio da entrevista e da observação, em uma visita domiciliar temos uma aproximação maior entre a realidade do usuário com a Instituição que o atende. Proporciona ao profissional o conhecimento devida, o conhecimento sobre o sujeito, o contexto de vida, caracteriza as condições habitacionais, a relação afetivo-social entre os membros da família, caracteriza fatores importantes a serem identificados.
As condições de moradia nã oestão descoladas das condições de vida de uma comunidade onde a casa se localiza e que, por sua vez, não estão separadas do contexto social e histórico. Assim, nas visitas, o profissional consegue romper com a mera constatação da singularidade, mas situá-la no campo da universalidade, ou seja, no contexto sócio- econômico vigente.
Antes de fazer uma visita eu devo me perguntar: “Preciso mesmo fazer essa visita?” É preciso entender o objetivo da visita. Há profissionais que usam a visita domiciliar para realizar uma busca de ‘coisas’, como provas que atestem alguma situação. A impressão que fica é ade a visita domiciliar terminará no momento em que se encontrar a “coisa” procurada. Imagine que situação desagradável: você é visitado e o profissional nem olha para você, pergunta coisas sem dialogar com você! Infelizmente há quem faça isso nas visitas. Então para que serve? Qual o propósito? Parainstituir? Para vigiar? Para punir? Para adestrar? Para rotular? Para perseguir? Não, a visita serva para criar práticas capazes de acolher a diferença, práticas que instiguem processos autônomos, práticas que denunciem um controle punitivo sobre avida.
A visita domiciliar não é instrumento privativo do Assistente Social, outros profissionais o fazem como os profissionais da saúde, só que cada um com um olhar.
A instituição deve garantir as condições para realização da visita, o veículo, o motorista.
Sempre que possível agendar a visita num dia e horário que seja conveniente, para não incomodar.
PLANO DE VISITA DOMICILIAR
1. Identificação: Pessoal, endereço (localizar a residência).
2. Antecedentes: breve histórico da situação apresentada.
3. Objetivo: Finalidade da ação a ser realizada.
4. Assuntos: As questões a serem tratadas devem ser previamente estabelecidas.
5. Avaliação: Qualidade das informações prestadas. Receptividade com a proposta de ação. Nível de interesse manifestado.
· VISITA INSTITUCIONAL – Os motivos pelos quais o Assistente Social tenha que fazer uma visita institucional são assim elencados:
a) Quando o Assistente Social precisa visitar uma instituição, que também mantém vínculo com o usuário atendido, para que possam conhecer profundamente o caso (estudo de caso),buscando assim intervir da forma mais assertiva possível.
b)Em alguns momentos o Assistente Social precisa conhecer, in loco, o trabalho de alguma instituição.
c) Por fim, quando o profissional é destinado a avaliar a prestação de serviço ofertada pela Instituição.
· RELATÓRIO – Instrumento muito usado no serviço social, contudo outros profissionais também utilizam com a sua especificidade. Vejamos os tipos de relatório:
a) RELATÓRIOS INTERNOS: São de uso e manuseio do Assistente Social ou da equipe que ele compõe.
b) RELATÓRIOS EXTERNOS: Serão de uso e manuseio de agentes exteriores a equipe.
c) RELATÓRIOS INFORMATIVOS: Muito úteis para informar dados ou fatos importantes.
d) RELATÓRIOS CIRCUNSTANCIADOS: Profissionais que atuam em fóruns o fazem em situação de emergência, como em caso de situações de risco.
e) RELATÓRIOS DE VISITA DOMICILIAR OU INSTITUCIONAL :Elaborados após a visita, com dados significativos somente.
f) RELATÓRIOS DE ACOMPANHAMENTO (FICHAS DE EVOLUÇÃO):Traz em informações que envolvem a intervenção profissional direta e o contato mais regular e assíduo com o usuário.
g) RELATÓRIOS DE INSPEÇÃO: Exposição daquilo que foi inspecionado.
ORIENTAÇÕES DO CONSELHO
FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL:
RESOLUÇÃO CFESS 557/2009 - Art. 4°.Ao atuar em equipes multiprofissionais, o assistente social deverá garantir a especificidade de sua área de atuação.
RESOLUÇÃO CFESS 557/2009
Parágrafo primeiro - O entendimento ou opinião técnica do assistente social sobre o objeto de intervenção conjunta com outra categoria profissional e/ ou equipe multiprofissional ,deve destacar a sua área de conhecimento separadamente, delimitar o âmbito de sua atuação, seu objeto, instrumentos utilizados, análise social e outros componentes que devem estar contemplados na opinião técnica. (Cada técnico deve fazer seu relatório e emitir o seu parecer separadamente)
RESOLUÇÃO CFESS 557/2009
Parágrafo segundo - O assistente social deverá emitir sua opinião técnica somente sobre o que é de sua área de atuação e de sua atribuição legal, para qual está habilitado e autorizado a exercer, assinando e identificando seu número de inscrição no Conselho Regional de Serviço Social.
· ESTUDO SOCIAL – É um processo metodológico específico do Serviço Social, que tem por finalidade conhecer com profundidade, e de forma crítica, uma determinada situação ou expressão da questão social, objeto da intervenção profissional –especialmente nos seus aspectos socioeconômicos e culturais.
Por meio de observações, entrevistas, pesquisas documentais e bibliográficas, ele constrói o estudo social, ou seja, constrói um saber mais profundo a respeito da população usuária. O estudo social é composto por vários instrumentos: visita domiciliar, visita institucional, entrevista, observação e etc.
O conteúdo significativo do estudo social, expresso em relatórios ou no laudo social, reporta-se as expressões da questão social.
Realizado nos mais diversos campos vinculados ao acesso a determinados benefícios sociais de ordem material e financeira (…). Ou ainda, são realizados para servir como subsídio para o arbítrio de situações conflituosas como no campo sócio-jurídico. Então pode-se fazer o estudo social em vários campos, principalmente no sócio-jurídico.
ALGUNS PASSOS PARA O ESTUDO SOCIAL
1. O quê conhecer? Conhecer por meio dele.
2. Por quê e para que realizar o estudo? Quais os objetivos a alcançar.
3. Como fazer? Metodologia que será utilizada(instrumentos e técnicas de intervenção).
A Lei 8.662/93 enfatiza como atribuição privativa do assistente social realizar estudos sociais, perícia e laudos (...), na perspectivada atuação do Serviço Social na área jurídica, o estudo social é uma das principais ferramentas que fundamentam decisões sobre outrem. É função do estudo social, nessa perspectiva: Emitir parecer à autoridade solicitante.
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
· ESTUDO SOCIAL – Como vimos, o estudo social é um processo de busca de conhecimento sobre determinada situação do usuário ou de sua família. Então é uma busca por conhecimento mais aprofundado sobre algo usando múltiplos instrumentos.
No estudo social, a DIMENSÃO INVESTIGATIVA questiona, problematiza, testa as hipóteses, permite revê-las, mexe com preconceitos, estereótipos, crenças, superstições, supera a mera aparência, por questionar a “positividade do real”. Permite construir novas posturas visando a uma instrumentalidade de novo tipo, mais qualificada, eficiente (qualidade do processo), eficaz (resultado final), competente e comprometida com os princípios da profissão. A dimensão INVESTIGATIVA não tem a ver com aquela questão policialesca, nossos instrumentos são para viabilizar direitos.
Com base no texto apresentado, assinale a
alternativa correta, a respeito do estudo social.
OBJETIVO DO ESTUDO SOCIAL
a) O estudo social tem como objetivo conhecer a realidade apresentada pelas demandas que chegam aos profissionais de Serviço Social.
b) No campo sócio-jurídico, cabe ao estudo social fornecer aos autos processuais informações sobre a realidade dos sujeitos, orientado pelos princípios do Código de Ética Profissional, a fim de subsidiar a decisão judicial. O campo sócio jurídico é onde mais colocamos em prática o estudo social. O parecer social e o laudo social também são bastante utilizados na área jurídica, vamos conhecer esses instrumentos a seguir.
· PARECER SOCIAL – A emissão de um parecer social pressupõe a existência de um relatório social (interno ou
externo). Por razões óbvias: um profissional só pode emitir uma opinião sobre um fato que foi dito, no caso, escrito. Assim, O PARECER É A CONCLUSÃO DE DETERMINADO TRABALHO, seja de um atendimento individual, de um conjunto de instrumentos utilizados durante determinado processo de intervenção. Assim o parecer é CONCLUSIVO e INDICATIVO. Por exemplo: Digamos que há famílias em descumprimento com as condicionalidades do programa bolsa família. O Assistente Social faz o acompanhamento de uma família para ampliar o olhar sobre aquela realidade. O que está acontecendo, qual é a realidade, qual a justificativa de tudo isso e considerando todas as informações vai emitir um PARECER SOCIAL deferindo ou indeferindo o recurso que foi feito. O parecer também serve para concessão de algum benefício, quando um usuário solicita um auxilio funeral, auxilio natalidade, que já está prescrito em lei nacional, você vai fazer análise com base nos critérios já estabelecidos em lei, naquilo que o decreto municipal orientou, e assim vai estabelecer um parecer deferindo ou não a concessão deste benefício com base na lei tal, no decreto tal, no critério tal, você emite o parecer. Para fazer um bom parecer é preciso:
Compreendero objetivo do parecer.
Ser sucinto, parecer não é relatório social, não é uma redação, é só exposição do que você concluiu.
Exposição do que está concluindo, com argumentos técnicos. Não é achismo.
· PERÍCIA SOCIAL – Se efetiva a partir da solicitação de uma autoridade, geralmente judiciária. Tem como finalidade última a emissão de uma opinião fundamentada sobre uma determinada situação social que estará subsidiando decisões da autoridade requerente a respeito da vida de pessoas envolvidas na situação. Para sua realização o assistente social se utiliza do estudo social, que fornece os subsídios necessários para a elaboração do parecer técnico. A PERÍCIA SOCIAL é a mesma coisa que um ESTUDO SOCIAL mais a emissão de um PARECER com a finalidade de subsidiar uma decisão aplicada ao sistema de justiça.
A Perícia Social é uma vistoria ou exame de caráter técnico e especializado.
O PERITO é um especialista em determinado assunto.
LAUDO registra por escrito, e de maneira fundamentada, os estudos e conclusões da perícia. É no laudo que o Assistente Social coloca o seu parecer sobre a situação estudada, ou seja, sobre a perícia realizada.
· LAUDO SOCIAL – Utilizado no meio jurídico como mais um elemento de “prova”, com a finalidade de dar suporte à decisão judicial, a partir de uma determinada área do conhecimento. Contribui para a formação de um juízo por parte do magistrado, isto é, para que ele tenha
Elementos que possibilitem o exercício da faculdade de julgar, a qual se traduz em “avaliar, escolher e decidir.
O laudo não apresenta um detalhamento como num relatório, ele também tem esse caráter conclusivo e indicativo, você vai colocar o seu parecer nesse laudo.
	INSTRUMENTO
	ESTRUTURA
	OPINIÃO
	DESTINAÇÃO
	Estudo Social
	
Não tem
	Não precisa
	
Administrativo
	Relatório Social
	
Diversa
	Sim, se preciso
	
Administrativo
	Perícia Social
	Laudo + Parecer
	
Sim
	
Judiciário
	
Laudo Social
	Introdução + Identificação+ Método + Relato + Conclusão
	
Sim
	
Judiciário
	
Parecer Social
	
Não 
	
Sim
	
Administrativo
ou Judiciário
ATENÇÃO: O artigo 5º, inciso 4º, da Lei de Regulamentação da Profissão reza: “realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e pareceres sobre a matéria de Serviço Social”. Pode-se, pois, inferir que esses procedimentos privativos, ou seja, devem ser realizados, apenas, por Assistentes Sociais no pleno exercício profissional.
· OUTROS INSTRUMENTOS
- ESTUDO DE CASO (Não é Serviço Social de Caso) Quando o técnico agenda e forma rede com outras instituições que atendem o usuário para estudar o caso.
 - ENCAMINHAMENTO para inúmeras instituições que podem dar apoio e atender o usuário.
- DIÁRIO DE CAMPO, mais utilizado em estágio, para relatar o que foi feito no dia.
 
- ATAS DE REUNIÕES, muito utilizado em reuniões de equipe para registrar a história do usuário.
- UTILIZAÇÃO DE SISTEMAS
- INSTRUMENTOS DE GESTÃO
- Dentre outros específicos de cada área de atuação: Plano de Acompanhamento Familiar (PAF); Plano Individual de Atendimento; Formulários para análise sobre o descumprimento de condicionalidades etc.
· INSTRUMENTALIDADE ENRIQUECIDA
INSTRUMENTAL – Instrumentalidade não é só instrumentos e técnicas, é algo bem mais amplo. O instrumental é, por excelência, uma categoria relacional, uma instância de passagem que permite que se realize a trajetória que vai da concepção da ação a sua operacionalização, incluindo-se aí o movimento de avaliação. A instituição, enquanto organização, cabe produzir instrumentais que garantam basicamente o acompanhamento dos programas em execução, a mensuração dos resultados obtidos e a relação estabelecida entre os custos e os benefícios.
INSTRUMENTALIDADE – A instrumentalidade do Serviço Social, pela qual a profissão consolida a sua natureza e a articula as dimensões instrumental, técnica, política, pedagógica e intelectual da intervenção profissional é capaz de possibilitar tanto que as teorias macroestruturais sejam remetidas à análise dos fenômenos, processos e práticas sociais quanto que esta compreensão se objetive em ações competentes técnica e politicamente.
· INSTRUMENTALIDADE ENRIQUECIDA – “Uma instrumentalidade enriquecida significa ter clareza do projeto, de onde se quer chegar, ter uma racionalidade que nos permita lançar luzes, sempre renovadas, sobre os objetivos e que os clarifique, nos permitindo explicitar o horizonte a ser alcançado e a direção a ser adotada. Em segundo lugar, significa o domínio de uma teoria que nos permita construir os caminhos e as estratégias, táticas, instrumentos e técnicas”
 Ir além de estratégias individuais e buscar responder às demandas coletivas.
 
 Lutar contra a individualização dos problemas, a culpabilização dos usuários.
 Lutar contra a precarização do trabalho do Assistente Social.
 Buscar espaços de estudo.
 Estimular a participação do usuário.
 Criar instrumentos que sejam meios para a promoção da autonomia.
 Superar a aparência da demanda imediata e atuar para além das demandas emergenciais.
 Adotar uma atitude investigativa no cotidiano.
 Afirmar os princípios do Código de Ética.
· CAPACIDADE CRIATIVA – Mais do que copiar e seguir manuais de instruções, o que se coloca para o Assistente Social hoje é a sua capacidade criativa, o que inclui o potencial de utilizar instrumentos consagrados da profissão, mas também de criar outros tantos que possam produzir mudanças na realidade social.
Criar outros instrumentos profissionais bem como re-criar os de uso habitual, como a visita domiciliar, depende da pré-disposição dos profissionais e da população. Ou seja, quando os profissionais criam outros modos de dialogar que não apenas aqueles que acontecem com o único objetivo de preencher formulários, por exemplo, e quando a população rompe com seu lugar “docilizado”, é possível construir novas conexões que busquem criar outras práticas frente à opressão cotidiana.

Continue navegando