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Infecções sexualmente transmissíveis Caso clínico Paciente do sexo masculino, 45 anos, ajudante geral, apresenta manchas avermelhadas não pruriginosas na face e tronco na pele há 1 semana. Elas aumentaram de tamanho e em quantidade, espalhando-se por todo o corpo. Conforme escuta o relato do paciente, o médico percebe que ele teve um cancro um mês atrás, no pênis, mas o paciente não tratou essa lesão, pois apresentou regressão razoável quando o paciente utilizou água oxigenada por alguns dias. Não necessariamente a água oxigenada conseguiu eliminar o patógeno! Transmissão Contato sexual Congênita Transfusão de sangue Cancro peniano localizado na haste peniana: infecção sifilítica primária Treponema pallidium (causadora da sífilis) Espiroquetas: por causa da sua forma Gram – Anaeróbios Catalase – Finos e helicoidais (“filamento retorcido”) Mobilidade tipo saca-rolhas 3 flagelos em cada uma das extremidades Ausência de antígenos espécie-específicos 30h para replicação - à Susceptíveis à penicilina (redução dos casos da doença) Essa bactéria pode ser tratada com penicilina. Fatores de virulência Aderência com suas proteínas de membrana (podem aderir à fibronectina) Hialuronidase 5 hemolisinas Proteção contra a fagocitose: camada de fibronectina - Apenas humanos são hospedeiros naturais Primária (inicial) Secundária Terciária Cancro no local em que o T. pallidum é inoculado Evidências clínicas da doença disseminada Desenvolve-se anos após o período assintomático Disseminação das bactérias pela corrente sanguínea ou via linfática Sintomas semelhantes à quadro gripal 1/3 dos pacientes não tratados Infiltrado PMN na lesão Erupção cutânea generalizada em alguns dias Sintomas clínicos de inflamação crônica difusa Sobrevivência das bactérias dentro do fagócito Remissão espontânea ou evolução para a fase tardia Destruição devastadora em órgãos e tecido (artrite, demência, cegueira) Lesões granulomatosas Sobre as lesões A lesão se desenvolve 10-90 dias após a infecção e está relacionada à resposta imune do hospedeiro. Começa como uma pápula que sofre erosão, tornando - se uma úlcera indolor, com bordas elevadas. O exantema pode ser macular, papular, pustuloso Em dobras úmidas da pele as lesões (condilima plano) podem ser altamente infecciosas Pode cicatrizar espontaneamente em semanas ou meses, dando ao paciente uma falsa sensação de cura (latência). Em quais fases é transmissível? Primária e secundária, porque na terciária está mais presente em órgãos internos e há pouca concentração de bactérias e todas as destruições em órgãos ocorrem devido a resposta imune (formação de imunocomplexos). E nessas duas fases está mais na mucosa. Grande quantidade de microrganismos estão presentes no cancro e lesões secundárias Lesões úmidas da pele e mucosas 30% de chance de contrair a doença por contato sexual Pacientes com lesões genitais de sífilis tem maior chance de contrair e transmitir HIV. Não é transmissível por objetos! A bactéria não sobrevive em ambientes secos... Transmissão intrauterina Sífilis Congênita Má-formação em múltiplos órgãos do feto e morte Criança que sobrevive: rinite, exantema cutâneo maculopapilar descamativo disseminado. Má formação de dentes e ossos, cegueira, surdez, sífilis cardiovascular Diagnóstico laboratorial Exsudato das infecções Muito delgado para ser observado por coloração de Gram; observado por microscopia de campo escuro Microscopia de campo escuro Imunofluorescência direta Sorologia (anticorpos) Não vive em cultura Neisseria gonorrhoeae (Gonorréia) Caso clínico - uretrite Homem de 24 anos apresenta secreção uretral abundante 4 dias depois de ter uma relação sexual sem proteção com uma nova parceira. Ele é negativo para HIV, mas tem história de tratamentos anteriores para ISTs. Diplococo gram – Aeróbio Intracelular Fímbrias Homem Mulher Restrita à uretra Cérvix (colo uterino) é o sítio primário de infecção (epitélio colunar) 2-5 dias de incubação: corrimento uretral, purulento e disúria A bactéria não é capaz de infectar as células do epitélio escamoso da vagina Complicações são raras; 95% dos infectados apresentam sintomas agudos Corrimento vaginal, disúria, dor abdominal Complicações: epididimite, prostatite, abscesso periuretral. Pode causar infertilidade. 10-20% apresentam infecção ascendente: salpingites, abcessos tubo-ovarianos, doença inflamatória pélvica. Pode causar infertilidade. Gonococcemia e a disseminação da infecção 1-3% das mulheres infectadas e não tratadas apresenta septicemia e infecção da pele e articulações Manifestações clínicas: febre, artralgia (dor articular) migratória, artrite supurativa nos punhos, joelhos e tornozelos, exantema pustular de base eritematosa sobre as extremidades, preservando a cabeça e tronco A disseminação é rara em homens Chlamydia trachoma.s (Clamídia) Infecções restritas a humanos Penetram através de minúsculos abrasões ou lacerações Infecta células epiteliais não ciliadas colunares, cubóides e de transição Membranas mucosas da uretra, endocérvice, endométrio e conjuntiva A reinfecção produz forte resposta inflamatória, com dano tecidual. Podem formar cicatrizes que resultam em esterilidade e disfunção sexual Nas mulheres, é detectado por PCR. CE: corpúsculos elementares; forma metabólica inativa São resistentes como um esporo à diversos fatores ambientais inóspitos. Forma resistente do ambiente e entra assim nas células hospedeiras. CR: corpúsculos reticulados; forma metabólica ativa. Se múltipla por fissão binária e é a fase proliferativa CE entra nas células hospedeiras e sofre uma mudança para CR, forma ativa que pode se multiplicar. Sai da célula pro ambiente de novo e se transforma novamente em CE (vermelhinhos) e deixa a célula hospedeira. Família: Chlamydiaceae Gênero: Chlamydia Espécie: Chlamydia trachomatis Intracelular obrigatório Bacilo gram – Inibe a fusão do lisossomo com o fagossomo Usam ATP das células hospedeiras Replicam-se por fissão binária Fatores de virulência CE: resistência à variações ambientais Parede com LPS com fraca atividade de endotoxina MOMP: proteína principal da membrana externa OMP: proteína de membrana externa rica em cisteína (pontes dissulfeto para estabilidade dos CE) Infecções urogenitais 80% são assintomáticas, mas podem se tornar sintomáticas. Manifestações clínicas: bartolinite, cervicite, endometrite, peri-hepatite, salpingite e uretrite. Pacientes assintomáticos são reservatórios Mulher sintomática: corrimento mucopurulento; uretrite pode ocorrer Nos homens, a maioria das infecções é sintomática; 25% são assintomáticas Linfogranuloma venéreo Paciente do sexo masculino, 31 anos, apresenta inchaço na virilha direita há vários dias e mal estar. O paciente relata que uma lesão peniana apareceu antes do início do inchaço, mas ele não deu importância porque regrediu. A região do inchaço está dolorosa e mole. O paciente relata relações sexuais desprotegidas. Incubação: 1-4 semanas Lesão primária no sítio de infecção (pênis, uretra, glande, escroto, parede vaginal, cérvice, vulva) Febre, dor de cabeça e mialgia enquanto a lesão estiver presente. Inchaço e inflamação dos linfonodos marcam a segunda etapa da infecção Os linfonodos inguinais são os mais comumente envolvidos LGV não tratado pode regredir ou progredir Fase ulcerativa crônica: desenvolvimento de úlceras genitais, fístulas, elefantíase genital Síndrome de Reiter Uretrite, conjuntivite, poliartrite e lesões mucocutâneas Inicia-sepela infecção genital Diagnóstico e tratamento Cultura e testes sorológicos são relativamente insensíveis Busca por antígenos Baseados em ácidos nucleicos A amostra deve ser retirada do local envolvido (não do pus) Azitromicina ou doxiciclina
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