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DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO: ● É definida como pelo menos um episódio de pirose ou regurgitação de ácido semanal. Fatores de risco: - obesidade - avanço da idade - componente genético (a DRGE é mais comum em pacientes com histórico familiar positivo e com gêmeos monozigóticos ) MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: ● Sintomas típicos: - pirose - regurgitação ácida ● Sintomas atípicos: - dor torácica - disfagia - odinofagia. ● As manifestações extra esofágicas: - tosse - laringite - asma DIAGNÓSTICO: Quando a DRGE está associada a sinais e sintomas típicos, como pirose e regurgitação ácida, que respondem ao tratamento anti secretor, nenhuma avaliação diagnóstica é necessária. ● Endoscopia: É necessária em indivíduos que não conseguem responder às quatro ou oito semanas de tratamento, ou que têm sinais e sintomas alarmantes como: - disfagia, - perda de peso, - anemia, - sangramento gastrointestinal - pirose persistente. Detecta esofagite erosiva e complicações, tais como constrição péptica e esôfago de Barrett. A biópsia da mucosa é crucial nestes casos - Exclui condições que imitam a DRGE, como esofagite eosinofílica. ⇛ A maioria dos pacientes não tem danos na mucosa observados durante a endoscopia, independentemente de estarem ou não em tratamento anti secretor. ● Endoscopia digestiva alta (EDA): DIAGNÓSTICO: ● Se EDA negativa: ➠Manometria: útil para excluir Acalasia ➠Teste de refluxo: - Realizado com monitoramento do pH transnasal em 24 horas, ou pela combinação de monitoramento de impedância e do pH - A impedância intraluminal esofágica é um método diagnóstico que registra o fluxo retrógrado de conteúdo gástrico, independente de seu pH. Quando combinado com a pHmetria permite detectar o Refluxo Gastro-Esofágico (RGE) ácido e “não-ácido”. TRATAMENTO: ● Evitar: - álcool - café - alimentos apimentados - refeições tarde da noite ● Promover - elevação da cabeceira da cama - perda de peso ⇶ Tratamento Medicamentoso: A inibição de secreção de ácido gástrico é a base do tratamento agudo da DRGE!! ● Antiácidos Líquidos: - Mylanta /Maalox ● Antagonistas receptores de histamina (H2): - Cimetidina - Ranitidina Inibidores de bomba de próton (IBP): - Omeprazol - Lansoprazol - Pantoprazol - Rabeprazol - Esomeprazol - Dexlansoprazol ⇶ TRATAMENTO CIRÚRGICO: A cirurgia antirrefluxo é uma opção em pacientes com esofagite documentada, que são intolerantes aos inibidores da bomba de prótons ou não respondem a estes fármacos, ou que regurgitam grandes volumes. ● FUNDOPLICATURA DE NISSEN: PROGNÓSTICO: Geralmente se saem bem com tratamento IBP e medidas antirrefluxo conservadoras. Quando a cirurgia é necessária, o resultado em geral é excelente. ESÔFAGO DE BARRETT: Resulta de lesão grave na mucosa esofágica!! - É uma alteração metaplásica no revestimento do esôfago tubular distal, onde o epitélio escamoso normal é substituído por epitélio colunar. - associação com o adenocarcinoma do esôfago . - Entretanto, o risco de câncer em um indivíduo com esôfago de Barrett é baixo DIAGNÓSTICO: - O diagnóstico é determinado se a biópsia mostrar que a junção escamocolunar foi deslocada proximalmente - A junção exata do estômago e esôfago pode ser difícil de ser determinada endoscopicamente devido à presença de hérnia hiatal, inflamação e natureza dinâmica da junção gastroesofágica. ● Displasias e aumento do risco de carcinoma foram relatados em pacientes com metaplasia intestinal da junção gastroesofágica ou cárdia, mas a magnitude do risco parece ser menor do que a do esôfago de Barrett TRATAMENTO: Os IBP são a base do tratamento médico de esôfago de Barrett. - Pacientes que são diagnosticados com esôfago de Barrett necessitam de monitoramento endoscópico em intervalos regulares. PROGNÓSTICO: O risco de um paciente com esôfago de Barrett desenvolver adenocarcinoma do esôfago é agora estimado em aproximadamente 0,1% a 0,3% anualmente. ESTENOSES PÉPTICAS: - As estenoses esofágicas são uma complicação bem reconhecida da DRGE, principalmente em pacientes mais velhos com sintomas de refluxo de longa data. - As estenoses pépticas são consideradas uma consequência de inflamação grave, que causa fibrose, cicatrizes, encurtamento esofágico e perda de conformidade do lúmen. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: - Disfagia para sólidos DIAGNÓSTICO: ● Radiografia com bário ( maior sensibilidade) ● Endoscopia - As estenoses pépticas devem ser diferenciadas de uma ampla variedade de causas de estreitamento luminal. TRATAMENTO: ● A dilatação endoscópica - deve ser feita gradualmente para atingir o diâmetro luminal de 13 mm ou maior. - Após a dilatação, os pacientes devem receber tratamento com IBP crônica DISPEPSIA: - A dispepsia é um distúrbio comum, com prevalência estimada de 3% a 10% de acordo com os critérios Roma III: 1) Dor ou desconforto retroesternal que não é em queimação; 2) Falta de evidência de que o refluxo gastroesofágico é a causa do sintoma; 3) Ausência de distúrbios da motilidade esofágica baseados em alterações histopatológicas - Superior a 40% quando são usados critérios menos restritivos. Sintomas - dor epigástrica - queimação epigástrica - enfartamento pós-prandial - saciedade precoce - Inchaço abdominal - náusea MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E DIAGNÓSTICO: - Pode haver suspeita de que a dispepsia seja funcional com base na história clínica, consistente com os critérios de Roma . - A presença de ansiedade aumenta a probabilidade de dispepsia funcional. - Os anti-inflamatórios não esteroides, álcool e certos alimentos podem deflagrar os sintomas dispépticos. - A história psicossocial pode revelar estressores subjacentes que contribuem para os sintomas. OBS: O diagnóstico da dispepsia funcional é baseado nos sintomas específicos . A dispepsia funcional tem a origem no trato gastrointestinal superior, mas nenhuma doença orgânica detectável consegue explicar os sintomas. EXAME FÍSICO: - Geralmente é normal, embora a sensibilidade epigástrica possa estar presente. Embora a confirmação do diagnóstico de dispepsia funcional necessite de um exame endoscópico normal, ● testes invasivos na ausência de características alarmantes: como os pacientes com mais de 50 anos com sintomas recorrentes ou alteração dos sintomas, ou resposta insatisfatória ao tratamento inicial. ● A avaliação para verificar a presença de H. pylori deve ser realizada. TRATAMENTO: A infecção por H. pylori, se presente, deve ser erradicada . - Cerca de 10% a 15% dos pacientes com dispepsia funcional respondem ao tratamento de supressão de ácido: As opções incluem: - antagonistas dos receptores de histamina (H2). ● Pacientes jovens que respondem bem a uma tentativa terapêutica com inibidor da bomba de prótons ou erradicação de H. pylori) não requerem mais investigação ● Se os sintomas persistirem, alguns pacientes respondem ao tratamento com baixa dose de antidepressivos tricíclicos (p. ex., amitriptilina, desipramina ou imipramina 10 a 50 mg todas as noites ao deitar). ● Em pacientes com comorbidades de depressão ou ansiedade, a combinação de baixa dose de tricíclicos com antidepressivos SSRI(Selective Serotonin Recaptation Inhibitors) ou SNRI deve ser considerada.
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