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Aula 3 Reparacao de feridas em equinos

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Reparação de feridas 
em equinos
Introdução
❖ Capacidade de sobrevivência de um organismo 
❖ Capacidade de reparação de injúrias
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Introdução
❖ Cirurgia
❖ Acidente
❖Estímulo: reestabelecimento da continuidade
INTRODUÇÃO
❖Natureza do cavalo
❖Comportamento ativo, respostas rápidas
❖Associado à realização de atividades atléticas
❖Predisposição à injúrias traumáticas especialmente em membros.
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Falta de tecido de revestimento, movimento articular, maior 
oportunidade para contaminação: infecção. lapso de tempo 
anterior ao tratamento, as facilidades disponíveis, o 
temperamento do cavalo, sua utilização e o tamanho e 
localização das lesões são determinantes para o progresso da 
terapia.
INTRODUÇÃO
Aspecto comportamental:
Os cavalos entram em pânico em
muitas situações e fazem tentativas
violentas de fuga em situações de
restrição ao movimento.
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INTRODUÇÃO
Aspecto comportamental:
Barulhos e ruídos estranhos, tais
como os causados por trovões,
estrondos de motores ou bombas
e disparos de armas de fogo,
assustam os equinos e fazem com
que estes se atirem cegamente
contra cercas ou objetos sólidos,
sem qualquer preservação de sua
integridade física.
INTRODUÇÃO
❖ Problemas relacionados ao manejo
❖ Pastagens sujas
❖ Instalações precárias 
❖ causas importantes destes processos. 
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INTRODUÇÃO
Arames farpados constituem a causa mais comum de feridas, embora
muitos outros objetos possam ser incriminados. Desta forma, a abordagem de feridas em
equinos é um procedimento de rotina para os profissionais que trabalham com esta espécie.
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS
Os esquemas de classificação de feridas levam em consideração três aspectos básicos:
➢ Contaminação
➢ Grau de exposição tecidual
➢ Localização
Todos estes fatores devem ser considerados na abordagem das lesões em equinos.
Seleção do tratamento apropriado e previsão da recuperação final.
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CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS
Grau de contaminação microbiana incluem lesões
Limpas, limpas-contaminadas, contaminadas e sujas ou infectadas.
Sistema de classificação desenvolvido para humanos e classifica o nível de 
contaminação potencial tanto em feridas eletivas como traumáticas.
Predição da probabilidade de desenvolvimento de infecção
Contaminação versus infecção
Na contaminação tem-se a presença de microrganismos, especialmente bactérias, porém
somente se considera a existência de infecção quando esses microrganismos vencem as
barreiras criadas pelo processo cicatricial e encontram condições favoráveis à multiplicação,
agredindo o tecido lesado.
Embora todas as lesões de ocorrência natural sejam consideradas contaminadas, nem todas se
tornam infectadas.
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CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS
Limpa
• 0 – 4,4%
Limpa 
contaminada
• 4,5 – 9,3%
Contaminada
• 5,8 – 28,5%
Suja
• Infecção 
presente
Este critério serve apenas como orientação.
APARÊNCIA DA LESÃO, FRAGMENTOS TECIDUAIS PRESENTES, ÁREAS DE NECROSE, VASCULARIZAÇÃO, PRESENÇA DE FLUIDO, 
TEMPO DECORRIDO DA LESÃO (4 A 6 HORAS- CONTAMINADA) TIPO DA LESÃO – MORDEDURA, ARMA DE FOGO ETC
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS
A decisão final de como uma ferida deve ser conduzida baseia-se:
❖ avaliação clínica dos sinais de inflamação (coloração, calor, inchaço e dor)
❖ graus de comprometimento vascular
❖ traumatismo tecidual local
❖ tipo/intensidade de contaminação.
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CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS
As feridas podem ser classificadas como abertas ou fechadas dependendo do grau de
penetração na pele. 
FERIDAS
ABERTA FECHADA
GRAU DE 
PENETRAÇÃO 
DA PELE
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS
Feridas fechadas: não atingem a espessura total da pele: abrasões, contusões e hematomas. 
Feridas abertas: penetram a derme e comumente envolvem estruturas mais profundas: 
incisões, lacerações, e perfurações
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FERIDA
ABRASÃO CONTUSÃO HEMATOMA
FECHADA
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FERIDAS FECHADAS
Abrasões
Também denominadas de erosões, são caracterizadas por perda superficial do epitélio de
revestimento cutâneo sem exposição das camadas mais profundas.
As abrasões são caracterizados por perda de pêlo e ocorrência mínima de hemorragia.
Dentre as causas, incluem-se escorregões e quedas sobre superfícies duras, cascalho, concreto
ou asfalto, assaduras de cordas ou cercas, arranhões ou raspadas em paredes de "trailers" ou
objetos.
FERIDAS FECHADAS - ABRASÕES
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FERIDAS FECHADAS
Contusões
Resultam de danos primários aos tecidos gerada pelo impacto mecânico de um agente externo.
pode estar associada ao desenvolvimento de hematoma característico; o epitélio pode ser
perdido secundariamente como consequência de anóxia e necrose após danos à vascularização.
FERIDAS FECHADAS
Hematomas
São lesões semelhantes às contusões, exceto por serem elas mais pronunciadas e 
caracterizarem-se pelo derrame sanguíneo e formação de cavidade.
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FERIDAS FECHADAS - HEMATOMAS
FERIDA
INCISÃO LACERAÇÃO PERFURAÇÃO
ABERTA
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FERIDAS ABERTAS 
Incisões
São feridas abertas criadas acidental ou intencionalmente com objetos cortantes 
tais como lâminas, vidros ou chapas de metal. 
As margens cutâneas do corte estão perfeitamente delimitadas e com muito 
pouco tecido danificado.
◦ Feridas cirúrgicas
◦ Estruturas nobres como tendões, cápsula articular ou órgãos 
podem ser atingidos
◦ Decisão rápida de tratamento
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FERIDAS ABERTAS
Lacerações
Provavelmente as mais comuns entre os equinos. São geralmente produzidas por objetos
angulares, tais como cercas de arame farpado e por mordidas. Os bordos deste tipo de lesão,
são geralmente irregulares e o dano se estende aos tecidos subjacentes. Constituem uma
combinação de dano e perda tecidual, estendendo-se a qualquer profundidade abaixo da
epitélio.
FERIDAS ABERTAS - LACERAÇÃO
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FERIDAS ABERTAS
Perfurações
Essas feridas são produzidas por objetos cortantes e se caracterizam por perfurações
superficiais de tamanho pequeno, de profundidade variável.
São tipos especiais de ferida, porque embora a perda tecidual seja mínima, a injúria das
estruturas mais profundas após penetração pode resultar em debilidade.
As perfurações tendem a ser episódios importantes por afetarem camadas teciduais múltiplas,
órgãos cavitários ou cavidades corpóreas, além de possibilitar a penetração de corpos estranhos,
fontes de contaminação e difícil localização.
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REPARAÇÃO TECIDUAL
A reparação dos tecidos lesados, que se inicia com os primeiros mecanismos de retração vascular e
culminam com a reconstituição da superfície cutânea, pode ser dividida em várias fases.
Entretanto, isto não significa que haja, verdadeiramente, uma sequência de acontecimentos, pois
várias destas fases ocorrem concomitantemente, sobrepondo-se temporal e espacialmente.
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Avaliação da Ferida
Procedimentos do exame
Materiais e produtos mais usados no 
tratamento de feridas
•Luvas de procedimento e luvas estéreis;
•Água corrente ;
•Solução fisiológica;
•Gelo;
•Compressas quentes;
•Açúcar cristal;
•Sabão comum;
•Antissépticos:
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Produtos mais usados no 
tratamento de feridas
•Antibióticos: neomicina, nitrofurazona líquida e 
pomada (Furanil , Furacin)
Produtos mais usados no 
tratamento de feridas
•Pomadas cicatrizantes: Ganadol, Vulketan, Bandvet, 
Fibrase 
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Fibrase® (fibrinolisina, desoxirribonuclease, cloranfenicol) é uma associação de
enzimas ativas e é indicada no tratamento de lesões infectadas tais como
queimaduras, úlceras e feridas onde a dupla ação como agente debridante e
antibiótico tópico é requerida.
São 3 os seus componentes principais:
1) Uréia, que dissolve e elimina as secreções purulentas e os tecidos mortos, "limpando" a ferida e permitindo, 
deste modo, a ação profunda dos antibióticos sobreos germes da infecção.
2) A Penicilina, um antibiótico que tem ação predominante sobre determinados microrganismos, especificamente 
os germes gram-positivos como os estafilococos e os estreptococos, agentes comuns da supuração ou seja 
Streptococcus spp, Streptococcus pyogenes, Streptococcus epidermitis, Streptococcus aureus. Também faz 
exercer essa ação sobre numerosos bacilos ( B. anthracis, Bacillus spp ) bem como Pasteurella e Corynebacterium. 
Cria, portanto, nas feridas, um meio altamente impróprio ao desenvolvimento da infecção.
3) A Dihidroestreptomicina tem ação predominante sobre os germes gram-negativos, pouco sensíveis à penicilina 
(E. coli, Klebsiella, Salmonella, Shigella), podendo, entretanto, atuar também sobre alguns organismos gram-
positivos penicilino-resistentes (Staphylococcus, Actinobacillus).
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http://www.bulasderemedios.com/categoria/antibiotico/
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Vulketan: Composição
Cada 100 g contém:
Tartarato de ketanserina 0,345g (equivalente a 2,5mg de ketanserina por grama)
Excipiente q.s.p. 100,000g
Agente cicatrizante
Triticum vulgare, Bandvet* creme exerce sua ação farmacológica através de estimulação da 
atividade fibroblástica, proporcionando uma cicatrização mais rápida, completa e cosmética, 
mesmo nas feridas mais difíceis.
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Produtos mais usados no 
tratamento de feridas
•Repelentes: Unguento Pearson, Tanidil, Bactrovet e 
Lepecid → podem irritar a pele principalmente de 
equinos.
•Hipoglós, Topiglós, Pomaderme e óleo de fígado de 
bacalhau (também é cicatrizante) → não irritam a pele;
Produtos mais usados no 
tratamento de feridas
•Revulsivos: Calminex
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Produtos mais usados no 
tratamento de feridas
Para pensos ou bandagens: 
•Algodão
•Gazes
•Absorventes
•Fraldas
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❖ Ataduras de 10 e 20cm
❖ Malha tubular
❖ Esparadrapo
❖ V-trap
❖ tala de cano PVC
❖Silver Tape
Produtos mais usados no 
tratamento de feridas
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Cicatrização e Tratamento de 
feridas
➢Contenção mecânica ou química
➢ Identificação, avaliação e tratamento da 
ferida
➢Tratamento inicial o mais rápido possível
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Sinais de sedação
Indiferença ao meio ambiente
Extensão do pescoço e abaixamento de cabeça
Flacidez do lábio inferior
Edema facial e nasal podem ocorrer por congestão venosa dado ao abaixamento de cabeça
Flexão ocasional dos membros pélvicos
Ataxia
Discreta exposição peniano
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Considerações...
Sedação e analgesia
pode não ser tão eficaz em animais previamente excitados
não aumenta com doses adicionais do fármaco antes do período 
normal de duração
Doses adicionais após o período de duração normal, prolongam 
analgesia
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Considerações quanto ao sistema GI
Jejum
◦ Não necessário
◦ Recomenda-se empiricamente evitar concentrados 6 horas antes 
Evitar fornecer alimento 2 hs após administração (falsa via)
Cólica
◦ Não há evidência científica 
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Cicatrização e Tratamento de 
feridas
6 a 8 horas após lesão = ferida contaminada
Cicatrização por 1a intenção 
◦ Feridas cirúrgicas
Cicatrização por 2a intenção
◦ Feridas contaminadas
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Cicatrização e Tratamento de 
feridas
O procedimento e tempo de tratamento vão depender da
evolução da ferida e incluem nesta ordem:
1. Limpeza
2. Aplicação de antissépticos
3. Pomadas
4. Bandagens
5. Aplicação de repelentes
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Sempre usar luvas durante todos os procedimentos
Cicatrização e Tratamento de 
feridas
Limpeza:
◦ Remoção mecânica de bactérias e matéria estranha ao animal 
◦ Ideal - solução fisiológica estéril
◦ Água corrente limpa é uma ótima opção 
◦ Após a limpeza explorar a ferida para retirada de corpos 
estranhos.
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Feridas em eqüinos
Feridas em eqüinos
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Cicatrização e Tratamento de 
feridas
Antissépticos: podem ser usados ou não e sua escolha deve-
se basear na ação e efeitos deletérios de cada um
Cicatrização e Tratamento de 
feridas
A escolha da pomada:
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Cicatrização e Tratamento de 
feridas
Pensos ou Bandagens:
◦ Função de promover proteção e suporte a ferida
◦ São realizados principalmente em membros, pois em outros
locais dificilmente a bandagem fica no lugar
◦ Quando trocar? depende da ferida: pode ser substituída de
12 em 12 horas ou a cada 7 dias
◦ Importantíssima sua realização emergencial no caso de
hemorragias ou rupturas de tendão para encaminhar o animal
até o Médico Veterinário.
Cicatrização e Tratamento de 
feridas
•Funções dos pensos e bandagens:
•Otimizar processo de cicatrização
•Reduzir contaminação e infecção no local da ferida
•Reduzir edema e melhorar retorno venoso quando
aplicado com pressão adequada, principalmente em
membros
•Absorver secreções da ferida
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Cicatrização e Tratamento de 
feridas
•Proteger ferida de outros traumas
•Prevenir granulação exuberante
Cicatrização e Tratamento de feridas
•Complicações dos pensos e bandagens:
• Garroteamento: muita pressão ou pouco algodão
• Movimentação → Instabilidade
• Desvitalização de pele
• Atrofia muscular
• Contaminação: curativo realizado de forma inadequada
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Cicatrização e Tratamento de feridas
• Sinais de complicações:
• Febre em alguns casos
• Animal reluta em usar o membro afetado
• Permanece muito tempo deitado
• Morde e mastiga a bandagem: sinal que está incomodando
• Temperatura do casco alta (infecção) ou baixa (isquemia)
• Presença de secreção
• Presença de odor fétido
Sequência de realização de pensos em 
equinos
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Sequência de realização de pensos em 
equinos
Sequência de realização de pensos em 
equinos
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Sequência de realização de pensos em 
equinos
Sequência de realização de pensos em 
equinos
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Seqüência de realização de pensos em 
equinos
https://www.youtube.com/watch?v=PbXBK1g
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https://www.youtube.com/watch?v=PbXBK1gzp9w
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Seqüência de realização de pensos em 
equinos
Seqüência de realização de pensos em 
equinos
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FATORES QUE INFLUENCIAM A REPARAÇÃO DE FERIDAS
Embora não se possa definitivamente acelerar o processo de cicatrização, vários fatores
afetam adversamente a taxa de cicatrização das feridas. Entre estes fatores estão a má nutrição,
hipovolemia e hipotensão, hipóxia, hipotermia, infecção, trauma e o uso de medicamentos de
ação anti-inflamatória. A adequada manipulação destes fatores contribui para a manutenção
das condições ideais para ocorrer a cicatrização normal.
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AVALIAÇÃO DA FERIDA - considerações 
finais
Não é um procedimento simples
Se realizado erroneamente pode prejudicar o animal
Não há um tratamento ideal que sirva para todos os tipos de 
feridas
Supervisão do Médico Veterinário
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