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D I A G N Ó S T I C O E M O D I F I C A Ç Õ E S D A G R A V I D E Z EMBRIOLOGIA Há uma controvérsia em relação ao início da gravidez, visto que, do ponto de vista religioso, ela inicia com a fecundação, mas, do ponto de vista científico, ela inicia quando o embrião é implantado no endométrio. LAYANE SILVA FECUNDAÇÃO Fusão do óvulo com o espermatozoide (2 células haplóides formam 1 célula diplóide - zigoto) Com relação a fecundação, para que ocorra a gravidez é necessário ter 2 tipos diferentes células haplóides (óvulo + espermatozóide) que se tornam 1 célula diplóide chamada zigoto. Para que isso ocorra, existe o seguinte processo: o ciclo menstrual da mulher é caracterizado por uma ovulação no meio do ciclo, na qual ocorre liberação do oócito secundário o qual migra para a trompa. Este oócito é capturado por suas fímbrias, alcança a ampola tubária onde ele encontra o espermatozoide que entra através da vagina, segue pelo útero e alcança a ampola, assim, ocorre a fecundação e a partir de 2 células haplóides (fusão do óvulo com o espermatozóide) tem-se 1 célula diplóide ou o zigoto. No caso de uma fertilização in vitro, pega-se o óvulo da mulher e o espermatozóide do homem, fecunda-os, e coloca em um placa para crescer e multiplicar, 4 dias depois vira o blastocisto que será colocado na cavidade uterina da mãe. Nesse processo, o embrião precisa ser colocado já na fase blastocística para que haja fecundação, caso contrário ele não irá invadir o endométrio e a gravidez não irá seguir. Esse zigoto sofre diversas modificações, até poder retornar ao útero e se implantar no endométrio, assim, depois de 72h sofrendo multiplicações ele vira mórula, após 4 dias torna- se o blastocisto e somente após 6 dias o blastocisto é implantado no endométrio da mãe. NIDAÇÃO importante lembrar que o trofoblasto que faz a invasão no útero e produz o hormônio da gravidez (hCG) através de uma parte do trofoblasto - o sinciciotrofoblasto. O blastocisto é uma célula, que é constituído por embrioblasto, blastocele e trofoblasto, este último é formado por 2 tipos de células: 1. CITOTROFOBLASTO: responsável pela invasão placentária, ou seja, faz a invasão do embrião na placenta permitindo que a gestação continue. 2. SINCICIOTROFOBLASTO: responsável pela produção dos hormônios que irão manter a gestação até a formação da placenta, como estrogênio, progesterona, hCG (principal hormônio da gravidez), lactogênio placentário e glicocorticóide. DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ Na prática clínica, o diagnóstico precoce da gravidez é importante e pode ser clínico, hormonal ou ultrassônico. O diagnóstico de gravidez é feito a partir do beta-hCG, mas, em geral, a mulher quando suspeita de gravidez, faz o teste rápido de urina que deve ser feito pela manhã com a 1a urina do dia pois é necessário o acúmulo hormonal da madrugada para identificar o hormônio na urina pela manhã - o teste pode dar um falso-negativo se for feito em outros momentos do dia. Se o teste der positivo e a paciente for ao médico, ainda não está confirmada a gravidez, deve- se solicitar um beta-hCG quantitativo para definir quanto de beta-hCG está presente no sangue (existe o beta-hCG qualitativo, mas ele não é o ideal, só é feito quando não há acesso ao quantitativo ou em exames pré-operatórios). DIAGNÓSTICO CLÍNICO O útero pode ser palpado no abdome a partir de 12 semanas, à medida que a gestação avança, o fundo uterino fica mais alto, distanciando-se da sínfise púbica. Na 1a metade da gestação, usa-se a mensuração do fundo uterino, e, na 2a metade, o útero cresce 4 cm/mês. Nas primíparas, 2 semanas antes do parto pela queda do ventre e insinuação da cabeça fetal, o fundo baixa 2 cm - indício de que o parto ocorrerá nos próximos 15 dias. 8 semanas: alteração da consistência e formato uterino. 16 semanas: aumento do volume abdominal. Alteração da consistência uterina: o útero adquire consistência cística, elástico-pastosa, principalmente no istmo (sinal de Hegar) - o amolecimento intenso faz com que pareça que o corpo está separado do colo. Sinal de Hegar: útero com consistência elástica e amolecida, ao toque bimanual sensação de separação do corpo com a cérvice. Alteração do formato uterino: o útero cresce assimétrico, principalmente na zona de implantação, tem sensação tátil de abaulamento e amolecimento com um sulco separando as 2 regiões (sinal de Piskacek). Na ausência de gravidez, os fundos de saco estão vazios, a partir de 8 semanas, quando a matriz de piriforme torna-se globoso, o dedo que examina encontra-os ocupados pelo corpo uterino (sinal de Nobile- Budin). Há percepção dos batimentos do pulso vaginal nos fundos de saco (sinal de Osiander) devido à hipertrofia do sistema vascular. Ao entreabrir a vulva, pode haver coloração violácea da mucosa (sinal de Jacquemier ou Chadwick) e na mucosa vaginal (sinal de Kluge). Sinal de Piskacek: crescimento uterino assimétrico percebido na palpação, porque a implantação ocorreu mais de um lado que de outro. Sinal de Nobile-Budin: fundo de saco uterino preenchido em decorrência do útero com forma globosa. Sinal de Osiander: pulso da artéria vaginal ao toque. Sinal de Jacquemier: mucosa vulvar, vestíbulo e meato urinário tem coloração violácea. Sinal de Kluge: mucosa vaginal violácea em razão de congestão pélvica. Aumento do volume abdominal: o útero torna-se palpável com 12 semanas e há aumento do volume abdominal progressivo em torno de 16 semanas. LAYANE SILVA Os sintomas da gravidez são classificados em de presunção, de probabilidade e de certeza. I. SINAIS DE PRESUNÇÃO 4 semanas: amenorréia 5 semanas: náuseas e congestão mamária 5a semana: congestão das mamas - mastalgia 8a semana: aréolas primárias mais pigmentadas e surgimento de projeções secundárias ou mamilo secundário (tubérculos de Montgomery). 16a semana: produção de colostro (secreção amarela), surgimento da rede venosa de Haller. 20a semana: aumento da pigmentação da aréola → limites imprecisos (sinal de Hunter) Atraso menstrual: pode ser percebido a partir de 4 semanas (percebidos pela mulher rapidamente), sinal mais precoce, assim, em mulheres jovens, com ciclos menstruais regulares e vida sexual ativa, a amenorréia pressupõe gravidez Náuseas e vômitos: ocorre entre 5-14 semanas, tipicamente no período da manhã, em razão da estimulação do hCG, que se eleva durante a noite. Congestão das mamas: as pacientes relatam que as mamas estão congestas e doloridas, evoluindo da seguinte forma: 1. 2. 3. 4. O escurecimento da pele se dá pelo escurecimento que ocorre na aréola da mulher como um mecanismo de seleção natural, visto que o bebê ao nascer não enxerga muita coisa e o escurecimento da mama objetiva chamar atenção para que ele consiga mamar, no entanto, para que isso ocorra há também escurecimento de outras regiões. 6 semanas: polaciúria Polaciúria: no 2o e 3o mês de gestação, o útero fica aumentado e com anteflexão acentuada, comprimindo a bexiga, levando a micção frequente com quantidade reduzida de urina; no 2o trimestre cessa e retorna nas 2 últimas semanas ao insinuar a apresentação fetal. II. SINAIS DE PROBABILIDADE 6 semanas: amenorreia, aumento do volume uterino. Ausência de gestação: órgão intrapélvico, localizado abaixo do estreito superior. 6a semana: expansão do útero (volume de tangerina). 10a semana: útero do tamanho de uma laranja. 12a semana: a cabeça fetal a termo é palpada logo acima da sínfise púbica. 16a semana: palpado à meia distância da sínfise púbica e cicatriz umbilical. 20a semana: palpada na cicatriz umbilical, próximo das rebordas costais. > 20 semanas: correlação entre a medida e idade gestacional, ou seja, a cada idade gestacional tem-se a medida uterina correspondendo a IG. Amenorreia: após 10 a 14 dias de atraso menstrual, é um provável sinal de amenorreia que pode ocorrer em circunstâncias fisiológicas e patológicas (como aleitamento e menopausa). Aumento do volumeuterino: o toque combinado infere as alterações que a gravidez imprime ao útero, que evolui da seguinte forma: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. Após 38 semanas a barriga da gestante começa a reduzir porque o bebê começa a encaixar na pelve da mãe, reduzindo o fundo uterino. III. SINAIS DE CERTEZA 14 semanas: sinal de Puzos 18 semanas: percepção e palpação dos movimentos ativos fetais (tornam-se vigorosos com a evolução da gestação), palpação dos segmentos fetais (aumento do volume do feto e palpa-se cabeça e membros). Sinais dados pela existência do concepto, anunciada pelos batimentos cardiofetais e movimentação ativa - a USG pode rastreá-los com 7-8 semanas. Sinal de Puzos: rechaço fetal intrauterino (deslocamento do feto após toque vaginal) obtido ao impulsionar o feto com os dedos dispostos no fundo de saco anterior. 20-21 semanas: ausculta para identificação dos batimentos cardíacos fetais (bcf) com o estetoscópio de Pinard (20 semanas) ou sonar-Doppler (12 semanas). Movimentos fetais: podem ser percebidos a partir de 18-20 semanas, no entanto, há mulheres que podem sentir mais tardiamente, por volta das 22 semanas. Duplica a cada 48h (doubling time) na gestação viável. Esse mecanismo é importante pois a involução do corpo lúteo mantém o aporte de progesterona, visto que ele tende a evoluir em 14 dias quando não ocorre fecundação. Em geral, a mulher depois que ovula, faz o corpo lúteo no ovário que fica produzindo progesterona - assim, quando ela engravida, passa a produzir o hCG que mantém o corpo lúteo, caso contrário a ausência do hCG provoca a involução do corpo lúteo. O beta-hCG dobra a cada 48h (doubling time) se for uma gravidez viável, então, por exemplo, se a paciente estiver com beta-hCG de 2.000 e já tiver tido uma perda gestacional, primeiramente, deve-se consultar o valor de referência do beta para a IG da paciente. Supondo que 2.000 esteja dentro do valor de referência deve-se pedir outro beta-hCG em 48 horas para verificar se o valor dobra. Assim, uma das formas de garantir que a gravidez é viável é fazer o beta-hCG para confirmar se o valor dobra, nesse caso, o beta-hCG dessa paciente teria que vir com 4.000, se após 48 horas, se vier 1.000 significa que ela está perdendo o bebê e esse processo é irreversível - se ela tiver aborto de repetição pode-se identificar a causa para resolver na próxima gravidez, mas a gravidez atual ela já perdeu. Por outro lado, se em 48 horas, ele foi de 2.000 para 10.000 existem 2 possibilidades: (1) gêmeos e (2) mola hidatiforme, que é um tipo de doença na placenta na qual a produção de beta-hCG é muito alta, ela começa como uma gravidez porque a mulher tem os mesmos sintomas, mas é uma doença que pode acontecer porque (1) o óvulo que estava vazio foi fecundado por um espermatozóide, ou seja, só tem uma carga genética, apenas do espermatozóide (23 cromossomos) e não forma bebê, pois o normal seriam 46 cromossomos. Ou (2) o ovo tinha carga genética mas 2 espermatozóides fecundaram o mesmo óvulo formando 72 cromossomos, que também é inviável. Ambas as condições formam uma mola hidatiforme que é uma doença benigna que produz muito beta-hCG através do sinciciotrofoblasto em função de uma alta taxa de multiplicação celular, mas pode se tornar maligna se invadir o útero e disseminar para o pulmão e cérebro, pois se torna um câncer. Nesse caso, será feito o esvaziamento uterino e acompanhamento da paciente por 1 ano pós-esvaziamento para que o beta-hCG fique negativo e ela seja liberada para engravidar, se ele não ficar negativo deve-se investigar câncer através da tomografia de pulmão. LAYANE SILVA IV. OUTROS SINTOMAS DE GESTAÇÃO Sialorréia: aumento expressivo da saliva de forma inexplicada. Aumento da sensibilidade álgica mamária: aumento do volume das mamas que se inicia em torno da 5a semana → em razão do estímulo do hCG e da progesterona. Distensão abdominal e constipação: o aumento da progesterona ocasiona redução da motilidade intestinal. Tonturas: queda de resistência vascular periférica, isso porque a placenta agora funciona como shunt, ou seja, ela possui vários vasos periféricos, diminuindo a resistência periférica do seu corpo de forma geral. Sonolência e fadiga: ocorrem mais no 1o trimestre em razão da progesterona. Dispneia: leve e de aparecimento gradual, tende a ocorrer no 2o ou 3o trimestre. Lombalgia: ocorre mais no 2o trimestre, decorrente da modificação do centro de gravidade. Alterações cutâneas: estrias, cloasma gravídico e linha nigra. Sinal de Hartmann: sangramento de implantação, é o único sangramento comum na gestação, ocorre cerca de 7 a 8 dias após a fecundação. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL O diagnóstico hormonal baseia-se na produção de gonadotrofina coriônica humana (hCG) pelo ovo, que inicia 1 semana após a fertilização pelo trofoblasto que está implantado no endométrio, sendo encontrado no plasma ou urina maternos, podendo ser identificado por 3 tipos de teste: imunológico, radioimunológico (RIA) e enzima- imunoensaio (ELISA). Valores acima de 1000 UI/L asseguram a presença de gestação em 95% dos casos. Se o beta-hCG estiver abaixo de 1.000 pode-se considerar uma gestação química, que acontece nas mulheres que tem beta-hCG positivo por volta de 800 mas não é possível visualizar nada dentro do útero e depois esse beta-hCG cai, porque provavelmente formou sinciciotrofoblasto mas não se tornou um embrião. Em resumo, se o beta-hCG dobrou, é uma gravidez viável e, se não dobrou, existe algum problema para ser investigado. Raramente ocorrem gestações com valores de beta-hCG abaixo de 1000, mas podem acontecer casos. Beta-hCG do plasma é uma glicoproteína produzida pelo sinciciotrofoblasto, que previne involução do corpo lúteo – responsável pela produção de progesterona até 6 semanas até a placenta assumir sua posição. I, DOSAGEM DE B-HCG NO PLASMA Termo-precoce: 37 sem + 0 d a 38 sem + 6 d Termo-completo: 39 sem + 0 dia a 40 sem + 6 d Termo-tardio: 41 sem + 0 d a 41 sem + 6 d Pós-termo: ≥ 42 sem No 1o trimestre a idade da gravidez é estimada pela medida do comprimento cabeça-nádega (CCN) com precisão de ± 5 dias, de 12 até 20 semanas, o diâmetro biparietal (DBP) fornece precisão de ± 10 dias - após 20 semanas, as medidas sonográficas são imprecisas. - 6 semanas: é possível visualizar o embrião e ouvir os batimentos cardiofetais (BCF). A partir de 5 semanas, pode-se visualizar a vesícula vitelina e, com 6 semanas, o eco embrionário e sua pulsação cardíaca bcf. Em torno de 10-12 semanas, há espessamento no SG, que é a placenta em desenvolvimento e seu local de implantação no útero, já, com 12 semanas, a placenta pode ser identificada e tem estrutura definida com 16 semanas. DIAGNÓSTICO ULTRASSONOGRÁFICO LAYANE SILVA 4 semanas: a paciente pode fazer a USG, será visualizado apenas o saco gestacional, tendo a convicção de que é gravidez intrauterina e não ectópica - não há visualização do embrião ou batimentos cardíacos. 5 semanas: pode-se visualizar o saco gestacional com a vesícula vitelina, que é a porção anecóica pertencente ao embrião - não é possível visualizar o embrião ou batimentos cardíacos. Nesse diagnóstico tem-se a idade gestacional para precisar e guiar o diagnóstico, assim, o mínimo que a paciente precisa ter para realizarmos a USG é 4 semanas. Abaixo disso o B- hCG está < 1000 mUI/ml e ainda não é possível visualizar o saco gestacional, podendo ocasionar um diagnóstico equivocado de “não gravidez”. É obrigatória a USG transvaginal no 1o trimestre, com 4-5 semanas, na parte superior do útero, começa a aparecer uma formação arredondada, anelar, de contornos nítidos, que corresponde à estrutura ovular (saco gestacional). O hCG é constituído pela subunidade alfa e beta, bem como os hormônios produzidos pela hipófise (TSH, FSH e LH). A subunidade alfa é igual em todos eles, e é por isso que dosamos o “B-hCG”, porque se dosássemos o a-hCG poderíamos ter falso positivo.Isso é importante porque a produção de hCG interfere na produção dos outros hormônios e faz alterações metabólicas que são importantes no início da gravidez. Prova de inibição da aglutinação do látex: ou teste de lâmina, é de leitura rápida, com duração de minutos, tem resultado discutível e sensibilidade menor. Prova de inibição da hemaglutinação: ou teste de tubo, oferece leitura em 2 horas, de interpretação duvidosa e com mais sensibilidade. O hCG é uma proteína, que induz à formação de anticorpos (antissoro), que é utilizado para identificar hormônios na urina a ser examinada, sendo visível com hemácias ou partículas de látex. 1. 2. II. TESTES IMUNOLÓGICOS O teste de farmácia também detecta o hCG urinário, tem boa sensibilidade, a partir de 200 unidades ele gera resultado positivo. Dosagem de hCG por método radioimunológico (RIA), mas há dificuldade em função da reação cruzada com LH hipofisário. III. TESTES RADIOIMUNOLÓGICOS A intensidade da cor obtida é proporcional à quantidade de hormônio, tem maior tempo de vida útil, pois não contém radioisótopos. IV. TESTE ELISA Se a paciente fizer a USG com 6 semanas e não ouvir os BCF não significa que a gestação é inviável, há 2 situações: (1) Se o bebê já tiver um tamanho superior a 7mm: ele precisa ter batimentos, caso não haja, a gestação é considerada inviável ou aborto retido, e a paciente precisa ser submetida a procedimento para esvaziamento uterino. (2) Saco gestacional (> 25mm) sem vesícula vitelina ou embrião, é uma gestação anembrionada, ou seja, houve formação do saco gestacional, mas não do embrião. É comum que após receber o diagnóstico de gravidez com confirmação pelo beta-hCG que foi repetido após 48 horas e apresentou valor dobrado, as pacientes queiram fazer uma ultrassonografia e acabam não visualizando, por isso que é necessário um resultado de beta-hCG maior para indicar a USG, pois os componentes aparecem de forma gradual. Posteriormente, as mães ficam ansiosas entre 4 e 6 semanas porque o bebê ainda não apareceu na USG, então lembrar que se estiver com uma gestante de 4 semanas e não aparecer conteúdo no útero, não se deve indicar esvaziamento uterino, isso seria induzir aborto pois o bebê ainda irá aparecer nas próximas semanas, por isso pede-se para a grávida repetir a USG em 2 semanas (6 semanas de gestação). Os valores de beta-hCG para visualizar cada estrutura são variáveis, por isso deve-se ter calma em relação ao diagnóstico de gravidez para não esvaziar o útero em uma gravidez viável, assim, não pode-se esvaziar o útero de uma mulher com beta-hCG de 10.000 quando o bebê ainda não apareceu na USG, ele pode aparecer um pouco depois, deve- se aguardar. Quantidade de fetos: dupla, tripla etc. Consiste em mais de um bebê dentro do útero da mãe, nesse caso, a gestação gemelar pode ser classificada a partir dos seguintes parâmetros: GESTAÇÃO MÚLTIPLA Quantidade de óvulos fecundados: zigotia; Quantidade de placentas: corionia; Quantidade de cavidades amnióticas: amnionia A gestação múltipla pode ser ainda dizigótica ou monozigótica, isso significa que quando engravida de 1 bebê corresponde apenas a 1 zigoto, pois 2 células haplóides se juntam para formar 1 célula diplóide, então em uma gravidez normal, 1 óvulo e 1 espermatozóide, formam 1 zigoto que gera 1 bebê. Por algum motivo, algumas mulheres possuem 2 óvulos que são fecundados por 2 espermatozóides diferentes formando um segundo zigoto. Assim há uma gestação gemelar com 2 placentas, 2 sacos separados com 2 bebês, ou seja, uma gestação dizigótica, dicoriônica e diamniótica, nesse caso, os bebês podem ser de sexos diferentes e aparência diferentes por serem de 1 óvulo e 1 espermatozóide diferentes. Na FIV, também são colocados 2 zigotos diferentes formando esse tipo de gestação - atualmente não é permitido colocar mais do que 2 zigotos, para não fazer gestações trigemelares ou quadrigemelares pois aumentam muito o risco de complicações maternas. LAYANE SILVA SUPERFECUNDAÇÃO: fertilização de 2 óvulos em coitos diferentes no mesmo ciclo menstrual, ou seja, a mulher ovula 2 vezes em um ciclo e pode engravidar em dias diferentes. Por exemplo, ela pode ter ovulado na segunda- feira e engravidado, e ovulado novamente na quinta-feira e engravidado. É uma condição rara, que vai gerar gestação gemelar de óvulos diferentes e, se ela teve relação sexual com homens diferentes, os bebês serão de pais diferentes - mas o intervalo só pode ser no mesmo ciclo. Antes de 8 semanas: saco gestacional = define corionicidade Dentro da barriga da mãe, existe o útero, que tem uma membrana que fica cheia de líquido do bebê chamada de cavidade amniótica, 1 placenta e 1 cordão umbilical ligado na barriga do nosso bebê, assim, tem-se que 1 placenta representa 1 cório, então a gestação pode ser monocoriônica ou dicoriônica, e 1 saco gestacional representa 1 âmnio, então a gestação pode ser monoamniótica ou diamniótica. 2 placentas e 2 sacos com bebê dentro: dicoriônica e diamniótica 1 placenta e 1 bebê em cada saco: monocoriônica e diamniótica 2 bebês com 1 placenta e 1 saco: monocoriônica e monoamniótica Outra situação é quando há 1 zigoto apenas e ele se divide em algum momento do trajeto da ampola até o útero: (1) até o 3o dia de divisão ele vai gerar uma gestação com 2 placentas e 2 sacos diferentes, mas os bebês não podem ser de sexos diferentes porque eles vieram do mesmo zigoto e tem aparência similar, (2) após o 3o dia e até o 8o dia de divisão essa gestação só pode ser monocoriônica (1 placenta) mas com 2 sacos gestacionais, (3) se for entre o 8o e o 13o dia será uma gestação com 1 placenta e 1 saco, e (4) se for após o 13o dia serão gêmeos siameses ou acolados. Então o que define como será a gestação gemelar é quando ocorreu a divisão do zigoto. O melhor tipo de gravidez gemelar é a dizigótica e diamniótica (1 saco e 1 placenta para cada, saem com 38 semanas), depois a monocoriônica e diamniótica (1 placenta e cada um no seu saco, saem com 36 semanas) e monocoriônica e monoamniótica (2 no mesmo saco, saem com 32 semanas). O histórico familiar é um dos fatores genéticos que favorece o óvulo a dividir, então famílias que tem muitos gêmeos tem maiores chances de ter mais gestações gemelares. MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO As alterações fisiológicas da gestação são decorrentes de fatores hormonais e mecânicos, e os ajustes verificados no organismo da mulher devem ser considerados normais durante o estado gravídico. MODIFICAÇÕES SISTÊMICAS POSTURA: sua alteração precede a expansão de volume do útero, mas, quando a matriz, evadida da pelve, apoia-se à parede abdominal, e as mamas, dilatadas e engrandecidas, pesam no tórax, o centro de gravidade se desvia para frente, e o corpo projeta-se para trás. Assim, para manter o equilíbrio, a gestante empina o ventre, provocando lordose da coluna lombar, amplia a base do polígono de sustentação, os pés se afastam e as espáduas se projetam para trás. MARCHA: há passos oscilantes e mais curtos (deambulação dos gansos - marcha anserina) em função da base de sustentação ampliada e os ângulos que formam os pés com a linha mediana aumentados, principalmente à direita, pelo dextrodesvio uterino. As articulações sacroilíacas e a sínfise pubiana tem maior mobilidade durante a gestação em função da relaxina, secretada pela placenta, e a frouxidão dos ligamentos pode alargar 4-4,5 mm, causando aumento da capacidade pélvica, o que favorece a disjunção sinfisária e os movimentos de nutação do sacro. POSTURA E DEAMBULAÇÃO OSTEOMIOARTICULAR LORDOSE LOMBAR: para corrigir o eixo corporal, principal em função do tamanho da barriga. MARCHA ANSERINA: ampliação da base de sustentação, como a barriga torna-se grande, para que ela não perca o equilíbrio e caía, ela abre as pernas. EMBEBIÇÃO GRAVÍDICA: relaxamento dos ligamentos, pois no parto a mulher precisa que ocorra afastamento dos ligamentos para o bebêconseguir nascer, para isso ocorre a frouxidão ligamentar. DORMÊNCIA EM MEMBROS SUPERIORES: descolamento da escápula (tração dos nervos ulnar e mediano). Início da gravidez: vasodilatação periférica por aumento do NO, acréscimo da frequência cardíaca e elevação do débito cardíaco. > 20 semanas: útero gravídico impede retorno venoso ao coração na posição supina (síndrome de hipotensão supina), que melhora com decúbito lateral esquerdo. 28-32 semanas: elevação do volume sistólico e expansão do volume plasmático. Parto: cada contração uterina leva à autotransfusão de 300-500 mℓ de sangue de volta para sistema circulatório, aumento do débito cardíaco durante as contrações, e elevação na frequência cardíaca e na pressão arterial pela resposta simpática à dor e à ansiedade no parto. As maiores alterações hemodinâmicas incluem o aumento do débito cardíaco, volume sanguíneo em função do volume plasmático, redução da RVP e pressão sanguínea, que contribuem para o crescimento e desenvolvimento do feto e protegem a mãe das perdas fisiológicas de sangue no parto. LAYANE SILVA Difusão facilitada de glicose pela placenta fornece maior disponibilidade de glicose para o feto e provoca hipoglicemia em jejum. Aumento da resistência a insulina provoca dificuldade de utilização da glicose pela mãe, desencadeando na genitora, após se alimentar, hiperglicemia pós-prandial. Aumento dos hormônios contrainsulínicos (hormônio lactogênico placentário) causa aumento da resistência a insulina que provoca hiperinsulinemia. O consumo contínuo de glicose pelo concepto e seu rápido transporte pela placenta influenciam o metabolismo dos carboidratos na gestante. No 2o trimestre, há aumento na resistência à insulina, associado à níveis elevados de hormônio lactogênio placentário humano (hPL), hormônio do crescimento placentário humano (hPGH) e adipocinas (leptina, adiponectina, TNF-alfa, IL-6). As alterações no metabolismo materno supre o rápido crescimento e desenvolvimento do concepto durante a gravidez, entre as principais alterações estão: METABOLISMO GLICÍDICO: há demanda permanente de glicose em função do concepto (consumidor de glicose), pois, no jejum, ele continua a extrair glicose e aminoácidos (parasitismo verdadeiro). Esse suprimento ininterrupto necessita de alterações como: redução do consumo da glicose e de sua utilização periférica, além da elaboração de hormônios contrainsulares. De forma resumida, quando a mulher engravida, tudo o que ela faz é para a proteção fetal, sendo assim, a comida que ela come, vira glicose e faz difusão facilitada com a placenta para ter maior disponibilidade para o feto. Logo, o feto aumenta o aporte de glicose, e a mãe, se passar muito tempo sem comer, fica com hipoglicemia, visto que o seu aporte vai para o feto. Para que a glicose vá para o feto, há aumento da resistência à insulina na mãe, dificultando o uso da glicose, provocando hiperglicemia pós-prandial. METABÓLICAS Consequências: (1) O feto fica com muita glicose e hiperinsulinismo compensatório. (2) A mãe fica com a resistência alta à insulina, o que aumenta o risco de diabetes gestacional. METABOLISMO LIPÍDICO: há demanda fetal de nutrientes através da placenta para suprir seu desenvolvimento, principalmente glicose e aminoácidos, causando acúmulo de lipídios nos tecidos da gestante e a hiperlipidemia gestacional. HEMODINÂMICAS Anemia fisiológica da gestação Redução do ácido fólico Trombocitopenia gestacional Leucocitose relativa Hipercoagulabilidade A alteração no volume plasmático causa diluição dos fatores circulantes (hemodiluição das hemácias), aumento da produção de eritrócitos, leucócitos e concentração de fibrinogênio, diminuição no número de hemácias, concentração de hemoglobina e hematócrito. A concentração de hemoglobina reduz de 13,3 g/dℓ, valor médio não gravídico, para 11 g/dℓ, no 3o trimestre da gravidez, assim, a gestante requer maior quantidade de ferro alimentar para suprir as necessidades e as do feto pelo aumento da absorção desse elemento. - Volume plasmático: aumento de 40 a 50% causando hipervolemia. - Aumento de 20-30% da produção de eritrócitos, a partir da reposição de perdas fisiológicas + passagem de eritrócitos para o Fe, no entanto, aumenta a demanda de Fe, cuja reposição deve ser de 30-60 mg de Fe elementar. As necessidades de ácido fólico estão aumentadas de 50 para 400 μg por dia, por isso, faz-se a suplementação de ácido fólico (0,4 mg/dia) 1 mês antes da gravidez e no 1o trimestre reduz os defeitos do tubo neural (DTN) e outras malformações, além de prevenir anemia megaloblástica. As plaquetas estão reduzidas por diluição ou aumento do volume plasmático - isso quando elas estiverem acima de 100.000, no entanto, abaixo disso é sempre patológico. Ocorre aumento da concentração dos leucócitos, assim, considera-se aceitável leucócitos até 15 mil/mm3. Há aumento dos fatores pró-coagulantes, principalmente fibrinogênio, e redução da atividade fibrinolítica, que é responsável pela hemostasia fisiológica ao tempo da separação da placenta no secundamento, que favorece a ocorrência de trombose na gestação e puerpério. HEMATOLÓGICAS URINÁRIAS Anatômicas: deslocamento dos rins pelo aumento do volume uterino; aumento de tamanho dos rins pelo acréscimo do volume vascular renal e do espaço intersticial; dilatação da sua porção superior (hidronefrose fisiológica) por fatores hormonais e mecânicos; compressão dos ureteres pela expansão do útero;ureterectasia pela inibição da musculatura lisa ureteral pela progesterona; dilatação ureteral à direita pela dextrorrotação uterina; aumento da estase urinária predispondo a ITU, pielonefrite e nefrolitíase; deslocamento da bexiga anteriormente com expansão lateral com compressão do útero aumentado na cúpula vesical; hiperemia e congestão da mucosa uretral e vesical pelos níveis elevados de estrogênios; redução da resposta contrátil do colo vesical a estímulos alfa- adrenérgicos e diminuição do suporte pélvico da parede vaginal anterior e da uretra. Fisiológicas: aumento do fluxo plasmático renal e da TFG; diminuição da creatinina plasmática pela alteração da excreção renal e baixos valores de creatinina no soro; diminuição da concentração de ácido úrico pela ação uricosúrica dos estrogênios e do aumento da taxa de FGR; hipercalciúria pelo aumento da absorção do cálcio intestinal; glicosúria fisiológica pelo aumento da TFG que excede a reabsorção tubular da glicose; proteinúria fisiológica; aumento da frequência urinária decorre da compressão do útero gravídico na bexiga. Posicionamento do coração: elevação do diafragma → deslocamento do ápice para esquerda → aumento da silhueta cardíaca do Raio-x de tórax. Resistência vascular periférica (RVP): redução (placenta fístula arteriovenosa) ocorre no 2o trimestre. PA: aumenta DC x reduz RVP Pressão venosa: aumentada por compressão da veia cava inferior e veias pélvicas quando está em decúbito dorsal. Há redução da PA no 2o trimestre - a PA normal na gestação é < 140 x 90 mmHg, acima disso pode ter pré-eclâmpsia. Consequência: reflexo vasovagal (bradicardia + hipotensão + lipotimia) + edemas de MMII e varizes pélvicas, favorecendo trombose. LAYANE SILVA RESPIRATÓRIAS Elevação do diafragma + aumento da circunferência torácica → aumento do volume corrente pulmonar. Redução CO2 no sangue materno, que facilita o transporte placentário de CO2 fetal para a mãe. Aumento do volume corrente e redução do CO2 materno provoca dispneia fisiológica. As principais alterações são: expansão do volume sanguíneo e vasodilatação resultam em hiperemia e edema da mucosa do sistema respiratório superior, que predispõe congestão nasal, epistaxe e alterações da voz. As alterações na caixa torácica e no diafragma são: relaxamento dos ligamentos das costelas, aumento do ângulo subcostal, diâmetro anteroposterior e transverso do tórax, expansão da circunferência torácica, elevação do diafragmapelo aumento do útero gravídico. Quanto à função ocorre redução da complacência da parede torácica, aumento do trabalho respiratório, elevação do volume-corrente, expansão da caixa torácica e aumento do estímulo respiratório, aumento do estímulo do centro respiratório no SNC, redução do volume de reserva expiratório e volume residual (redução da capacidade residual funcional). As principais modificações respiratórias são: frequência respiratória sem alteração, volume-corrente e volume-minuto aumentados, capacidade residual funcional diminui, hiperventilação fisiológica e dispneia. CARDIOVASCULARES Frequência cardíaca aumenta de 10 a 15 bpm. Ausculta cardíaca: sopro sistólico Pacientes cardiopatas no pós parto necessitam ficar em vigilância na UTI por 24h, visto que após o parto elas possuem retorno das alterações cardíacas, podendo descompensar o coração. GASTROINTESTINAIS No 1o trimestre, ocorrem náuseas matinais e vômitos levando à anorexia e “desejos” por certos alimentos, que estão relacionados com níveis crescentes de hCG e estrogênios, pode ocorrer gengivite em função do acúmulo da placa bacteriana na margem gengival, está associado a eritema, sangramento e intumescimento da zona afetada. No 2o trimestre, há redução na secreção gástrica de ácidos, alta incidência de pirose, combinação do relaxamento do esfíncter gastroesofágico ao aumento de pressão intra- abdominal - a vesícula fica hipotônica, distendida, com bile viscosa e tende a formar cálculo. De forma resumida, há aumento da progesterona que reduz motilidade gástrica, ou seja, o que a paciente come demora mais para descer, porque o peristaltismo está reduzido e demora para ser digerido, causa constipação intestinal e maior incidência de hemorróidas, pois a paciente terá mais dificuldade para evacuar. Além disso, a paciente cursa com relaxamento do esfíncter esofagiano inferior + aumento da pressão abdominal, o que culmina no refluxo gastroesofágico + pirose. ENDÓCRINAS Glândula tireóide As alterações fisiológicas provocam aumento na produção dos hormônios tireoidianos, volume da tireóide causado por hiperplasia e maior vascularidade, inibição da hipófise e queda transitória da TSH ou tireotrofina, aumento da TBG, efeito da concentração elevada de estrogênios, queda na concentração de T3 e T4 e aumento no TSH e produção de 3 enzimas deiodinases. O estímulo da glândula pelo hCG, pela semelhança entre estrutura do hCG e TSH, provoca aumento da produção de T3 e T4, e mais tardiamente há redução da produção de TSH pela “grande ativação”, propiciando hipertireoidismo subclínico (T3 e T4L aumentados e TSH reduzido). Na gestação, esse quadro é “hipertireoidismo transitório”, pois quando a tireóide entende que o estímulo está sendo causado pelo hCG e não pelo TSH, o quadro será revertido, sendo normal no 1o trimestre e depois é corrigido. A maior parte do que foi mencionado volta ao normal com o fim da gestação, e o período do puerpério, que é justamente uma fase de readaptação do corpo para retornar ao seu estado fisiológico. Hipófise - Aumento da hipófise anterior. - Aumento da produção de prolactina em até 10x para facilitar a amamentação LAYANE SILVA CUTÂNEAS Estrias gravídicas: estrias no abdome ou seios, inicialmente vermelhas, que tornam-se brancas ou nacaradas; Eritema palmar Telangiectasias: ocorre pelos altos níveis estrogênicos; Linea nigra: aumento na pigmentação da linha alva do abdome inferior; Cloasma: aumento na pigmentação da face; Hipertricose: pelos na face e em outras regiões, crescimento mais acentuado dos cabelos; Unhas quebradiças; Hipertrofia das glândulas sudoríparas e sebáceas. Isso ocorre pelo aumento do: (1) aumento do estrogênio e progesterona e (2) hipertrofia da hipófise (aumento do metabolismo da pró-ópio-melanocorticotrofina, beta- endorfina + alfa-melanotropina). A alfa-melanotropina é a mais importante, pois estimula os melanócitos a produzir mais melanina, podendo desencadear linha nigrans, cloasma e hipersecreção sebácea. Deve-se orientar as gestantes a utilizar protetor solar cerca de 2x por dia, pois qualquer lesão que sofrer pigmentação, pode não regredir após a gravidez. MODIFICAÇÕES DOS ÓRGÃOS GENITAIS As principais alterações são: espessamento do epitélio vaginal pela influência dos estrogênios, aumento da descamação que aumenta secreção vaginal com pH mais ácido para proteger contra infecção ascendente, aumento da vascularização da vagina, tumefação, amolecimento e alteração da coloração da vulva e vagina, pigmentação vermelho-vinhosa, entreabertos ninfas e grandes lábios da vulva (sinal de Jacquemier). VULVA E VAGINA Ocorre amolecimento no local da implantação, progredindo pelo órgão e outras estruturas pélvicas, diminuição da consistência subordinada à embebição gravídica e à redução do tônus (sinal de Hegar), aumento do órgão de forma assimétrica (sinal de Piskacek), matriz de piriforme torna-se globosa (sinal de Nobile-Budin), hiperplasia das células miometriais nos primeiros meses seguida de crescimento miometrial e afinamento da parede uterina, elevação do fluxo sanguíneo e dextrotorção uterina. Miométrio: aumento da massa, hipertrofia dos elementos musculares, hiperplasia dos elementos musculares e aumento do tecido conectivo/conjuntivo. Colo: torna-se amolecido, o estrogênio estimula o crescimento do epitélio colunar do canal cervical (ectrópio/eversão), fica azulado pela maior vascularização, as prostaglandinas induzem remodelação do colágeno cervical, a colagenase produzida pelos leucócitos contribui para amolecimento, modificação da posição do colo, formação do tampão mucoso, apagamento do colo. ÚTERO