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Vitaminas São compostos orgânicos e nutrientes essenciais que o organismo precisa, em pequenas quantidades, para que haja o funcionamento normal do seu metabolismo Um composto é denominado vitamina quando o organismo não consegue sintetizá-lo em quantidades suficientes, devendo, portanto, ser obtido através da dieta. Assim, o termo “vitamina” depende das circunstâncias de cada organismo específico. Ácido ascórbico ➝ Molécula fundamental para as células humanas. Vitamina C tradicional. Não é vitamina para outros tipos de organismos Existem algumas vitaminas cuja síntese se processa no próprio organismo, quer em tecidos (D), quer por intermédio de bactérias que vivem no tubo digestivo (K e biotina). O organismo pode construir essas vitaminas utilizando substâncias que ingere nos alimentos. Outras podem ser produzidas sobre a forma de precursores químicos que são posteriormente sintetizados à sua forma final (são inativados e ativados quando necessário). ↳ A vitamina A pode ser fabricada pelo próprio organismo a partir de substâncias denominadas carotenos ou pró-vitamina A. Sem a presença do caroteno, não há síntese de vitamina A. Por convenção ➝ Vitamina não inclui outros nutrientes como ácidos graxos essenciais ou aa essenciais (necessários em maior quantidade do que as vitaminas), nem o grande número de outros nutrientes que promovem a saúde (sais minerais, fibras solúveis e insolúveis), mas são necessários em menor frequência para se manter a saúde do organismo Atualmente ➝ 13 compostos classificados como vitaminas Vitaminas são classificadas de acordo com sua atividade biológica e química e não pela sua estrutura Cada vitamina refere-se a uma série de compostos vitâmeros que mostram a atividade biológica associada a uma determinada vitamina. Cada conjunto desses compostos químicos é agrupado num título de descritor genérico ao qual é atribuída uma letra Vitâmero ➝ Conjunto de substâncias químicas atrelado funcionalmente a um conjunto de proteínas Histórico Egito antigo ➝ Alimentação rica em fígado para combater a cegueira noturna (falta de vitamina A) Renascimento e viagens de exploração ➝ Ficou comum nos marinheiros as deficiências vitamínicas devido á meses em alto mar sem consumir alimentos frescos Escorbuto ➝ Colágeno não é corretamente formado, o que causa diminuição da capacidade de cicatrização, hemorragia das gengivas, dores fortes e morte. Em 1747 descobrem que o escorbuto poderia ser prevenido pelo uso de cítricos Século XX ➝ Primeira bioatividade vitamínica a ser isolada, que curava o raquitismo, foi inicialmente denominada vitamina A ↳ Hoje em dia é conhecido como vitamina D Beribéri (avitaminose B1) ➝ Em 1884 descobrem que a doença tinha causa dietética 1910 ➝ Isolado o primeiro complexo vitamínico hidrossolúvel a partir do farelo do arroz ➝ Ácido albérico (posteriormente orizanina) 1912 ➝ Mesmo complexo isolado, mas agora é proposto que seja denominado “vitamina”, uma contração de vital e amina ➝ Sinônimo de “fatores acessórios” Não são todas as vitaminas que têm o grupo amina na sua conformação molecular Vitaminas ➝ A, B, C, D, E, K Até o século XX, as vitaminas eram obtidas exclusivamente a partir dos alimentos. As estações de cultivo tinham um impacto profundo na dieta e geralmente alteravam de forma significativa o tipo e quantidade de vitaminas ingeridas Na década de 1930 começaram a ser comercializados os primeiros suplementos de vitaminas D e C Na segunda metade do século, passaram a estar disponíveis os suplementos multivitamínicos sintéticos e acessíveis Funções Formação de grupos prostéticos de enzimas ou como seus cofatores Participam do metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas Atuam como hormônios Importantes para o crescimento, proliferação e diferenciação celulares Afetam os fenômenos imunes Classificação Vitaminas Hidrossolúveis Vitaminas absorvidas pelo intestino e distribuídas tradicionalmente pelo sangue São componentes de sistemas enzimáticos essenciais e envolvidas em reações de manutenção do metabolismo energético Não são normalmente armazenadas no organismo em quantidades apreciáveis Sua estabilidade química é menor, sendo excretadas em pequenas quantidades na urina Se o corpo não guarda, o complemento diário é recomendado para evitar a interrupção das funções biológicas normais Medições das concentrações plasmáticas são inapropriadas ➝ Os níveis se relacionam com a ingestão recente e não refletem o estado geral do organismo Mais adequado ➝ Determinação da atividade de enzimas associadas a vitaminas. Diminuição na concentração no sangue ou plasma não indica, necessariamente, uma deficiência - Pode ser o reflexo de uma resposta metabólica ao estresse ou uma alteração no estado fisiológico (gravidez). Representadas pela vitamina C e pelo complexo B. Vitamina B1 ou tiamina Importante para o metabolismo dos carboidratos (digestão de proteínas) e para a produção do ácido clorídrico. Fontes: Carne de porco, cereais integrais, arroz integral, lentilha, batatas, fígado, ovos, nozes, laranja, tomate Vitamina B2 ou riboflavina Importante para metabolismo dos carboidratos e lipídeos e é integrante do FAD. Fontes: Laticínios, bananas, feijão verde, carnes, cogumelos, frutos secos Vitamina B3, niacina ou PP Parte do NAD e NADP, que participam de reações catalisadas por oxidoredutases. Pode ser convertida a partir do triptofano, embora de forma ineficiente. Fontes: Frango, peixe, laranja, ovos, kiwi, vegetais, cogumelos, aveia e amendoim Vitamina B5 ou ácido pantotênico Constitui parte da molécula da coenzima A (coA) e da ácido graxo sintetase e, portanto, é fundamental para a síntese de ácidos graxos, proteínas e carboidratos a partir do ciclo de Krebs, além de ser importante nos processos de oxidação e acetilação. Fontes: Peixes, brócolis, abacate, ovos Vitamina B6 (piridoxina, piridoxal, piridoxamina) Envolvida em mais de 100 reações do metabolismo de carboidratos, lipídeos e, particularmente, de aa, assim como do metabolismo de unidades com um carbono. Influencia o sistema nervoso, pois participa da formação dos mediadores químicos serotonina e noradrenalina. É necessária na síntese de esfingosina, do grupo Heme e influencia a função imune. Fontes: Carne, vegetais, frutos secos, bananas, batatas B7 ou biotina Funciona como coenzima em complexos multienzimáticos envolvidos em reações de carboxilação (acetil-coA carboxilase e propionil coA carboxilase). Importante na lipogênese, gliconeogênese e no catabolismo de aminoácidos de cadeia ramificada. Normalmente sintetizada pela flora intestinal. Fontes E geme de ovo crua, fígada, chocolate B9 ou ácido fólico Participa de reações de transferência de um átomo de carbono, como a metilação, e nas vias sintéticas de colina, serina, glicina e metionina. Necessária na síntese de purinas e da pirimidina timina. Fontes: Fígado, leveduras, vegetais de folhas verdes, frutas, incluindo as cítricas e cereais B12 ou cianocobalamina Evita a anemia e auxilia na formação e coagulação do sangue. Cobalto é necessário para a sua formação. Acelerao crescimento do organismo e para ser utilizada deve ser removida da proteína a qual é ligada no alimento por hidrolase ácida no estômago ou digerida por tripsina no intestino. Depois deve ser combinada ao fator intrínseco que transporta até o íleo para absorção. Fontes: Fígado, rins, carne bovina e suína, peixe, leite C ou ácido ascórbico Importante agente redutor em várias reações de hidroxilação no corpo, principalmente de lisina e prolina na formação do procolágeno (agrupamento das 3 cadeias polipeptídicas dentro do RER ➝ Forma microfibrila ➝ Associação forma colágeno, que é importante para formação da matriz conjuntiva. Acelera a cicatrização depois de cirurgias, importante na formação dos ossos e do envoltório conjuntivo das paredes dos capilares, auxilia na absorção do ferro, na economia das vitaminas A, E e algumas B, protegendo-as da oxidação, além de reduzir o risco de câncer. Fontes: Frutas cítricas, brócolis, espinafre, acerola, pimentão e tomate. Vitaminas Lipossolúveis A, D, E e K Papel fisiológico separado e distinto Em sua maioria, são absorvidas com outros lipídeos, requerendo a presença de bile e suco pancreático São transportadas para o fígado, através da linfa, como lipoproteínas, onde são estocadas Também são estocadas no tecido adiposo Podem gerar toxicidade quando em excesso Apenas a vitamina K atua como coenzima Vitamina A ou retinoides (retinol, retinal e ácido retinoico) Adquirida em alimentos de origem vegetal. Beta-caroteno é um provitamina A, que sofre alterações e é convertido em retinol e ácido retinóico no intestino delgado ➝ Transportados para o fígado para armazenamento. Precisam ser hidrolisadas em retinol livre e para que ele seja transportado, precisa se ligar a um complexo proteico ligante de retinol (retinol binding proteins – RBP) aos tecidos do organismo onde existem necessidades metabólicas. ↳ O retinol é tóxico ao organismo humano e por isso deve ser transportada ligada ao RBP e quando está no meio intracelular, é ligada a proteínas citoplasmáticas ligadas ao retinol (CBRP) Fontes: Óleo de fígado de peixe, fígado, gema de ovo, manteiga, creme de leite, verduras verde escuras, frutas e verduras amareladas e alaranjadas e leite fortificado ↳ Funções ➝ Poderosos antioxidantes; participa da síntese de glicoproteínas (muco) e GAGS quando convertida em retinil fosfato; Agem como hormônios esteroides quando se ligam a receptores intracelulares específicos que depois ligam a cromatina, interferindo na síntese de proteínas controladoras do crescimento e da diferenciação celular; Regulam a síntese de queratina, evitando as formas de alto peso molecular e mantendo o epitélio sadio; Necessárias à síntese de transferrina (proteína transportadora de ferro); Na forma de delta11 cis-retinal fica reversivelmente associada a proteínas visuais (opsinas – dentro dos bastonetes- percepção de luz) Vitamina D ou colecalciferol Isopreno como unidade fundamental. Formada a partir da abertura de um dos anéis do colesterol, sendo classificada como um seco-esteroide. Duas formas ➝ Calcidiol e calcitriol ↳ Fígado produz 7-deidrocolesterol, que é enviado à pele ➝ A incidência de raios UVB transforma o 7-deidrocolesterol em D2 e D3 E No fígado são convertidos em calcidiol e nos rins, em calcitriol. ↳ Também pode ser obtida através da alimentação. Necessário formação de micelas a partir de sais biliares conjugados para sua absorção e transporte. Ao atingir o enterócito, é absorvida e se conjuga a quilomícrons, o que proporciona livre circulação pelo sistema linfático e venoso. Fontes: Cereais, produtos lácteos, óleo de fígado de peixe, peixes gordurosos, gema de ovo e fígado. ↳ Funções ➝ Principal ação é manter homeostase de cálcio e isso é feito através dos receptores de vitamina D (VDRs) de membranas, que aumentam o transporte de cálcio do meio extracelular para o intracelular e mobiliza o cálcio dos estoques intracelulares. É imprescindível a absorção de cálcio pela luz intestinal, bem como no metabolismo de fosfato e magnésio. Está associada intimamente ao PTH no metabolismo de cálcio e este serve de indicador no caso de deficiência: níveis inadequados de calcidiol (25(OH)D3) diminuem o cálcio sérico pela redução da absorção intestinal desse mineral, o que ocasiona uma hiperestimulação da glândula paratireoide, que passa a liberar PTH para elevar a reabsorção renal e óssea de cálcio. Com o aumento na secreção de PTH, o rim é estimulado a produzir mais calcitriol (1,25-(OH)2-D3), mantendo estável o nível de vitamina D no organismo. No osso, o calcitriol estimula os osteoblastos a produzirem osteocalcina e fosfatase alcalina, aumenta o recrutamento, a diferenciação e a fusão dos precursores em osteoclastos ativos e aumenta a reabsorção de cálcio e fosfato em osso não mineralizado. Influencia genes envolvidos na proliferação, diferenciação e apoptose celular, modula o crescimento, participa na função imune e é anti-inflamatória. Nossa pele possui uma enzima chamada 7-dehidrocolesterol que após a ação dos raios ultra-violetas, leva à síntese da pré-vitamina D e, posteriormente, da vitamina D. HIPOVITAMINOSES Vitamina A: Cegueira noturna ou nictalopia (incapacidade de percepção de detalhes em ambientes pouco iluminados), xeroftalmia (queratinização da córnea) que pode evoluir para hemorragia e perda permanente da visão, hiperqueratinose folicular (pele áspera e seca), lesões na pele e mucosas e anemia semelhante à ferropriva. Vitamina B1 ou tiamina: Perda de apetite, constipação, náusea, depressão, neuropatia periférica, irritabilidade e fadiga muscular. Deficiência severa causa beribéri, que pode ser seco - sintomas neuromusculares com atrofia e fraqueza e insuficiência cardíaca - ou úmido - edema. Vitamina B2 ou riboflavina: Queilite angular, glossite e dermatite escamosa, principalmente nas dobras nasolabiais e escrotais. Vitamina B3 ou niacina: Glossite e pelagra (dermatite, diarreia e demência). Vitamina B6 ou piridoxina: Irritabilidade, nervosismo, depressão e, em casos mais graves, neuropatia periférica e convulsões. Vitamina B9 ou ácido fólico: Anemia macrocítica associada a alterações megaloblástica e, durante a gestação, aumenta os riscos de DTN. Vitamina B12 ou cobalamina: Anemia perniciosa (associada a deterioração neurológica). Vitamina C: Escorbuto (cicatrização deficiente, osteoporose, hemorragias e anemia). Vitamina D: Raquitismo em crianças (formação da osteóide e mineralização inadequada) e osteomalácia em adultos (desmineralização de ossos pré-existentes). Vitamina E: Anemia hemolítica em bebês e diminuição do tempo de vida de hemácias em adultos. Vitamina K: Afeta a síntese de protrombina, aumentando o tempo de coagulação e hemorragias.
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