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GLOMERULOPATIAS GLOMERULOPATIAS: CAUSA IMPORTANTE DE DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC) CAUSAS DE IRC – EUA DOENÇAS QUE AFETAM AS PROPRIEDADES DO GLOMÉRULO RENAL SÍNDROME NEFRÍTICA Perda abrupta da superfície de ultrafiltração e queda do RFG. Redução do fluxo urinário e da excreção de pequenos solutos Aumento moderado da permeabilidade glomerular a macromoléculas Ruptura de alças glomerulares com hematúria Proteinúria moderada Edema moderado Hipertensão Inflamação glomerular (prejudica funcionamento dos rins, tem redução do volume urinário.) SÍNDROME NEFRÓTICA Perda da função de barreira da superfície de ultrafiltração Proteinúria maciça Hipoalbuminemia Edema generalizado (já acorda com edema) Hipercolesterolemia Com ou sem inflamação glomerular É FREQUENTE A ASSOCIAÇÃO DAS DUAS SÍNDROMES. SÍNDROME NEFRÍTICA: INFLAMAÇÃO GLOMERULAR CONSEQUÊNCIAS DA INFLAMAÇÃO GLOMERULAR OBLITERAÇÃO DOS CAPILARES Hipervolemia; Hipertensão; Edema Retenção de catabólitos (uremia, ou azotemia) RUPTURA DOS CAPILARES GLOMERULARES Hematúria; Cilindros hemáticos; Leucocitúria AUMENTO MODERADO DA PERMEABILIDADE GLOMERULAR Proteinúria moderada PATOGÊNESE DAS GLOMERULONEFRITES Frequentemente as glomerulonefrites são de origem imunológica. Normal Glomerulonefrite difusa aguda (GNDA) Na GNDA a deposição de complexos antigen-anticorpo pode ser demosntrada por imunoflorescência HEMATÚRIA: CONSEQUÊNCIA DA RUPTURA DE ALÇAS GLOMERULARES PELA INFLAMAÇÃO Hemácia atravessa a parede do capilar glomerular através de um ponto de ruptura. Hemácias dismórficas (acantócitos) : sedimento urinário de paciente com síndrome nefrítica. Cilindro hemático na síndrome nefrítica: (altamente específico para hematúria de origem glomerular, porém pouco sensível) DOENÇAS RENAIS QUE PODEM SE MANIFESTAR COMO SÍNDROME NEFRÍTICA · Glomerulonefrite associada a infecções * (infec.estreptocócica, endocardites, abscessos) · Nefropatia da IgA* · GN membranoproliferativa · GN do lúpus eritematoso sistêmico* · GN associada a vasculites renais * causas mais frequentes A GLOMERULONEFRITE DIFUSA AGUDA (Pós-estreptocócica, pós-infecciosa) comum em crianças. A evolução é benigna. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: Evidência de infecção estreptocócica recente Síndrome nefrítica Hipocomplementemia Prognóstico excelente Ocorre deposição de complexos imunes subepiteliais A GNDA EVOLUI BEM COM CURA Espontânea, e apenas 5% cursa com insuficiência renal crônica progressiva. GLOMERULONEFRITE POR IgA (Doença de Berger) GN DA IgA GN da IgA: Deposição de complexos imunes na regiao mesangial. Imunofluorescência na GNIgA: padrão mesangial de reposição; Principais características clínicas Associação c/ púrpura de Henoch-Schönlein; Associação com infecção de orofaringe dias antes Hematúria macroscópica ou microscópica (hematúria isolada é a forma mais frequente) Proteinúria moderada (síndrome nefrótica infreqüente) Normocomplementemia (baixo consumo de complemento) IgA circulante; IF c/ IgA+ essencial p/ diagnóstico Evolução variável: Hematúria recorrente; Progressão para IRC avançada; Remissão Associação c/ doenças sistêmicas (GNIgA secundária): Carcinoma; Inflamação intestinal crônica; Linfomas. SÍNDROME NEFRÍTICA LEVADA AO EXTREMO: GLOMERULONEFRITE RAPIDAMENTE PROGRESSIVA Principais características clínicas Associação c/ vasculites ou glomerulonefrites Sem associação consistente com infecções Pode ser complicação de GNDA Evolução para IRC avançada em semanas ou meses Proteinúria variável (síndrome nefrótica infrequente) Presença frequente de anticorpos antineutrófilo (ANCA) e normocomplementemia Presença de crescentes celulares ou fibrosos na maioria dos glomérulos SÍNDROME NEFRÍTICA EXAMES COMPLEMENTARES • Urina 1: hematúria, cilindros hemáticos, leucocitúria, proteinúria variável • Clearance creatinina (↓) • Hiponatremia, hiper K+, acidose metabólica • ↓ Complemento total, C3 e C4 • Exs etiológicos: ASLO, hemoculturas, FAN, ANCA • Biópsia renal: quando essencial ao diagnóstico e terapêutica (não está indicada nos casos típicos de GNs associadas a infecções) TRATAMENTO DA SÍNDROME NEFRÍTICA • Dieta pobre em sal • Diuréticos, hipotensores • Tratamento da infecção – se for o caso • Tratamento da inflamação corticosteroides imunossupressores • Medidas de nefroproteção, se a GN não for reversível (inibidores da ECA, estatinas) EDEMA DA SÍNDROME NEFRÓTICA Mecanismos que explicam o edema na síndrome nefrótica: ALTERAÇÕES LIPÍDICAS NA SÍNDROME NEFRÓTICA COAGULOPATIA NA SÍNDROME NEFRÓTICA: Trombose de veia renal, Tromboembolismo pulmonar (TEP), Desnutrição (perda de proteínas) e Infecções (pelo edema a pele fica mais friável; há perda de proteínas que fazem parte do sistema imunológico). FISIOPATOLOGIA DA SÍNDROME NEFRÓTICA PODÓCITOS: A ÚLTIMA BARREIRA À PASSAGEM DE PROTEINAS! Glomerulopatias com proteinúria maciça (síndrome nefrótica) causada por lesão dos podócitos. ESTRUTURA MOLECULAR DA BARREIRA ASSOCIADA AO PODÓCITO: GLOMERULOPATIA DE LESÕES MÍNIMAS Normal e “fusão” de pedicelas. Não se detecta deposição de material imune. Glomerulopatia de lesões mínimas: proteinúria nefrótica, alterações glomerulares (quase) imperceptíveis. Lesões mínimas: DOENÇA DE LESÕES MÍNIMAS - Principais características clínicas Síndrome nefrótica, sem manifestações nefríticas. É a mais frequente forma de SN em crianças (90%). Em adolescentes: 50%. Em adultos: 10-15% Resposta rápida a tratamento com esteróides Não evolui para IRCT GLOMERULONEFRITE MEMBRANOSA É a que mais “trombosa”. O depósito é embaixo do podócito. Principais características clínicas • Síndrome nefrótica • Hematúria infrequente • Hipocomplementemia infrequente (baixo consumo) • Evolução: Remissão • Proteinúria persistente: Perda lenta de função renal (>10 anos p/ IRCT) • Mais frequente após 40 anos • Associação com neoplasias: obriga a investigar GN MEMBRANOPROLIFERATIVA Ela tem alterações da membranosa e tambem é uma proliferação, uma inflamação gigante. Tem apresentação nefrítica e nefrótica. Principais características clínicas Associação c/ infecção de vias aéreas superiores Associação com hepatite C e crioglobulinemia Associação com esquistossomose hepatoesplênica Manifestações nefríticas; Manifestações nefróticas Hipocomplementemia acentuada Evolução: ~50% IRC avançada em 10 anos. No lúpus aparece o “full house”, cora todas as imunoglobulinas (IgA, IgG, IgM...) GLOMERULONEFRITE LÚPICA Principais características clínicas Associação c/ outras manifestações clínicas do LES Síndrome nefrótica e/ou nefrítica frequentes Pode assumir forma rapidamente progressiva (crescêntica) Hipocomplementemia Evolução variável (depende da forma histológica) PROTEINÚRIAS CAUSADAS POR MECANISMO “NÃO IMUNOLÓGICO” GLOMERULOESCLEROSE SEGMENTAR E FOCAL (GEST) Primária (idiopática): causa desconhecida Secundária: Hipertensão arterial; Doença renal crônica; Obesidade; HIV (grave); Uso de drogas ilícitas; Refluxo vesicoureteral Genética: Mutação em proteínas ligadas ao podócito Principais características clínicas • Mais comum entre os 20 a 40 anos mas pode ocorrer na infância • Glomerulopatia primária mais comum em nosso meio (em adultos) • Progressão para IRCT (50%) em 5 a 10 anos (formas mais graves podem evoluir mais rapidamente) • Síndrome nefrítica frequente • Proteinúria não nefrótica: evolução melhor. • Síndrome nefrótica e ↑ creatinina desde o início: mau prognóstico GLOMERULOSCLEROSE DIABÉTICA Nódulos de Kimmelstiel-Wilson: MECANISMOS DE GLOMERULOESCLEROSE DIABÉTICA • Bioquímicos (AGEs): estímulo à produção de fatores de crescimento e citocinas fibrogênicas que colaboram para maior síntese de matriz extracelular • Fatores hemodinâmicos: hipertensão glomerular provocando stress mecânico, proteinúria e inflamação glomerular e intersticial e levando à fibrose GLOMERULOSCLEROSE DIABÉTICA: MECANISMO NÃO IMUNOLÓGICO TRATAMENTO DA SÍNDROME NEFRÓTICA • Dieta pobre em sal, diuréticos, inibidores da angiotensina • Corticosteroides (bons resultados em N. de lesõesmínimas e no lúpus, resultados variáveis nas demais) • Imunossupressores (no lúpus, em outras GN não responsivas aos corticoides) • Anticoagulação – se houver tromboses • Estatinas – na dislipidemia prolongada • Na síndrome nefrítico-nefrótica: hipotensores Resumo PRINCIPAIS GLOMERULOPATIAS DE ORIGEM IMUNOLÓGICA •Glomerulonefrite membranosa •Glomerulonefrite membranoproliferativa •Glomerulonefrite da IgA •Glomerulonefrite lúpica PRINCIPAIS GLOMERULOPATIAS DE ORIGEM “NÃO IMUNOLÓGICA” •Doença de lesões mínimas •Glomerulosclerose segmentar e focal •Glomerulopatia diabética OUTRAS CAUSAS DE SÍNDROME NEFRÓTICA • Carcinomas • Doenças linfoproliferativas • Amiloidoses e outras discrasias sanguíneas • Mieloma múltiplo CECIL Glomerulonefrite aguda e síndrome nefrítica ou GNDA Epidemiologia e biopatologia Causas: agentes infecciosos, cepas “nefritogênicas” de estreptococos, e endocardite causada por Staphylococcus aureus e Streptococcus viridans; deposição de imunocomplexos em doenças autoimunes, como ocorre no LES, e pela presença de anticorpos circulantes dirigidos contra a MBG, como ocorre na síndrome de Goodpasture. Os neutrófilos e monócitos invasores, e células glomerulares residentes, podem lesar o glomérulo por meio da liberação de mediadores inflamatórios, como oxidantes, agentes quimiotáxicos, proteases, citocinas e fatores de crescimento. O TGF-β está relacionado ao desenvolvimento de glomerulosclerose e lesão glomerular crônica. Manifestações clínicas e diagnóstico Pacientes com glomerulonefrite aguda apresentam um quadro nefrítico caracterizado por redução da TFG e uremia, oligúria, hipertensão e sedimento urinário ativo. A hipertensão é comum e causada pela expansão do volume intravascular. Os pacientes podem perceber uma urina escura, esfumaçada ou com coloração de refrigerantes tipo cola em associação com um sedimento urinário ativo, que é composto de eritrócitos, leucócitos e uma variedade de cilindros, incluindo cilindros hemáticos. Embora muitos pacientes com glomerulonefrite aguda tenham proteinúria, algumas vezes até mesmo na faixa nefrótica, a maioria exibe graus menores de perda de albumina na urina, particularmente quando a TFG sofre acentuada redução. Independentemente da causa, a glomerulonefrite aguda caracteriza-se, à microscopia óptica, por hipercelularidade do glomérulo, que pode ser causada por infiltração de células inflamatórias, proliferação de células glomerulares residentes ou ambos os processos. Nefropatia por Imunoglobulina A Forma mais frequente de glomerulonefrite idiopática. Manifesta-se na forma de hematúria microscópica assintomática com ou sem proteinúria (adulto) ou por meio de hematúria macroscópica episódica após infecção das vias respiratórias superiores ou exercício físico (crianças e adultos jovens). Ocorre hipertensão em 20% a 50% dos casos. Os níveis séricos de complemento são normais. O diagnóstico de nefropatia por IgA é estabelecido pela imunofluorescência com o achado de depósitos glomerulares de IgA. Podem ser também detectados depósitos de C3 e de IgG. Púrpura de Henoch-Schönlein A púrpura de Henoch-Schönlein caracteriza-se por vasculite dos pequenos vasos com artralgias, púrpura cutânea e sintomas abdominais, assim como glomerulonefrite proliferativa aguda. Predominantemente, a PHS é uma doença da infância; pacientes e seus familiares apresentam níveis elevados de moléculas de IgA circulantes que são deficitárias em galactose. Achados dermatológicos, gastrointestinais, reumatológicos e renais. Glomerulonefrite Pós-estreptocócica Doença mais comumente da infância. A doença é mais comum após episódios de faringite, mas pode ocorrer após infecções estreptocócicas em qualquer local, e os casos com infecção subclínica são numerosos. A glomerulonefrite pós-estreptocócica é uma doença aguda causada por imunocomplexos, e caracterizada pela formação de anticorpos contra estreptococos e pela deposição de imunocomplexos com complemento no rim. Hematúria, proteinúria e hipertensão, e de síndrome nefrítica; Com frequência, são observados títulos elevados de diversos anticorpos (p. ex., anti estreptolisina O [ASLO], anti hialuronidase [AHT]) e um painel estreptozímico de anticorpos contra antígenos estreptocócicos (incluindo ASLO, AHT, antiestreptoquinase e antiDNase). Glomerulonefrite com Endocardite e Abscessos Viscerais Diversas formas de lesões glomerulares são encontradas em pacientes com endocardite bacteriana aguda e crônica. Embora os fenômenos embólicos possam resultar em isquemia e em infartos glomerulares, um achado comum consiste em um padrão de lesão glomerular por imunocomplexos. Os pacientes costumam apresentar hematúria e cilindros hemáticos urinários, proteinúria que varia de menos de 1 g/dia até níveis nefróticos e insuficiência renal progressiva. Em geral, os níveis séricos de complemento total e de C3 estão reduzidos. Síndrome Nefrótica Idiopática Doença por lesão mínima Padrão mais comum de síndrome nefrótica em crianças, pode ocorrer em associação a medicamentos (como anti-inflamatórios não esteroides [AINEs] e lítio) ou a tumores (p. ex., doença de Hodgkin). Pacientes apresentam edema periorbitário e periférico relacionado à proteinúria. Muitos pacientes adultos apresentam azotemia discreta a moderada, que pode estar relacionada à hipoalbuminemia e à depleção do volume intravascular. Os níveis de proteínas do sistema complemento e os resultados dos exames sorológicos são normais. Nefropatia membranosa causa mais comum de síndrome nefrótica idiopática em pacientes brancos. Também ocorre em associação a infecções (sífilis), e hepatites B e C, ao lúpus eritematoso sistêmico (LES), a medicações (sais de ouro, AINEs) e a determinados tumores (tumores sólidos e linfomas). Proteinúria e edema. A hipertensão e a hematúria microscópica não são raras; função renal e TFG preservadas no exame inicial do paciente. Níveis séricos de complemento estão normais. A nefropatia membranosa é o padrão mais comum da síndrome nefrótica associada a estados de hipercoagulabilidade e à trombose da veia renal. O aparecimento súbito de dor nos flancos, a deterioração aguda da função renal ou a presença de sintomas pulmonares em um paciente com nefropatia membranosa devem levar a uma investigação de trombose da veia renal e de embolia pulmonar.
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