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Vict�ria K. L. Card�so H I V Introdução Os 5 passos mais importantes: 1. Diagnóstico oportuno. 2. Vinculação do paciente HIV+ a um serviço de saúde. 3. Início da TARV. 4. Continuidade ao tratamento e acompanhamento com a realização de exames periódicos. 5. Supressão da carga viral. História natural da doença: ● Possui uma clínica de amplo espectro, desde a fase aguda até a fase avançada. ● Quando o paciente não faz tratamento, o tempo médio entre a infecção e o aparecimento dos sintomas é de 10 anos. Infecção aguda pelo hiv Quadro geral: ● Já inicia nas primeiras semanas de infecção HIV, com intensa replicação do vírus nos tecidos linfóides. ● Apresentação nessa fase: CV-HIV elevada e níveis decrescentes de linfócitos (em especial LT-CD4). ○ Nesse período o paciente está altamente infectante. Conjunto de manifestações clínicas = Síndrome Retroviral Aguda (SRA): ● Essa síndrome é autolimitada e a maior parte dos sintomas desaparece em 3-4 semanas. ● Manifestações gerais: ○ Febre. ○ Cefaléia. ○ Astenia. ○ Adenopatia. ○ Faringite. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ○ Exantema. ○ Mialgia. ○ Sudorese. ○ Linfoadenomegalia - comprometendo as cadeias cervicais anterior e posterior, submandibular, occipital e axilar. ○ Esplenomegalia. ○ Letargia. ○ Anorexia. ○ Depressão. ● Manifestações digestivas: ○ Náuseas. ○ Vômitos. ○ Diarréia. ○ Perda de peso. ○ Úlceras orais. ● Manifestações neurológicas mais comuns: ○ Cefaleia. ○ Dor ocular. ● Manifestações neurológicas mais raras: ○ Quadro de meningite asséptica. ○ Neurite periférica sensitiva ou motora. ○ Paralisia do nervo facial. ○ Síndrome de Guillan-Barré. Obs: na SRA, a linfadenopatia, a letargia e a astenia podem durar vários meses. Obs: manifestações mais intensas e prolongadas (> 14 dias) podem estar associadas à progressão mais rápida da doença. Diagnóstico da infecção aguda pelo HIV: ● Método diagnóstico: detecção da CV-HIV. ● Marcadores da infecção pelo HIV: ○ 1-5 semanas: RNA. ○ 2-4 semanas: P24. ○ 3-5 semanas: IgM. ○ A partir de 4 semanas: IgG total. Latência clínica e fase sintomática Nessa fase, o exame físico apresenta-se normal, exceto por linfadenopatia generalizada. Diagnósticos diferenciais para linfadenopatia: doenças linfoproliferativas e tuberculose ganglionar. Enquanto a contagem de LT-CD4+ estiver > 350 céls/mm³, as infecções mais frequentes são bacterianas. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● Ex: infecções respiratórias e TB. Entretanto, com a progressão da doença, iniciam-se as apresentações atípicas das infecções, resposta tardia à antibioticoterapia e/ou reativação de infecções antigas. Sinais e sintomas que podem se apresentar com a evolução do quadro: (comumente aqui a contagem de LT-CD4+ está entre 200 e 300 céls/mm³) ● Sintomas constitucionais: ○ Febre baixa. ○ Perda ponderal. ○ Sudorese noturna. ○ Fadiga. ● Sintomatologia geral: ○ Diarreia crônica. ○ Cefaleia. ○ Alterações neurológicas. ○ Infecções bacterianas (pneumonia, sinusite, bronquite…). ● Lesões orais: são preditores de evolução para AIDS. ○ Leucoplasia oral pilosa. ○ Candidíase oral → é um marcador clínico de imunodepressão grave. ● Lesão corporal mais frequente: herpes-zoster. ● A medida que a infecção progride apresentam-se sintomas constitucionais e lesões orais, como a leucoplasia oral pilosa e herpes-zoster. ○ A candidíase oral é um marcador clínico precoce de imunodepressão grave. ○ Diarreia crônica e febre de origem indeterminada, bem como a leucoplasia oral pilosa, também são preditores de evolução para AIDS. Principais alterações iniciais nos exames laboratoriais: ● Plaquetopenia - sem repercussões clínicas. ● Anemia normocrômica e normocítica. ● Leucopenia leve. Síndrome da imunodeficiência adquirida Definidores da AIDS: ● Contagens de LT-CD4 < 200 céls/mm³. ● Aparecimento de infecções oportunistas e neoplasias. ● Infecções oportunistas: ○ Pneumocistose. ○ Neurotoxoplasmose. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ○ Tuberculose pulmonar atípica ou disseminada. ○ Meningite criptocócica. ○ Retinite por citomegalovírus. ● Neoplasias mais comuns: ○ Sarcoma de Kaposi. ○ Linfoma não Hodgkin. ○ Câncer de colo uterino, em mulheres jovens. ● Doenças por dano direto a certos órgãos: ○ Miocardiopatia. ○ Nefropatia. ○ Neuropatias. Abordagem inicial do adulto infectado pelo HIV Anamnese: deve-se investigar toda a história do paciente e estabelecer um vínculo importante, lembrando da fragilidade que o paciente pode ter naquele momento. ● Oferecer informações específicas sobre a infecção pelo HIV. ● Verificar a história médica atual e passada do paciente. ● Avaliar os riscos e as vulnerabilidades do paciente. ○ Parcerias e práticas sexuais ○ Utilização de preservativos e outros métodos de prevenção. ○ História de sífilis e outras ISTs. ○ Uso de tabaco, álcool e outras drogas. ● Analisar a história psicossocial. ● Discutir e avaliar a saúde reprodutiva do paciente. ● Revisar a história familiar. ○ Doenças cardiovasculares e hipertensão . ○ Dislipidemias. ○ Diabetes. ○ Neoplasias. Exame físico: ● A infecção pelo HIV tem acometimento sistêmico, por isso o exame físico deve ser completo e realizado regularmente. ● Deve-se lembrar do exame de pele e da oroscopia. ● Quanto mais baixa a contagem de LT-CD4, mais frequente os pacientes devem ser examinados. ● Sinais clínicos comumente associados à doença: @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ○ Alterações neurocognitivas e focais. ○ Dermatite seborreica. ○ Adenopatia de cabeça e pescoço. ○ Candidíase oral. ○ Leucoplasia pilosa. ○ Adenopatia axilar e supraclavicular. ○ Hepato ou esplenomegalia. ○ Molusco contagioso. ○ Adenopatia inguinal. ○ Foliculite. ○ Verrugas. ○ Corrimento e úlceras nos órgãos sexuais. ○ Psoríase. ○ Ictiose. ○ Micose de pés e unhas. ○ Sarcoma de Kaposi. Exames complementares iniciais: ● Contagem de lT-CD4 e exame de CV-HIV. ● Genotipagem pré-tratamento. ● Hemograma completo. ● Glicemia de jejum. ● Dosagem de lipídios - colesterol total, HDL, LDL e triglicerídeos. ● Avaliação hepática e renal - AST, ALT, FA, BT e frações e exame básico de urina. ● Teste imunológico para sífilis. ● Testes para hepatites virais. ○ Anti-HAV, anti-HCV, HBsAg, anti-HBc total e anti-HBs. ● IgG para toxoplasmose. ● Sorologia para HTLV I e II. ● Sorologia para chagas. ● Prova tuberculínica. ● Radiografia de tórax. Periodicidade de consultas: deve se adequar às condições clínicas da PVHIV e à fase de tratamento. ● Após introdução da TARV: retorno entre 7-15 dias para avaliar eventos adversos e dificuldades de adesão ao tratamento. ○ Após isso, podem ser necessários retornos mensais ou bimestrais até a adaptação à TARV. ● PVHIV em TARV com quadro clínico estável: retorno a cada 6 meses para consultas. ○ Nesse caso, pode-se realizar exames de controle @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so semestralmente, ou conforme avaliação e indicação. ● PVHIV em TARV sem supressão viral, sintomática ou com comorbidades não controladas: retorno individualizado. ● PVHIV que ainda não iniciou TARV: retorno individualizado. Monitoramento laboratorial do HIV com a contagem de LT-CD4 e a carga viral: ● Contagem de LT-CD4� é um dos marcadores mais importantes para avaliar a urgência de início da TARV e para a indicação das imunizações e das profilaxias para infecções oportunistas. ○ Com esse exame avalia-se o grau de comprometimento do sistema imune e a recuperação da resposta imunológica com o tratamento adequado, além de definir o momento de interromper as profilaxias. ● PVHIV em uso de TARV, assintomático e com carga viral indetectável: ○ CD4 < 350 céls/mm³: realizar avaliação de LT-CD4 a cada 6 meses. ○ CD4 > 350 céls/mm³ em 2 exames consecutivos, com pelo menos 6 emses de intervalo: não é necessária nova avaliação de LT-CD4. ● PVHIV que NÃO faça uso de TARV, ou em evento clínico, ou em falha virológica: ○ Em qualquer valor de LT-CD4+: realizar avaliação de LT-CD4 a cada 6 meses.● Início de TARV ou em modificação de TARV por falha virológica: ○ Checar LT-CD4 após 8 semanas do início de TARV ou de novo esquema TARV. Obs: a contagem de LT-CD4 é importante na avaliação inicial, enquanto a CV-HIV é o padrão ouro para monitorar a eficácia da TARV e detectar precocemente problemas de adesão em PVHIV. Obs: para pacientes estáveis, em uso de TARV, com CV-HIV indetectável e com LT-CD4 > 350, não há benefício realizar LT-CD4 para monitoramento clínico-laboratorial → flutuações laboratoriais e fisiológicas de LT-CD4 não tem relevância clínica. Imunizações Adultos e adolescentes com HIV devem receber todas as vacinas do calendário, desde que não tenham deficiência imunológica importante. ● À medida em que se aumenta a imunodepressão, aumenta-se o risco à administração de vacinas com agentes vivos e se reduz a possibilidade de resposta imunológica consistente. É importante adiar a administração de vacinas nos pacientes sintomáticos ou com imunodeficiência grave (LT-CD4 < 200), até que haja uma boa reconstituição imune com TARV. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● Isso melhora a resposta vacinal e reduz o risco de complicações pós-vacinas. Parâmetros de LT-CD4 para decidir sobre a imunizações com vacinas de bactérias ou vírus vivos em pacientes maiores de 13 anos com HIV: ● >350 céls/mm3 (>20%): indicar o uso. ● Entre 200-350 céls/mm3 (15%-19%): avaliar parâmetros clínicos e risco epidemiológico. ● <200 céls/mm3 (<15%): Não vacinar Vacinas com vírus vivo atenuado: ● Poliomielite oral. ● Varicela. ● Rubéola. ● Febre amarela. ● Sarampo. ● Caxumba. Tratamento O início do tratamento deve ser imediato com a Terapia Antirretroviral (TARV), independente do estágio clínico e ou imunológico do paciente. Recomenda-se o uso precoce, pois, além dos benefícios em relação à morbimortalidade do HIV, diminui-se a transmissão da doença e reduz-se os casos de TB. Obs: em nenhuma situação deve-se interromper a TARV e nada indica um atraso no início do uso, a partir da confirmação do diagnóstico de HIV. Situações de priorização de atendimento para início da TARV: ● PVHIV sintomática: indica imunodeficiência avançada ou moderada. ● LT-CD4 < 350� nesse caso, o tratamento reduz significativamente a mortalidade, a progressão da doença e infecções oportunistas. ○ Na impossibilidade de obter a contagem de LT-CD4, não se adia o início do tratamento. ● Gestantes: ○ Toda gestante com HIV deve fazer realizar o TARV, independente de critérios clínicos e imunológicos. ○ A TARV pode ser iniciada a partir da 14 semana de gestação, logo após a coleta de exames e antes mesmo dos resultados de LT-CD4 e CV. ○ A supressão viral é um fator determinante na redução da transmissão vertical. ○ Não se deve interromper o tratamento após o parto, independente do nível de LT-CD4. ● TB ativa: ○ Independente da apresentação clínica, indica imunodeficiência. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ○ Contagem de LT-CD4 < 50 ou com sinais de imunodeficiência avançada: início rápido do tratamento anti-TB e início da TARV após 2 semanas do início do tratamento para TB. ○ O tratamento anti-TB e a TARV não devem ser iniciados concomitantemente. ● Coinfecção com HBV. ● Coinfecção com HCV. ● Risco cardiovascular alto. Terapia inicial: ● Deve incluir a combinação de 3 antirretrovirais → ARV, sendo dois ITRN/ITRNt associados a uma outra classe (ITRNN, IP/r ou INI). ● Esquema preferencial: ITRN/ITRNt (lamivudina 3TC) e tenofovir (TDF), associados ao inibidor integrase (INI) - dolutegravir. Controladores de elite e TARV: ● Controladores de elite são pessoas infectadas pelo HIV mas que mantêm os níveis plasmáticos de CV-HIV abaixo do nível de quantificação durante anos sem o uso de TARV. ● Entretanto, independente da contagem de LT-CD4, o atraso do tratamento é extremamente prejudicial. Prevenção combinada São ações de prevenção ao HIV e aos fatores associados à infecção. Intervenção biomédica: reduz o risco de transmissão direta entre pessoas infectadas pelo vírus e pessoas não infectadas. Intervenções comportamentais: avalia os diferentes graus de risco de exposição dos indivíduos e orienta quanto às complicações que podem surgir e como evitar. Intervenções estruturais: são os aspectos sociais, culturais, políticos e econômicos que influenciam nas vulnerabilidades dos indivíduos. @p�sitivamed
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