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A importância das doenças de plantas

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As doenças de plantas são responsáveis por perdas 
quantitativas e qualitativas na produção e causam 
prejuízos econômicos importantes que podem levar a 
consequências sociais desastrosas. 
Cultura: Batata (Solanum tuberosum) 
Doença: Requeima da batata 
Agente causal: Phytophthora infestans 
Batata tornou-se a base alimentar dos europeus em 
virtude de sua alta produtividade, fácil adaptação e alto 
valor produtivo. 
As residências rurais e de baixa renda se destacavam 
sendo as principais consumidoras da batata como fonte 
de alimento. 
1° ocorrência da doença: 1845 na Bélgica. Em 
seguida foi relatada na Holanda, na França, na Inglaterra 
e na Irlanda. 
 1845 - Na Irlanda a doença causa perdas 
estimadas em 25% da produção. 
Final de 1485 e primeira metade de 1846: os cientistas 
discutem de o fungo seria a causal ou a consequência 
da doença. 
 1846 - Na Irlanda a doença causa perdas 
estimadas em 80% da produção. 
 1847 - As taxas de emigração variavam entre 
100.00 e 160.000 pessoas 
 1849 - A taxa de emigração chegou a 300.000 
pessoas. 
Estima-se que cerca de 2 milhões de pessoas 
morreram e 1 milhão emigraram. 
 1861 – Descoberta do agente causal da 
requeima da batata, marco considerado o nascimento 
da fitopatologia. 
1990 – Descoberta da formação de estrutura 
de reprodução sexuada fora do habitat do seu centro 
de origem. A reprodução sexuada trouxe variabilidade 
genética o que acarretou resistência a fungicidas e 
maior agressividade. Novas estratégias de controle 
precisaram ser delineadas. 
Cultura: Arroz 
 Doença: Mancha parda 
 Agente causal: Cochiobolua miyabeanus, 
anteriormente conhecido como Helminthosporium 
oryzae 
 1942 – Aparecimento da doença em Bengala 
gerando 50% de perdas no arroz precoce e 75 a 
90% de perdas no arroz tardio. 
 Cerca de 2 milhões de mortos. 
 Cultura: Café 
 Doença: Ferrugem do cafeeiro 
 Agente causal: Hemileia vastatrix 
O Sri Lanka (antigo Ceilão) era um grande produtor 
de café com quase 50 mil toneladas e praticamente 
toda a produção era exportada para a Inglaterra. Onde, 
nos últimos anos de reinado da Rainha Victoria a 
população adquiriu a forte habito de beber café. 
 1869 – As plantações de café começam a 
definhar lentamente. 
 Nos 20 anos seguintes, a produção de café 
caiu de 50 mil toneladas para virtualmente zero. A 
falência não atingiu apenas os produtores como 
também o Banco do Oriente. 
 Os nativos passaram fome por sem o dinheiro 
da exportação do café não conseguiam importar 
arroz. 
 Sem o café importado do Sri Lanka os 
ingleses passaram a tomar chá no lugar do café. 
 Cultura: Centeio, cevada e trigo 
 Doença: Fogo de santo Antônio 
 Agente causal: Claviceps purpúrea 
Forma estrutura de resistência chamado de escleródio 
que possui coloração e seu interior contém grande 
quantidade de micotoxinas compostas por alcaloides de 
muitos tipos, incluindo LSD. 
A ingestão de pão contaminado com estes alcaloides 
vasoconstritores pode causar: aborto; formigamento 
nos pés e nas mãos; aumento da temperatura 
corporal até gerar danos cerebrais irreversíveis ou a 
morte; gangrena e perda dos dedos, pés e mãos e 
alucinações. 
 807 – Vale do Reno, houveram epidemias e 
milhares de pessoas morreram 
 994 e 1089 – Na França, houveram epidemias 
e milhares de pessoas morreram 
 1095 – Papa Urbano II delegou à Ordem de 
Santo Antônio a tarefa de tratar dos doentes, assim 
surgiu o nome da doença. 
 1951 – França: última erupção da doença. Por 
causa de um pão contaminado 300 pessoas 
adoeceram, 5 morreram e um número indeterminado 
enlouqueceu. 
Atualmente, o tratamento para a doença é feito com 
vasodilatadores e a pessoa pode voltar ao normal no 
período entre 1 hora e 2 dias. 
 (
) . 
 Cultura: Milho 
 Doença: Mancha foliar de Helminthosporium 
 Agente causal: Helminthosporium maydis 
(Cochlibolus heterostrophus) 
 Final da década de 1960 – a maior parte do 
milho produzido nos EUA era um híbrido originário de 
linhagens com citoplasma macho-estéril. 
 1970 – Belle Glade, Flórida: Aparecimento de 
nova raça de Helminthosporium maydis adaptada para 
atacar híbrido de linhagens com citoplasma macho-
estéril. 
 Em pouco mais de 2 meses o fungo já havia 
se disseminados por todos os estados do nordeste 
americanos. 
 15% da produção americana foi destruída, 
cerca de 20 milhões de toneladas que se fossem dadas 
ao gado e transformadas em carne seria o equivalente 
a cerca de 30 bilhões de hambúrgueres. 
Cultura: Cana-de-açúcar 
 Doença: Mosaico da cana-de-açúcar 
 Agente causal: Sugarcane mosaic virus – 
SCMV 
 1920 – Vírus foi introduzido no Brasil através 
de toletes contaminados trazidos da Argentina. Na 
época, grande parte da produção brasileira era de 
variedade de Saccharum officinarum, a cana nobre, 
que além da grande quantidade de açúcar também é 
muito susceptível ao vírus. 
1992 a 1925 – Rápida disseminação do vírus e 
drástica diminuição na produção de açúcar e álcool. 
A solução para o problema consistiu na substituição de 
variedades susceptíveis para variedades resistentes. 
Cultura: Citros 
 Doença: Tristeza dos citros 
 Agente causal: Citrus triteza vírus - CTV 
 Final da década de 1930 – 1° relato dos 
sintomas da doença em SP 
Variedade de laranja azeda (Citrus aurantium) 
enxertadas com laranja doce (C. sinensis) 
representavam 80% dos pomares (eram mais 
utilizadas por serem resistentes a gomose) e eram 
susceptíveis a doença. 
9 milhões de árvores e quase todos os pomares 
pereceram por quase 10 anos 
 1946 – Meneghini demonstra a natureza viral 
da doença 
Uma das soluções foi a utilização de limão-cravo no 
lugar de laranja azeda 
Cultura: Citros 
 Doença: Cancro dos citros 
 Agente causal: Xanthomonas citri subsp. Citri 
 1957 – 1° relato de um foca da doença em 
Presidente Prudente, SP. Entretanto a doença e seus 
métodos de controle já eram conhecidos. 
O cancro dos citros é endêmico do Japão e sudeste 
asiático. 
 1910 – A doença foi introduza na Flórida e 
utilizando o método de erradicação depois de 30 anos 
a bactéria foi erradicada. Entretanto, para isso 250 mil 
árvores e 3 milhões de mudas foram destruídas 
(Houve reincidência da doença de forma pontual ao 
decorrer dos anos e o método de erradicação 
persistiu como controle, entretanto depois que um 
furação espelhou o inóculo da Flórida para outras 
regiões produtoras, em 2006 esse método foi 
abandonado). 
Assim, aqui no Brasil o método de controle escolhido 
também foi a erradicação. 
 Entre 1957 e 1979 – 2 milhões de árvores 
foram destruídas no estado de SP e dor 20 anos 
manteve-se o controle da doença. 
 1996 – Com a detecção da larva minadora dos 
citros houve um drástico ressurgimento da doença, 
pois as galerias formadas pelas larvas aumentaram a 
eficiência de infecção e severidade da doença, além 
de dificultar a erradicação. 
Entretanto, no estado de São Paulo intensificou novas 
regras como a erradicação dos talhões quando a 
incidência da doença fosse igual ou superior a 0,5%. 
Isso fez com que a doença se mantivesse em níveis 
pouco preocupante. No entanto, em 2009 essa regra 
foi revogada e em 2012 a indecência já era de 1,39% 
dos talhões (a maior incidência desde seu relato em 
1957) e em 2016 já chegava a 9%. 
Cultura: Banana 
 Doença: Mal do Panamá 
 Agente causal: Fusarium oxysporum f. sp. 
cubense 
 1930 – O fungo foi constatado pela 1° no Brasil 
em Piracicaba. Nessa época a maioria dos bananais de 
SP era composto de cultivares Maçã, Parta e Ouro 
que são extremamente suscetíveis ao patógeno. Com 
o estabelecimento do fungo a exploração dessas 
cultivares se tornou inviável. 
Como solução os produtores migraram seus plantios, 
entretanto as mudas dos novos plantios eram obtidas 
dos antigos plantios, fazendo com que o fungo se 
perpetuasse em toda a região. Atualmente, o manejo 
consiste em tratos culturais e utilização de variedadesresistentes. 
Cultura: Cana-de-açúcar 
 Doença: Carvão da cana-de-açúcar 
 Agente causal: Sporisorium scitamineum 
 1946 – 1° relato da doença no Brasil em SP. As 
variedades POJ36 e POJ213 eram as mais plantadas e 
também as mais suscetíveis ao patógeno. 
O manejo utilizado de substituição por variedades 
resistentes e maior cuidado na produção de mudas 
tornou o carvão menos preocupante por décadas. 
 1976 – A área plantada de cana mais do que 
dobrou por causa do PROALCOOL e foi utilizada a 
variedade argentina NA56-79 que é suscetível ao 
fungo, fora isso as mudas utilizadas não foram 
produzidas de acordo com as boas técnicas. Isso fez 
com que os a doença chegasse a níveis alarmantes 
nos anos seguintes. 
Nos anos seguintes aos poucos essa variedade foi 
substituída por variedades resistentes e aos poucos o 
carvão deixou de ser uma preocupação para os 
produtores. 
Cultura: Seringueira 
 Doença: O mal das folhas da seringueira
 Agente causal: Microcyclus ulei 
 1928 – A Ford havia estabelecido um 
empreendimento e plantado 4000 hectares de 
seringueiras em Santarém, às margens do rio Tapajós. 
Com o rápido crescimento do empreendimento 
houve um ataque intenso do fungo e em 1934 os 
seringais foram definitivamente abandonados. 
1934 – Abandono dos seringais em Santarém 
e estabelecimento de novo seringal em Belterra. 
1942 – Com 6478 hectares plantados o fungo 
atacou novamente, mesmo utilizando clones asiáticos 
de alta produtividade. 
1944 – Os seringais de Belterra foram 
abandonados. 
Cultura: Cacaueiro 
 Doença: A vassoura de bruxa do cacaueiro
 Agente causal: Moniliophthora perniciosa (sin. 
Crinipellis perniciosa) 
O nome deriva dos sintomas, os ramos do cacaueiro 
secos parecem uma vassoura velha. 
 1895 – Doença é descoberta no Suriname, 
anteriormente já tinha se manifestado e devastado a 
Venezuela 
 Final da década de 1980 – A doença chega no 
estado da Bahia que era responsável por 95% da 
produção nacional. O Brasil até então era o segundo 
maior produtor mundial de cacau. 
 1989 – O fungo foi encontrado pela primeira 
vez nas plantações baianas. Houve suspeitas de 
“terrorismo biológico”. 
Maior desastre socioeconômico nas regiões cacaueiras 
da Bahia. A produção de cacau caiu de 390 mil 
toneladas em 1998 para 123 mil toneladas em 2000. 
Estima-se que em 15 anos após a constatação da 
doença o prejuízo pode ter chagado a 10 bilhões de 
dólares. Para suprimi o prejuízo os fazendeiros 
derrubaram cerca de 100 a 150 mil hectares de Mata 
Atlântica nativa. 
Controle: uso de clones resistentes, uso de agentes 
biológicos e práticas culturais. 
Cultura: Soja 
 Doença: Ferrugem asiática da soja
 Agente causal: Phakopsora pachyrhizi 
 2001 – Primeiro relato da doença no Brasil, 
ocorreu no Panará. 
O cultivo de soja de forma suscetível propiciou a rápida 
disseminação da doença. Isso causou o aumento do 
uso de fungicidas e para reverter essa situação 
implementou-se duas novas medidas de controle: vazio 
sanitário e plantio de cultivares precoces. 
Cultura: Citros 
 Doença: Huanglongbing ou greening
 Agente causal: já foram descritas 3 bactérias 
como agente causal 
É uma doença incurável, cujo sintomas consistem em: 
depaupamento generalizado da copa, redução da 
qualidade dos frutos e redução na produção. A 
disseminação é por vetores como Diaphorina citri. 
Controle: precisa ser feito de forma cooperativa em 
todos os produtores, e consiste na erradicação e 
controle de vetor. A incidência de contaminação 
permaneceu estabilizada em 16% entre 2015 e 2017. 
é o dano que pode ocorrer na 
ausência de medidas de controle. Visão retrospectiva: 
quando observamos um dano que já ocorreu devido 
à falta de controle na época de epidemia da doença. 
Visão preditiva: quando fazemos suposições dos 
prováveis danos que ocorreriam com a chegada de 
uma determinada doença. 
é o dano que já ocorreu ou que ainda está 
ocorrendo. 
 é o dano que incide na 
quantidade e qualidade do produto ou na capacidade 
futura de produção. 
 são os danos pré- e 
pós-colheita de produtos vegetais. Ocorrem desde a 
estocagem de sementes, germinação, crescimento da 
planta, colheita, manuseio e estocagem do produto 
colhido. Afetam a quantidade e qualidade do produto e 
estão inclusos o custo e controle e o uso de 
variedades menos rentáveis que podem ser precoces 
ou resistentes. 
são danos na 
capacidade futura de produção, dano comum em 
patógenos de solo, disseminados por órgão de 
propagação vegetativa, e que causam desfolha 
prematura. 
efeitos econômicos e sociais 
das doenças, além do impacto agronômico imediato. 
Afeta o produtor gerando perda do capital espiritual 
quando os produtores abandonam a produção; afeta 
os consumidores quando se trata das perdas causadas 
por estocagem e transporte; afeta o Estado quando 
ele arca com despesas para pesquisa, quarentena e 
medidas para remediar a doença e afeta o ambiente 
pelo uso de produtos químicos para o controle.

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