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Curso de estratégia em saude da familia Módulo_3

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CURSO DE 
ESTRATÉGIA SAÚDE 
DA FAMÍLIA
MÓDULO - 3 
CURSO DE 
ESTRATÉGIA SAÚDE 
DA FAMÍLIA
MÓDULO - 3 
CURSO DE 
ESTRATÉGIA SAÚDE 
DA FAMÍLIA
MÓDULO - 3 
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - TRABALHO EM REDE
TRABALHO EM REDE .............................................................................................7
AS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE ....................................................................8
A POLÍTICA DE HUMANIZAÇÃO E A APS .......................................................12
PONTOS DE ATENÇÃO SECUNDÁRIA DE UMA REDE DE ATENÇÃO EM 
SAÚDE........................................................................................................................13
PONTOS DE ATENÇÃO TERCIÁRIA DE UMA REDE DE ATENÇÃO À 
SAÚDE....................................................................................................................... 16
JÁ FOI FEITO ASSIM: UM RELATO DE BOAS PRÁTICAS! .......................... 17
SISTEMAS DE APOIO DAS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE .................... 18
OS SISTEMAS DE ACESSO REGULADO À ATENÇÃO À SAÚDE ...................25
OS SISTEMAS DE TRANSPORTE EM SAÚDE ................................................27
TRABALHO EM EQUIPE: ATENÇÃO UNIPROFISSIONAL E ATENÇÃO 
MULTIPROFISSIONAL ......................................................................................... 30
NÚCLEOS AMPLIADOS DE SAÚDE DA FAMÍLIA E ATENÇÃO BÁSICA 
(NASF-AB) ................................................................................................................31
SAÚDE MENTAL .................................................................................................... 34
REABILITAÇÃO .......................................................................................................35
ATENÇÃO MÉDICA ESPECIALIZADA E ATENÇÃO MÉDICA 
GENERALISTA .........................................................................................................37
O TRABALHO EM REDE INTERSETORIAL - UM GRANDE 
DESAFIO! .................................................................................................................39
A POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL ................................... 43
PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA ............................................................................ 45
PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL ........................................................................ 46
SERVIÇOS E REDE DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NO DISTRITO FEDERAL 49
CENTROS DE REFERÊNCIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL (CRAS) NO DIS-
TRITO FEDERAL ................................................................................................... 49
CENTROS DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO EM ASSISTÊNCIA SOCIAL 
(CREAS) NO DF ......................................................................................................53
CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO PARA A POPULAÇÃO EM 
SITUAÇÃO DE RUA (CENTRO POP) NO DF .................................................. 54
SERVIÇOS DE PROTEÇÃO ESPECIAL – ALTA COMPLEXIDADE ..................55
SERVIÇOS DOS SUAS DO DF ............................................................................56
A INTERSETORIALIDADE ENTRE SUS E SUAS .............................................56
CONSELHO TUTELAR .........................................................................................57
OUTROS CONSELHOS DE DIREITOS ............................................................. 58
BOAS PRÁTICAS!!! ................................................................................................ 60
ENCERRAMENTO ..................................................................................................72
REFERÊNCIAS ........................................................................................................73 
UNIDADE 1
Trabalho em REDE
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
7
Objetivos da Unidade
• Descrever as estratégias de integração e compartilhamento do cuida-
do entre os diferentes espaços institucionais da saúde e outros setores.
• Identificar normas e fluxos de encaminhamentos e modos de regu-
lação entre a Atenção Primária à Saúde (APS) e a atenção secundária.
• Relacionar estratégias de integração entre a APS e a Rede de Urgência 
e Emergências.
• Identificar os serviços e equipamentos sociais que podem apoiar as 
ações na APS/Unidade Básica de Saúde (UBS), qualificando o diálogo 
com a rede SUAS.
TRABALHO EM REDE
As redes na poética de João Cabral de Melo Neto:
Tecendo a Manhã
“Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
8
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão”.
AS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE
Esta unidade está estruturada a fim de possibilitar aos trabalhadores das equi-
pes de Estratégia Saúde da Família uma reflexão, avaliação e reorganização das 
suas práticas de cuidados integrais em saúde, com foco no trabalho em rede.
Para contextualizar a necessidade de mudanças nos processos de trabalho em 
saúde, cabe um breve resgate histórico sobre a transição epidemiológica que vem 
acontecendo no mundo inteiro, com forte impacto nos países em desenvolvimen-
to, e explanação sobre a decisão técnica política do Ministério da Saúde de adoção 
de modelo de cuidados em saúde com foco no trabalho em REDE. 
Considerava-se à época (e ainda) o perfil epidemiológico brasileiro, caracteriza-
do por uma tripla carga de doenças, que envolve a persistência de doenças parasi-
tárias, infecciosas e desnutrição características de países subdesenvolvidos, impor-
tante componente de problemas de saúde reprodutiva com mortes maternas e 
óbitos infantis por causas consideradas evitáveis. E o desafio das doenças crônicas 
e seus fatores de risco, como sedentarismo, tabagismo, alimentação inadequada, 
obesidade, e o crescimento das causas externas em decorrência do aumento da 
violência e dos acidentes de trânsito, trazendo a necessidade de ampliação do foco 
da atenção para o manejo das condições crônicas, mas atendendo, concomitante-
mente, as condições agudas (BRASIL, 2010a; BRASIL, 2015).
O modelo de atenção à saúde vigente fundamentado nas ações curativas, cen-
trado no cuidado médico, fragmentação de serviços, programas e práticas clínicas, 
estruturado com ações e serviços de saúde dimensionados a partir da oferta, mos-
trava-se insuficiente para dar conta dos desafios sanitários atuais e insustentável 
para os enfrentamentos futuros (BRASIL, 2010a).
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
9
Diante desse cenário, houve a implantação das Redes de Atenção à Saúde 
(RAS) em todo o país, com a publicação da Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 
2010, segundo a qual:
A Rede de Atenção à Saúde (RAS) é definida como arranjos organizativos de 
ações e serviços de saúde de diferentes densidades tecnológicas que, inte-
gradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam 
garantir a integralidade do cuidado.
O objetivo da RAS é promover a integração sistêmica de ações e serviços de 
saúde, com provisão de atenção contínua, integral, de qualidade, respon-
sável e humanizada, bem como incrementar o desempenho do Sistema em 
termos de acesso, equidade, eficácia clínica e sanitária; e eficiência econômica.
Caracteriza-se pela formação de relações horizontais entre os pontos de 
atenção com o centro de comunicação na Atenção Primária à Saúde (APS), 
pela centralidade nas necessidades em saúde de uma população, pela res-
ponsabilização na atenção contínua e integral, pelo cuidado multiprofissio-
nal, pelo compartilhamentode objetivos e compromissos com os resultados 
sanitários e econômicos.
Fundamenta-se na compreensão da APS como primeiro nível de atenção, 
enfatizando a função resolutiva dos cuidados primários sobre os problemas 
mais comuns de saúde e a partir do qual se realiza e coordena o cuidado em 
todos os pontos de atenção. 
Os pontos de atenção à saúde são entendidos como espaços onde se ofer-
tam determinados serviços de saúde, por meio de uma produção singular. 
(BRASIL, 2010a).
Quanto aos atributos da Rede de Atenção à Saúde, a portaria nos informa que:
Considera-se que não há como prescrever um modelo organizacional único 
para as RAS, contudo as evidências mostram que o conjunto de atributos 
apresentados a seguir são essenciais ao seu funcionamento: 
1. População e território definidos com amplo conhecimento de suas neces-
sidades e preferências que determinam a oferta de serviços de saúde; 
http://Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010
http://Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
10
2. Extensa gama de estabelecimentos de saúde que presta serviços de pro-
moção, prevenção, diagnóstico, tratamento, gestão de casos, reabilitação e 
cuidados paliativos e integra os programas focalizados em doenças, riscos e 
populações específicas, os serviços de saúde individuais e os coletivos; 
3. Atenção Primária em Saúde estruturada como primeiro nível de atenção 
e porta de entrada do sistema, constituída de equipe multidisciplinar que 
cobre toda a população, integrando, coordenando o cuidado, e atendendo 
às suas necessidades de saúde; 
4. Prestação de serviços especializados em lugar adequado; 
5. Existência de mecanismos de coordenação, continuidade do cuidado e 
integração assistencial por todo o contínuo da atenção; 
6. Atenção à saúde centrada no indivíduo, na família e na comunidade, ten-
do em conta as particularidades culturais, gênero, assim como a diversidade 
da população; 
7. Sistema de governança único para toda a rede com o propósito de criar 
uma missão, visão e estratégias nas organizações que compõem a região de 
saúde; definir objetivos e metas que devam ser cumpridos no curto, médio e 
longo prazo; articular as políticas institucionais; e desenvolver a capacidade 
de gestão necessária para planejar, monitorar e avaliar o desempenho dos 
gerentes e das organizações; 
8. Participação social ampla; 
9. Gestão integrada dos sistemas de apoio administrativo, clínico e logístico; 
10. Recursos humanos suficientes, competentes, comprometidos e com in-
centivos pelo alcance de metas da rede;
11. Sistema de informação integrado que vincula todos os membros da rede, 
com identificação de dados por sexo, idade, lugar de residência, origem ét-
nica e outras variáveis pertinentes; 
12. Financiamento tripartite, garantido e suficiente, alinhado com as metas 
da rede; 
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
11
13. Ação intersetorial e abordagem dos determinantes da saúde e da equi-
dade em saúde; e 
14. Gestão baseada em resultado. (BRASIL, 2010a).
Conforme a Portaria de Consolidação GM/MS nº 3, de 28 de setembro de 2017, 
em seu Art. 3º, foram pactuadas cinco Redes de Atenção à Saúde a serem implan-
tadas nas regiões do país, a saber:
I - Rede Cegonha;
II - Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE);
III - Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas;
IV - Rede de Atenção Psicossocial (RAPS);
V - Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência.
Saiba Mais!
Há uma rediscussão da Rede Cegonha no âmbito do MS (PORTARIA 
GM/MS Nº 715, DE 4 DE ABRIL DE 2022, a qual altera a Portaria 
de Consolidação GM/MS nº 3, de 28 de setembro de 2017, para 
instituir a Rede de Atenção Materna e Infantil (Rami), sendo a Por-
taria ainda objeto de discussão tripartite.
Se liga na dica!!!
GUIMARÃES, A. M. D. N.; CAVALCANTE, C. C. B.; LINS, M. Z. S. 
(org.). Planificação da atenção primária à saúde: um instrumento 
de gestão e organização da atenção primária e da atenção ambula-
torial especializada nas redes de atenção à saúde. Brasília: CO-
NASS, 2018.
A proposta de Planificação da Atenção à Saúde (PAS) tem como 
objetivo apoiar o corpo técnico e gerencial das secretarias estadu-
ais e municipais de saúde na organização dos macroprocessos da 
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
12
APS e AAE, tendo por base o modelo operacional de Construção 
Social da Atenção Primária à Saúde e o Modelo de Atenção às 
Condições Crônicas (MACC). Nesse documento, você encontra a 
experiência do Distrito Federal no que se refere à planificação de 
uma região de saúde.
Documento no link:
https://www.scielo.br/j/csc/a/KrXMY6P7LTtkwckj7xMMGXm/?for-
mat=pdf&lang=pt
A POLÍTICA DE HUMANIZAÇÃO E A APS
Segundo a Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS 
(2013b), os modos de produzir saúde e os modos de gerir os processos de trabalho 
entre atenção e gestão, clínica e política, produção de saúde e de subjetividades 
são indissociáveis. 
O trabalho de humanização tem por objetivo provocar inovações nas práticas 
gerenciais e nas práticas de produção de saúde, propondo para os diferentes cole-
tivos/equipes implicados nessas práticas o desafio de superar limites e experimen-
tar novas formas de organização dos serviços e novos modos de produção, bem 
como possibilitar a circulação de poder.
Operando com o princípio da transversalidade, a Política Nacional de Hu-
manização (PNH) lança mão de ferramentas e dispositivos para consolidar 
redes, vínculos e a corresponsabilização entre usuários, trabalhadores e ges-
tores. Ao direcionar estratégias e métodos de articulação de ações, saberes, 
práticas e sujeitos, pode-se efetivamente potencializar a garantia de atenção 
integral, resolutiva e humanizada. (BRASIL, 2013b, p. 3).
 A humanização como política que atravessa todas as instâncias do SUS pro-
põe-se a atuar na descentralização, isto é, na autonomia administrativa da gestão 
da rede de serviços, de maneira a articular processos de trabalho e as relações 
entre os diferentes profissionais e a população atendida. A Atenção Primária em 
Saúde é um espaço privilegiado para o desenvolvimento dessa política.
https://www.scielo.br/j/csc/a/KrXMY6P7LTtkwckj7xMMGXm/?format=pdf&lang=pt
https://www.scielo.br/j/csc/a/KrXMY6P7LTtkwckj7xMMGXm/?format=pdf&lang=pt
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
13
Pensar a APS na perspectiva de RAS como estratégia de ordenação dos siste-
mas de atenção à saúde, segundo Mendes (2012), significa afirmar que ela exerce 
três funções essenciais:
1. Resolubilidade: ser resolutiva, capacitada, e atender, aproximadamente, 85% 
dos problemas mais comuns de saúde. 
2. Comunicação: ser o centro de comunicação das RASs, ou seja, ordenar os 
fluxos e contrafluxos das pessoas, produtos e informações entre os diferentes com-
ponentes das redes. 
3. Responsabilização: ter conhecimento, relacionamento íntimo e responsabi-
lizar-se, econômica e sanitariamente, em relação à população adscrita nos micro-
territórios, com base no exercício da gestão de base populacional.
PONTOS DE ATENÇÃO SECUNDÁRIA DE UMA REDE DE 
ATENÇÃO EM SAÚDE
Os pontos de atenção primária, secundária e terciária se diferenciam por suas 
respectivas densidades tecnológicas, sendo os pontos de atenção terciária mais 
densos tecnologicamente que os pontos de atenção secundária, por essa razão 
tendem a ser mais concentrados espacialmente. Contudo, na perspectiva das 
redes poliárquicas, não há entre eles relações de subordinação, já que todos são 
igualmente importantes para se atingirem os objetivos comuns das RASs.
As unidades ambulatoriais nas RASs não podem atuar de forma isolada e sem 
uma comunicação ordenada com os demais componentes da rede, em especial 
sem a coordenação da Atenção Primária à Saúde, que deve saber, portanto, anteci-
padamente, quem e quantas pessoas devem ser referidas, por tipo de intervenção, 
à unidade de atenção secundária (MENDES, 2011).
Na organização dos pontos de atenção secundária, devem ser elaboradosos 
protocolos clínicos que normalizam, em detalhes, toda a carteira de serviços ofer-
tada. Assim, ficam claros os papéis das equipes de APS em relação a cada condição 
de saúde e as situações em que as pessoas usuárias devem ser encaminhadas ao 
ponto de atenção secundária de uma RAS para uma interconsulta e sua devolução 
para a APS (MENDES, 2011).
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
14
Os especialistas focais, no modelo de RAS, cumprem, em geral, o papel de in-
terconsultor, de suporte no apoio de diagnóstico (que compõem o sistema de exa-
mes) e terapêuticos nas ações das equipes na APS. As evidências demonstram que 
a atuação dos especialistas só agrega valor para as pessoas quando eles conhecem 
pessoalmente e trabalham conjuntamente com os generalistas, não sendo efetivo 
o modelo tradicional de referência e contrarreferência (MENDES, 2011).
Para saber!
No Distrito Federal, existem diversos protocolos e guias de atuação 
em vigência, os quais são produzidos em formatos de Protocolos Clí-
nicos, segundo as normatizações da Comissão Permanente de Proto-
colos de Atenção à Saúde (CPPAS), ou na forma de Notas Técnicas.
Todo profissional da área de saúde pertencente ao quadro efetivo 
da SES-DF poderá propor protocolo em sua área de atuação se-
guindo fielmente o “Roteiro de Protocolo” disponibilizado no site da 
CPPAS (https://www.saude.df.gov.br/protocolos-da-ses-cppas/). 
Os diversos Protocolos e Notas Técnicas abordam de forma equâ-
nime toda a Rede SES-DF, não podendo ser produzido um proto-
colo individualizado para determinada Unidade de Saúde ou Su-
perintendência.
Os protocolos são elaborados contendo exclusivamente medi-
camentos, insumos e procedimentos padronizados no âmbito da 
SES-DF, obedecendo às indicações clínicas pactuadas, evidên-
cias científicas e autorizações da Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária e/ou Ministério Saúde.
Na ausência de Protocolo ou Nota Técnica para um tema específi-
co, são admitidos os Protocolos do Ministério da Saúde.
http://Notas Técnicas
https://www.saude.df.gov.br/protocolos-da-ses-cppas/
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/protocolos-clinicos-e-diretrizes-terapeuticas-pcdt
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
15
Para a incorporação ou suspensão de tecnologias, medicações, in-
sumos ou procedimentos, estão disponíveis os Formulários de Padroni-
zação, Despadronização e Alteração de Descritivo de Produtos para a 
Saúde (https://www.saude.df.gov.br/protocolos -formularios/), que de-
vem contar com justificativa cientificamente comprovada baseada em 
evidências com citação das referências utilizadas.
Algumas delas são:
Nota Técnica nº 4/2021 - SES/SAIS/CATES/DUAEC/GEDIAG, de 
7 de abril de 2021.
Assunto: Nota Técnica - Critérios de encaminhamento de pa-
cientes para a realização de exames de Radiologia e Diagnós-
tico por Imagem.
Nota Técnica nº 2/2021 - SES/SAIS/COASIS/DASIS/GESNUT, de 
21 de janeiro de 2021.
Assunto: Nota Técnica - Critérios de encaminhamento de pa-
cientes para os ambulatórios de Nutrição na Atenção Secun-
dária.
Nota Técnica SEI-GDF nº 33/2019 - SES/SAIS/COASIS/DASIS/
GESAMB, de 23 de setembro de 2019. 
Assunto: Nota Técnica - Critérios de encaminhamento de pa-
cientes para a realização de consulta de Acupuntura no Adul-
to da Atenção Secundária.
Nota Técnica nº 6/2020 - SES/SAIS/CATES/DSINT/GESAD, de 12 
de junho de 2020.
Assunto: Nota Técnica - Funcionamento geral dos Núcleos Re-
gionais de Atenção Domiciliar.
https://www.saude.df.gov.br/protocolos -formularios/
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
16
Para conhecer esse conteúdo, acesse estes links: 
● https://www.saude.df.gov.br/protocolos-aprovados/
● https://www.saude.df.gov.br/notas-tecnicas/
● https://www.saude.df.gov.br/protocolos-sob-consulta-publica/ 
Outros links importantes:
● Protocolos e Diretrizes do Ministério da Saúde
● Regula Mais Brasil
● Cadernos de Atenção Básica e Protocolos de Encaminhamento da 
Atenção Básica para Atenção Especializada
● TelessaúdeRS
PONTOS DE ATENÇÃO TERCIÁRIA DE UMA REDE DE 
ATENÇÃO À SAÚDE
Os hospitais, os prontos-socorros ou as Unidades de Pronto Atendimento, nas 
RAS, devem cumprir, principalmente, a função de responder às condições agudas 
ou aos momentos de agudização das condições crônicas, conforme estabelecido 
em diretrizes clínicas baseadas em evidências. Para isso, os hospitais em redes de-
vem ter uma densidade tecnológica compatível com o exercício dessa função, tais 
como a realização de exames especiais, cirurgias invasivas e o cuidado constante 
para a reabilitação.
Contudo, na visão integrada das RASs, a qualidade hospitalar não pode derivar 
somente de seu funcionamento isolado, mas de sua inserção em redes, contri-
buindo, efetivamente, para gerar valor para as pessoas usuárias dos sistemas de 
atenção à saúde.
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/protocolos-clinicos-e-diretrizes-terapeuticas-pcdt
http://Regula Mais Brasil
https://aps.saude.gov.br/biblioteca/index
https://aps.saude.gov.br/biblioteca/index
https://www.ufrgs.br/telessauders/
17
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
JÁ FOI FEITO ASSIM: UM RELATO DE BOAS PRÁTICAS!
Em um Município de São Paulo, o Pronto-Socorro de referência de um deter-
minado território se reúne a cada dois meses com os Centros de Atenção Psicosso-
cial (CAPS), em especial os tipo III, para discutirem a ocupação de leitos de saúde 
mental de ambos os serviços, os casos de pacientes com diagnóstico de transtorno 
mental que recorrentemente ocupam os leitos de emergência de Saúde Mental e 
pensar em estratégias de desospitalização. 
O PS também organizou uma planilha virtual, preenchida diariamente pelo 
serviço, e com acesso possibilitado para toda a rede de serviços de saúde, a fim de 
que a UBS de Referência, as equipes de Consultório na Rua e o CAPS de referên-
cia do paciente possam ter a informação em tempo real de sua observação/inter-
nação em serviço de urgência, possibilitando discussão clínica entre os serviços, 
organização de alta responsável e qualificada, a partir da elaboração de projetos 
terapêuticos singulares construídos conjuntamente.
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
18
SISTEMAS DE APOIO DAS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE
Outro componente das RASs são os sistemas de apoio, que consistem nos lu-
gares institucionais das redes em que se prestam serviços comuns a todos os pon-
tos de atenção à saúde, nos campos do apoio diagnóstico e terapêutico, da assis-
tência farmacêutica e dos sistemas de informação em saúde.
O sistema de apoio diagnóstico e terapêutico
O sistema de apoio diagnóstico e terapêutico envolve os serviços de diagnós-
tico por imagem, de medicina nuclear diagnóstica e terapêutica, a eletrofisiologia 
diagnóstica e terapêutica, as endoscopias, a hemodinâmica e a patologia clínica 
(anatomia patológica, genética, bioquímica, hematologia, imunologia e microbio-
logia e parasitologia) (MENDES, 2011).
Ele deve ser integrado nas RASs como um componente transversal de todas as 
redes temáticas. Para isso, esse sistema deve ser construído com base nos princí-
pios das RASs, conjugando, dialeticamente, escala, qualidade e acesso e se distri-
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
19
buindo pelos territórios locais, microrregionais e macrorregionais, de acordo com 
as suas densidades tecnológicas e com a disponibilidade de recursos para operá-lo 
(MENDES, 2011).
Em geral, esse movimento de reorganização implica uma centralização das 
unidades de processamento, uma descentralização da coleta dos exames para to-
das as unidades de atenção à saúde, especialmente para as unidades de APS e 
uma ligação dessas duas pontas por meio de um sistema logístico eficaz (MEN-
DES, 2011).
O sistema de apoio diagnóstico e terapêutico deverá atender às necessidades e 
características de sua população, devendo rever seus protocolos de funcionamen-
to a partir das necessidades apontadas pelos serviços e equipes de Atenção Básica.
O sistema de assistência farmacêutica
O segundo sistema de apoio, fundamental para a organização das RASs, é o 
sistema de assistênciafarmacêutica, que envolve uma organização complexa exer-
citada por um grupo de atividades relacionadas aos medicamentos, destinadas a 
apoiar as ações de saúde demandadas por uma comunidade, englobando interven-
ções logísticas relativas à seleção, à programação, à aquisição, ao armazenamen-
to e à distribuição dos medicamentos, bem como ações assistenciais da farmácia 
clínica e de vigilância, como o formulário terapêutico, a dispensação, a adesão ao 
tratamento, a conciliação de medicamentos e a farmacovigilância (MENDES, 2011).
A Assistência Farmacêutica (AF) no Sistema Único de Saúde (SUS) é estrutura-
da em três componentes: Básico, Estratégico e Especializado, além do Programa 
Farmácia Popular. A forma de organização e financiamento, os critérios de acesso e 
o elenco de medicamentos disponíveis é específico para cada um dos componentes.
A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) é uma lista orien-
tativa e cabe a cada município estabelecer sua própria relação de medicamentos 
de acordo com suas características epidemiológicas. A Rename contempla os me-
dicamentos e insumos disponibilizados no Sistema Único de Saúde (SUS) e está 
dividida também em Componente Básico da Assistência Farmacêutica (CBAF), 
Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica (CESAF), Componente Es-
pecializado da Assistência Farmacêutica (CEAF), além de determinados medica-
mentos de uso hospitalar. 
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
20
Hospitais possuem descrição nominal própria de tabela de procedimentos, 
medicamentos, órteses, próteses e materiais do SUS.
Você sabia?
No Distrito Federal, é possível consultar em tempo real o estoque 
de medicamentos em sua UBS no site do InfoSaúde.
Clique aqui e confira!
Farmácias das UBS - Infosaúde
Na SES, a Diretoria de Assistência Farmacêutica (DIASF) é responsável por co-
ordenar, normatizar e organizar tecnicamente a Assistência Farmacêutica e as Far-
mácias da SES-DF. Assim, a DIASF atua fornecendo dados e informações essenciais 
às tomadas de decisão estratégicas que, de alguma forma, envolvam a assistência 
farmacológica ou a organização dos serviços.
O Componente Básico da Assistência Farmacêutica contempla medicamentos 
e insumos voltados ao atendimento dos principais agravos e programas de saúde, 
no nível da Atenção Básica. A Secretaria de Saúde do Distrito Federal é responsável 
pela compra da maioria desses medicamentos, cabendo ao Ministério da Saúde a 
aquisição de insulinas humanas NPH e regular, contraceptivos orais e injetáveis, 
dispositivo intrauterino (DIU) e diafragma.
O Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF) foi aprovado 
por meio da publicação da Portaria GM/MS nº 2.981, de 26 de novembro de 2009 
e, desde então, tem se consolidado como uma importante estratégia para a ga-
rantia do acesso a medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, 
o CEAF é regulamentado pela Portaria de Consolidação GM/MS nº 02 (regras de 
financiamento e execução) e pela Portaria de Consolidação GM/MS nº 06 (regras 
de financiamento, controle e monitoramento), ambas de 28 de setembro de 2017 
e retificadas no Diário Oficial da União de 13 de abril de 2018. 
O CEAF foi construído a partir da necessidade da ampliação do acesso aos me-
dicamentos e da cobertura do tratamento medicamentoso, seja para ajustar as li-
nhas de cuidado para as doenças já tratadas ou para ampliar o escopo de doenças 
https://info.saude.df.gov.br/farmacias-das-ubs/
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
21
a serem contempladas. A principal característica do Componente é a garantia da 
integralidade do tratamento medicamentoso, em âmbito ambulatorial, para todas 
as condições clínicas contempladas no CEAF, por meio das diferentes linhas de 
cuidado definidas nos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT). Esses 
protocolos são documentos técnico-científicos elaborados pelo Ministério da Saú-
de, baseados em evidência, que estabelecem critérios para diagnóstico, tratamen-
to e acompanhamento de uma doença ou agravo em saúde.
O Componente Especializado da Assistência Farmacêutica atende atualmente 
102 condições clínicas preconizadas em 93 Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêu-
ticas. O elenco de medicamentos contemplados pelo CEAF está definido no Anexo 
III da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename 2022). O acesso a 
esses medicamentos está garantido mediante a pactuação entre a União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios.
Para mais informações e acesso a documentos técnicos da Assistência Farma-
cêutica no DF, acesse: https://www.saude.df.gov.br/informativos-diasf/.
Para mais informações sobre o Componente Básico da Assistência Farmacêu-
tica, acesse: https://www.saude.df.gov.br/farmacias-unidade-basica-de-saude/.
Os sistemas de informação em saúde
O terceiro componente dos sistemas de apoio nas RASs são os sistemas de 
informação em saúde. Eles têm sido considerados importantes ferramentas para 
o diagnóstico de situações de saúde com vistas à produção de intervenções sobre 
as necessidades da população. Os sistemas de informação em saúde constituem 
um esforço integrado para coletar, processar, reportar e usar informação e conhe-
cimento para influenciar as políticas, os programas e a pesquisa.
A construção social das RASs, para ser consequente, tem de ser suportada por 
informações de qualidade, ofertadas por bons sistemas de informação em saúde.
A base para construção de diagnóstico de saúde da população vem do e-SUS 
APS, modelo de prontuário eletrônico adotado na Atenção Básica do DF.
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
22
Saiba Mais!
O e-SUS APS está integrado à Rede Nacional de Dados em Saú-
de (RNDS) que consiste em uma plataforma nacional de intero-
perabilidade (troca de dados) em saúde, com a disponibilização 
parcial de dados.
Entretanto, a maior parte dos dados clínicos dos usuários atendi-
dos em outros pontos de atenção no DF fica restrita a prontuários 
eletrônicos específicos, que não se comunicam. 
Dentre as diretrizes do Plano Diretor de Tecnologia da Informação 
da Secretaria de Estado da Saúde do DF (PDTI SESDF), está a in-
tegração de todos os diversos registros de prontuários existentes. 
Por meio desse instrumento de planejamento é possível nortear as 
ações e os investimentos de tecnologia na área de saúde pública. 
Tal plano está em revisão. 
Confira:
RNDS 
PLANO DIRETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Secreta-
ria de Estado da Saúde do Governo do Distrito Federal
É importante que o trabalhador esteja familiarizado com essa ferramenta, de 
forma a alimentar correta e regularmente o e-SUS em todos os contatos com o 
cidadão. O e-SUS alimenta os dados localmente e, a nível nacional, alimenta o Sis-
tema de Informação em Saúde da Atenção Básica (SISAB). O cadastro do cidadão 
é o primeiro passo na qualificação dos dados à medida que o vincula e toda a pro-
dução de cuidado à equipe, sendo fundamental para a manutenção de repasses 
financeiros federais essa vinculação.
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/rnds
https://www.saude.df.gov.br/documents/37101/824400/Plano+Diretor+de+Tecnologia+da+Informa%C3%A7%C3%A3o+2019+%E2%80%93+2022.pdf/2cbeb98d-94cd-5e32-d047-7e4644031c0a?t=1649984363246
https://www.saude.df.gov.br/documents/37101/824400/Plano+Diretor+de+Tecnologia+da+Informa%C3%A7%C3%A3o+2019+%E2%80%93+2022.pdf/2cbeb98d-94cd-5e32-d047-7e4644031c0a?t=1649984363246
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
23
Com o cadastro atualizado, além do paciente ser contatado quando houver 
uma consulta ou exame agendado, pode verificar, através do aplicativo ou do site 
do Conecte SUS, o status de suas solicitações no SISREG (Sistema Nacional de Re-
gulação). Assegura que as equipes de Saúde da Família (eSF) visitem, busquem e 
acompanhem os usuários no território.
Os sistemas logísticos das redes de atenção à saúde
Um quarto componente das redes de atenção à saúde são os sistemas logísti-
cos, constituídos de soluções tecnológicas fortemente ancoradas nas tecnologias 
de informação, que garantem uma organizaçãoracional dos fluxos e contrafluxos 
de informações, produtos e pessoas nas RASs, permitindo um sistema eficaz de 
referência e contrarreferência das pessoas e trocas eficientes de produtos e informa-
ções, ao longo dos pontos de atenção à saúde e dos sistemas de apoio, nessas redes.
Os principais sistemas logísticos das RASs são o cartão de identificação das 
pessoas usuárias, o prontuário clínico, os sistemas de acesso regulado à atenção à 
saúde e os sistemas de transporte em saúde.
• O cartão de identificação das pessoas usuárias
O cartão de identificação das pessoas usuárias é o instrumento que permite 
alocar um número de identidade único a cada pessoa que utiliza o sistema de 
atenção à saúde. No Brasil, a proposta de uso desse cartão é o “Cartão SUS”. Toda 
vez que acontece um atendimento em um estabelecimento público de saúde ele 
é registrado por meio do cartão da pessoa usuária no banco de dados do SUS.
A integração do sistema de atenção à saúde é muito importante porque possi-
bilita a emissão de um histórico confiável do paciente, fundamental para orientar 
o profissional de saúde (MENDES, 2011).
https://play.google.com/store/apps/details?id=br.gov.datasus.cnsdigital&hl=pt_BR&gl=US
https://conectesus-paciente.saude.gov.br/menu/home-default
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
24
Você sabia?
O Governo Federal vem atuando no sentido de unificar em um re-
gistro único, pelo número de CPF, as informações do cidadão, de 
modo a interligar os dados não somente no SUS, mas em todos os 
serviços públicos.
Nesse sentido, o cidadão já conta com o portal “gov.br”, cujo ob-
jetivo é reunir em um só lugar todas as informações e serviços do 
Poder Executivo Federal.
O Portal do Conecte SUS, por exemplo, utiliza o formato de login 
único do gov.br, em que o cidadão pode acessar suas informações 
de saúde em um só lugar. Acesse agora o portal e verifique suas 
informações de saúde em https://conectesus-paciente.saude.gov.
br/menu/home-default.
• Prontuários clínicos
De acordo com a Resolução CFM nº 1.638/2002, os prontuários clínicos são de-
finidos pelo Conselho Federal de Medicina como:
[...] documento único constituído de um conjunto de informações, sinais e 
imagens registradas, geradas a partir de fatos, acontecimentos e situações 
sobre a saúde do paciente e a assistência a ele prestada, de caráter legal, 
sigiloso e científico, que possibilita a comunicação entre membros da 
equipe multiprofissional e a continuidade da assistência prestada ao indiví-
duo. (BRASIL, 2002).
 Além de sua função comunicacional, os prontuários clínicos são utilizados 
como ferramentas gerenciais e de educação dos profissionais e das pessoas usuá-
rias. Os prontuários clínicos são um elemento fundamental na gestão da atenção 
à saúde, visto que deles derivam fluxos importantes para alimentar os sistemas de 
informação em saúde, os bancos de dados e de conhecimentos, a pesquisa cientí-
fica, a teleassistência, o sistema de gestão da clínica e o sistema de gestão financeira. 
https://conectesus-paciente.saude.gov.br/menu/home-default
https://conectesus-paciente.saude.gov.br/menu/home-default
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
25
Na gestão da clínica, os prontuários eletrônicos são fundamentais para permi-
tir o registro das pessoas usuárias por subpopulações estratificadas por riscos e para 
emitir alertas e dar feedbacks aos profissionais de saúde e às pessoas (MENDES, 2011). 
Saiba mais!
O e-SUS, prontuário eletrônico vigente, possui previsão de alertas 
via SMS para os celulares do usuário e agendamento on-line pelo 
próprio usuário. Assim como nos demais municípios, no Distrito 
Federal, a função de emissão de alertas e feedbacks não está im-
plantada até o momento.
Em relação ao Sistema de Informações em Saúde da Atenção Bá-
sica (SISAB), verifica-se a estratificação dos riscos de grupos po-
pulacionais, em que, por meio dos cadastros, existe a possibilida-
de de localizar indivíduos que recebem o Benefício de 
Transferência de Renda “Auxílio Brasil”, o Benefício de Prestação 
Continuada (BPC), as pessoas com deficiência e maiores de 60 
anos, apresentando e identificando vulnerabilidades individuais, 
porém não familiares.
OS SISTEMAS DE ACESSO REGULADO À ATENÇÃO À SAÚDE
Os sistemas de acesso regulado à atenção à saúde constituem-se de estru-
turas operacionais que medeiam uma oferta determinada e uma demanda por 
serviços de saúde, de forma a racionalizar o acesso de acordo com graus de riscos 
e normas definidas em protocolos de atenção à saúde e em fluxos assistenciais 
(MENDES, 2011).
Os sistemas de acesso regulado à atenção à saúde têm os seguintes objetivos:
 9 Organizar o acesso de forma equitativa, transparente e com segurança.
 9 Organizar o acesso com foco na pessoa usuária. 
 9 Desenvolver e manter atualizados protocolos de atenção à saúde or-
ganizadores do processo de regulação do acesso.
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
26
 9 Instrumentalizar os fluxos e processos relativos aos procedimentos 
operacionais de regulação do acesso.
 9 Implementar uma rede informatizada de suporte ao processo de re-
gulação do acesso. 
 9 Manter um corpo de profissionais capacitados para a regulação do 
acesso.
 9 Gerar sistemas de monitoramento e avaliação de suas atividades por 
intermédio da geração de relatórios padronizados.
 Para operar a regulação do acesso à atenção à saúde, são instituídos com-
plexos reguladores que consistem na articulação e na integração de centrais de 
atenção a internações de urgência e emergência ou eletivas, a consultas e a servi-
ços especializados e a sistemas de apoio diagnóstico e terapêutico, com base em 
protocolos de atenção à saúde.
A central de regulação deve operar com protocolos de atendimento e, em al-
guns casos, com opinião de médico regulador, disponível no sistema 24 horas por 
dia. Esse regulador pode intervir no agendamento de consultas e exames especia-
lizados e em situações de urgências e emergências. Sua função é checar as evidên-
cias clínicas do caso, encaminhar a pessoa usuária a um serviço adequado a fim de 
garantir a melhor opção de atenção possível. 
A efetividade desse agente regulador aumenta quando o sistema mantiver, 
em cada serviço de maior importância relativa na rede de atenção à saúde, um 
profissional de saúde qualificado que fará a auditoria concomitante do caso.
Saiba mais!
O Complexo Regulador em Saúde do Distrito Federal (CRDF/SES) 
é composto de 4 (quatro) diretorias que têm, entre outras atribui-
ções, a tarefa de regular o acesso referente à Atenção Ambulatorial 
e Hospitalar da SES, o SAMU responsável por todo o atendimento 
móvel de urgência, a Central Estadual de Transplantes (CET) e a 
Diretoria Administrativa.
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
27
Para acessar o documento do Processo Regulatório de Acesso à Assistência 
- Sub Processo de Regulação Gerência Regulação (Consultas, Exames e Proce-
dimentos) em formato PDF, você pode acessar este link: https://info.saude.df.gov.
br/wp-content/uploads/2021/09/Processos_GER_vs05.08.2020.pdf. 
Esse manual aborda o processo regulatório do acesso à assistência, cujo objeti-
vo principal é a ordenação e qualificação dos fluxos de acesso a ações e serviços de 
saúde, que, para ser operacionalizado, necessita de diretrizes operacionais e proto-
colos clínicos de regulação.
OS SISTEMAS DE TRANSPORTE EM SAÚDE
Os sistemas de transportes em saúde têm como objetivo estruturar os fluxos e 
contrafluxos de pessoas e de produtos nas RASs. Esses sistemas devem transportar 
as pessoas usuárias em busca de atenção à saúde, mas, também, garantir o movi-
mento adequado de material biológico, dos resíduos dos serviços de saúde e das 
equipes de saúde (MENDES, 2011).
Os sistemas de transporte em saúde são soluções logísticas transversais a to-
das as RASs, imprescindíveis para o acesso aos pontos de atenção à saúde e aos 
sistemas de apoio diagnóstico e terapêutico (MENDES, 2011).
Os sistemas de transporte em saúde estruturam-se em diferentes subsiste-
mas: o subsistemade transporte em saúde de pessoas, o subsistema de transporte 
em saúde de material biológico e o subsistema de transporte em saúde de resídu-
os dos serviços de saúde.
O subsistema de transporte em saúde de pessoas destina-se às pessoas usuá-
rias que demandam os serviços de saúde com incapacidade física e/ou econômica 
de deslocarem-se por meios ordinários de transporte. 
O subsistema de transporte em saúde de pessoas pode ser dividido em dois 
módulos: o módulo do transporte de urgência e emergência e o módulo do trans-
porte eletivo. 
No SUS, o módulo do transporte em saúde de pessoas em situação de urgên-
cia e emergência é parte do serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). 
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
28
Por sua vez, o módulo do transporte em saúde de pessoas eletivo faz-se em situa-
ções previsíveis, sem urgências, a partir de sistemas de agendamentos prévios. Seu 
objeto privilegiado são a atenção hospitalar e as consultas e os exames especializa-
dos feitos em ambulatórios.
O subsistema de transporte em saúde de resíduos de serviços de saúde con-
siste na remoção dos resíduos de serviços de saúde do abrigo de resíduos (arma-
zenamento externo) até a unidade de destinação final, utilizando técnicas que 
garantam a preservação das condições de acondicionamento e transporte e a in-
tegridade dos trabalhadores, da população e do meio ambiente.
Saiba Mais!
EQUIPES DE GERENCIAMENTO DE CASOS (EGC)
A EGC é uma tecnologia leve ou imaterial e demasiada estratégica 
para apoiar as transferências do cuidado de pacientes da Atenção 
Primária à Saúde (APS) para as portas fixas de urgência e emer-
gência da RUE, com o objetivo de melhor hierarquizar o acesso de 
pessoas com quadros agudos e crônico agudizados, especialmen-
te os sintomáticos respiratórios, no maior momento de pressão as-
sistencial sobre a rede de atenção à saúde do Distrito Federal.
Dado o aumento da pressão assistencial sobre os serviços de 
saúde para atenção aos sintomáticos respiratórios em 2020, com 
pico em Março e Abril de 2021, em particular de casos graves com 
necessidade de hospitalização; o acolhimento adequado, a clas-
sificação de risco e a transferência em tempo oportuno passaram 
a ser processos de trabalho de altíssima relevância demandando 
maior qualificação, não somente da assistência, mas também na 
repactuação dos fluxos e dos procedimentos de encaminhamento 
entre a APS e os Hospitais.
Trata-se, portanto, de uma tecnologia inovadora que foi implemen-
tada em julho de 2020 na Região de Saúde Sudoeste, que já cur-
sava à época com dificuldade de intermediar o acesso de pacien-
tes da APS a outros níveis de atenção nas situações de urgência 
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
29
e emergência. Por ser considerada uma experiência vanguardista 
no processo de transferência de cuidado, as EGC se mostraram 
uma alternativa viável e cabível ante a dificuldade de transferir os 
cuidados do paciente sintomático respiratório e outras situações 
de urgência e emergência no ápice da pandemia pelo novo coro-
navírus no Distrito Federal. Esse arranjo organizativo foi propos-
to às demais regiões de saúde no bojo do Plano Emergencial de 
Mobilização dos Serviços da Atenção Primária à Saúde (APS) do 
Distrito Federal (DF) no contexto da pandemia COVID-19 de Mar-
ço de 2021, com os objetivos de reduzir o número de atendimentos 
nas portas de urgência, aumentar a efetividade da transferência de 
pacientes da APS para UPAs e Hospitais e promover a retaguarda 
oportuna de pacientes graves com entrada pela APS.
Como toda política pública, a implementação, o funcionamento e 
os resultados apresentados pelas EGC têm sido alvo de análises 
e avaliações com o objetivo de aprimoramento e aperfeiçoamento 
das estratégias ante as peculiaridades da Rede de Atenção à Saú-
de (RAS) do Distrito Federal, quando consideradas as singularida-
des de cada uma das sete regiões de saúde do DF.
Para refletir!!!
É fundamental que você, enquanto trabalhador de uma equipe de 
Saúde da Família, conheça quais são os recursos de seu território 
para garantir o transporte de pacientes com limitações decorrentes 
de limitações físico-anatômicas-fisiológicas ou, ainda, limitações 
financeiras para garantir deslocamento. 
Para além do conhecimento de sua existência, é importante que 
você domine o fluxo de acesso aos meios, tendo informações so-
bre como poderão ser acionados, critérios de inclusão e exclusão 
no uso do recurso, formas de comunicação com os profissionais 
que executam o transporte, prazo para que o recurso seja aciona-
do pela equipe, entre outros. 
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
30
Para além do recurso disponível dentro da Secretaria de Saúde, é 
importante ter a informação se ele também está disponível dentro 
de outras Secretarias, como a de Desenvolvimento Social ou Se-
cretaria de Transporte e Mobilidade.
TRABALHO EM EQUIPE: ATENÇÃO UNIPROFISSIONAL E 
ATENÇÃO MULTIPROFISSIONAL
 O trabalho multiprofissional dentro de uma equipe de Saúde da Família é 
importante ferramenta de cuidado integral, permite a distribuição de tarefas en-
tre os diferentes membros da equipe, como, por exemplo, cadastro da população 
adscrita, registro da população por condição de saúde, estratificação de condições 
de saúde por riscos, usuários que necessitam de cuidados preventivos, ações de 
autocuidado, entre outros.
 
Por vezes, ouvimos do profissional médico 
que não é possível, em uma consulta de 20 mi-
nutos prevista na construção de sua agenda indi-
vidual, atendimento de qualidade ao usuário. No 
entanto, trazemos aqui a importância do trabalho 
da equipe multiprofissional, inclusive em uma ló-
gica de complementação. Assim, a consulta mé-
dica de 20 minutos persistirá, mas a atuação de 
outros membros da equipe multiprofissional, no 
cuidado longitudinal daquele indivíduo, agrega-
rá qualidade à intervenção de cuidado. 
 A atenção multiprofissional não é apenas 
um grupo de diferentes pessoas com diferen-
tes profissões atuando juntas numa unidade de 
saúde por um tempo determinado. Há que se 
criar um espírito de equipe, o que implica que 
os diferentes profissionais devem estabelecer e compartilhar uma visão comum e 
aprender a solucionar problemas pela comunicação, de modo a maximizar as ha-
bilidades singulares de cada qual. As tarefas da atenção devem ser distribuídas de 
acordo com as competências e as áreas de interesse de cada membro da equipe. 
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
31
O trabalho multiprofissional é mais que a soma das contribuições de diferen-
tes profissionais, pois ele se beneficia de mais olhos e mais ouvidos, dos insights de 
diferentes corpos de conhecimentos e de um espectro mais amplo de habilidades, 
por isso tem sido considerado um critério de qualidade da atenção à saúde.
Os membros das equipes de saúde assumem funções e responsabilidades para 
exercerem tarefas compatíveis com suas capacidades profissionais e seus pontos 
fortes. A relação hierárquica no modo de trabalho convencional, com forte domínio 
médico, é substituída por relações horizontais, já que cada membro da equipe é 
valorizado por sua condição de prestador de serviços significativos e imprescindí-
veis para a melhoria da saúde dos usuários sob os seus cuidados.
Esclareça-se que uma equipe de saúde da família fortemente centrada na 
atenção do médico e do enfermeiro não dá conta de gerar resultados sanitários 
mais positivos em relação às condições crônicas, considerando as melhores evi-
dências produzidas pelos modelos de atenção a essas condições de saúde, em 
comparação ao trabalho multiprofissional. A equipe multiprofissional do Núcleo 
Ampliado de Saúde da Família representa enorme potência para ampliação de 
ofertas e qualificação delas.
NÚCLEOS AMPLIADOS DE SAÚDE DA FAMÍLIA E ATENÇÃO 
BÁSICA (NASF-AB)
Os Núcleos Ampliados de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB), criados 
com a nomenclatura de Núcleos de Apoio à Saúde da Família, em 2008, segundo a 
Portaria nº 154, de 24 de janeiro, devem atuar de forma integradaà rede de serviços, 
a partir das demandas identificadas no trabalho conjunto com as equipes de Saúde 
da Família; não devem ser, portanto, porta de entrada do sistema (BRASIL, 2008).
A responsabilização compartilhada entre as equipes SF e a equipe do Nasf-
-AB na comunidade prevê a revisão da prática do encaminhamento com base nos 
processos de referência e contrarreferência, ampliando-a para um processo de 
acompanhamento longitudinal de responsabilidade da equipe de Atenção Básica/
Saúde da Família e atuando no fortalecimento de seus atributos e no papel de co-
ordenação do cuidado no SUS. 
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
32
Os Nasf-AB devem buscar instituir a plena integralidade do cuidado físico e 
mental aos usuários do SUS por intermédio da qualificação e complementaridade 
do trabalho das equipes Saúde da Família (eSF).
São ações de responsabilidade de todos os profissionais que compõem os Nas-
f-AB, conforme portaria de 2008, a serem desenvolvidas em conjunto com as equi-
pes Saúde da Família (eSF): 
 9 Identificar, em conjunto com as eSF e a comunidade, as atividades, as 
ações e as práticas a serem adotadas em cada uma das áreas cobertas.
 9 Identificar, em conjunto com as eSF e a comunidade, o público priori-
tário a cada uma das ações. 
 9 Atuar, de forma integrada e planejada, nas atividades desenvolvidas 
pelas eSF e de Internação Domiciliar, quando estas existirem, acompa-
nhando e atendendo a casos, de acordo com os critérios previamente 
estabelecidos. 
 9 Acolher os usuários e humanizar a atenção. 
 9 Desenvolver coletivamente, com vistas à intersetorialidade, ações que 
se integrem a outras políticas sociais, como: educação, esporte, cultu-
ra, trabalho, lazer, entre outras.
 9 Promover a gestão integrada e a participação dos usuários nas deci-
sões, por meio de organização participativa com os conselhos locais e/
ou municipais de saúde. 
 9 Elaborar estratégias de comunicação para divulgação e sensibilização 
das atividades dos Nasf-AB por meio de cartazes, jornais, informativos, 
faixas, folders e outros veículos de informação. 
 9 Avaliar, em conjunto com as eSF e os Conselhos de Saúde, o desen-
volvimento e a implementação das ações e a medida de seu impacto 
sobre a situação de saúde, por meio de indicadores previamente esta-
belecidos. 
 9 Elaborar e divulgar material educativo e informativo nas áreas de aten-
ção dos Nasf-AB.
 9 Elaborar projetos terapêuticos individuais, por meio de discussões peri-
ódicas que permitam a apropriação coletiva pelas eSF e os Nasf-AB do 
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
33
acompanhamento dos usuários, realizando ações multiprofissionais e 
transdisciplinares, desenvolvendo a responsabilidade compartilhada.
O correto entendimento da expressão “apoio”, que é central na proposta dos Nasf-AB, 
remete à compreensão de uma tecnologia de gestão denominada “apoio matricial”, 
que se complementa com o processo de trabalho em “equipes de referência”.
A proposta de equipe de referência (equipe de SF) na APS parte do pressupos-
to de que existe interdependência entre os profissionais. Prioriza a construção de 
objetivos comuns em um time com uma clientela adscrita bem definida. 
O apoio matricial será formado por um conjunto de profissionais que não têm, 
necessariamente, relação direta e cotidiana com o usuário, mas cujas tarefas serão 
de prestar apoio às equipes de referência, no caso as equipes de Saúde da Família. 
Assim, se a equipe de referência é composta de um conjunto de profissionais 
considerados essenciais na condução de problemas de saúde dos clientes, eles 
deverão acionar uma rede assistencial necessária a cada caso. Em geral, é em tal 
“rede” que estarão equipes ou serviços voltados ao apoio matricial, no caso, os Nasf-
-AB, de forma a assegurar, de modo dinâmico e interativo, a retaguarda especializada 
nas equipes de referência, no caso, as equipes de Saúde da Família (BRASIL, 2010b).
 O apoio matricial apresenta as dimensões de suporte: assistencial e técni-
co-pedagógico. A dimensão assistencial é aquela que produzirá ação clínica dire-
ta com os usuários, e a ação técnico-pedagógica produzirá ação de apoio educativo 
com e para a equipe, dimensão sinérgica ao conceito de educação permanente. Essas 
duas dimensões podem e devem se misturar nos diversos momentos (BRASIL, 2010b).
 Um pressuposto fundamental da proposta do Nasf-AB é o de que deve ocor-
rer a compreensão do que é conhecimento nuclear do especialista e do que é co-
nhecimento comum e compartilhável entre a equipe de SF e o referido especialis-
ta. Tal conhecimento, todavia, é sempre situacional e mutante.
 A rigor, as equipes do Nasf-AB terão dois tipos de responsabilidades: sobre 
a população e sobre a equipe de SF. Seu desempenho deverá ser avaliado não só 
por indicadores de resultado para a população, mas também por indicadores de 
resultado da sua ação na equipe (BRASIL, 2010b).
 A atuação de apoio dos Nasf-AB com as Equipes de Saúde da Família deverá 
ocorrer nas mais variadas “frentes” de atuação, como as relativas à:
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
34
SAÚDE MENTAL
Apoiar as equipes de eSF na abordagem e no processo de trabalho referente 
aos casos de transtornos mentais comuns, severos e persistentes. Ressalta-se que 
deve haver a articulação entre as equipes de Nasf-AB e Saúde da Família com as 
equipes de CAPS para um trabalho integrado e apoio do CAPS nos casos necessá-
rios. As equipes de SF devem identificar os casos de saúde mental e, em conjunto 
com os Nasf-AB e/ou CAPS (a depender dos recursos existentes no território), ela-
borar estratégias de intervenção e compartilhar o cuidado.
Em relação aos casos de uso prejudicial de álcool e outras drogas, é necessário 
trabalhar com as estratégias de redução de danos, inclusive com a integração de 
redutores, onde houver. Da mesma forma, realizar detecção precoce de casos que 
necessitem de atenção e utilizar as técnicas de intervenção breve para a redução 
do consumo.
O Nasf-AB deve (BRASIL, 2010b):
• apoiar as eSF na construção de projetos de detecção precoce de situ-
ações de sofrimento mental, bem como desenvolver ações de preven-
ção e promoção em saúde mental; 
• fomentar ações que visem à difusão de uma cultura solidária e inclusi-
va, diminuindo o preconceito e a segregação com a loucura; 
• incentivar e apoiar a organização de iniciativas de inclusão social pelo 
trabalho; 
• ampliar o vínculo com as famílias e com a comunidade, tornando-as 
parceiras fundamentais no tratamento e buscando constituir redes de 
apoio e integração;
• estimular a mobilização de recursos comunitários, buscando construir 
espaços de reabilitação psicossocial na comunidade, como grupos co-
munitários e de promoção de saúde, oficinas de geração de renda e 
outras, destacando a relevância da articulação intersetorial (conselhos 
tutelares, associações de bairro, grupos de autoajuda etc.), entre outros.
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
35
Sessão PIPOCA!
ESTAMIRA (2004). Documentário. Estamira e um grupo de amigos vi-
vem em um lixão da cidade do Rio de Janeiro. Ela tem problemas mentais 
e filosofa sobre problemas sociais, como o destino dado ao lixo das grandes 
metrópoles e como viver em condições lamentáveis.
Direção e roteiro: Marcos Prado. Produção: Marcos Prado e José Padilha. 
Depoimentos: Estamira e outros. Edição: Tuco. Música: Décio Rocha. Distri-
buição: Riofilme / Zazen Produções Audiovisuais. Brasil. 1 DVD (116 min).
REABILITAÇÃO
Os profissionais do Nasf-AB deverão apoiar as equipes de SF para que desen-
volvam ações de promoção e de proteção à saúde, além de subsidiar o acompa-
nhamento das ações voltadas às deficiências em todas as fases do ciclo de vida, 
com variadas intervenções, como discussão e construção de Projeto Terapêutico 
Singular (PTS); desenvolvimento de projetos e ações intersetoriais, orientação e 
informação às equipes de SF, às pessoas com deficiência, aos cuidadores sobre 
manuseio, posicionamento e atividades de vida diária; mobilização de recursos etecnologias assistenciais para o desempenho funcional; desenvolvimento de pro-
postas de ações de reabilitação baseadas na comunidade; orientação e encami-
nhamento para procedimentos para obtenção de órteses, próteses e meios auxi-
liares de locomoção; desenvolvimento de ações que facilitem a inclusão escolar, 
laboral ou social de pessoas com deficiência, conforme prevê a Política Nacional de 
Saúde da Pessoa com Deficiência; entre outras. 
As equipes de Nasf-AB também deverão apoiar as equipes de Saúde da Famí-
lia no que se refere às questões relativas à:
• alimentação e nutrição; 
• assistência farmacêutica;
• práticas integrativas e complementares;
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
36
• intersetorialidade, redes sociais e participação cidadã;
• atenção integral à saúde da criança;
• atenção integral à saúde da mulher;
• atenção integral à saúde do idoso;
• práticas corporais e atividades físicas, entre outras.
Para saber mais!!!
Para melhor compreensão do papel dos Núcleos Ampliados de 
Saúde da Família e Atenção Básica, sugerimos a leitura do Caderno 
de Atenção Básica nº 39, publicado pelo Ministério da Saúde em 
2014. Ele trata das diretrizes dos Nasf-AB. 
Assista também aos vídeos da série de 10 anos do Nasf-AB:
● As diretrizes do Nasf-AB:
https://www.youtube.com/watch?v=WSwtHKx2xlg&t=74s
● O apoio matricial: 
https://www.youtube.com/watch?v=4I4AIDRTPno
● O projeto terapêutico singular:
https://www.youtube.com/watch?v=dcC7Uh_zc0I
● Saúde mental e reabilitação no Nasf-AB: 
https://www.youtube.com/watch?v=mZuSyHs4xMY
http://Caderno de Atenção Básica nº 39
http://Caderno de Atenção Básica nº 39
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
37
Para saber!
A atuação dos Núcleos Ampliados de Saúde da Família e Atenção 
Básica no Distrito Federal, durante a pandemia de covid-19.
A pandemia do novo coronavírus evidenciou ainda mais a impor-
tância do trabalho da equipe dos Núcleos Ampliados de Saúde 
da Família e Atenção Básica (Nasf-AB). Na Unidade Básica de 
Saúde 1 da Asa Sul (612 Sul), o trabalho desses servidores tem 
sido essencial, inclusive no auxílio aos pacientes infectados pela 
covid-19.
“Além de estar ajudando na gestão, o Nasf-AB está dando todo o 
suporte com a questão da pandemia. São os profissionais do Nas-
f-AB que fazem o telemonitoramento de pacientes que estão em 
casa fazendo o tratamento da covid-19. O Nasf-AB é muito atuante 
e de grande valia para nossa UBS, mesmo sem as atividades de 
práticas integrativas com a comunidade estão dando um reforço 
junto à pandemia”, avalia o gerente da UBS 1 da Asa Sul, Marcus 
Limeira.
Para a leitura da reportagem na íntegra acesse: https://www.conass.
org.br/equipe-do-nasf-tem-papel-fundamental-junto-as-equipes-de-es-
trategia-saude-da-familia/
ATENÇÃO MÉDICA ESPECIALIZADA E ATENÇÃO MÉDICA 
GENERALISTA
Uma importante mudança para tornar produtivas as interações entre as equi-
pes de saúde e as pessoas usuárias dos sistemas de atenção à saúde está focada 
nas relações entre os médicos especialistas e os médicos generalistas, sendo aque-
les mais afeitos à atenção secundária e terciária e estes, à APS (MENDES, 2011).
Os médicos que praticam a APS devem tolerar a ambiguidade porque mui-
tos problemas não podem ser codificados segundo uma nomenclatura padrão de 
https://www.conass.org.br/equipe-do-nasf-tem-papel-fundamental-junto-as-equipes-de-estrategia-saude-da-familia/
https://www.conass.org.br/equipe-do-nasf-tem-papel-fundamental-junto-as-equipes-de-estrategia-saude-da-familia/
https://www.conass.org.br/equipe-do-nasf-tem-papel-fundamental-junto-as-equipes-de-estrategia-saude-da-familia/
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
38
diagnóstico; devem saber se relacionar com as pessoas usuárias sem a presença de 
uma anomalia biológica; e devem ser capazes de manejar vários problemas ao mes-
mo tempo, muitas vezes não relacionados com uma etiologia ou uma patogênese. 
O médico de APS é orientado para os problemas e formado para responder às 
manifestações mais frequentes desses problemas, num contexto de atenção cen-
trada na pessoa e na família e com orientação comunitária. Ele deve ter competên-
cias para a solução de problemas não diferenciados, competências preventivas, com-
petências terapêuticas e competências de gestão de recursos locais (MENDES, 2011).
Os especialistas, ao lidarem com maior frequência com determinados proble-
mas, podem produzir serviços de maior qualidade em sua especialidade, em fun-
ção da escala; não estão tão bem preparados para lidar com sintomas e enfermida-
des vagos ou com serviços preventivos ou autocuidado, o que significa, por outro 
lado, perda de qualidade da atenção à saúde (MENDES, 2011).
Embora especialistas usualmente apresentem melhor adesão a diretrizes clíni-
cas voltadas para a atenção a doenças específicas, os desfechos gerais da atenção 
não são melhores e, frequentemente, são piores do que quando o cuidado é pro-
vido por médicos da APS.
Do ponto de vista de outro objetivo dos sistemas de atenção à saúde, a equida-
de, aponta-se que médicos generalistas contribuem para a redução das iniquida-
des em saúde, o que não acontece com os especialistas (MENDES, 2011).
Por essas e outras razões deverá haver a integração entre a atenção especiali-
zada e a APS. Isso significa a necessidade da construção, numa RAS, de uma par-
ceria produtiva entre os especialistas e os generalistas, para se garantirem os me-
lhores resultados sanitários. 
Há diferentes formas de integração entre os especialistas e os médicos de APS, 
como no estabelecimento de uma relação de parceria em que o especialista atua 
mais como interconsultor e, em geral, não captura, para si, a pessoa referida. Outro 
modelo é o de compartilhamento de atendimentos entre o especialista e o médico 
de APS, um outro modelo, ainda, consiste em visitas periódicas do especialista para 
atendimentos conjuntos com o médico de atenção primária à saúde (MENDES, 2011).
A relação de parceria entre os especialistas e os médicos de APS deve se as-
sentar em uma comunicação fluida. No modelo mais comum de referência e con-
trarreferência, o médico de APS deve consultar o especialista, especialmente, nas 
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
39
seguintes situações: dificuldade em fazer um diagnóstico, metas de tratamento 
não atingidas e tratamento muito especializado. 
O médico de APS deve definir bem por que razão está solicitando a consulta; 
fazer as perguntas que gostaria de ver respondidas pelo especialista; listar os pro-
cedimentos que está adotando, principalmente em relação aos medicamentos; re-
lacionar os resultados que tem obtido; e dizer o que espera que o especialista faça. 
Por sua vez, no relatório de contrarreferência, o especialista deve dizer o que fez 
para a pessoa e que resultados obteve, além de responder às questões colocadas 
na referência pelo médico de APS; fazer recomendações para o tratamento e para 
o seguimento da pessoa na APS; e estabelecer quando e em que circunstâncias a 
pessoa deve voltar a ele (MENDES, 2011).
Acredita-se, porém, que a solução médica para o SUS está em radicalizar a in-
trodução dos médicos de família e comunidade na Estratégia Saúde da Família, 
formando-os melhor, focando a graduação na APS, expandindo as residências em 
medicina de família e comunidade e garantindo programas de educação perma-
nente efetivos. Além de garantir salários dignos e relações de trabalho decentes 
que garantam um mínimo de segurança aos médicos que optam por dedicar-se a 
um novo modo de fazer medicina que lhes exige dedicação integral (MENDES, 2011).
O TRABALHO EM REDE INTERSETORIAL - UM GRANDE 
DESAFIO!
O cuidado em saúde a ser realizado de forma ampliada e integral exige que os 
profissionais de saúde transitem e busquem conhecimentos em outras áreas, que 
não à Saúde.
O tema da intersetorialidade ganha destaque como estratégia relevante 
para gestão pública, em especial diante de problemas caracterizados como 
complexos e de públicos marcados pela vulnerabilidade. (JACCOUD, 2016).
São muitasas interfaces intersetoriais nos cuidados exigidos no dia a dia de 
uma equipe de Estratégia Saúde da Família. A seguir, traremos duas situações do 
dia a dia de equipes de Atenção Básica que podem e devem provocar nossa refle-
xão, em relação a essa temática dos cuidados intersetoriais.
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
40
Para refletir e discutir em equipe!!!
Como cuidamos de alguém com diagnóstico de tuberculose 
sem discutir questões intersetoriais? 
• Existe o uso de álcool e outras drogas? 
• Qual é esse impacto nos gastos financeiros dessa família?
• Qual a regularidade e qualidade alimentar desse indivíduo? 
• Quais são as condições de biossegurança no espaço de moradia 
e trabalho desse indivíduo? 
• Quais as necessidades de afastamento desse cidadão do local 
de trabalho? Quais impactos esse afastamento teria na manuten-
ção de seu trabalho posteriormente? Qual impacto financeiro esse 
afastamento representa para o núcleo familiar?
• Quais as possibilidades de transporte desse indivíduo para a rea-
lização de tratamento supervisionado diário na Unidade de Saúde? 
Como realizamos o pré-natal de uma gestante com agravo de 
saúde mental e sem condições financeiras sem discutir ques-
tões intersetoriais?
• Essa mulher está fazendo uso de medicamentos antipsicóticos 
ou antidepressivos? Se sim, quais são as implicações dessa medi-
cação para o desenvolvimento intrauterino? 
• Como o serviço de alta complexidade para gestantes de alto risco 
avalia essa situação?
• Como é a rede de apoio social e familiar dessa mulher? 
• Ela já é acompanhada pelo CRAS do seu território?
• Como o CAPS poderia possibilitar suporte para a equipe de eSF 
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
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durante a gestação e pós-gestação?
• Quais programas e serviços de segurança alimentar existem no 
território da eSF para apoiar essa mulher?
• Que recursos informais do território, como igrejas e associações 
de bairro, poderiam apoiar essa gestante na obtenção de itens de 
cuidados ao recém-nascido, como fraldas e roupas?
• Qual é o papel do conselho tutelar na proteção e defesa do re-
cém-nascido?
Dica de leitura rápida!!!
Com vistas à ampliação do acesso a direitos sociais e empoderamento 
dos usuários, o debate sobre a intersetorialidade tem se intensificado. A in-
tersetorialidade, além de respeitar as especificidades de cada “setor”, “pasta” 
ou secretaria, cria espaços de comunicação, aumentando a potência de re-
solução de conflitos, buscando a superação de práticas, aumentando a efi-
ciência para alcançar resultados esperados, com maior qualidade na oferta 
prestada à população. 
O trabalho em rede intersetorial é bastante complexo, exige mudanças 
culturais por parte dos atores envolvidos, sendo necessária a construção de 
espaços de diálogo permanentes entre os setores, a fim de refletir e propor 
mudanças nas já estabelecidas intervenções, avaliar as práticas de cuidado 
realizadas até então, bem como permitir a construção de novas formas de 
atuação com foco no cuidado integral e ampliado.
Acesse este link para reflexão sobre os desafios da intersetorialidade no 
âmbito do SUAS: https://www.gesuas.com.br/blog/intersetorialidade-suas/. Re-
portagem de Juliana Medeiros, 2017.
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
42
Fica a dica!!!
Segundo o “Guia Rápido para Organização de um Fórum de Saú-
de do Território ou Reunião de Rede” (MACHADO, 2021), os obje-
tivos do encontro podem ser:
• informar; 
• esclarecer; 
• promover reflexões sobre o processo de trabalho conjunto das 
equipes e serviços do território;
• resolver casos complexos, situações-problema, construir fluxos 
de atendimentos etc.;
• decidir;
• esclarecer e definir papéis e responsabilidades entre as equipes 
e serviços (SUS, SUAS, Educação etc.). 
Segundo o guia, esses espaços podem ser divididos nas seguin-
tes etapas:
Momentos e duração (sugestão): 
Periodicidade e tempo sugeridos: quinzenal, com 3 h de duração.
1º Informes (até 30 min).
2º Pautas (até 1 h).
Discussão/estudos de caso (até 1 h 30) – intervalo mensal (alter-
nando a cada reunião com educação permanente). 
Educação permanente (até 1 h 30) – intervalo mensal (alternando 
a cada reunião com discussão/estudo de caso). 
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
43
Material disponível em: MACHADO, M. P. M. ANEXO 1. Guia rápi-
do para reunião de matriciamento. In: TRAVASSOS, A. G. Á.; SOU-
SA, L. S. J. (org.). Proteção social das pessoas em situação de vulne-
rabilidade social com sífilis, HIV/AIDS, hepatites virais, tuberculose ou 
hanseníase. 1. ed. Natal: SEDIS-UFRN, 2021. pp. 146-150.
A POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 
A Política Nacional de Assistência Social (PNAS) é uma forte aliada no enfren-
tamento dos determinantes sociais de saúde e nas questões de saúde que trazem 
como origem questões sociais, tais como desemprego ou violência doméstica. 
Cotidianamente, reconhecemos que tais problemas, entre outros que recebemos 
diariamente nas Unidades de Saúde, são consequências de questões que extrapo-
lam nossos diagnósticos, ou que não poderão ser resolvidas com medicamentos 
ou procedimentos médicos, mas que necessitarão de outros olhares e outras polí-
ticas públicas.
Segundo o artigo primeiro da Lei Orgânica da Assistência Social (1993), a Políti-
ca Nacional de Assistência Social é:
Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de 
Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada 
através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da socie-
dade, para garantir o atendimento às necessidades básicas.” (BRASIL, 1993). 
Ou seja, a característica dessa política pública é a garantia dos mínimos sociais, 
tendo como público as pessoas que dela necessitem. É de conhecimento que o 
SUS é para todos e que o SUAS é para quem dele necessite. 
E quem seriam essas pessoas e qual a relação entre as duas políticas? Pode-
mos fazer várias listas, mas vamos elencar algumas em que temos um maior nú-
mero de atendimento. Pessoas que possam estar em situações de vulnerabilidade, 
como condições precárias de moradia; pessoas que moram em áreas empobre-
cidas ou áreas de conflitos entre comunidades; situações de vulnerabilidade por 
desastre natural ocorrido, como enchentes ou secas. 
http://Lei Orgânica da Assistência Social (1993)
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
44
Outras são casos que, por vezes, são “descobertos” em nossos atendimentos, 
como crianças e adolescentes, mulheres e idosos, vítimas das mais diversas for-
mas de violências. Pessoas com rompimentos de laços familiares ou comunitários 
por diversos motivos, adolescentes em conflito com a lei, pessoas que não tenham 
acesso a renda ou a alimentos, pessoas que tenham dificuldade de acessar algu-
ma política pública, e, nesse caso, a assistência social seria a porta de entrada para 
demais políticas, como as políticas habitacionais. 
Segundo Pereira (2010), um dos maiores desafios dessa política é assegurar 
um projeto político-institucional que assegure as condições necessárias à diminui-
ção da pobreza e ao combate à desigualdade social.
Segundo a Política Nacional da Assistência Social, a proteção social deve ga-
rantir as seguintes seguranças: segurança de sobrevivência, acolhida e convívio 
familiar (BRASIL, 2005). Consideram-se também as situações geradoras de neces-
sidade de acolhida, em decorrência de necessidades de separação familiar decor-
rentes de situações de violência familiar ou social, drogadição, alcoolismo, desem-
prego e criminalidade.
A PNAS (2005) tem como princípios: 
1. Supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências 
de rentabilidade econômica; 
2. Universalidade dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação 
assistencial alcançável pelas demais políticas públicas; 
3. Respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a bene-
fícios e serviços de qualidade, bem como à convivência familiar e comunitá-
ria, vedando-se qualquer comprovação vexatóriade necessidades; 
4. Igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de 
qualquer natureza, garantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais; 
5. Divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assisten-
ciais, bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios 
para sua concessão. (BRASIL, 2005 p. 32).
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
45
Os objetivos da PNAS são: 
- Prover serviços de Assistência Social, projetos e benefícios de proteção social 
básica e/ou especial para famílias, indivíduos e grupos que deles necessitarem; 
- Contribuir com a inclusão e a equidade dos usuários e grupos específicos, 
ampliando o acesso aos bens e serviços socioassistenciais básicos e espe-
ciais, em áreas urbanas e rurais; 
- Assegurar que as ações no âmbito da assistência social tenham centralida-
de na família, e que garantam a convivência familiar e comunitária. (BRASIL, 
2005 p. 33).
A assistência social também se organiza em níveis de complexidade, como a 
saúde. No entanto, devido às características dessa política pública, esses níveis são 
chamados de proteção social básica e proteção social especial, este último subdivi-
dido em proteção especial de média complexidade e de alta complexidade. 
PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA 
O objetivo da proteção social básica é prevenir situações de risco, por meio do 
desenvolvimento de potencialidades e aquisições, e fortalecer vínculos familiares e 
comunitários. Tais vulnerabilidades são decorrentes da pobreza, privação ou fragi-
lidade de vínculos afetivos e de pertencimento social. O quadro a seguir apresenta 
os serviços, conforme tipificação da assistência social, aprovado pela Resolução nº 
109/2009, do Conselho Nacional de Assistência Social.
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
46
Quadro 1. Serviços da Proteção Social Básica da Política Nacional de Assistência Social, 
conforme a tipificação dos serviços da assistência social, 2009.
Proteção social básica assistência social
Serviço Definição
Serviço de Proteção e Aten-
dimento Integral à Família 
(PAIF); (Funcionam nos 
CRAS- Centros de Referência 
da Assistência Social).
Trabalho com famílias, de caráter continuado, com o objetivo 
de fortalecer a função protetiva das famílias; prevenir a ruptura 
dos seus vínculos; promover seu acesso e usufruto de direitos; 
e contribuir na melhoria de sua qualidade de vida. Pode ser 
realizado por meio do estabelecimento de equipes volantes ou 
mediante a implantação de unidades de CRAS itinerantes.
Serviço de Convivência e For-
talecimento de Vínculos
Serviço realizado em grupos, organizado a partir da história de 
vida do usuário, de acordo com o seu ciclo de vida, complemen-
tar ao trabalho social com famílias, com a função de prevenir a 
ocorrência de situações de risco social. 
Pode ser classificado nas seguintes faixas etárias: 
• crianças até 6 anos; 
• crianças e adolescentes de 6 a 15 anos;
• adolescentes de 15 a 17 anos.
Serviço de Proteção Social 
Básica no Domicílio para 
Pessoas com Deficiência e 
Idosas.
Objetivo de prevenção de agravos que possam provocar o rom-
pimento de vínculos familiares e sociais dos usuários. Serviço 
realizado nos domicílios dos usuários.
Fonte: Pacheco (2015), com base na Resolução nº 109/2009, 
do Conselho Nacional de Assistência Social.
PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL
A proteção social especial visa a atender a pessoas ou famílias que já tenham 
seus direitos violados, com foco nas questões de abandono, maus-tratos físicos ou 
psíquicos, abusos sexuais, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de medi-
das socioeducativas, situação de rua, situação de trabalho infantil, entre outras.
A proteção especial divide-se em proteção especial de média complexidade e 
proteção especial de alta complexidade. A diferença entre as duas complexidades 
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
47
está no rompimento ou não de vínculos familiares e comunitários, sendo os servi-
ços conforme quadro abaixo:
Quadro 2. Serviços da Proteção Social Especial da Política Nacional de Assistência Social, 
conforme a tipificação dos serviços da Assistência Social, 2009.
Proteção social especial
Média complexidade
Serviço de Proteção e Atendi-
mento Especializado a Famí-
lias Indivíduos (PAEFI).
Serviço de apoio, orientação e acompanhamento a famílias com 
um ou mais de seus membros em situação de ameaça ou viola-
ção de direitos. 
OFERTADO NOS CREAS.
Serviço de Proteção Social 
para Pessoas com Deficiência, 
Idosos(as) e suas Famílias.
Atendimento especializado a famílias com pessoas com defi-
ciência e idosos com algum grau de dependência, que tiveram 
suas limitações agravadas por violações de direitos. 
PODE SER OFERTADO NO CREAS, OU EM SERVIÇO DE RE-
FERÊNCIA, CASO A CIDADE TENHA DEMANDA ESPECÍFICA.
Serviço Especializado em 
Abordagem Social.
Serviço ofertado, de forma continuada e programada, com a 
finalidade de assegurar trabalho social de abordagem e busca 
ativa que identifique, nos territórios, a incidência de trabalho 
infantil, exploração sexual de crianças e adolescentes, situação 
de rua, entre outras. Crianças, adolescentes, jovens, adultos, 
idosos e famílias que utilizam espaços públicos como forma de 
moradia e/ou sobrevivência. 
PODE SER OFERTADO NOS CREAS OU EM TERRITÓRIOS 
EM QUE SE TENHA NECESSIDADE OU NOS CENTRO POP.
Serviço de Proteção Social a 
Adolescentes em Cumprimen-
to de Medida Socioeducativa 
de Liberdade Assistida (LA) 
e de Prestação de Serviços à 
Comunidade (PSC).
O serviço tem por finalidade prover atenção socioassistencial e 
acompanhamento a adolescentes e jovens em cumprimento de 
medidas socioeducativas em meio aberto, determinadas 
judicialmente.
SERVIÇO OFERTADO NO CREAS. 
EM CIDADES COM MAIS DE UM CREAS PODE SER OFERTA-
DO EM UM DELES, CONFORME DEMANDA DA CIDADE.
Centro POP – Centro de 
Referência Especializado para 
Pessoas em Situação de Rua.
Serviço ofertado para pessoas que utilizam as ruas como espa-
ço de moradia e/ou sobrevivência. Tem a finalidade de assegu-
rar atendimento e atividades direcionadas ao desenvolvimento 
de sociabilidades, na perspectiva de fortalecimento de vínculos 
interpessoais e/ou familiares que oportunizem a construção de 
novos projetos de vida. (Jovens, adultos, idosos e famílias que 
utilizam as ruas como espaço de moradia e/ou sobrevivência)
ESTRATÉGIA 
SAÚDE DA FAMÍLIA
48
Alta complexidade
Serviço de Acolhimento Institu-
cional, nas seguintes modali-
dades: 
- abrigo institucional; 
- casa-lar; 
- casa de passagem; 
- residência inclusiva.
Acolhimento em diferentes tipos de equipamentos, destinado 
a famílias e/ou indivíduos com vínculos familiares rompidos ou 
fragilizados, a fim de garantir proteção integral. 
Para crianças e adolescentes: casa-lar; abrigo institucional. 
Para adultos e famílias: abrigo institucional; casa de passa-
gem. Para mulheres em situação de violência: abrigo institucio-
nal. Para jovens e adultos com deficiência: residências inclusivas. 
Para idosos: casa-lar; abrigo institucional (instituição de longa 
permanência para idosos - ILPI).
PERÍODO DE FUNCIONAMENTO: ininterrupto (24 horas).
Serviço de Acolhimento em 
República.
Serviço que oferece proteção, apoio e moradia subsidiada a 
grupos de pessoas maiores de 18 anos em estado de abandono, 
situação de vulnerabilidade e risco pessoal e social, com vínculos 
familiares rompidos ou extremamente fragilizados e sem condições 
de moradia e autossustentação. USUÁRIOS: jovens entre 18 e 21 
anos, adultos em processo de saída das ruas e idosos.
Serviço de Acolhimento em 
Família Acolhedora.
Serviço que organiza o acolhimento de crianças e adolescentes 
afastados da família por medida de proteção, em residência de 
famílias acolhedoras cadastradas. É previsto até que seja pos-
sível o retorno à família de origem ou, na sua impossibilidade, o 
encaminhamento para adoção.
Serviço de Proteção em Situa-
ções de Calamidades Públicas 
e de Emergências.
O serviço promove apoio e proteção à população atingida por 
emergências

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