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Prévia do material em texto

Dominando os 
descritores 
do SAEB 2021 
 
 
 
 
 
 
Ideia – João Pessoa – 2021 
 
Todos os direitos e responsabilidades sobre os textos são do autor. 
 
Capa/Diagramação: Magno Nicolau 
 
Ilustração da capa (Detalhe) 
https://www.istockphoto.com/br/foto/grupo-de-pessoas-ao-redor-da-mesa-com-palavra-
de-m%C3%ADdias-sociais-gm526395427-52745276 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD 
 
Ficha Catalográfica elaborada pela Bibliotecária Gilvanedja Mendes, CRB 15/810 
 
 
 
E D I T O R A 
www.ideiaeditora.com.br 
contato@ideiaeditora.com.br 
 
 
P814d Pontes Júnior, José Leandro Gonçalves de. 
Dominando os descritores do SAEB 2021 – como trabalhar os descritores 
de Língua Portuguesa: para professores do 5º e 9º ano do Ensino 
Fundamental / José Leandro Gonçalves de Pontes Júnior. - João Pessoa: 
Ideia, 2021. 
61p. 
 
ISBN 978-65-5608-181-6 
1. Avaliação da educação básica. 2. Ensino fundamental. 3. Sistema de 
Avaliação da Educação Básica – SAEB.3. Descritores – SAEB – língua portuguesa. 
4. Brasil. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. 
Título. 
 
 CDU 37.014.12 
http://www.ideiaeditora.com.br/
 
 
UMA BREVE APRESENTAÇÃO ........................................................................ 6 
 
MATRIZ DE REFERÊNCIA DE LÍNGUA PORTUGUESA DO SAEB: TÓPICOS E 
SEUS DESCRITORES – 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL ........................... 7 
MATRIZ DE REFERÊNCIA DE LÍNGUA PORTUGUESA DO SAEB: TÓPICOS E 
SEUS DESCRITORES – 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL ........................... 9 
DEFININDO DESCRITORES ........................................................................... 12 
COMPREENDENDO OS DESCRITORES E SUA ABORDAGEM ......................... 12 
 
Tópico I - PROCEDIMENTOS DE LEITURA ..................................................... 13 
Tópico II - IMPLICAÇÕES DO SUPORTE, DO GÊNERO E/OU DO ENUNCIADOR 
NA COMPREENSÃO DO TEXTO .................................................................... 21 
Tópico III - RELAÇÃO ENTRE TEXTOS ........................................................... 25 
Tópico IV - COERÊNCIA E COESÃO NO PROCESSAMENTO DO TEXTO .......... 29 
Tópico V - RELAÇÕES ENTRE RECURSOS EXPRESSIVOS E EFEITOS DE 
SENTIDO ...................................................................................................... 47 
TÓPICO VI - VARIAÇÃO LINGUÍSTICA ........................................................... 57 
 
REFERÊNCIAS ............................................................................................... 61 
 
J o s é L e a n d r o G o n ç a l v e s d e P o n t e s J ú n i o r | 6 
 
Sumário 
 
 
 
Olá, querido (a) professor (a)! 
Este material foi produzido para auxiliar o seu trabalho 
pedagógico frente às avaliações do SAEB – Sistema de Avaliação da 
Educação Básica, edição 2021. 
Considerando a dificuldade apresentada por parte de alguns 
amigos professores no entendimento sobre os descritores e na 
abordagem dos mesmos em sala de aula, foi que surgiu a 
necessidade de produzir um material que facilitasse a atividade 
docente. 
Este guia busca esclarecer o que os descritores do SAEB 
dizem, por meio do tópico “Em miúdos”, busca apresentar os 
objetos de conhecimentos envolvidos para o desenvolvimento das 
habilidades e o consequente domínio delas por parte dos alunos, 
através do tópico “Objeto de conhecimento envolvido” e busca 
expor alguns direcionamentos para que você, professor (a), tenha 
nortes para um bom trabalho com os descritores em sala de aula. 
 
Pronto para a jornada no Saeb? Sigamos em frente! 
D o m i n a n d o o s d e s c r i t o r e s d o S A E B 2 0 2 1 | 7 
 
Sumário 
 
 
I. PROCEDIMENTOS DE LEITURA 
D1 Localizar informações explícitas em um texto. 
D3 Inferir o sentido de uma palavra ou expressão. 
D4 Inferir uma informação implícita em um texto. 
D6 Identificar o tema de um texto. 
D11 Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato. 
II. IMPLICAÇÕES DO SUPORTE, DO GÊNERO E/OU DO 
ENUNCIADOR NA COMPREENSÃO DO TEXTO 
D5 Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso 
(propagandas, quadrinhos, foto etc.). 
D9 Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros. 
III. RELAÇÃO ENTRE TEXTOS 
D15 Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação 
na comparação de textos que tratam do mesmo tema, em 
função das condições em que ele foi produzido e daquelas 
em que será recebido 
J o s é L e a n d r o G o n ç a l v e s d e P o n t e s J ú n i o r | 8 
 
Sumário 
IV. COERÊNCIA E COESÃO NO PROCESSAMENTO DO TEXTO 
D2 Estabelecer relações entre partes de um texto, 
identificando repetições ou substituições que contribuem 
para a continuidade de um texto. 
D7 Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos 
que constroem a narrativa. 
D8 Estabelecer relação causa/consequência entre partes e 
elementos do texto. 
D12 Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no 
texto, marcadas por conjunções, advérbios etc. 
V. RELAÇÕES ENTRE RECURSOS EXPRESSIVOS E EFEITOS DE 
SENTIDO 
D13 Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados. 
D14 Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da 
pontuação e de outras notações. 
VI. VARIAÇÃO LINGUÍSTICA 
D10 Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o 
locutor e o interlocutor de um texto. 
 
D o m i n a n d o o s d e s c r i t o r e s d o S A E B 2 0 2 1 | 9 
 
Sumário 
 
I. PROCEDIMENTOS DE LEITURA 
D1 Localizar informações explícitas em um texto. 
D3 Inferir o sentido de uma palavra ou expressão. 
D4 Inferir uma informação implícita em um texto. 
D6 Identificar o tema de um texto. 
D14 Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato. 
II. IMPLICAÇÕES DO SUPORTE, DO GÊNERO E/OU DO 
ENUNCIADOR NA COMPREENSÃO DO TEXTO 
D5 Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso 
(propagandas, quadrinhos, foto etc.). 
D12 Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros. 
III. RELAÇÃO ENTRE TEXTOS 
D20 Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação 
na comparação de textos que tratam do mesmo tema, em 
função das condições em que ele foi produzido e daquelas 
em que será recebido. 
D21 Reconhecer posições distintas entre duas ou mais 
opiniões relativas ao mesmo fato ou ao mesmo tema. 
 
J o s é L e a n d r o G o n ç a l v e s d e P o n t e s J ú n i o r | 10 
 
Sumário 
IV. COERÊNCIA E COESÃO NO PROCESSAMENTO DO TEXTO 
D2 Estabelecer relações entre partes de um texto, 
identificando repetições ou substituições que contribuem 
para a continuidade de um texto. 
D7 Identificar a tese de um texto. 
D8 Estabelecer relação entre a tese e os argumentos 
oferecidos para sustentá-la. 
D9 Diferenciar as partes principais das secundárias em um 
texto. 
D10 Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos 
que constroem a narrativa. 
D11 Estabelecer relação causa/consequência entre partes e 
elementos do texto. 
D15 Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no 
texto, marcadas por conjunções, advérbios etc. 
V. RELAÇÕES ENTRE RECURSOS EXPRESSIVOS E EFEITOS DE 
SENTIDO 
D16 Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados. 
D17 Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da 
pontuação e de outras notações. 
D18 Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de 
uma determinada palavra ou expressão. 
D o m i n a n d o o s d e s c r i t o r e s d o S A E B 2 0 2 1 | 11 
 
Sumário 
D19 Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração 
de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos. 
VI. VARIAÇÃO LINGUÍSTICA 
D13 Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o 
locutor e o interlocutor de um texto. 
 
J o s é L e a n d r o G o n ç a l v e s d e P o n t e s J ú n i o r | 12 
 
Sumário 
 
 
Os descritores tratam das habilidadesque o discente deve dominar, 
em outras palavras, se referem ao ponto de chegada. As habilidades 
são operações mentais tais como interpretar, identificar, inferir, 
diferenciar, reconhecer etc. que estão em relação com objetos de 
conhecimento. 
 
 
A partir de agora, exporemos com clareza o que cada descritor 
solicita, os objetos de conhecimento envolvidos e alguns 
direcionamentos pedagógicos para o desenvolvimento das 
habilidades. Por haver pequenas diferenças entre as matrizes de 
referência de Língua Portuguesa do 5º e do 9º ano (questão de 
ordem e inclusão de descritores), identificamos, ao lado de cada 
texto do descritor, o ano escolar a que ele se refere. 
 
D o m i n a n d o o s d e s c r i t o r e s d o S A E B 2 0 2 1 | 13 
 
Sumário 
 
D1 - Localizar informações explícitas em um texto 
Em miúdos 
Nesse descritor, o aluno deve identificar informações expressas na 
superfície do texto. 
Objeto de conhecimento envolvido 
Compreensão textual 
A compreensão textual trata do entendimento do texto. Na 
compreensão, são levantadas questões cujo comando leve o leitor 
a buscar informações explicitadas na superfície do texto. Vejamos 
o exemplo abaixo: 
O mais lento pode vencer a corrida 
 
 Quando voava sobre um lago, com muita fome, Garuda, o 
pássaro mágico de Vishnu, avistou uma tartaruga. A tartaruga 
desviou seu interesse sugerindo-lhe que, antes que a comesse, 
deveriam apostar uma corrida para ver quem era mais rápido. 
 O pássaro concordou e se elevou no ar, pronto para voar. 
Enquanto isso, a tartaruga reuniu todas as tartarugas – seus amigos 
e parentes – e as dispôs em filas de cem, de mil, de dez mil, de cem 
mil, de um milhão e de dez milhões. Dessa forma, cobriram toda a 
superfície da região. 
 Quando estava tudo arranjado, a tartaruga falou: 
— Estou pronta para começar. Vossa alteza pode ir pelo ar, 
que irei pela água. Vamos ver quem será o ganhador. Se eu perder, 
seu prêmio será comer-me. 
 Garuda voou com todas as forças, mas logo se deteve e 
chamou a tartaruga. E por onde que voasse, ela sempre respondia 
mais à frente. Voou até mesmo para Himaphan, a grande montanha. 
5º ANO | 9º ANO 
J o s é L e a n d r o G o n ç a l v e s d e P o n t e s J ú n i o r | 14 
 
Sumário 
Por fim, teve de admitir, diante da tartaruga, que tinha sido 
derrotado e, desconcertado, voltou para seu lar, a árvore rathal, 
para descansar. 
 
Fonte: http://contosencantar.blogspot.com/2010/08/o-mais-lento-pode-
vencer-corrida.html 
 
Com base nas informações explícitas do texto, podem ser 
levantadas questões como: 
1- De acordo com o texto, qual é o objetivo de Garuda ao perceber 
a tartaruga? 
2 – O que fez a tartaruga ao ser percebida no lago por Garuda? 
3 – Com base no texto, qual é o objetivo da tartaruga ao propor uma 
competição com Garuda? 
4 – Qual foi a estratégia utilizada pela tartaruga para vencer o 
pássaro Garuda? 
Alguns direcionamentos 
Devem ser ofertados exercícios de compreensão textual. Além 
disso, uma boa atividade para desenvolver a habilidade é solicitar 
dos alunos que eles mesmos produzam itens de compreensão 
textual acerca dos textos lidos, criando questões que podem ser 
respondidas a partir da localização de informações explícitas. 
 
D3 - Inferir o sentido de uma palavra ou expressão 
Em miúdos 
Nesse descritor, o aluno deve deduzir o significado de uma palavra 
ou expressão. 
5º ANO | 9º ANO 
D o m i n a n d o o s d e s c r i t o r e s d o S A E B 2 0 2 1 | 15 
 
Sumário 
Objeto de conhecimento envolvido 
Inferência 
A inferência trata da conclusão de um raciocínio, gerada a partir da 
observação de alguns indícios. Dessa forma, o sentido inferido só 
pode ser acessado por meio do texto, do que está exposto. É com 
base nas informações explícitas e no conhecimento de mundo do 
leitor que é possível preencher o sentido de palavras ou expressões. 
Mas, além disso, o leitor deve estar atento a algumas pistas textuais 
que podem ajudá-lo nessa inferência, como o título do texto e o 
assunto do texto. Vejamos o exemplo abaixo: 
Tempos de solidariedade: o que fazer pelo próximo durante a 
pandemia 
Inúmeras iniciativas podem se tornar formas de colaborar com o 
próximo nesta fase turbulenta de pandemia do novo coronavírus, 
mesmo sem sair de casa. É possível ajudar, por exemplo, o trabalho 
de ONGs, campanhas e instituições, além de fazer compras para 
vizinhos do grupo de risco, e manter o diálogo virtual com quem 
está passando por momentos de ansiedade e tensão. [...] 
Fonte: https://parceirosdofuturo.com.br/tempos-de-solidariedade-o-que-
fazer-pelo-proximo-durante-a-pandemia/ 
Destaquemos a expressão “diálogo virtual” para o exercício de 
inferência. Como já dito, o título e o assunto do texto são duas 
importantes informações que ajudam na inferência. O texto fala 
sobre a importância da colaboração humana em tempos 
pandêmicos, em gestos de empatia. O título traz à tona a noção de 
solidariedade, da importância da ajuda ao próximo, que vai se 
tornar mais clara no texto a partir da exemplificação de formas de 
solidariedade. A partir do conhecimento de mundo, isto é, 
conhecimento sobre a pandemia de Covid-19, é possível 
compreender como a tecnologia se tornou ainda mais presente no 
J o s é L e a n d r o G o n ç a l v e s d e P o n t e s J ú n i o r | 16 
 
Sumário 
dia a dia das pessoas, como o ambiente virtual se tornou mais 
frequentado, tendo em vista a necessidade de distanciamento 
social. Algumas palavras do ramo da tecnologia se popularizaram. 
Então, com base em todas essas considerações: pistas textuais e 
acionamento de conhecimento prévio, exercício que deve ser feito 
em sala de aula, é possível chegar à conclusão de que a expressão 
“diálogo virtual” se refere à comunicação no espaço digital, da 
internet. 
Alguns direcionamentos 
É preciso promover o exercício de inferência a partir de uma 
diversidade de textos. É indispensável acionar os conhecimentos 
prévios do aluno acerca do que é tratado no texto e explicitar pistas 
textuais que contribuem para a dedução do sentido de palavras ou 
expressões. 
 
D4 - Inferir uma informação implícita em um texto 
Em miúdos 
Nesse descritor, o aluno deve deduzir informações subentendidas 
no texto. 
Objeto de conhecimento envolvido 
Interpretação textual 
A interpretação textual trata do exercício de inferência de 
informações. Na interpretação de textos, são levantadas questões 
cujo comando leva o leitor a tirar conclusões sobre o que foi 
exposto no texto. É com base nas informações explícitas e no 
conhecimento de mundo do leitor que é possível chegar a 
conclusões sobre o texto. Por exemplo, no conto “O mais lento pode 
5º ANO | 9º ANO 
D o m i n a n d o o s d e s c r i t o r e s d o S A E B 2 0 2 1 | 17 
 
Sumário 
vencer a corrida”, visto no D1, é possível inferir uma informação: 
para realizar uma tarefa, não basta apenas possuir o “poder”, é 
preciso possuir o “saber”. Enquanto Garuda possuía o poder, pois 
era um pássaro, candidato potencial para vencer a corrida, a 
tartaruga possuía o saber, o que foi suficiente para lhe conceder a 
vitória na competição. 
Alguns direcionamentos 
Devem ser ofertados exercícios de interpretação textual sobre uma 
variedade de textos a partir de comandos que levem o leitor a 
inferir informações, como: “Diante do que foi exposto, podemos 
concluir...”, “Infere-se do texto que...”, “O texto nos permite deduzir 
que…”, “Conclui-se do texto que...”, “O texto possibilita o 
entendimento de...” etc. 
D6 - Identificar o tema de um texto 
Em miúdos 
Nesse descritor, o aluno deve reconhecer o assunto principal do 
texto. 
Objeto de conhecimento envolvido 
Assunto principal do texto 
O tema trata do assunto principal abordado no texto. Todo texto 
possui uma temática central a partir da qual o mesmo se estrutura. 
Com base no que é exposto no texto, é possível compreender quetemática está sendo discutida. Além disso, o título do texto é uma 
importante pista sobre o tema. Por exemplo, no conto “O mais lento 
pode vencer a corrida”, com base no que é exposto no texto (uma 
disputa entre o pássaro Garuda e a tartaruga) e com base no título, 
que enfatiza a força do mais lento, é possível entender que o texto 
5º ANO | 9º ANO 
J o s é L e a n d r o G o n ç a l v e s d e P o n t e s J ú n i o r | 18 
 
Sumário 
trata sobre o tema: disputa entre competidores desiguais ou ainda 
sobre o engano das aparências. 
Alguns direcionamentos 
Destacar o título do texto como importante informação acerca do 
tema. Além disso, é a partir da relação entre as informações ditas 
no texto que será possível chegar ao tema. 
 
D11 / D14 - Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato 
 Em miúdos 
Nesse descritor, o aluno deve diferenciar o que é um 
posicionamento sobre um fato do fato em si. 
Objeto de conhecimento envolvido 
Fato versus opinião 
O fato trata de uma informação objetiva, de uma constatação da 
realidade, enquanto a opinião trata do posicionamento pessoal 
sobre um fato. Por exemplo, segundo a Fifa, o Brasil possui 656 
clubes de futebol profissional, isso é um fato. Mas dizer que o Vasco 
é o melhor clube brasileiro, é uma opinião. 
Para ajudar na identificação de trecho opinativo, é preciso abordar 
o estudo dos modalizadores textuais, elementos que atuam como 
indicadores do ponto de vista do enunciador. A função 
modalizadora se manifesta, sobretudo, por meio de advérbios, dos 
modos verbais, dos verbos auxiliares, de estruturas subordinativas 
e dos adjetivos. Vejamos alguns tipos de modalizadores. 
5º ANO | 9º ANO 
D o m i n a n d o o s d e s c r i t o r e s d o S A E B 2 0 2 1 | 19 
 
Sumário 
1. Asseverativos: expressam certeza, podendo ser afirmativos (ex.: 
sem dúvida, certamente, logicamente, claro, realmente etc.) ou 
negativos (ex.: de jeito nenhum, de forma alguma etc.). 
No fragmento: “O uso de máscara é recomendado pela secretaria de 
saúde enquanto durar a pandemia. Sem dúvidas, usar máscara é 
umas das formas de se blindar do vírus. ”, o uso do modalizador 
“sem dúvidas” manifesta uma avaliação do enunciador, ao 
expressar certeza quanto à eficácia do uso de máscara. 
2. Dubitáveis: expressam incerteza, dúvida (ex.: provavelmente, 
talvez, possivelmente etc.). 
No fragmento: “Paulo estudou os últimos 2 meses para o concurso, 
mas não foi aprovado. Talvez, tenha estudado todo esse tempo de 
forma errada. ”, o uso do modalizador “talvez” manifesta uma 
avaliação do enunciador, ao expressar uma incerteza, uma hipótese 
quanto à razão da não aprovação de Paulo no concurso. 
3. Deontológicos: expressam imposições, proibições e concessões 
(ex.: obrigatoriamente, necessariamente, não pode, pode etc.). 
No fragmento: “O uso de máscara segue algumas recomendações. 
Não se pode usar essa peça no queixo! ”, o uso do modalizador “Não 
se pode” manifesta uma imposição do enunciador, uma proibição. 
4. Afetivos: expressam emoções (ex.: felizmente, infelizmente, 
espantosamente, francamente, lamentavelmente etc.). 
No fragmento: “Paulo foi aprovado no concurso. Felizmente, agora 
poderá casar-se.”, o uso do modalizador “felizmente” manifesta 
uma avaliação do enunciador, um contentamento acerca da 
aprovação de Paulo no concurso e da consequente possibilidade de 
seu casamento. 
 
J o s é L e a n d r o G o n ç a l v e s d e P o n t e s J ú n i o r | 20 
 
Sumário 
Alguns direcionamentos 
A intenção não é abordar o conceito de modalizadores textuais em 
sala de aula, mas destacar o efeito de sentido dessas palavras no 
texto, como indiciadores de opinião. 
 
 
 
 
D o m i n a n d o o s d e s c r i t o r e s d o S A E B 2 0 2 1 | 21 
 
Sumário 
 
D5 - Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso 
(propagandas, quadrinhos, foto etc.) 
 
Em miúdos 
Nesse descritor, o aluno deve interpretar o texto considerando o 
emprego da linguagem verbal e da linguagem não verbal na 
construção do sentido. 
Objeto de conhecimento envolvido 
Texto multissemiótico 
Um texto pode integrar palavra e imagem, fazendo-se uso da 
linguagem verbovisual. Assim sendo, nos referimos ao texto 
multissemiótico, como a charge, a história em quadrinhos, a tira etc. 
Na interpretação do texto multissemiótico, é preciso relacionar 
linguagem verbal e linguagem não verbal. Não se pode interpretar 
a palavra isolada da imagem, pois ambos estão em relação para 
reforçar um determinado sentido. Então, na leitura desse texto é 
preciso levantar questionamentos acerca de como os recursos não 
verbais estão em interação com a palavra, que sentido está sendo 
enfatizado a partir da relação entre o código verbal e o código não 
verbal. Isolar a palavra dos recursos não verbais torna a leitura 
incompleta. Vejamos o exemplo a seguir: 
 
 
5º ANO | 9º ANO 
J o s é L e a n d r o G o n ç a l v e s d e P o n t e s J ú n i o r | 22 
 
Sumário 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://kdimagens.com/imagem/preguica-e-inveja-936 
 
A tirinha em questão é um texto multissemiótico, pois envolve 
linguagem verbal e não verbal. Nela é possível verificar o tema da 
preguiça e da inveja. Tratemos da análise do texto: o que é dito nas 
falas é reforçado pelas imagens. O personagem que está em pé trata 
com indignação o personagem que está deitado, concebendo-o 
como preguiçoso e isso faz ao ver alguém em situação diferente da 
sua. Já o personagem que está deitado, trata o personagem que está 
em pé como invejoso por ser questionado pelo mesmo quanto a seu 
estado de ociosidade. Além disso, os personagens possuem formas 
físicas distintas: enquanto o personagem deitado possui formas 
curvilíneas, um corpo robusto, consequente de uma “vida 
preguiçosa”, o personagem posicionado em pé possui formas 
retilíneas, demarcando sua magreza e remetendo a uma vida de 
trabalho, sentido reiterado também pelo machado que carrega. 
Também, o emprego da palavra “ocê” marca a identidade do 
personagem que está em pé: trata-se de um caipira, do homem do 
campo, sujeito conhecido por trabalhar muito. 
 
D o m i n a n d o o s d e s c r i t o r e s d o S A E B 2 0 2 1 | 23 
 
Sumário 
Alguns direcionamentos 
Na leitura dos textos multissemióticos, mostrar como o sentido é 
construído a partir da interação entre palavra e imagem. 
Possibilitar a leitura de uma diversidade de textos a fim de 
aprimorar a competência leitora. 
 
D9 / D12 - Identificar a finalidade de textos de diferentes 
gêneros 
 
Em miúdos 
Nesse descritor, o aluno deve reconhecer a função social de 
diferentes gêneros textuais. 
Objeto de conhecimento envolvido 
Gênero textual 
Todo texto pertence a um gênero textual, isso porque apresenta 
determinadas características relativamente estáveis, o que permite 
categorizá-lo como pertencente a uma família de textos. O gênero 
textual nasce da necessidade de estabelecermos comunicação, 
dessa forma, atende a uma função comunicativa, seja a de informar, 
persuadir, narrar um acontecimento, instruir etc. 
O estudo da função social de gêneros textuais deve contemplar o 
tratamento de alguns aspectos: a compreensão sobre a estrutura 
que o gênero obedece; a compreensão sobre os aspectos 
linguísticos, isto é, de organização do texto; a compreensão sobre a 
esfera de circulação do gênero, ou seja, em que espaço da atividade 
humana o gênero circula; o suporte a partir do qual o gênero se 
materializa e o propósito comunicativo a que o gênero se propõe a 
atender. Por exemplo, a bula de remédio é um gênero textual 
5º ANO | 9º ANO 
J o s é L e a n d r o G o n ç a l v e s d e P o n t e s J ú n i o r | 24 
 
Sumário 
estruturado em três partes: identificação do medicamento, 
informações ao paciente e dizeres legais. Na "identificação", estão 
informações sobre a identificação do medicamento e sua 
composição; em "informaçõesao paciente", estão informações 
sobre indicações, contraindicações, armazenamento, prazo de 
validade, posologia e reações adversas e em "dizeres legais", estão 
dados farmacológicos gerais sobre o medicamento. Em relação aos 
aspectos linguísticos, é utilizada uma linguagem técnica, com o uso 
recorrente de termos farmacológicos, objetiva e por se tratar de um 
texto instrucional, há o predomínio do modo imperativo. A bula é 
um gênero que circula na esfera de produção e consumo, se 
materializa de forma impressa, acompanhando o medicamento na 
embalagem ou pode ser encontrada em bulário eletrônico, em sites. 
Por fim, a bula atende a função social de orientar as pessoas na 
utilização de medicamentos. 
 
Alguns direcionamentos 
Promover o estudo sobre a estrutura do gênero textual, o modo 
como a linguagem é empregada, a atividade social em que é 
utilizado, o suporte em que se manifesta e a ação comunicativa que 
realiza. 
D o m i n a n d o o s d e s c r i t o r e s d o S A E B 2 0 2 1 | 25 
 
Sumário 
 
D15 / D20 - Reconhecer diferentes formas de tratar uma 
informação na comparação de textos que tratam do mesmo 
tema, em função das condições em que ele foi produzido e 
daquelas em que será recebido. 
 
Em miúdos 
Nesse descritor, o aluno deve identificar diferentes formas de 
tratamento de um assunto a partir da comparação entre textos. 
Objeto de conhecimento envolvido 
Análise comparativa de textos 
A análise comparativa de textos trata de uma estratégia de leitura 
cujo objetivo é comparar a linha de discussão empreendida nos 
textos. Mesmo tratando do mesmo tema, os textos poderão 
pertencer a gêneros textuais diferentes e possuir discussões 
complementares ou divergentes acerca de um determinado tema 
ou informação. Por exemplo, o tema “violência doméstica” pode ser 
a temática de uma notícia e de uma charge. Embora tratem de 
violência, as intenções comunicativas são diferentes: na notícia, a 
intenção é informar, já na charge, a intenção é emitir uma crítica. 
Em textos do mesmo gênero, ao realizar a comparação textual, pode 
ser percebida uma relação de complementaridade e defesa da 
mesma ideia (ex.: no caso de textos que abordem informações 
complementares, seguindo a mesma linha de discussão) ou uma 
relação opositiva, de divergência de tratamentos (ex.: no caso de 
textos que tragam dados ou informações contraditórias acerca de 
um tema). 
5º ANO | 9º ANO 
J o s é L e a n d r o G o n ç a l v e s d e P o n t e s J ú n i o r | 26 
 
Sumário 
Alguns direcionamentos 
Abordar textos pertencentes a gêneros textuais diferentes, mas que 
tratam de um mesmo tema ou informação. Ao realizar a análise 
comparativa de textos é preciso considerar alguns aspectos como: 
1 - o quanto de informação é trazida nos textos acerca de um tema 
ou fato e se essas informações se complementam ou se opõem; 2 - 
as funções sociais dos gêneros a que pertencem os textos. 
 
D21 - Reconhecer posições distintas entre duas ou mais 
opiniões relativas ao mesmo fato ou ao mesmo tema 
 
Em miúdos 
Nesse descritor, o aluno deve identificar posicionamentos 
diferentes acerca de um mesmo fato ou tema. 
Objeto de conhecimento envolvido 
Análise comparativa de textos opinativos 
A análise comparativa de textos opinativos busca reconhecer os 
diferentes posicionamentos acerca de um tema ou fato. As opiniões 
a serem comparadas podem estar no mesmo texto ou em textos 
diferentes. Como já visto, a opinião trata de uma discussão pessoal, 
de um ponto de vista. Vejamos em seguida, por exemplo, opiniões 
distintas acerca do tema: armamento da população. 
Opinião 1: “[...] É legítimo querer se defender, mas a arma é um 
péssimo passo, porque a realidade não é como filme. ” (Antônio 
Rangel, sociólogo e coordenador da ONG Viva Rio) 
Fonte: 
https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2012/10/21/interna_gerais,3246
41/armamento-de-cidadaos-divide-opinioes-ate-entre-especialistas-em-
tiro.shtml 
9º ANO 
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Sumário 
Opinião 2: “[...] Quem faz a sua melhor segurança é você mesmo, 
desde que esteja bem preparado. Não se trata de uma apologia ao 
armamento da sociedade, mas de um manifesto pelo direito à 
defesa. ” (Antônio Costa Júnior – empresário e professor de tiro) 
Fonte: 
https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2012/10/21/interna_gerais,3246
41/armamento-de-cidadaos-divide-opinioes-ate-entre-especialistas-em-
tiro.shtml 
 
Nos exemplos, é possível reconhecer opiniões diferentes acerca de 
um mesmo tema. Enquanto o sociólogo Antônio Rangel é contra o 
armamento da população, o empresário e professor de tiro, 
Antônio Costa Júnior, é a favor. 
Para o sociólogo, a arma não é o melhor instrumento de defesa, 
qualificando-a como “péssimo passo”, ou em outras palavras, 
péssima saída, tendo em vista a imprevisibilidade do real: a 
realidade é diferente de um filme, tudo pode acontecer. Para o 
professor de tiro, o cidadão é o responsável pela sua proteção. Em 
sua afirmação, está implícita a questão de uma realidade violenta e 
a ineficácia da segurança, dessa forma, o cidadão armado é a 
garantia do direito à defesa. 
São raciocínios que se contrapõem: na opinião 1, o objetivo é 
desconstruir a ideia de relação entre arma e segurança, justificada 
pela ideia da imprevisibilidade do real. Na opinião 2, o objetivo é 
assinalar a relação entre arma e segurança, justificada na ideia de 
direito à defesa. 
Ainda podemos destacar o uso de alguns modalizadores textuais: 
na opinião 1 – péssimo passo, para expressar a má ideia do uso da 
arma como meio de defesa; na opinião 2 - melhor segurança, para 
expressar a relação entre arma e defesa. 
J o s é L e a n d r o G o n ç a l v e s d e P o n t e s J ú n i o r | 28 
 
Sumário 
Alguns direcionamentos 
Expor com clareza como os autores das opiniões constroem seus 
posicionamentos: descontruindo ideias, reforçando relações, 
apresentando justificativas etc. Além disso, promover a 
identificação de modalizadores textuais, expressos, sobretudo por 
meio de adjetivos e advérbios, tendo em vista que eles atuam como 
qualificadores. 
 
D o m i n a n d o o s d e s c r i t o r e s d o S A E B 2 0 2 1 | 29 
 
Sumário 
 
D2 - Estabelecer relações entre partes de um texto, 
identificando repetições ou substituições que contribuem 
para a continuidade de um texto 
 
Em miúdos 
Nesse descritor, o aluno deve instituir relações entre partes do 
texto a partir da identificação de repetições ou trocas de 
palavras/sequências textuais que colaboram para a progressão do 
texto. 
Objeto de conhecimento envolvido 
Coesão textual 
A coesão textual é responsável por promover a unidade textual por 
meio de elementos linguísticos que atuam na articulação entre as 
partes do texto. Na repetição de palavras ou sequências textuais, o 
objetivo é reiterar uma ideia, reforçar um sentido. Na substituição, 
o objetivo é evitar a repetição desnecessária, possibilitando um 
discurso mais fluido. 
Na repetição de palavras ou sequências textuais, é preciso destacar 
os elementos repetidos e o efeito de sentido proveniente da 
repetição. Vejamos o seguinte exemplo: 
O político foi encontrado com duzentos milhões de reais na mala. 
Duzentos milhões! 
5º ANO | 9º ANO 
J o s é L e a n d r o G o n ç a l v e s d e P o n t e s J ú n i o r | 30 
 
Sumário 
Nesse exemplo, a repetição de “duzentos milhões” objetiva 
enfatizar o montante de dinheiro encontrado na mala de um 
político, assim como cria um efeito de espanto. 
Na substituição de palavras ou sequências textuais, é preciso 
promover o estudo dos elementos linguísticos que contribuem com 
essa tarefa. Vejamos alguns principais. 
Substantivos 
Ex.: Estão circulando alguns boatos a respeito da vida de Clara na 
escola. A jovem é tão calada e tímida! Será que é verdade? (Nesse 
exemplo, o substantivo “jovem” substituia palavra “Clara”, 
retomando o seu sentido.) 
Adjetivos 
Ex.: Clara tirou nota máxima na prova. Esforçada, nunca ficou em 
recuperação. (Nesse exemplo, o adjetivo “esforçada” substitui a 
palavra “Clara”, retomando o seu sentido.) 
Pronomes 
Ex.: “Se o diretor é uma espécie de CEO (diretor-executivo) na 
escola, é necessário que ele desenvolva habilidades de liderança. ” 
Irma Zardoya 
(Nesse exemplo, o pronome “ele” substitui a palavra “diretor”, 
retomando o seu sentido.) 
Advérbios 
 Ex.: O Brasil e os Estados Unidos são países que conservam um 
certo grau de preconceito. Mas lá chega a ser pior que aqui. 
(Nesse exemplo, o advérbio “lá” substitui a palavra “Estados 
Unidos”, retomando o seu sentido, assim como o advérbio “aqui” 
substitui a palavra “Brasil”, retomando o seu sentido.) 
D o m i n a n d o o s d e s c r i t o r e s d o S A E B 2 0 2 1 | 31 
 
Sumário 
Alguns direcionamentos 
Apresentar os efeitos de sentido provenientes da repetição e da 
substituição. Promover o estudo de alguns elementos linguísticos 
como substantivos, adjetivos, pronomes e advérbios que 
contribuem para a tarefa de substituição de palavras ou sequências 
textuais. 
 
D7 / D10 – Identificar o conflito gerador do enredo e os 
elementos que constroem a narrativa 
 
Em miúdos 
Nesse descritor, o aluno deve reconhecer o motivo desencadeador 
da trama, isto é, o conflito gerador, assim como os demais 
elementos que compõem a narrativa como narrador, enredo, 
personagens, tempo, espaço, clímax e desfecho. 
Objeto de conhecimento envolvido 
Texto narrativo 
O texto narrativo é uma tipologia textual, cuja finalidade é narrar 
um acontecimento. Uma narrativa é composta de vários elementos: 
narrador, enredo, personagens, tempo, espaço, clímax e desfecho. 
Vamos à definição objetiva dos elementos da narrativa. 
Narrador: trata-se da entidade fictícia que conta a história, 
podendo se manifestar de três modos principais: 
1. Narrador personagem: além de narrar, participa da narrativa 
como personagem, contando a história em 1ª pessoa. 
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Sumário 
2. Narrador observador: narra os acontecimentos, mas sem 
participar da narrativa, como se estivesse observando as situações. 
É objetivo e imparcial. Conta a história em 3ª pessoa. 
3. Narrador onisciente: esse sabe de tudo - conhece toda a história, 
os pensamentos, sentimentos e ideias dos personagens, narrando 
em 3ª pessoa. Por vezes, para realizar algumas intromissões, utiliza 
a 1ª pessoa. 
Personagens: referem-se aos elementos que vivenciam a história 
como pessoas, animais, objetos personificados, isto é, com 
características humanas, ou qualquer ser que age. 
Tempo: situa os fatos, definindo a duração das ações. 
Espaço: situa os fatos em cenários, quem podem ser físicos ou 
sociais. 
Enredo: é a trama da narrativa, o encadeamento de situações 
vividas por personagens em um determinado tempo e espaço. O 
enredo é estruturado da seguinte forma: 
1. Conflito gerador: trata-se do motivo desencadeador da trama. 
Em outras palavras, trata-se de qualquer elemento da história que 
se opõe a outro gerando um problema. 
2. Clímax: é o momento decisivo da história, em que as ações 
alcançam maior tensão. 
3. Desfecho: é o estágio final da narrativa, situação como são 
finalizados os conflitos. 
Vejamos o exemplo a seguir: 
 
 
D o m i n a n d o o s d e s c r i t o r e s d o S A E B 2 0 2 1 | 33 
 
Sumário 
Praia quase cancelada 
Leandro Júnior 
 
Era 12 de outubro, havia muita alegria entre as crianças. A 
ansiedade era grande. Elas iriam pela primeira vez à praia. Na 
ocasião, comemorar o dia das crianças. Todos acordaram cedo. Na 
verdade, as crianças acordaram ainda mais cedo que seus pais: 
Guto e Ana. Prontamente, as comidas começaram a ser embaladas 
e as bebidas colocadas na caixa térmica. Mas, de repente, Guto sente 
fortes dores em seu estômago. As crianças ouvem seu grito de dor 
na garagem e correm até lá. Sem forças e caído no chão, Ana 
pergunta a Guto o que ele havia comida na noite passada, mas Guto 
não consegue responder. As crianças chorando, correm até a casa 
de tio Barnabé, que mora ao lado, para pedir socorro. Guto continua 
sentindo dores. É quando sua visão escurece e então desmaia. Ana 
se desespera e não consegue controlar toda a tensão do momento: 
pensa na iminência de morte. Tio Barnabé chega e, graças a sua 
habilidade médica, faz uso de todos os procedimentos e Guto 
retoma a consciência. Acordado, relata que havia comido parte do 
bolo de chocolate preparado para o lanche do passeio à praia. Ana 
já calma, dá um fim ao bolo preparado com tanto esmero e sabor e 
desejado pelas crianças. O ocorrido não foi capaz de impedir a 
família de ir à praia. As comidas voltaram a ser embaladas, as 
bebidas e tudo que ia ser levado. Rapidamente, estavam todos 
prontos e seguiram animados à Praia dos sobreviventes. 
Identifiquemos, agora, os elementos da narrativa presentes no 
texto. 
Narrador: trata-se de um narrador onisciente, que conta a história 
em 3ª pessoa, conhece todos os fatos e sentimentos dos 
personagens. 
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Sumário 
Personagens: Guto, Ana, as crianças e tio Barnabé. 
Tempo: 12 de outubro é a referência temporal. 
Espaço: A narrativa é ambientada no espaço da casa, 
predominantemente, na garagem. 
Conflito gerador: O conflito ocorre quando Guto passa mal, 
instaurando um problema. 
Clímax: A tensão tem pico quando Guto desmaia. 
Desfecho: Guto acorda do desmaio, se recupera do mal-estar e a 
família segue à praia. 
Alguns direcionamentos 
Abordar com destaque a definição de conflito gerador e promover 
a localização desse elemento em narrativas, assim como promover 
o estudo dos demais elementos e a identificação desses em textos. 
 
D7 - Identificar a tese de um texto 
Em miúdos 
Nesse descritor, o aluno deve reconhecer a ideia central defendida 
no texto. 
Objeto de conhecimento envolvido 
Tese do texto 
A tese trata do ponto de vista defendido no texto acerca de um 
assunto e é sustentada por argumentos. É um dos elementos dos 
textos argumentativos, família de textos cujo objetivo é defender 
uma ideia por meio de argumentos a fim de persuadir o 
interlocutor como o artigo de opinião, a carta argumentativa, o 
9º ANO 
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Sumário 
editorial, a resenha etc. A tese é uma proposição que, normalmente, 
está localizada nos primeiros parágrafos e é seguida dos 
argumentos. Mas pode acontecer o movimento inverso: a tese ser 
precedida pelos argumentos. Vejamos o texto abaixo. 
 
Celular em sala de aula: uma proibição necessária 
Orlando Morando* 
Atualmente, um assunto que vem despertando a atenção não só da 
comunidade acadêmica, mas da sociedade como um todo é a 
proibição do uso de celulares na sala de aula. 
A proibição do seu uso em sala de aula é uma medida que se 
harmoniza com o ambiente em que o estudante está. A sala de aula 
é um local de aprendizagem, onde o discente deve se esforçar ao 
máximo para extrair do professor os conhecimentos da matéria. 
Nesse contexto, o celular é um aparelho que só vem dificultar a 
relação ensino-aprendizagem, visto que atrapalha não só quem 
atende, mas todos os que estão ao seu redor. 
Um estudo divulgado no mês passado pela London School of 
Economics mostrou que alunos de escolas da Inglaterra que 
baniram os smartphones melhoraram em até 14% suas notas em 
exames de avaliação nacional. 
O aumento acontece principalmente entre estudantes com 
conceitos mais baixos. Na faixa etária entre 7 e 11 anos, o 
banimento ajudou alunos com aproveitamento abaixo de 60% nas 
provas. Para o resto, não mudou nada. 
Segundo os autores do estudo as distrações atingem todo mundo,mas são piores em alunos com celulares. E ainda piores naqueles 
com notas mais baixas. 
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Sumário 
O impacto da proibição, diz especialista, é o equivalente a uma hora 
a mais de aula por semana. O estudo "Tecnologia, distração e 
desempenho de estudantes" foi feito com 130 mil alunos desde 
2001, em 91 escolas de quatro cidades. 
Por que banir o uso do celular? Porque ter acesso fácil ao celular faz 
com o que aluno tenha mais chance de distração, o que pode levar 
a notas mais baixas; adolescentes ainda não têm maturidade para 
usar nos momentos apropriados; em ambientes liberados, é muito 
difícil para o professor monitorar a sala toda; a distração do 
smartphone é muito pior do que desenhar no caderno, por 
exemplo, porque o aluno entra em um 'universo paralelo'. 
Enfim são inúmeras as razões para proibir o uso de celular nas salas 
de aula. O Estado São Paulo, mais uma vez, foi pioneiro nesse 
assunto e aprovou a lei 12.730 de 2007, de minha autoria, que 
proíbe o uso de telefone celular nas escolas. 
Segundo a Nielsen Ibope, atualmente 15% dos 68 milhões de 
usuários da internet pelo celular no Brasil têm entre 10 e 17 anos, 
ou seja, a maioria dos adolescentes. Sendo assim, a fiscalização do 
uso do aparelho deve ser feita rigorosamente nas escolas pelos 
professores e diretores de ensino. Mas como esses números de 
usuários aumentam a cada dia, o momento é de ampliar a 
fiscalização e cumprir a Lei. 
*Orlando Morando é deputado pelo PSDB e cumpre o quarto 
mandato na Assembleia Legislativa 
Fonte: https://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=365340 
No texto “Celular em sala de aula: uma proibição necessária”, está 
clara a defesa pelo impedimento do uso de celular em sala de aula 
pelos alunos. Essa tese pode verificada no segundo parágrafo por 
meio do seguinte enunciado: “A proibição do seu uso em sala de 
aula é uma medida que se harmoniza com o ambiente em que o 
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Sumário 
estudante está”. Após a tese, nos parágrafos seguintes, seguem os 
argumentos, cujo objetivo é fundamentar a tese. É importante 
observar ainda que a partir do título já é possível ter ideia do que 
será defendido no texto. 
Alguns direcionamentos 
Para facilitar a identificação da tese do texto, é preciso responder a 
seguinte questão: o que é defendido no texto? 
Também direcionar a atenção para o título do texto, pois ele pode 
expressar uma percepção e com isso dar pistas acerca da tese 
defendida no texto. 
Promover o exercício de identificação de teses a partir da leitura de 
diversos textos de caráter argumentativo. 
 
D8 / D11 - Estabelecer relação causa/consequência entre 
partes e elementos do texto 
 
Em miúdos 
Nesse descritor, o aluno deve estabelecer relação de causa-efeito 
entre segmentos do texto. 
Objeto de conhecimento envolvido 
Relação lógico-discursiva de causa-consequência 
A relação lógico-discursiva de causa-consequência se refere a um 
tipo de construção em que é apresentado uma relação de causa e 
efeito. Tal relação é sinalizada textualmente por conjunções. 
A causa expressa o motivo e pode ser introduzida através de 
conjunções, como: porque, como, já que, visto que etc. Já a 
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Sumário 
consequência expressa os efeitos dessa causa e pode ser 
introduzida através de conjunções, como: que (precedido de tão, 
tal, tanto), de modo que, devido a etc. 
Vejamos o exemplo a seguir: 
“O homem é tão desrespeitoso com a natureza que o 
desaparecimento de diversas espécies da fauna e da flora tornou-
se uma realidade. ” 
É possível verificar nesse exemplo a relação de causa-
consequência: o fato do homem ser desrespeitoso com a natureza 
(causa) tem promovido uma problemática realidade: o 
desaparecimento de espécies da fauna e flora (consequência). Essa 
relação lógico-discursiva é marcado textualmente pelas conjunções 
“tão...que”. 
Alguns direcionamentos 
Promover o estudo de elementos coesivos que estabelecem a 
relação de causa-consequência e o exercício de identificação em 
textos de trechos que manifestem tal relação. 
 
D8 - Estabelecer relação entre a tese e os argumentos 
oferecidos para sustentá-la. 
 
Em miúdos 
Nesse descritor, o aluno deve relacionar a tese do texto e os 
argumentos que a fundamentam. 
Objeto de conhecimento envolvido 
Tese e argumentos 
9º ANO 
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Sumário 
Como visto no descritor D7, a tese é sustentada por argumentos. O 
objetivo dos argumentos é embasar o posicionamento manifestado 
na tese. Sem eles, a tese se torna uma mera opinião. 
Os argumentos podem se manifestar de diversas maneiras, dessa 
forma, é preciso contemplar o estudo de estratégias 
argumentativas que colaboram para fundamentar a tese do texto. 
Vejamos alguns dos principais recursos argumentativos. 
1. Exemplificação 
A exemplificação permite a inserção de exemplos, validando a tese. 
Vejamos o exemplo a seguir. 
O uso medicinal da maconha não deve ser objeto de preconceitos 
tendo em vista a sua eficácia no tratamento de algumas doenças. 
Maria Gabrilli, por exemplo faz uso do Mevatyl, primeiro fármaco 
derivado da maconha a ter registro aprovado pela Agência Nacional 
de Vigilância Sanitária (Anvisa). Maria Gabrilli ficou tetraplégica 
depois de um acidente de carro com o seu namorado. O 
medicamento ajuda ela a ter menos espasmos, a dormir melhor e, 
principalmente, a aliviar as dores. 
Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/vem-ai-a-cannabis-
medicinal/adaptado 
Veja como o emprego de exemplificação, a exposição de um caso 
concreto de uso de remédio à base de maconha por uma pessoa 
com lesão medular, reforça a tese de uso medicinal da maconha. 
2. Argumento de autoridade 
O argumento de autoridade dá voz a um especialista no assunto 
discutido, o que confere credibilidade a tese defendida no texto. 
Vejamos o exemplo a seguir, ainda com base na tese de defesa do 
uso medicinal da maconha. 
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Sumário 
[...] Em maio do ano passado, a USP lançou, em parceria com o 
laboratório Prati-Donaduzzi, o primeiro extrato da planta 
desenvolvido no Brasil. Diferentemente do Mevatyl, indicado para 
pacientes com esclerose múltipla, o fitofármaco brasileiro tem 
incontáveis aplicações. ‘Produtos à base de cannabis não curam 
doenças, mas minimizam seus sintomas. Além disso, potencializam 
os efeitos dos remédios de referência e não colocam em risco a vida 
do paciente’, afirma o neurocientista Renato Filev, pesquisador do 
Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas Psicotrópicas 
(Cebrid). 
Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/vem-ai-a-cannabis-
medicinal/adaptado 
Veja como o emprego da fala do neurocientista, Renato Filev, 
confere pertinência à ideia de defesa do uso medicinal da maconha. 
Isso, porque Renato Filev é uma autoridade na área de saúde e cuja 
fala remete aos benefícios medicinais da maconha. 
3. Provas concretas 
As provas concretas tratam de informações verídicas, resultado de 
estudos ou experiências: dados estatísticos, leis, relatórios e 
pesquisas, que validam o ponto de vista defendido no texto. 
Vejamos o exemplo a seguir. 
Um ano depois do primeiro caso de covid-19 no Brasil, estamos 
vivenciando o pior momento de toda a pandemia: unidades de 
terapia intensiva lotadas, recorde de mortes dia após dia e baixo 
índice de vacinação. Neste momento, a reafirmação de medidas de 
prevenção ao vírus ganha relevância. Em tudo o que se pesquisou 
até agora, o que se viu realmente funcionando para prevenção são 
as medidas de distanciamento social e o uso de máscara de forma 
correta”, sinaliza Marcelo Gonçalves, professorda Faculdade de 
Medicina da UFRGS. 
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Sumário 
 
O estudo Social Distancing, Mask Use and the Transmission of 
SARS-CoV-2: A Population-Based Case-Control Study, 
produzido por pesquisadores da UFRGS, UFPel, UFSCPA e 
Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre (SMS), foi conduzido 
a partir de uma lista cedida pelo SMS com 3.437 pacientes da capital 
que testaram positivo para covid-19 entre abril e junho de 2020. 
[...] 
 
Os pesquisadores concluíram que o uso de máscaras reduz em 87% 
a chance de infecção por SARS-CoV-2. O estudo também mostra que 
as pessoas que aderem de forma moderada a intensa ao 
distanciamento social têm entre 59% e 75% menos chances de 
contrair o vírus. 
 
Fonte: https://www.ufrgs.br/jornal/estudo-comprova-a-eficacia-do-uso-de-
mascara-e-do-distanciamento-social-no-combate-a-pandemia/adaptado 
 
Veja como a inserção do resultado do estudo científico legitima a 
tese do texto: a utilização de máscara e o distanciamento social são 
formas de se prevenir do Coronavírus. 
Alguns direcionamentos 
Promover a identificação dos argumentos a partir da leitura de uma 
diversidade de textos argumentativos. Além disso, mostrar como 
eles dão sustentação à tese do texto. 
 
 
 
 
https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=3731445
https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=3731445
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Sumário 
D9 - Diferenciar as partes principais das secundárias em um 
texto 
Em miúdos 
Nesse descritor, o aluno deve distinguir a informação principal das 
informações secundárias em um texto. 
Objeto de conhecimento envolvido 
Informações principais e secundárias do texto 
Por parte principal, entende-se a ideia principal, enquanto por 
partes secundárias, entende-se as ideias secundárias. O texto é um 
entrelaçamento de ideia principal e ideias secundárias. A ideia 
principal trata da mensagem do texto, do que fala o texto, enquanto 
as ideias secundárias se referem ao conjunto de informações que 
tratam de desenvolver a ideia principal do texto. Vejamos o texto a 
seguir. 
 
A sombra do meio-dia 
A Sombra do Meio-Dia é o belo título de um romance lançado 
recentemente, de autoria do diplomata Sérgio Danese. O livro trata 
da glória (efêmera) e da desgraça (duradoura) de um ghost-writer, 
ou redator-fantasma – aquele que escreve discursos para outros. A 
glória do ghost-writer de Danese adveio do dinheiro e da ascensão 
profissional e social que lhe proporcionaram os serviços prestados 
ao patrão – um ricaço feito senador e ministro, ilimitado nas 
ambições e limitado nos escrúpulos como soem ser as figuras de 
sua laia. A desgraça, da sufocação de seu talento literário, ou 
daquilo que gostaria que fosse talento literário, posto a serviço de 
outrem, e ainda mais um outrem como aquele. As exigências do 
patrão, aos poucos, tornam-se acachapantes. Não são apenas 
discursos que ele encomenda. É uma carta de amor a uma bela que 
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Sumário 
deseja como amante. Ou um conto, com que acrescentar, às delícias 
do dinheiro e do poder, a glória literária. Nosso escritor de aluguel 
vai se exaurindo. É a própria personalidade que lhe vai sendo 
sugada pelo insaciável senhorio. Na forma de palavras, frases e 
parágrafos, é a alma que põe em continuada venda. 
Fonte: http://cadernodetorresport.blogspot.com/2013/03/a-sombra-do-meio-
dia.html 
Neste texto, é possível entender como parte principal ou 
informação principal aquela que trata sobre o enredo do romance 
“A sombra do meio-dia”, manifestada no trecho: “O livro trata da 
glória (efêmera) e da desgraça (duradoura) de um ghost-writer, ou 
redator-fantasma – aquele que escreve discursos para outros”. Já as 
partes secundárias ou informações secundárias correspondem aos 
detalhes sobre o romance, em outras palavras, à contextualização 
discorrida sobre a obra. 
Alguns direcionamentos 
A ideia principal do texto deve estar contida na resposta da 
seguinte pergunta: qual é a mensagem do texto? A partir da relação 
entre as diversas informações distribuídas no texto é possível 
compreender a ideia principal. Além disso, o título do texto pode 
ser uma pista sobre a ideia principal do texto, por cumprir a função 
de antecipar informações. Quanto as ideias secundárias, é preciso 
responder à pergunta: que informações são usadas para 
desenvolver a ideia principal do texto? O conjunto de informações 
que contextualiza a ideia principal do texto como dados 
estatísticos, exemplos, argumentos de autoridade etc. corresponde, 
então, às ideias secundárias. 
 
 
J o s é L e a n d r o G o n ç a l v e s d e P o n t e s J ú n i o r | 44 
 
Sumário 
D12 / D15 - Estabelecer relações lógico-discursivas presentes 
no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc. 
 
Em miúdos 
Nesse descritor, o aluno deve identificar relações lógico-
discursivas no texto, sinalizadas, textualmente, por conjunções, 
advérbios etc. 
Objeto de conhecimento envolvido 
Relações lógico-discursivas 
As relações lógico-discursivas estabelecem nexos semânticos entre 
partes do texto, marcados por conectivos (conjunções, advérbios 
etc.) formando uma unidade de sentido. 
As relações lógico-discursivas promovem as mais variadas 
relações: de adição, de explicação, de comparação, de oposição, de 
finalidade, de tempo, de condição etc. 
1. Adição: introduz ideia de soma. 
Conectivos: e, nem, não só, mas também, mas ainda, como, assim 
etc. 
Exemplo: 
Chegamos em casa, tomamos banho e comemos. Como não era 
tarde, assistimos ainda ao último episódio da série brasileira “Bom 
dia, Verônica”. E que série, que série! 
2. Explicação: introduz uma explicação. 
Conectivos: isto é, ou seja, a saber, na verdade, porque, que, pois, 
etc. 
5º ANO | 9º ANO 
D o m i n a n d o o s d e s c r i t o r e s d o S A E B 2 0 2 1 | 45 
 
Sumário 
Exemplo: 
Nessa pandemia, é preciso obedecer ao distanciamento social, isto 
é, ao afastamento físico, porque não sabemos quem está portando 
o vírus. Vamos nos cuidar! 
3. Comparação: introduz uma comparação. 
Conectivos: como, igualmente, da mesma forma, assim também, do 
mesmo modo, similarmente etc. 
Exemplo: 
Marina não dirige da mesma forma que Antônio, é mais cautelosa. 
Antônio não é atento, passa por cima dos buracos e não sinaliza. 
Qualquer dia desses, ele acabará provocando um acidente. 
4. Oposição: introduz ideia de contraste. 
Conectivos: e, mas, contudo, todavia, entretanto, porém, no 
entanto, ainda, assim, senão, etc. 
Exemplo: 
Estudei muito, mas não fui aprovado no processo seletivo. Maria, 
no entanto, mesmo tendo estudado pouco, entrou nas vagas. Como 
isso foi possível? Estou decepcionado comigo mesmo. 
5. Finalidade: introduz uma intenção. 
Conectivos: com o fim de, a fim de, como propósito de, com a 
finalidade de, com o intuito de, para que, a fim de que, para, ao 
propósito etc. 
Exemplo: 
A escola adiou a volta às aulas a fim de concluir a reforma do 
prédio. Com a reestruturação, a instituição ganhará mais espaço e 
possibilitará a realização de eventos de grande porte. 
J o s é L e a n d r o G o n ç a l v e s d e P o n t e s J ú n i o r | 46 
 
Sumário 
6. Tempo: introduz uma circunstância temporal, um momento. 
Conectivos: quando, assim que, desde que, logo que, enquanto, até 
que, antes que, depois que etc. 
Exemplo: 
Vou à sorveteria depois que Pedro sair de lá. Discutimos bastante 
e, por isso, não tenho condições de vê-lo em minha frente. Ele me 
machucou muito com palavras que nunca esquecerei. 
7. Condição: introduz uma condição. 
Conectivos: se, caso, ainda que, contanto que etc. 
Exemplo: Se utilizarmos máscara, dificilmente seremos infectados 
pelo novo Coronavírus. O problemaé que as pessoas estão mais 
preocupadas com o pequeno incômodo que a máscara produz. Aos 
poucos, nos acostumaremos e nem sentiremos mais incômodo. 
Alguns direcionamentos 
Promover o estudo das relações lógico-discursivas a partir da 
identificação de conectivos que marcam tais relações em textos 
diversos. 
 
 
 
 
 
 
 
D o m i n a n d o o s d e s c r i t o r e s d o S A E B 2 0 2 1 | 47 
 
Sumário 
 
D13 / D16 - Identificar efeitos de ironia ou humor em textos 
variados 
 
Em miúdos 
Nesse descritor, o aluno deve reconhecer efeitos de sentido de 
ironia ou humor em textos diversos. 
Objeto de conhecimento envolvido 
Efeitos de sentido de ironia e humor 
A ironia é uma crítica disfarçada. Ao recorrer à ironia, o objetivo é 
afirmar o oposto do que é dito, num jogo de sentido. A ironia pode 
se realizar em textos verbais e em textos multissemióticos, como 
história em quadrinhos, charge, meme, cartaz publicitário, tira etc. 
Imaginemos que em uma conversa, uma das pessoas esteja falando 
alto, a ponto do outro sujeito dizer: "Porque não fala mais alto? Lá 
do outro bairro ainda não dá para te ouvir". O objetivo do sujeito 
que recorre à ironia é dizer ao seu parceiro de fala que o mesmo 
está falando alto, mas também é fazer um pedido: o de falar baixo. 
Já o humor trata de uma quebra de expectativa. O humor se instala 
quando fatos inesperados acontecem, quando algo corriqueiro é 
dito de forma exagerada, quando há um trocadilho ou em caso de 
ambiguidade, isto é, quando há espaço para dupla interpretação. O 
humor pode ser encontrado em textos verbais e em textos 
multissemióticos, como história em quadrinhos, charges, memes, 
tira, piada, cartum etc. Vejamos o exemplo abaixo. 
5º ANO | 9º ANO 
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Sumário 
 
 
 
 
 
 
Fonte: https://www.todoestudo.com.br/portugues/humor 
O cartum trata do aumento do preço do combustível e o humor é 
produzido a partir de um exagero. É a partir da relação entre o que 
é dito e os recursos visuais que é possível entender que o 
combustível está encarecido. O preço está tão alto que os 
personagens olham para cima, como se estivessem enxergando um 
avião. De olhos arregalados e bocas abertas, os personagens 
expressam espanto diante da constatação. 
Alguns direcionamentos 
Promover a identificação dos efeitos de ironia e humor em textos 
diversos, assim como a compreensão de como esses efeitos são 
gerados. 
 
D14 / D17 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso 
da pontuação e de outras notações 
 
Em miúdos 
Nesse descritor, o aluno deve identificar os efeitos de sentido 
provocados pelo emprego de sinais de pontuação e outras 
notações. 
5º ANO | 9º ANO 
D o m i n a n d o o s d e s c r i t o r e s d o S A E B 2 0 2 1 | 49 
 
Sumário 
 
Objeto de conhecimento envolvido 
 
Sinais de pontuação e outras notações 
 
Os sinais de pontuação, além de demarcarem unidades de sentido, 
garantem expressividade ao texto, provocando efeitos de sentido 
diversos. Notações como a caixa alta, o itálico e o negrito também 
são recursos utilizados para marcar alguns sentidos. Quando 
tratamos dos efeitos de sentido do uso da pontuação, estamos nos 
referindo à relação entre semântica e pontuação e ao objetivo 
discursivo do falante. Vejamos a seguir, de forma objetiva, como 
alguns efeitos de sentido podem ser provocados pelo uso de 
determinados sinais de pontuação e outras formas de notação. 
 
1. Ponto ( . ) 
O ponto é utilizado para encerrar uma declaração, mas também, 
pode ser empregado para dar dinamicidade à leitura, efeito de 
movimento. Vejamos o exemplo a seguir. 
 
“Era um garoto pobre. Mas tinha vontade de crescer na vida. 
Estudou. Subiu. Foi subindo mais. Hoje é juiz do Supremo. ” 
 
Veja como o uso do ponto promove ritmo à leitura. Além de 
destacar cada período da vida do sujeito, o ponto gera 
dinamicidade, dando ideia de uma vida "corrida", marcada por 
ações e diferentes estados. 
 
2. Ponto de exclamação ( ! ) 
O ponto de exclamação é empregado para assinalar algum estado 
emocional como admiração, indignação, medo etc. É comum sua 
utilização em história em quadrinhos, charge, tirinha, cartum etc. 
para sinalizar o estado de espírito dos personagens. Ainda 
utilizando o exemplo do cartum do D16, vejamos o emprego do 
ponto de exclamação. 
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Sumário 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: https://www.todoestudo.com.br/portugues/humor 
 
O sinal de exclamação reforça, junto aos recursos visuais, o estado 
de espanto dos personagens diante da constatação do preço do 
combustível. Além disso, o ponto é escrito duas vezes, o que 
maximiza a reação de assombro. 
 
Em frases imperativas, usamos o ponto de exclamação para marcar 
a fala de ordem, conselho ou pedido. 
Ex.: Saia daqui agora mesmo! 
 
Após interjeições, utilizamos o ponto de exclamação para marcar a 
expressão de sentimentos e estados de espírito. 
Ex.: Ufa! Cheguei a tempo. 
 
3. Reticências ( ... ) 
Utilizamos as reticências para 
 
- marcar a descontinuação de um pensamento 
Ex.: Ana disse que não queria, mas... 
 
- indicar a supressão de partes de um texto 
Ex.: [...] tudo o que fazemos (ou deixamos de fazer) tem impacto na 
vida de todo mundo e tudo o que as pessoas fazem (ou se privam 
D o m i n a n d o o s d e s c r i t o r e s d o S A E B 2 0 2 1 | 51 
 
Sumário 
de fazer) acaba afetando nossas vidas.” (Modernidade Líquida, 
Bauman, 2001) 
 
- indicar suspense, hesitação 
Ex.: Eu não a abraçava porque... porque... eu tinha vergonha! 
 
- ressaltar uma palavra ou expressão, com finalidade maliciosa ou 
irônica. 
Ex.: Ana tem um corpo fenomenal... 
 
4. Aspas ( “ ” ) 
Utilizamos as aspas para 
 
- demarcar citações 
Ex.: Sobre o egoísmo, dizia Émile Durkheim: “Nosso egoísmo é, em 
grande parte, produto da sociedade”. 
 
- marcar palavras de outras línguas, gírias e expressões populares 
Ex.: Ano passado, participamos do “réveillon” carioca. 
 Alberto é uma pessoa de “cabeça dura”. 
 
- para ressaltar uma palavra ou expressão, com finalidade maliciosa 
ou irônica. 
Ex.: Se ele fosse “meu”... 
 
5. Outras notações 
 
- Caixa alta 
A caixa alta, isto é, a escrita em letras maiúsculas, é um recurso 
gráfico utilizado para conferir ênfase a palavras ou expressões. 
Empregado com recorrência em títulos. Mas também, pode 
significar alguém irritado. Por exemplo, ao mandar a seguinte 
mensagem via Whatsapp, "ANA BEATRIZ, já faz 1 hora que ESTOU 
ESPERANDO VOCÊ!, o locutor demonstra irritação. O uso da caixa 
alta sugere a ideia de que o locutor está gritando. 
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Sumário 
Ex.: ANA BEATRIZ, já faz 1 hora que estou esperando você! 
 
- Itálico 
O efeito de sentido provocado pelo uso do itálico é o de conferir 
destaque. Vejamos as situações em que ele é empregado: 
 
1. títulos de produções artísticas, literárias, técnicas e científicas 
Ex.: O livro A gramática para concursos públicos é uma obra 
indispensável para quem pretende prestar concurso público. 
 
2. Nome de jornais, revistas, programas de rádio e televisão 
Ex.: Fantástico é um programa que aborda jornalismo, denúncia, 
esporte, humor, dramaturgia, música e ciência. 
 
3. Palavras estrangeiras não aportuguesadas 
Ex.: O stress de Paulo é contagioso. 
 
4. Nomes científicos de espécies animais e vegetais 
Ex.: Aedes aegypti é a nomenclatura taxonômica do conhecido 
mosquito da Dengue. 
 
- Negrito 
Recurso empregado para realçar alguma parte do texto. 
Normalmente, é utilizado em títulos de obras artísticas, literárias, 
técnicas e científicas, mas também para destacar palavras-chave. 
Ex.: Nesse semestre, estudaremos fonologia, acentuação gráfica 
e ortografia. 
 
 Alguns direcionamentos 
 
Promover a identificação dos efeitos de sentido do uso de 
pontuação e outras formas de notaçãoem textos diversos para 
além do estudo gramatical. Mostrar como esses recursos geram 
determinados sentidos, que estão relacionados aos objetivos 
discursivos do falante. 
D o m i n a n d o o s d e s c r i t o r e s d o S A E B 2 0 2 1 | 53 
 
Sumário 
D18 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de 
uma determinada palavra ou expressão. 
 
Em miúdos 
Nesse descritor, o aluno deve identificar o sentido provocado pelo 
uso de determinada palavra ou expressão. 
 
Objeto de conhecimento envolvido 
 
Figuras de linguagem 
As figuras de linguagem consistem em recursos expressivos que 
promovem determinados efeitos de sentidos conforme a atitude 
criativa que explora aspectos semânticos, fonológicos e sintáxicos. 
Determinadas palavras ou expressões passam a apresentar 
sentidos diversos, ampliados conforme a intenção comunicativa. 
Destacaremos abaixo algumas figuras de linguagens e seus 
respectivos efeitos de sentido, decorrentes da escolha de 
determinada palavra ou expressão e a estratégia criativa. 
1. Hipérbole: expressa um exagero. As expressões são 
intencionalmente empregadas para expressar grandeza, 
maximizar uma vontade, um sentimento, um estado, uma ação. 
Exemplos: Chamei Ana Maria mais de mil vezes. 
 Paulo chorou um rio de lágrimas. 
 
2. Ironia: pretende afirmar o contrário daquilo que está posto. 
Exemplos: André é um ótimo aluno. Só tira zero nas provas. 
 Sandra cozinha tão bem que nem o seu cachorro come. 
9º ANO 
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Sumário 
3. Eufemismo: consiste em amenizar a gravidade de um fato ou 
situação. 
Exemplos: Anderson partiu dessa para uma melhor. 
 Amélia sempre falta com a verdade. 
 
4. Metáfora: trata de efetuar uma comparação implícita. 
Exemplos: A razão é a luz na escuridão. 
 O pavão é um arco-íris de plumas. 
 
5. Sinestesia: expressa uma fusão de sensações relacionadas aos 
sentidos (tato, audição, olfato, paladar e visão). 
Exemplos: Sua voz soava docemente pelo salão principal (audição 
+ paladar) 
 Dirigiu-me um comentário duro e amargo (tato + paladar) 
 
Alguns direcionamentos 
Para a avaliação do Saeb, é menos importante lembrar da 
nomenclatura e mais importante entender o efeito de sentido ou a 
intenção comunicativa decorrente da escolha de determinada 
palavra ou expressão. 
 
 
 
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Sumário 
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração 
de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos. 
 
Em miúdos 
Nesse descritor, o aluno deve identificar o sentido provocado pela 
subversão de alguns aspectos na estrutura sintática. 
Objeto de conhecimento envolvido 
 
Figuras de linguagem > figuras de sintaxe 
As figuras de sintaxe ou figuras de construção, um grupo de figuras 
de linguagem, tratam sobre as possibilidades de construção 
sintática da oração, relacionadas à repercussão de determinados 
sentidos. As figuras de sintaxe operam com a inversão, repetição ou 
omissão de termos. Vejamos algumas figuras de sintaxe. 
1. Elipse: ocorre quando há omissão de um termo ou expressão. 
Exemplo: Fomos ao shopping ontem à noite. Fofocamos, lanchamos 
e fizemos compras. 
É possível subentender, por meio da flexão dos verbos, que quem 
pratica a ação de ir ao shopping, de fofocar, de lanchar e de fazer 
compras só pode ser “nós”, um grupo de pessoa, tendo em vista que 
os verbos se encontram conjugados na 1ª pessoa do plural – nós, 
termo que está omitido. 
2. Assíndeto: ocorre quando há a ausência de conectivos. 
Exemplo: Acordei, comi, saí, trabalhei, voltei, dormi. 
É possível perceber como a ausência de conectivos entre os verbos 
de ação expressa uma vida corrida, uma rotina que parece não ter 
pausas. 
9º ANO 
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Sumário 
3. Polissíndeto: ocorre quando há a repetição de conectivos. 
Exemplo: Pedro não era assim, tão frágil, e bobo, e inocente, e fácil. 
Na oração, percebemos a repetição do conectivo “e”, que serve para 
enumerar características de Pedro, ao mesmo tempo que confere 
ênfase a cada um desses modos de ser do sujeito Pedro. 
4. Anáfora: ocorre quando há o uso recorrente de vocábulos ou 
expressões em início de versos ou frases. 
Exemplos: “Era uma estrela tão alta!/ Era uma estrela tão fria!/ Era 
uma estrela sozinha/ Luzindo no fim do dia”. (Manuel Bandeira) 
A repetição da expressão “Era uma estrela” dá ênfase à referida 
estrela. Não se tratava de qualquer uma. A expressão repetida 
singulariza este corpo celeste. 
5. Pleonasmo: ocorre quando há a repetição de uma ideia, cujo 
objetivo é enfatizá-la. 
Exemplo: Arregaçou as mangas e encarou de frente a situação. 
A palavra “encarar” traz a ideia de olhar de frente, quando somada 
à expressão “de frente”, maximiza-se o modo como foi tratada a 
situação por alguém. 
Alguns direcionamentos 
Para a avaliação do Saeb, é menos importante lembrar da 
nomenclatura e mais importante entender o efeito de sentido ou a 
intenção comunicativa decorrente da escolha de determinada 
construção sintática da oração. 
 
 
 
D o m i n a n d o o s d e s c r i t o r e s d o S A E B 2 0 2 1 | 57 
 
Sumário 
 
D10 / D13 - Identificar as marcas linguísticas que evidenciam 
o locutor e o interlocutor de um texto 
 
Em miúdos 
Nesse descritor, o aluno deve reconhecer as pistas linguísticas que 
marcam o locutor e o interlocutor de um texto. 
Objeto de conhecimento envolvido 
Locutor e interlocutor; Variação linguística 
O locutor e o interlocutor são considerados elementos da 
comunicação. O locutor, também chamado de emissor, se refere 
àquele que fala, que comunica uma mensagem. Já o interlocutor, 
também chamado de receptor, é o destinatário da mensagem 
produzida pelo locutor. No texto, é possível identificar marcas 
linguísticas que sugerem o locutor e o interlocutor de um texto. 
Essas marcas linguísticas podem ser evidenciadas nos diversos 
modos de falar. Essa variação, por sua vez, pode estar relacionada 
a diversos fatores como espaço geográfico, sexo, idade, classe 
social, escolaridade, grau de formalidade da situação de 
comunicação etc. Nesse sentido, estamos falando em variação 
linguística. 
A variação linguística pode ser percebida no percurso histórico da 
língua - variação histórica ou diacrônica. 
Palavras e expressões, com o passar do tempo, deixam de ser 
usadas dando lugar a outras e isso devido a fatores linguísticos e 
extralinguísticos. Um exemplo clássico são as transformações que 
já passou a palavra “você”. Inicialmente temos a forma “Vossa 
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Sumário 
Mercê”, que, devido a influências de alguns fatores, passou a forma 
“Vosmecê” e que, devido a influência de outros fatores, passou a 
forma “Você”, configuração atual, legitimada pela norma-padrão. 
No entanto, é possível verificar em contextos informais, o uso da 
abreviação “cê” ou, ainda, “vc”. Essa última, comum em mensagens 
trocadas em aplicativos de mensagens instantâneas como o 
WhatsApp. Muito do que nossos avós falavam não se fala mais, bem 
como muitas expressões que usamos na contemporaneidade serão 
taxadas como ultrapassadas daqui a um tempo. 
A variação linguística pode ser percebida também por meio dos 
diferentes falares que estão relacionados aos diversos espaços 
geográficos - variação geográfica ou diatópica. 
Esse tipo de variação ocorre no nível do léxico. Por exemplo, temos 
vários vocábulos para designar uma mesma coisa, mas também 
ocorre no nível fonético, como é o caso da existência dos diversos 
sotaques no território brasileiro. 
Aipim, mandioca e macaxeira se referem a planta Manihot 
Esculenta. A variedadede vocábulo está relacionada à região 
geográfica: o termo aipim é mais usado no litoral sul de São Paulo, 
litoral do Paraná, parte de Santa Catarina e se espalha no Rio 
Grande do Sul. O termo mandioca é mais usado em Minas Gerais, 
São Paulo, no norte do Paraná, regiões Norte e Centro-oeste e o 
termo macaxeira é mais usado no Nordeste, segundo pesquisa do 
Departamento de Estudos da Linguagem da Universidade Federal 
de Lavras (DEL/UFLA). 
Quanto aos sotaques, estamos nos referindo ao modo como se fala, 
isto é, à pronúncia. No Brasil, devido à imigração de povos de 
diferentes lugares, há uma diversidade de sotaques como o caipira, 
paulista, carioca, gaúcho, mineiro, baiano etc. Cada sotaque 
apresenta uma peculiaridade, um traço distintivo, de modo que ao 
escutarmos um falante é possível reconhecer de que lugar ele é. Por 
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Sumário 
exemplo, quem pronuncia o S bem chiado, parecendo um X, logo 
demonstra ser morador da região metropolitana do Rio de Janeiro. 
A região foi sede da corte portuguesa entre 1808 e 1821, dessa 
forma, recebeu bastante influência do português de Portugal. 
A variação linguística pode ser percebida também por meio da 
linguagem peculiar dos diferentes grupos sociais - variação social 
ou diatópica. 
De acordo com a atividade e/ou nível socioeconômico, os grupos 
sociais possuem um linguajar próprio, uma espécie de código que 
facilita a comunicação entre os membros e também identifica esses 
grupos. Dessa forma, por exemplo, as mães possuem um modo 
particular de se expressar, assim como os adolescentes, os idosos, 
os médicos, os advogados, os professores etc. É comum a utilização 
da palavra “crush” entre os adolescentes contemporâneos quando 
se quer referir a alguém com quem está se paquerando ou se tem 
atração. No universo jurídico, quando se quer referir a uma decisão 
definitiva, a qual não cabe recurso, usa-se o termo “trânsito em 
julgado”. 
A variação linguística pode ser percebida ainda pelo nível de 
formalidade empregado em diferentes contextos de interação - 
variação situacional ou diafásica. 
 Quando um professor está ministrando uma palestra, ele faz uso 
da linguagem formal, isto é, da norma-padrão. Já quando esse 
mesmo professor está conversando entre amigos, ele tem liberdade 
para utilizar uma linguagem mais espontânea, despreocupada com 
às regras da norma-padrão, recorrendo a gírias, abreviações na 
escrita etc. Nesse caso, é o uso da linguagem informal que se 
sobressai. 
 
 
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Sumário 
Alguns direcionamentos 
Abordar o estudo da variação linguística, com ênfase nas variações 
geográfica, social e situacional. Apresentar diferentes textos que 
retratem os diversos modos de falar e explicitar a razão de 
determinado jeito de falar, que deverá está associado a aspectos 
geográficos, sociais ou situacionais. 
 
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Sumário 
 
 
PESTANA, Fernando. A gramática para concursos públicos. 3. ed. 
São Paulo: Método, 2018. 
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS 
ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Matriz de referência de Língua 
Portuguesa e Matemática do SAEB. Brasília: MEC, 2020.Disponível 
em: 
https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/avaliac
oes_e_exames_da_educacao_basica/matriz_de_referencia_de_lingu
a_portuguesa_e_matematica_do_saeb.pdf Acesso em: 30 jun. 2021

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