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A Responsabilidade Civil na profissão. O Promotor de Justiça.

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O INSTITUTO DA RESPONSABILIDADE CIVIL NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO E O PROMOTOR DE JUSTIÇA
Ceandreson Dias Amaro
Estudante de Direito do Centro Universitário Adventista de São Paulo.
Ceandreson@hotmail.com
Resumo: O referido artigo busca mostrar o caminho trilhado desde o primeiros passos até os dias atuais, a respeito do assunto referente à responsabilidade civil. Partimos dos sistemas dos povos antigos, no qual, os mesmo, deram os primeiros passos. Os primeiros indícios encontrados remetem-se aos povos antigos orientais. A reparação civil de ato lesivo, no Direito romano, era imposta através da vingança coletiva, assim sendo a única maneira existente de se reparar. Não se tinha ainda a culpa como um dos fundamentos da responsabilidade. Com o passar do tempo e com a evolução social, a responsabilização era feita com menos violência. Hoje, nos dias atuais, no direito civil, entende-se como elementos característicos da responsabilidade civil, o dano provocado pelo agente, a culpa imputada e o nexo causal entre a ação e o prejuízo eminente. Partindo desses pressuposto, traçamos um plano a respeito da responsabilização do promotor de justiça por atos praticados em sua função típica, que muito se parece com os do magistrado, porém com algumas especificidades que dizem respeito ao agente da máquina estatal. O promotor.
Palavras chave: responsabilidade civil; Promotor de Justiça; reparação; ato ilícito.
Sumário: Introdução; 1.A responsabilidade civil na história; 2. Conceito de responsabilidade; 3. Os elementos constitutivos da responsabilidade civil; 4. Das múltiplas responsabilidades; 4.1. Responsabilidade civil e penal; 4.2. Responsabilidade contratual e extracontratual; 4.3. Responsabilidade subjetiva e objetiva; 5. O promotor de justiça e a responsabilidade civil; 6. Conclusão; Referências bibliográficas.
Introdução
	Muito se buscaram na antiguidade, meios e formas capazes de melhorar a convivência em sociedade entre os povos. Contudo, nesse percurso, com o intuito de reparar o dano causado a outrem, criou-se a responsabilização civil, que antes era rusticamente a vingança privada. Os romanos, então, deram os primeiros passos em direção daquilo que conhecemos hoje como a responsabilidade civil.
	Por conta da função ou posição que algumas profissões ocupam, o sistema de responsabilização poderá se mostrar o tanto quando diferente do habitual. Assim como o juiz ou magistrado goza de algumas garantias em relação a sua função, o promotor de justiça se equipara em tais, porém com algumas exceções. Partindo dessa premissa, esclareceremos as questões referentes a responsabilização do promotor de justiça dentro do ordenamento brasileiro.
1. A responsabilidade civil na história
Os primeiros indícios históricos sobre a responsabilização civil remetem-se aos povos da antiguidade oriental, pois foram com eles que surgiu a ideia de individualização da sanção, no qual restringia o castigo que era imposto ao autor da ação ilícita. Vários foram os códigos encontrados que diziam a respeito desse assunto.
O “Código de Lipit-Ishart”, que fora escrito em 1880 a. C, trazia em seus 37 artigos à instituição do direito nas regiões da Suméria e da Acádia. Dentre estes, encontram-se firmadas o cumprimento de obrigações em face de lesão ao direito do outrem: Se um homem cortar uma árvore pertencente ao jardim de outro homem deverá pagar uma mina e meia de prata .[1: DIREITO E HISTÓRIA. Disponível em: <http://historiadodireitounesp.blogspot.com.br/2010/04/o-codigo-de-lipit-ishtar.html>. Acesso em 16 set. 2013.]
As leis de Eshnunna surgiram no reinado de Dadusha, esta consistia em 60 artigos, dos quais a maioria das penas cessava por meio do pagamento de determinada quantia de dinheiro: § 42 – Se um awilum morder o nariz de um (outro) awilu e (o) arrancou: pesará uma mina de prata.[2: DIREITO BASOCÊNTRICO. Disponível em: <http://brasocentrico.blogspot.com.br/2010/02/as-leis-de-eshnunna.html>. Acesso em 16 set. 2013.]
O fato é que, os antigos legisladores, mesmo que mínima, conseguiram dar saída para os problemas jurídicos surgidos com solução para casos relacionados à responsabilidade civil, seja por ressarcimento, retaliação ou pena.[3: JUNIOR, O. L. R.; MAMEDE, G.; ROCHA, M. V. Responsabilidade civil contemporânea: em homenagem a Sílvio de Salvo Venosa. 2011. p. 3.]
No que diz respeito ao aparecimento da responsabilidade civil, no Direito romano, se apresentou com relatos mais concretos. Era uma época, a princípio, onde imperava a vingança coletiva como resposta aos danos causados por outrem. O agravo sofrido era imediatamente rebatido. Entende-se por vingança privada a “forma primitiva, selvagem talvez, mas humana, da reação espontânea e natural contra o mal sofrido; solução comum a todos os povos nas suas origens, para a reparação do mal pelo mal”. Independente de intensidade, efeito, causa, o ato ilícito era reprimido pela coletividade.[4: LIMA, Alvino. Da culpa ao risco, São Paulo, 1938, p. 10. Apud GONÇALVES, 2012, p. 23.][5: JUNIOR, O. L. R.; MAMEDE, G.; ROCHA, M. V. Responsabilidade civil contemporânea: em homenagem a Sílvio de Salvo Venosa. 2011. p. 1.]
Esse período romano refere-se ao princípio evolutivo de seu sistema jurídico, onde o ofendido e seu grupo praticavam a vingança. Porém, há indícios da negação romana quanta a existência de tal ação.
O que se entende por responsabilidade civil, hodiernamente, repousa nas seguintes elementos: o dano propriamente dito, a culpa imputada ao autor da ação ilícita e o nexo de causalidade existente entre a culpabilidade e o dano em si. No direito romano não se entendia o pressupostos da culpa como fundamento caracterizador da responsabilidade civil. Com o desenvolvimento da sociedade romana, a ideia de vingança pela coletividade foi vagarosamente sendo retirada, mas, assim como em todas as outras civilizações passadas, os romanos aderiram também à lei de Talião no seu ordenamento. “Se a reação não pudesse acontecer desde logo, sobrevinha a vindita imediata, posteriormente regulamentada, e que resultou na pena de talião, do “olho por olho, dente por dente”.[6: GONÇALVES, C. R. Direito Civil Brasileiro: Responsabilidade Civil. 2012. p. 23. 4v.]
Num estágio mais avançado, quando já existe uma soberana autoridade, o legislador veda à vítima fazer justiça pelas próprias mãos. A composição econômica, de voluntária que era, passa a ser obrigatória, e, ao demais disso, tarifada. É quando, então, o ofensor paga um tanto por membro roto, por morte de um homem livre ou de um escravo, surgindo, em consequência, as mais esdrúxulas tarifações, antecedentes históricos das nossas tábuas de indenizações preestabelecidas por acidentes do trabalho. É a época do Código de Ur-Nammu, do Código de Manu e da Lei das XII Tábuas.[7: Ibid., p. 23. 4v.]
	“A Lei das XII Tábuas generalizou a compositio para todos os delitos privados, de maneira que no período clássico a punição destes consistia sempre na condenação do ofensor ao pagamento de certa quantia em dinheiro, substituindo a vingança particular”. Aqui, a responsabilidade civil, apresenta uma evolução, porém pequena. Mas não se raciocinava ainda a culpa como pressuposto. Este foi um período em que a Lei das XII Tábuas apresentou uma passagem para a composição voluntária e composição legal obrigatória. Com isso, o atingido entendeu que com a substituição da vindita poderia haver a compensação econômica. Contudo, só poderia acontecer com o consentimento da vítima que fora atingida, toda via essa substituição se apresentava como uma maneira de reintegração ao ato danoso.[8: WALD, A; GINACOLI, B. P. Direito Civil: Responsabilidade Civil. 2012. p. 35. 7v.]
No entanto, ainda não era apresentada diferenciação entre punição e ressarcimento. “A consequência jurídica do delito no direito romano era, apenas, a sua punição, e esta punição servia também para satisfazer o ofendido, ou a vítima, do dano que sofrera. Contudo, existia uma diferença entre os chamados delitos públicos e os delitosprivados”. Nos públicos, caso ocorresse uma injúria que ferisse a ordem pública, a pena imposta ao indivíduo era recolhida para o tesouro do estado, ou seja, os cofres públicos. Já nos delitos privados, a sanção imposta, o pagamento da pena, era feito em nome do próprio desfavorecido sendo estritamente pecuniária a prestação. Por conseguinte, o Estado passa a exercer um caráter punitivo em face de delitos praticados quanto à responsabilidade dos sujeitos.[9: Ibid., p. 34. 7v.]
Foi na Lei Aquília que se apresentou, em moldes mais modernos, o início da regulação da reparação de um dano sofrido por um agente, porém a lei ainda não se manifestava da maneira como é conhecida, mas expunha o princípio do que nós conhecemos em relação ao que se define por injúria. Há de se destacar a incerteza existente quanto ao que é apresentado na Lex Aquília. Injúria, incide como componente caracterizador da culpa. De todo modo, foi através da Lei Aquiliana que se tornou possível à inserção da culpa como premissa fundamental para que ocorresse a reparação, mas também por “influxo dos pretores e da jurisprudência, a noção de culpa acabou por deitar raízes na própria Lex Aquília”.[10: GONÇALVES, C. R. Direito Civil Brasileiro: Responsabilidade Civil. 2012. p. 24. 4v.]
Vestígios apontam que no século III a. C., a partir da Lei Aquília, que se apresentou e se dispôs o esqueleto daquilo que conhecemos como a responsabilidade extracontratual moderna e que, posteriormente, manifesta-se a ‘figura do delito civil de dano (damnum iniuria datum)’. Toda via suas contribuições foram além, pois ela explicitou de maneira mais clara o que seria ato ilícito. Com isso, ela supriu leis editadas anteriormente, penas fixas, por um ressarcimento pecuniário do dano que havia sido causado por outrem.[11: WALD, A; GINACOLI, B. P. Direito Civil: Responsabilidade Civil. 2012. p. 35. 7v.]
A princípio, esta lei se apresentava como força repressora àqueles delitos contra a lei e contra ‘estrago material da coisa corpórea’. Além disso, o pressuposto dominando em relação a Lex Aquília, para que houvesse sanção, era de que o ato ilícito causado fosse adverso à lei. Tendo a lei estes fundamento, “os textos autorizadores das ações de responsabilidade se multiplicaram, a tal ponto que, no último estágio do direito romano, contemplavam, não só os danos materiais, mas também os próprios danos morais”. Logo, tais avanços, serviram como fundamento basilar para enriquecer outras codificações dos povos do mundo.[12: Ibid., p. 36. 7v.]
No Direito português, são escassos os registros que constam sobre a responsabilidade civil. Aqui, de maneira alguma havia uma diferenciação entre a responsabilidade civil e criminal. Dos poucos registros e notícias encontradas, a “mais antiga responsabiliza a invasão dos visigodos pela primitiva legislação soberana de Portugal, com acentuado cunho germânico, temperado pela influência do cristianismo”. O Código Visigótico, por muito, foi sem dúvidas a legislação mais influente, como fonte primária do Direito, na península Ibérica. “No reinado de Fernando III, converteu-se o Código Visigótico no Fuero Juzgo, que vigorou em várias cidades de Leão e Castela e constituiu, assim, o corpo legislativo comum de várias povoações peninsulares”.[13: GONÇALVES, C. R. Direito Civil Brasileiro: Responsabilidade Civil. 2012. p. 25. 4v.][14: WALD, A; GINACOLI, B. P. Direito Civil: Responsabilidade Civil. 2012. p. 36. 7v.]
Após a conquista dos povos árabes houve uma confusão na aplicação das penas. As reparações de cunho pecuniário passaram a ser aplicadas em equivalência às penas corporais, o que aparentemente pareceu uma evolução. Logo, surgiram as ordenações do Reino que, posteriormente, vieram para o Brasil e por aqui tiveram eficácia de lei no período colonial, mas não trazia claramente a distinção entre reparação, pena e multa. As mesmas eram confundidas. Entretanto, “devido à forte influência da glosa e do Direito canônico, as Ordenações Afonsinas (1446), Manuelinas (1514) e Filipinas (1603) encerravam a tradicional confusão entre a reparação, a pena e a multa, não visando claramente à indenização”.[15: Ibid., p. 36. 7v.]
O Code Civil francês, 1804, foi a mais influente legislação para os códigos modernos, que também incluía as regras de responsabilidade. Em seu código, Bonaparte, na criação dos art. 1.382 e 1.383, fora influenciado por dois grandes juristas franceses, Domat e Pothier, que contribuíram categoricamente nas legislações civis latinas americanas.[16: Ibid., p. 37. 7v.]
O direito francês, aperfeiçoando pouco a pouco as ideias românicas, estabeleceu nitidamente um princípio geral da responsabilidade civil, abandonando o critério de enumerar os casos de composição obrigatória. Aos poucos, foram sendo estabelecidos certos princípios, que exerceram sensível influência nos outros povos: direito à reparação sempre que houvesse culpa, ainda que leve, separando-se a responsabilidade civil (perante a vítima) da responsabilidade penal (perante o Estado); a existência de uma culpa contratual (a das pessoas que descumprem as obrigações) e que não se liga nem a crime nem a delito, mas se origina da negligência ou da imprudência.[17: GONÇALVES, C. R. Direito Civil Brasileiro: Responsabilidade Civil. 2012. p. 24. 4v.]
	
Foi, portanto no Direito francês, por meio dos seus tribunais, que houve relevante contribuição para a legislação que tratava da responsabilidade civil.
No Direito Anglo-saxão, especialmente o Direito inglês, apresentou uma armação estrutural legislativa singular. Por isso, não oferece um princípio que diz respeito à responsabilidade civil como as vigentes. Em face disto, “o desenvolvimento da responsabilidade civil nos sistemas anglo-saxões se fez sob o império do formalismo dos antigos writs, ou ações judiciárias. A não ser por meio dessas ações judiciárias, cujo número era limitado, não tinha a vítima do delito civil (tort) um meio judicial para obter a reparação do dano”.[18: WALD, A; GINACOLI, B. P. Direito Civil: Responsabilidade Civil. 2012. p. 37. 7v.]
A expressão tort diz respeito aos atos ilícitos civis. “O tort é a violação de uma obrigação imposta por lei e não por um contrato ou quase contrato, violação sancionada por uma ação de perdas e danos, visando uma reparação”. Constata-se, por tanto, que o conceito vigente no sistema inglês a respeito da responsabilidade civil, se apresenta diferente do que se predomina no direito francês mostrando um conceito mais amplo que os demais onde a culpa é o elemento base do ato ilícito civil.[19: Ibid., p. 37. 7v.]
Quanto ao percurso do direito civil brasileiro, a sua constituição se inicia no período colonial que se assinala pelo aparecimento das ordenações Filipinas regendo as relações jurisdicionais brasileiras, no qual, vigaram por um tempo considerável. No Brasil Império, as ordenações continuaram em vigor por meio de uma lei que assegurava a continuidade de sua existência enquanto não era criado um código civil propriamente dito.
O Código Criminal de 1830, atendendo às determinações da Constituição do Império, transformou-se em um código civil e criminal fundado nas sólidas bases da justiça e da equidade, prevendo a reparação natural, quando possível, ou a indenização; a integridade da reparação, até onde possível; a previsão dos juros reparatórios; a solidariedade, a transmissibilidade do dever de reparar e do crédito de indenização aos herdeiros etc.[20: GONÇALVES, C. R. Direito Civil Brasileiro: Responsabilidade Civil. 2012. p. 25. 4v.]
	A rapidez com que foi elaborado o código criminal, não foi repetida pelo legislador quanto à formulação de um código civil. A primeira tentativa contou com a participação de Teixeira de Freitas na Consolidação das leis civis brasileira. Este trabalhou apresentou real interesse na observação sobre a responsabilidade civil. “A obra apresenta diversos dispositivos sobre o tema. Mas é preciso destacar os dispositivos inseridos no Título III da Seção II (dos direitos pessoais nas relaçõescivis) que tratavam dos delitos e do esbulho”. No referido texto, tratou-se da responsabilidade civil com a penal.[21: WALD, A; GINACOLI, B. P. Direito Civil: Responsabilidade Civil. 2012. p. 38 e 39. 7v.]
Em 1899, Clóvis Beviláqua inicia a obra que deu origem ao Código Civil de 1916. Depois de duas revisões, o Projeto foi submetido, em novembro de 1900, ao Congresso Nacional, e, após longa tramitação na Câmara e no Senado, foi ele aprovado em sessão da Câmara dos Deputados realizada em 26 de dezembro de 1915. Sancionado em 1º de janeiro de 1916, entrou em vigor em 1º de janeiro de 1917.[22: Ibid., 2012. p. 39. 7v.]
Porém, após a sua promulgação, percebeu-se um retrocesso quanto ao trabalho apresentado por Teixeira de Freitas, que fora considerado mais avançado que o Código de 1916, pois o tratamento apresentado a respeito da responsabilidade civil era pobre e antiquando, isso muito por conta do contexto social vivido na época da sua formulação. Logo após a promulgação do código, estagnou-se a legislação que tratava da responsabilidade civil, cabendo a doutrina e a jurisprudência realizar o controle nos casos concretos que envolviam ilícitos civis.
O desenvolvimento do nosso direito, o Código Civil de 1916, em torno da responsabilidade, aderiu à teoria da subjetiva que de acordo com a teoria clássica a culpa é o seu principal pressuposto. Porém, alguns eram os casos descritos na lei em que a culpa era do lesante.[23: CAVALIERI FILHO, S. Programa de Responsabilidade Civil. p. 17.]
Asseveram os Artigos do Código de 1916:[24: PLANALTO. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l3071.htm>. Acesso em 29 set. 2013.]
 1.528. O dono do edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier da falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.
1.529. Aquele que habitar uma casa, ou parte dela, responde pelo dano proveniente das coisas que dela caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
	A promulgação da Constituição de 1988, no qual a mesma veio tratando de dispositivos referentes à responsabilidade civil, trouxe um parâmetro quanto à interpretação do código de 1916. “As hipóteses tratadas pela Constituição são voltadas essencialmente à afirmação de três valores, que marcam a transformação contemporânea da responsabilidade civil: a primazia do interesse da vítima, a completa reparação do dano e a solidariedade social”.[25: WALD, A; GINACOLI, B. P. Direito Civil: Responsabilidade Civil. 2012. p. 40. 7v.]
	Além da Constituição, outros dispositivos foram criados para que houvesse a ampliação dos direitos em relação à responsabilidade civil, no qual se apresenta o Código de Defesa do Consumidor. O Código Civil de 2002, enfim, consagra esse suplemente trazido pela constituição.
Com o objetivo de proporcionar maior proteção à vítima surgiram várias teorias, muito por conta do avanço industrial que ocasionou o aumento de danos. Nas últimas décadas tem-se aderido à teoria do risco que inclusive está presente no Código Civil vigente, porém, ela não ocupa o lugar da culpa, tendo um papel mais abrangente em relação à proteção. “A responsabilidade é encarada sob o aspecto objetivo: o operário, vítima de acidente do trabalho, tem sempre direito à indenização, haja ou não culpa do patrão ou do acidentado”. Patrão indenizará não porque de algum modo fora culpa deste, mas porque é dono da máquina.[26: GONÇALVES, C. R. Direito Civil Brasileiro: Responsabilidade Civil. 2012. p. 26. 4v.]
	Essa teoria apresenta o exercício da atividade de risco como alicerce para que possa surgir a reparação em relação à responsabilidade civil. O agente assume o risco do perigo apresentado em face de atividade perigosa, pois o indivíduo se vê obrigado a ressarcir os danos causados a outrem por conta da prestação do serviço. No direito civil italiano se apresenta desta maneira, mas, sobretudo, com inversão do ônus, pois se averiguado e provado que o agente tomou todas as precauções cabíveis, necessárias para anular o dano, se exonerará da culpa. Tal disposição é encontrada em outras legislações, portuguesa, libanesa, espanhola, mexicana e etc.[27: Ibid., p. 26. 4v.]
	O Código Civil Brasileiro, 2002, consagra, portanto o ato ilícito nos arts. 186 e 187.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
E a culpa no art. 927 como base da responsabilidade civil.
Art. 927 - Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
	 O referido código se apresenta mais adiantado que o italiano, pois oferece um acolhimento a teoria do risco, de atividade perigosa, e o ‘princípio da responsabilidade’ que independe de culpa, pois não presume inversão de ônus mesmo que o agente comprove ter todas as medidas cabíveis para que o dano não se efetivasse. O fato de atividade apresentar risco o agente assume automaticamente a responsabilidade pelo dano futuro.
No regime anterior, as atividades perigosas eram somente aquelas assim definidas em lei especial. As que não o fossem enquadravam-se na norma geral do Código Civil, que consagrava a responsabilidade subjetiva. O referido parágrafo único do art. 927 do novo diploma, além de não revogar as leis especiais existentes, e de ressalvar as que vierem a ser promulgadas, permite que a jurisprudência considere determinadas atividades já existentes, ou que vierem a existir, como perigosas ou de risco.[28: Ibid., 2012. p. 27 e 28. 4v.]
2. Conceito de responsabilidade
Antes de tudo, é necessária se fazer uma breve distinção entre obrigação e responsabilidade. Por definição, “obrigação é sempre um dever jurídico originário; responsabilidade é um dever jurídico sucessivo, consequente à violação do primeiro. Se alguém se compromete a prestar serviços profissionais a outrem, assume uma obrigação, um dever jurídico originário”. [29: CAVALIERI FILHO, S. Programa de Responsabilidade Civil. 2012. p. 2.]
A definição clássica de obrigação no direito romano: “Obligatio est juris vinculum, quo necessitate adstringimur alicujus solvendae rei, secundum nostrae civitatis jura (Obrigação é o vínculo jurídico que nos adstringe necessariamente a alguém, para solver alguma coisa, em consonância com o direito civil)”. Contudo, a designação ‘obrigação’ não é apenas um dever do polo passivo, mas também do ativo, pois este se constitui de determinadas obrigações.[30: GONÇALVES, C. R. Direto Civil Brasileiro: Teoria Geral das Obrigações. 2008. p. 21. 2v.]
A responsabilidade é uma forma de repercussão obrigacional derivada (sucessiva) da atividade do homem, respaldada no princípio fundamental da proibição de ofender direito alheio, ou seja, a ideia de que a ninguém se deve lesar (neminem laedere). É, portanto, uma obrigação de assumir as consequências jurídicas de um ato ou fato, consequências essas que podem variar (reparação de danos e/ou punição pessoal do agente lesionante) de acordo com os interesses lesados.[31: WALD, A; GINACOLI, B. P. Direito Civil: Responsabilidade Civil. 2012. p. 28. 7v.]
A simples ação do não cumprimento da obrigação se torna pressuposto suficiente para que entre em cena a responsabilidade e, por conseguinte, o ressarcimento de um dano, além disso, nessa temática, é possível reconhecer a quem a lei imputa a obrigação, pois só será responsabilizado aquele que descumpre um dever jurídico ele imputado.
O objetivo da ordem jurídica é proteger o lícito e reprimir aquilo que vai contra a ordem, ou seja, o ilícito.A mesma tutela todas as atividades e é contra todas as ações negativas ao ordenamento. A sociabilidade impõe certa conduta por parte do indivíduo social, um dever jurídico. Tal dever é cumprido pela exteriorização de um comportamento regulado pelo Direito positivo, e sua função é criar obrigações entre os sujeitos.
	Um ato praticado, por ação ou omissão, que seja contrário ao ajustado pela ordem jurídica, configura em um ato ilícito que automaticamente gera um dano ao igual, surgindo, assim, uma reparação ao agravo. Contudo, é neste contexto em que surge a responsabilidade civil. “em seu sentido etimológico, responsabilidade exprime a ideia de obrigação, encargo, contraprestação”. Quando se opera uma ação negativa, ou seja, pratica ação engenhosa para alcançar uma conduta, sendo contrária à lei e delituosa a outrem, automaticamente gera uma responsabilidade.[32: CAVALIERI FILHO, S. Programa de Responsabilidade Civil. 2012. p. 2.]
	Em síntese, é a ação humana negativa que se transforma em fonte originária da responsabilidade.
	Ao se tratar de responsabilidade, não se destina a ser uma extensão de conhecimento exclusivo da ciência jurídica. Mas em se tratando dela, independente do campo em que atue, existe um elemento essencial, pois “a responsabilidade é um mecanismo de resposta ou reação a uma violação da lei ou do contrato, a determinada falha ou desvio de conduta humana ou uma consequência por uma lesão perpetrada”.[33: WALD, A; GINACOLI, B. P. Direito Civil: Responsabilidade Civil. 2012. p. 26. 7v.]
Responsabilidade civil tem sua procedência na palavra latina spondeo. Em meios aos vários significados, a palavra responsabilidade salienta-se como realidade social. Visto isso, pode se dizer que a responsabilidade apresenta “ideia de restauração de equilíbrio, de contraprestação, de reparação de dano” causado a outrem do convívio social, logo, o autor se vê na situação de responsável no ressarcimento pelo ato ilícito.[34: GONÇALVES, C. R. Direito Civil Brasileiro: Responsabilidade Civil. 2012. p. 19. 4v.]
	Sendo responsável, o agente se vê sujeito às consequências advindas de sua conduta e é compelido a executar o ressarcimento por conta do dano. Com os intensos avanços, o homem passou a não acreditar mais no mero acaso, no azar, ou simplesmente destino. Todo acontecimento, seja ele positivo ou negativo, é creditado a algo ou alguém. 
Visto isso, o Direito contemporâneo, após um acontecimento, procura sempre um culpado. Mas não é tão simples a identificação de um autor culpado, pois “a identificação do responsável não é fenômeno simplesmente físico, causal. Ela ocorre por meio de um processo normativo, mediante critérios valorativos”. Ou seja, o responsável de ressarcir é aquele conhecido pela lei. Fará isso por ter causado danos por fatos próprios ou alheios[35: WALD, A; GINACOLI, B. P. Direito Civil: Responsabilidade Civil. 2012. p. 27. 7v.]
3. Os elementos constitutivos da responsabilidade civil
	Em termos característicos a responsabilidade civil apresenta certos elementos que são estabelecidos para a sua composição. Os mesmo são essenciais, pois com eles é possível a aplicação da norma. Tais elementos são subdivididos em: essenciais e especiais. “A distinção reside na necessidade ou não da sua presença nas mais variadas matizes da responsabilidade civil”.[36: Ibid., p. 71. 7v.]
	Nos elementos essenciais, eles são entendidos como fundamentais para a configuração da responsabilidade, pois são elementares: a conduta do agente; o dano sofrido pelo lesado; e o nexo causal, liame entre a conduta e o dano.
	A conduta é o elemento imprescindível na responsabilização. É o comportamento do ser humano, no qual lhe é imputado um juízo de valor, seja o ato praticado por ação ou omissão. Dano, por sua vez, significa ‘tirar’ ou ‘diminuir’, este, é a considerado um dos pilares da responsabilidade civil e ele pode ser compreendido tanto na esfera física quanto jurídica. 
No campo físico constitui-se como alteração ou diminuição do estado do indivíduo. Juridicamente, averígua-se pela não observância de norma contratual, enfim, dano é o prejuízo ocasionado a outrem. Nexo de causalidade se configura como vínculo existente entre a causa e o efeito do dano. É a relação de conduta e resultado.
	Os elementos que surgem em situações específicas são os considerados especiais: a culpa, o risco e a solidariedade social. A culpa por sua vez, é o elemento caracterizador da responsabilidade subjetiva. O risco, portanto, é substância da responsabilidade objetiva. Já a solidariedade social surge em “casos especialíssimos, como os de alguns fundos de garantia (p. ex., no caso de acidente de automóveis)”.[37: Ibid., p. 72. 7v.]
4. Das múltiplas responsabilidades
	Ao tratar das diversas responsabilidades, o Código Civil, 2002, não apresenta em título específico das características e diversidades das espécies de responsabilidades civis. Contudo, existem entendimentos diversos quanto a este problema, uma classe acredita que não faz necessária uma distinção, pois os efeitos produzidos serão os mesmos. Mas tais diferenciações podem se relevantes, pois aumenta a operacionalização do Direito dentro do ordenamento jurídico e posteriormente no emprego da responsabilidade civil.
	Para ocorrer de maneira consistente, o processo de identificação da responsabilidade civil se faz por meio de um critério necessário, porquanto, o uso desse mecanismo apresenta uma organização do sistema. São eles: origem do dever violado; e conduta e imputabilidade do agente.
	A respeito do primeiro critério apresentado, origem do dever violado, é possibilidade a distinção entre responsabilidade contratual e responsabilidade extracontratual, além disso, “bem como determinar os contornos de espécies mais peculiares, a exemplo da responsabilidade nas relações de consumo, responsabilidade ambiental, responsabilidade no direito eletrônico, entre outras”.[38: Ibid., p. 148. 7v.]
	Quanto à conduta e imputabilidade do agente, o mesmo se apresenta para que haja um reconhecimento da afinidade existente entre o agente causador do ilícito e o dano propriamente dito, para saber a existência de interferência de sua ‘postura pessoal’, ou não, se configurando como elemento caracterizador da responsabilidade civil. “A responsabilidade subjetiva exige, como se verá, a presença da culpa ou do dolo; já na responsabilidade objetiva a imputação ocorre independentemente desse elemento, encarando a responsabilidade civil sob o prisma da reparação em si”.[39: Ibid., p. 148. 7v.]
	Apesar de a responsabilidade civil apresentar diversidade, criando espécies diferentes, elas estão diretamente conectadas, pois o sistema é apenas um, sendo perfeitamente possível combinar tais espécies em um caso concreto.
4.1. Responsabilidade civil e penal
	A ilicitude é causada por uma ação ou omissão de agente produzida por vontade própria e que gera uma violação de um dever jurídico. A ilicitude pode ser tanto na área civil quanto penal, daí surge, portanto a responsabilidade em ambas as esferas. Entre os romanos tal distinção ainda não existia, contudo, a Lex Aquilia começou a dar indícios de uma diferenciação entre os dois ramos.
	Quando um agente causa dano ao patrimônio de outrem, bater no carro, por exemplo, poderá ser compelido a pagar os danos a que causou e isso irá gerar uma responsabilidade civil. Entretanto se, além do carro atingido, o exercício de sua ação provocou lesão à vítima ou sendo tipificado como crime, poderá responder por responsabilidade penal também. Ou seja, uma ação ou omissão, dependendo da conduta, poderá gerar uma responsabilidade civil ou penal.[40: GONÇALVES, C. R. Direito Civil Brasileiro: Responsabilidade Civil. 2012. p. 38. 4v.]
	Os fatos geradores das duas responsabilidades são distintos, “no caso da responsabilidade penal, o agente infringe uma norma de direito público. O interesse lesado é o da sociedade. Na responsabilidade civil, o interesse diretamente lesado é o privado. O prejudicado poderá pleitearou não a reparação”.[41: Ibid., p. 38 e 39. 4v.]
Por mais que buscassem, os autores não encontraram uma diferença substancial entre o ilícito civil e o penal. Ambos, como já ficou dito, importam violação de um dever jurídico, infração da lei. Beling já acentuava que a única diferença entre a ilicitude penal e a civil é somente de quantidade ou de grau; está na maior ou menor gravidade ou imoralidade de uma em cotejo com outra. O ilícito civil é um minus ou residum em relação ao ilícito penal. Em outras palavras, aquelas condutas humanas mais graves, que atingem bens sociais de maior relevância, são sancionadas pela lei penal, ficando para a lei civil a repressão das condutas menos graves.[42: CAVALIERI FILHO, S. Programa de Responsabilidade Civil. 2012. p. 15.]
4.2. Responsabilidade contratual e extracontratual
	A principal distinção entre responsabilidade contratual e extracontratual se funda na configuração do “saber se o ato danoso ocorreu em razão de uma obrigação preexistente, contrato ou negócio jurídico unilateral”. Tanto na contratual quanto na extracontratual, existe um dever jurídico a ser prestado, a diferença existente entre uma e outra é a procedência desse dever.[43: VENOSA, S. S. Direto Civil: Responsabilidade Civil. 2012. p. 22. 4v.]
	“Na responsabilidade contratual existe entre o agente responsável e a vítima uma relação jurídica obrigacional, fruto de um negócio jurídico”. Ou seja, se a preexistência de um liame obrigacional na relação, e a tarefa de indenizar se configura com o inadimplemento, então se define por responsabilidade contratual, violação jurídica imposta entre as parte dentro de um contrato.[44: WALD, A; GINACOLI, B. P. Direito Civil: Responsabilidade Civil. 2012. p. 149. 7v.][45: CAVALIERI FILHO, S. Programa de Responsabilidade Civil. 2012. p. 16.]
Quando não há nem uma afinidade jurídica anteriormente preestabelecida, se configuração pelo descumprimento da norma, diz-se então, ser responsabilidade civil extracontratual.
Se a transgressão pertine a um dever jurídico imposto pela lei, o ilícito é extracontratual, por isso que gerado fora dos contratos, mais precisamente fora dos negócios jurídicos.
Ilícito extracontratual é, assim, a transgressão de um dever jurídico imposto pela lei.[46: Ibid., p. 16 e 17.]
	Em outras palavras o agente que originou o dano agiu contrário a ordem jurídica existente.
4.3. Responsabilidade subjetiva e objetiva
	O principal pressuposto para distinguir responsabilidade subjetiva de objetiva, é quando se analisa a conduta do agente provocador do ato ilícito, ou seja, o dano. O elemento caracterizador da responsabilidade subjetiva é a culpa ou dolo. “A ideia de culpa está visceralmente ligada à responsabilidade, por isso que, de regra, ninguém pode merecer censura ou juízo de reprovação sem que tenha faltado com o dever de cautela em seu agir.”. Logo, a culpa, seguindo a teoria clássica, é pressuposto da responsabilidade subjetiva. Contudo, esse instituto vigora no sistema brasileiro através dos arts. 186 e 297 do Código Civil brasileiro.[47: Ibid., p. 17.]
	Ao se tratar da responsabilidade objetiva, ela se apresenta “quando independe de qualquer falha humana (culpa) ou desejo de causar o dano (dolo), noutras palavras, decorre de uma simples relação de causalidade (nexo causal) e/ou de uma situação específica do responsável ou de obrigação que lhe é atribuída”. Logo, por assim dizer, a objetiva se configura quando há independência de culpa, pois o pressuposto é apenas uma relação de casualidade entre a ação praticada pelo agente e o dano ocorrido.[48: WALD, A; GINACOLI, B. P. Direito Civil: Responsabilidade Civil. 2012. p. 151. 7v.]
	“Uma das teorias que procuram justificar a responsabilidade objetiva é a teoria do risco. Para esta teoria, toda pessoa que exerce alguma atividade cria um risco de dano para terceiros. E deve ser obrigada a repará-lo, ainda que sua conduta seja isenta de culpa”.[49: GONÇALVES, C. R. Direito Civil Brasileiro: Responsabilidade Civil. 2012. p. 44. 4v.]
5. O Promotor de Justiça e a responsabilidade civil
	O Ministério Público como entidade do governo, de acordo com o art. 127 da Constituição da República, é instituição, permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica do regime democrático e dos interesses sociais e dos individuais indisponíveis. Por conta disso tudo, sendo princípios do Ministério Público de acordo com o § 1º do referido artigo, a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional e administrativa, é que a sua atividade é essencial para a ordem social e pública.
	O promotor de justiça investido de tais prerrogativas atua conforme a lei o assim permite, mas suas decisões são também de acordo com o seu livre convencimento, ou seja, sua consciência. Ademais, são as mesmas garantias que o magistrado, juiz, de acordo com o asseverado no art. 128, § 5º, I, a, b e c, no qual são observadas as seguintes garantias: 
A vitaliciedade após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença transitada judicial transitada em julgado;
Inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa;
Irredutibilidade de subsídio fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, § 2º, I;
Além de tais garantias, assim, também, como os magistrados, são lhes atribuídos algumas vedações, art. 128, § 5º, II, tal qual um juiz de direito. Contudo, a Lei Orgânica da Magistratura explicitou em seus arts. 43 e 44 os deveres e as vedações da do promotor de justiça.
O professor José Afonso da Silva ainda adverte quanto ao referido no art. 128, § 5º, II, onde, essas,
“São garantias necessárias ao pleno exercício de suas elevadas funções, que incluem até mesmo o poder-dever da ação penal contra membros dos órgãos governamentais.” Para o autor, “como agentes políticos, os membros do Ministério Público precisam de ampla liberdade funcional e maior resguardo para desempenho de suas funções, não sendo privilégios pessoais as prerrogativas de vitaliciedade, irredutibilidade de subsídios e inamovibilidade”.[50: SILVA, 2005, p. 598 Apud SILVA, R. B. T. et al. Responsabilidade Civil e sua Repercussão nos Tribunais. 2009. p. 81.]
 	Pois bem, essa estrutura do Ministério Público apresentada atinge diretamente na responsabilidade civil dos agentes membros desse órgão, o promotor. “Não por outro motivo o Código de Processo Civil, a exemplo do quanto estabelecido no art. 133 para o juiz, no art. 85 estatui que o órgão do Ministério Público será civilmente responsável apenas quando proceder, no exercício de suas funções, com dolo ou fraude”.[51: SILVA, R. B. T. et al. Responsabilidade Civil e sua Repercussão nos Tribunais. 2009. p. 81.]
	Como há de se notar, aqui são apresentadas as mesmas questões que dizem respeito também a juiz, não uma responsabilização pelo seu exercício, mas sim por da sua função típica como promotor de justiça. O exemplo disto é quando o promotor oferece denúncia criminal ao juiz e esta não é aceita pelo mesmo e não tendo fundações necessárias para ofertar, mesmo as inverdades, conduzirá a uma indenização. Um erro extremamente discrepante poderá levar a indenização do mesmo.[52: Ibid., p. 82.]
	Há quem diga que mesmo sendo um erro grosseiro, ainda que não agisse de má-fé, não há necessidade de aplicar eventual sanção, ou seja, responsabiliza-lo por seus atos por meio de indenização. A questão gira em torno, portanto, de que se houve ou não grande abuso em relação ao exercício da sua função típica, por parte do promotor, revestida de qualquer causa menor jurídica sem fundamentação. De fato, é observável que a sua atuação no processo, sendo opinativa, não gerará responsabilização, desde que não chancelada judicialmente.[53: Ibidem., p. 82.]
	Caso ocorra ação direita contra o promotorde justiça, em relação ao seu desempenho, das suas funções, de acordo com a doutrina majoritária e jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o que fora lesado por ações do promotor, terá ação contra a máquina pública e não contra a pessoa membra deste.
	É de se tomar até aqui a similaridade existente entre o juiz e o promotor de justiça quanto à responsabilidade civil. Porém, assim como ao juiz, esse sistema serve para garantir a funcionalidade e independência nas ações do promotor. Ressalva-se ainda que caso o dano se configure e é atribuído a pessoa do promotor, mas sem vínculo com suas funções, a sua responsabilidade civil será a comum.[54: Ibid., p. 82-83.]
	Contudo existem situações em nada parecidas com a do juiz e que geram responsabilização civil ao membro do ministério público. Muito se argumenta com relação às ações do promotor de que o mesmo não poderia cometer infração civil, pois suas função não lhe competiria a fazer isso já que sua participação não tem conteúdo decisório e sua natureza é meramente opinativa ou consultiva. Mas, contudo, não cabe tal afirmação, até porque a sua manifestação é que dará motivação, início, a ato judicial injusto.[55: Ibid., p. 83.]
(...) Entende-se que, mesmo no desempenho de função típica, e no âmbito do processo, pode, sim, nas condições examinadas no item anterior, haver dano diretamente causado pela atuação do Ministério Público. Tome-se exemplo, que é da jurisprudência, de denúncia criminal reputada abusiva – e aqui abstraída a discussão, travada no item anterior, a que se remete, sobre se o erro grosseiro leva ou não à responsabilização do promotor. Em si já se erige um potencial dano. Não se há de negar o efeito que a mera denúncia criminal, para ficar no mesmo exemplo, provoca a quem se veja denunciado. Cuida-se de ato típico e exclusivo do Ministério Público, de que pode, conforme o caso, decorrer dano injusto independentemente da posterior decisão de recebimento ou rejeição daquela mesma peça inicial.[56: Ibidem., . 83.]
	Quanto às funções do promotor, agindo dentro da sua esfera, o art. 129 da Constituição da república elencadas tais, sendo elas, promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; promover o inquérito civil e a ação pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar; requisitar diligências investigatórias e a instauração do inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais.
	Aqui são apontadas algumas das atividades do promotor, onde ele exerce-as fora do processo, mas estas devem estar acobertadas pelas garantias asseguradas ao promotor. Assim, “(...) quando se cuida de analisar a responsabilidade civil do promotor de justiça, importa não olvidar que o regime especial, tendente a garantir sua independência, estende-se a hipóteses em que a atuação do membro do parquet extravasa os lindes do processo”.[57: Ibid., p. 84.]
	No art. 133 do Código de Processo Civil, estão ali algumas especificações acerca da responsabilidade civil do juiz: responderá por perdas e danos o juiz, quando no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude; recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício, ou a requerimento da parte. Para o membro do Ministério Público, na pessoa do promotor, tais regras lhe faltam, ou seja, não são punidos com responsabilização civil.[58: Ibid., p. 85.]
	 Contudo, o Código de Processo Civil ainda faz uma equiparação ao membro promotor de justiça, pois no art. 197 elenca a aplicação das disposições dos arts. 195 e 196, onde o advogado deve restituir os autos no prazo legal. Não o fazendo, mandará o juiz, de ofício, riscar o que neles houver escrito e desentranhar as alegações e documentos que apresentar. (...) Perderá o direito à vista fora do cartório e incorrerá em multa.
	Muito se criticou esta equiparação, pois, no fim das contas, a sociedade é quem sofrerá com esta sanção imposta ao representante do Ministério Público que por sua vez é o representante da sociedade. “De fato, melhor seria que o CPC se tivesse dado, no art. 85, a estabelecer um inciso II à semelhança do inciso II do art. 133. Não o fez, muito embora a Lei Orgânica do Ministério Público, aqui sim, à semelhança da LOMAN, tenha previsto o dever funcional de observância dos prazos (art. 43, IV)”.[59: Ibid/Idem., . 85.]
	Cabe agora explanarmos com relação às manifestações públicas do promotor de justiça, seja ela por fatos ou que evolvam outras pessoas que de alguma maneira estão ligadas a processos ou ocorrências que sejam objetos de apreciação de sua atividade ou função institucional.
	Assim, poderá o membro do Ministério Público se expressar por meio de mídia e pelos órgãos de impressão, jornais, revistas, enfim. Quanto a isso muito se discutiu que chegou a surgir um projeto de lei, que fora apelidada de “lei da mordaça”, no qual vedada tanto o Ministério Público quanto juiz, autoridade policial, administrativa, exprimir qualquer que fosse a informação, chegando a terceiros através dos meios de comunicação, porém, o mesmo não fora criado. 
Isso se assenta para dizer que, na questão da responsabilização do promotor em virtude de manifestações pela mídia, importa antes de tudo verificar se ele se refere a fatos processuais não recobertos pelo sigilo, assim em que vigore a regra geral da publicidade. Pense-se em uma denúncia oferecida, sobre cujo conteúdo o promotor dê entrevista, revelando o convencimento que teve e que, afinal, levou a peça processual pública. Como se disse, não se pode imaginar a proibição de manifestação sobre fatos públicos e de interesse público. Seria impor o sigilo fora do processo, quando nele próprio não há sigilo algum.[60: Ibid., p. 86.]
	Vale lembrar que ao revelar a terceiros fatos que são considerados sigilosos, podendo ser qualquer pessoa, incorrerá na tipificação penal do fato, art. 325 do Código de Penal – revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, facilitar-lhe a revelação: pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave. Isso incorrerá claro, também, em indenização civil.
	Caso que poderá gerar maiores problemas será o de que o promotor torne a público as suas convicções pessoais que transcendam ao caso no qual está tratando por meio de mídia ou qualquer outro meio de comunicação, mesmo que não esteja em sigilo, segredo de justiça, será possível ainda que haja abuso e por isso lhe será imposta indenização e reparará civilmente por conta disso.
	A partir do momento em que o promotor de justiça se expressa publicamente, “atende a solicitação de manifestação pelos órgãos de mídia, pelo que se entende, não está no exercício de função típica, de natureza institucional”. Há um direito de opinião pública por parte do promotor, desde que os fatos também sejam públicos.[61: Ibid., p. 87.]
O promotor, por sua vez, poderia usar da publicidade para expor os fatos judiciais sem ao menos aparecer na mídia. Assim agindo, exercendo seu direito de manifestar-se publicamente, não está no rol do artigo 129 da Constituição da República que poderá fazer isso, por isso, lhe é garantido pelo regime especial tal assertiva.
Contudo, só será responsabilizado o promotor caso seja averiguada é concretizado o abuso da sua parte e claro, deve ser aplicada caso a caso ponderando sobre o mesmo para aferir a responsabilidade civil. Deve se balancear, agir adequadamente quanto à divulgação dessas informações levando em conta os interesses da instituição e as partes envolvidas no fato.
	Enfim, “também abuso poderá haver, aí de modo mais claro, naquelas hipóteses em que se revelar dado que é sigiloso ou quando, sem qualquer base processual ou procedimental, se permitir o promotor de justiça a tecer considerações subjetivas sobre fatos que possam representar agravo a direitoda personalidade alheio”.[62: Ibidem., . 87.]
	O que não se quer dizer com isso que é vedada a revelação de informações à sociedade através do promotor de justiça, pelo contrário, o que se quer dizer aqui é que a função cumprida pelo Ministério Público não se equipara em relação às outras instituições ou qualquer outra manifestação do gênero, cabendo, assim, responsabilização especial.
Cabe não olvidar a sobrepujança dos meios de comunicação de massa e a grande lesividade de que, potencialmente, se reveste o dano por seu intermédio provocado. Tão extenso quanto relevante a sua atuação. Mas sempre a recomendar cautela, tanto mais se quem se manifesta é autoridade incumbida de velar por valores sociais básicos do ordenamento, dentre os quais, e de modo central, a dignidade da pessoa humana.[63: Ibid., p. 88.]
	Por fim, vale ressaltar que, o promotor de justiça goza de garantias que acobertam suas opiniões. Não será responsabilizado pura e simplesmente pela sua manifestação na mídia. Mas, caso haja abuso e revelação consideradas sigilosas. Caso ocorra de responsabilização por questões pessoais, este responderá pelo regime comum.
Conclusão
	Desde os primórdios, com as civilizações antigas, o instituto de responsabilidade civil fora apresentado ao mundo como meio de contensão aos atos ilícitos praticados por agentes que ferissem a outrem. O seu desenvolvimento vem passando pelas gerações, que por sinal desenvolvera grandemente entre os Romanos, até chegar ao que nós conhecemos hoje.
	Uma responsabilização civil ela ocorre quando há uma lesão do direito de outrem no que diz respeito ao não cumprimento da obrigação elencada, seja contratual ou extracontratual, entre as partes que celebram acordo bilateral capaz de produzir efeitos entre os que o assinaram.
	Em todos os casos, situações, profissões, esse instituto poderá aparecer, pois é um dos mecanismos do Direito Civil para se assegure nas relações contratuais obrigacionais o adimplemento da mesma.
	Ao promotor de justiça é assegurado no exercício de sua função típica algumas obrigações a se cumprirem. Não obstante tais obrigações geram proteção que por sinal são extremamente parecidas com as aferidas aos magistrados. Mas, algumas peculiaridades podem ser destacadas.
	Por cumprir uma função social relevante, poderá ser apenas responsabilizado no exercício de sua função, como reproduzido anteriormente. Desde que o ato ilícito seja praticado dentro de suas funções institucionais. Não se sabe, porém, os rumos e direções em que o Estado de Direito brasileiro está seguindo, no que diz respeito à responsabilização, vários são os órgãos capazes de assegurar o cumprimento efetivo da responsabilidade creditada ao promotor de justiça.
	Seu papel fundamental é coibir o ato danoso. Estes mecanismos procuram consagrar o princípio da segurança. A legislação brasileira tem sido bem vista, pois esta ampara o sujeito que sofreu o dano lhe assegurando indenização, principalmente em situações de acidente de trabalho.
	A responsabilidade civil deve ser vista como um princípio de solidariedade. Tal princípio é consagrador de um dos pilares da nossa Constituição, a saber, a dignidade da pessoa humana. A responsabilização ou o cumprimento desta, garante ao estado democrático de direito a máxima efetiva desse princípio. Este deve ser o caminho trilhado para o desenvolvimento da sociabilidade dentro do Estado brasileiro.
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