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Resenhas Pensamento político e social da América Latina

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Resenhas Pensamento político e social da América Latina
O texto diz que o pensamento moderno ocidental é baseado na diferença entre os que estão deste lado e do outro lado da linha. Chama isso de "pensamento abissal" e isso ocorreu muito na zona colonial. Tudo aquilo que se produz de um lado é considerado certo e do outro errado e se dá ênfase aos pontos: apropriação/violência, regulação/emancipação. 
É invisibilizado tudo que é produzido popularmente pelas pessoas do outro lado assim como suas formas de conhecimento. Um exemplo disso que o texto dá é a questão do questionamento dos índios terem ou não alma, pois do lado central do sistema acha-se superior com sua ciência e "civilização. O mundo acaba se dividindo com de um lado tendo o verdadeiro conhecimento e do outro lado crenças, opiniões, magia, idolatria, etc. 
No domínio da ciência e do direito o outro lado é excluído e são criadas as visões de terrorista, imigrante indocumentado e refugiado para distanciar ainda mais o outro. O texto também cita três de cinco formas de fascismo social, associado a segregação através da própria cartografia ( dividindo zonas selvagens e civilizadas), á forma contratual, onde a pparte mais fraca não possui alternativa ao contrato, e o fascismo ligado ao território, onde pessoas com muito capital patrimonial possuem controle sobre o território ainda mais que o Estado. Esse fascismo social coexiste com a democracia liberal. 
Sendo reconhecida a exclusão social no seu sentido mais amplo, surge o pensamento pós-abissal e é citada também uma ecologia de saberes, mostrando a diversidade de formas de conhecimento do mundo e o reconhecimento dessa pluralidade que vai além da nossa ciência. O conhecimento científico não é acessível a grande parte da população e nem poderia, mas as outras formas de conhecimento devem também ser consideradas como válidas. Todo conhecimento tem seus limites e é importante e complexo tentar entender as diferentes escalas e ritmos de conhecer e agir. 
Resenha 2- Capítulo 2
A colonialidade faz parte do modo capitalista e se baseia na diferença e na clássificação racial e etnica. O texto mostra como muitas das ideias que estudamos hoje tem uma base evolucionista e unidirecional e ainda assim se pretendem universais, como se os diferentes lugares fossem em algum momento atingir o mesmo ponto. 
Diz que o eurocentrismo não vem só da perstectiva européia ou "dos dominantes do capitalismo". mas todos educados dentro desta lógica. Reproduzimos muito conceitos marxistas, iluministas e positivistas, partindo muitas vezes do preceito que o mundo se divide entre primitivos e civilizados, tradicionais e modernos, irracionais e racionais, e hoje temos a divisão do sistema centro e periferia. 
Percebendo estas diferenças de realidade, não podemos ver o sistema como um organismo e nem manter esta visão estática trazida pela modernidade. Não há uma homogeneidade histórica e deve-se questionar a ideia de que o trabalho determina de modo permanente tantos aspectos nas nossas vidas. Fala também da naturalização das relações sociais e da necessidade de superação destes conceitos eurocêntricos e ideias dualistas. Mostra que a colonialidade deveria ser destruida assim como o "padrão universal do capitalismo eurocentrado". 
A colonização veio destruindo uma estrutura já existente dentro dos lugares, tentando destruir as heranças dos povos violentamente sob o discurso de hegemonia do eurocentrismo, que se pretendia legítimo. O texto propõe que se repense vias de libertação e devolver aos indivíduos o colntrole básico da sua existência social. 
RESENHA 3- CAPÍTULO 12
Esse capítulo se trata da inserção dos negros e negras não mais como apenas objetos de pesquisa, mas como sujeitos que podem se inserir na academia e produzir ciência,mas também em diálogo com sistemas de conhecimento alternativos. Questionam a ideia de neutralidade científica alegando que toda investigação é localizada em um contexto. Um contexto não hegemônico, desigual e violento cria para o autor uma realidade diferente da de um com outra vivência, trazendo assim um novo ângulo. 
A partir dos anos 90 estas reflexões ganharam maior destaque, assim como outros movimentos de caráter identitário. O texto diz que ainda se há muito a avançar quanto ao racismo e a desigualdade racial e que muitos dos intelectuais negros assumem um papel político na luta anti-racista. A origem e a vivência destes intelectuais os fazem querer produzir pensamentos emancipatórios. 
O intelectual negro irá problematizar as metodologias clássicas e analisar o próprio fazer científico e as razões desta exclusão. Existem associações e núcleos de pesquisa voltados justamente para a luta em prol da superação do racismo. Se vê nessas produções frequentemente um questionamento ao motivo de estudarmos coisas tão distantes da nossa realidade. Se encontra o desafio de criar novas categorias literárias e analíticas para pensar a sociedade. 
Quanto a atuação acadêmica, são enfrentados vários desafios por estes intelectuais, como as próprias relações de poder nas estruturas da universidade. Outro desafio seria ver como a academia lida com a raça e o mito da democracia racial. Como "ex-objetos" de pesquisa, há o desafio de superar este estado e superar as discriminações e hierarquias. No contexto brasileiro isso ainda é também muito presente, assim como a construção ou não de ideias de identidade negra.

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