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PRINCÍPIO DA MÁXIMA EFETIVIDADE DA EXECUÇÃO E DA MENOR ONEROSIDADE

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PRINCÍPIO DA MÁXIMA EFETIVIDADE DA EXECUÇÃO E DA MENOR ONEROSIDADE
Segundo o princípio da máxima efetividade ou do resultado, a execução é criada para satisfazer ao interesse do credor. Logo, o sistema executivo é todo elaborado para conferir condições ao exequente de modo a obter o direito contido no título. Contudo, se de um lado a execução deve produzir resultados satisfatórios ao credor, de outro ela deve agir com limites, mantendo o equilíbrio necessário. 
A execução foi concebida para permitir a invasão em sua esfera patrimonial ou jurídica de modo que concretize o direito previsto no título, e não para punir o executado. É nesse momento que se avalia o princípio da menor onerosidade da execução. Dispõe o art. 805 que “quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado”, mesmo que o credor tenha feito o pedido da forma mais onerosa
Este princípio está fundado em três balizas fundamentais: a) a dignidade da pessoa humana; b) na boa-fé processual; e c) no caráter patrimonial da execução. O legislador não traçou prévia e abstratamente as situações de menor gravosidade ou maior efetividade, porém deixou, nos arts. 797 e 805, subsídios para, à luz do caso concreto e com base nos valores em jogo, optar pela melhor solução. 
Portanto, algumas manifestações deste princípio são visualizadas no próprio CPC e que dependem de interpretação proporcional do juiz: a) impedimento de se arrematar bem por preço vil; b) impenhorabilidade de alguns bens; c) possibilidade de substituição do bem penhorado desde que não prejudique o exequente; d) a moratória processual; e) cônjuge, ascendentes e descendentes podem adjudicar o bem, mantendo-o na esfera familiar; f) alienação de parte do imóvel se este valor for suficiente para a satisfação da execução. 
Destaca-se que esta regra somente se aplicará se os meios colocados à disposição forem todos igualmente eficazes, pois o interesse do credor não poderá ficar prejudicado, por isso o CPC/2015 estabelece, no art. 805, parágrafo único, que “ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos sob pena de manutenção dos atos executivos já determinados”. Como se trata de princípio que objetiva conferir paridade de armas às partes, poderá ser concedido de ofício, quando o credor determinar forma mais gravosa de prosseguir a execução.

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