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UNESA – 2020.2 – DIREITO CIVIL – PARTE GERAL – PROFESSORA: CINTIA SOUZA APOSTILA – EMANCIPAÇÃO CONCEITO: A emancipação é a antecipação da capacidade civil plena. Ela não deixa de ser menor de idade, ela só adquiriu antes a capacidade civil plena. Produz efeitos civis e privados. A REGRA É QUE A EMANCIPAÇÃO SEJA: DEFINITIVA, IRRETRATÁVEL E IRREVOGÁVEL. ENUNCIADO 530 DA VI JORNADA DE DIREITO CIVIL (2013) – “A emancipação, por si só, não elide a incidência do Estatuto da Criança e do Adolescente”. ESPÉCIES Art. 5º, Parágrafo único do CC. Cessará para os menores a incapacidade: I - Pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial,// ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; ROL TAXATIVO OU NUMERUS CLAUSUS - Só existe as hipóteses do parágrafo único. 1)VOLUNTÁRIA OU VOLUNTÁRIA PARENTAL – (Art. 5º, parágrafo único, 1ª parte): Os pais ou um deles na falta do outro (poder familiar exercido com exclusividade) voluntariamente comparece ao registro civil e, através de um escritura pública de emancipação, emancipa o filho que já tenha pelo menos 16 anos. Essa escritura deverá ser registrada no RCPN (registro civil de pessoas naturais) para adquirir eficácia erga omnes perante todos. Independe de homologação judicial e só produz efeitos após o registro. IMPORTANTE: (STJ, REsp 764.488, Rel. Min. Mello Castro, 4ª T., DJ 05/08/10) Art. 932 do CC - São também responsáveis pela reparação civil: I - Os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; OBS: Todavia a emancipação voluntaria não afasta a responsabilidade civil dos pais. Eles podem vir a ser responsabilizados pelos danos causados pelo filho por eles emancipado. 2) JUDICIAL – (quando possui a figura de um tutor), cabível em duas hipóteses: Ocorre através da sentença de um juiz. Deve ser levada a registro no RCPN. Não precisa fazer escritura pública de emancipação, a própria sentença do juiz já é um documento válido. A emancipação judicial é cabível quando o menor está sob o regime da tutela. Nesse caso, o tutor não pode emancipar voluntariamente o tutelado maior de 16 anos. Cabe ao juiz verificar se o menor pode ou não se tornar civilmente capaz. ✓ O tutor não responde civilmente por eventuais danos causados pelo emancipado. TUTELA – Ocorre quando os pais falecem ou perdem o poder familiar sob o menor. Art. 9o Serão registrados em registro público: II - A emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz; 3) LEGAL OU AUTOMATICA – Independe de autorização judicial, produz efeitos mesmo sem o registro em cartório. Art. 5º, Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: II - Pelo casamento; III - Pelo exercício de emprego público efetivo; (não contempla cargo comissionado e nem temporário, precisa ser efetivo) IV - Pela colação de grau em curso de ensino superior; V - Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. (descarta os contratos de aprendizagem – art. 428 da CLT e os contratos de jornada a tempo parcial – art. 58-A da CLT) ✓ Ocorrendo um dos 4 fatos acima do Art. 5°, parágrafo único, a pessoa estaria automaticamente emancipada. A emancipação surge no exato momento em que acontece um dos fatos em que está escrito na lei. REQUISITOS PARA CASAMENTO: ✓ Tem que ter o que a legislação chama de idade núbil (idade para casar) – Ter 16 anos ou mais; ✓ Ter autorização de ambos os pais, ou ter a decisão do juiz que supri o consentimento daquele responsável que não concorda. Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil. Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no parágrafo único do art. 1.631. Art. 1.520. Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não alcançou a idade núbil (art. 1517), para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez. Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a idade núbil, observado o disposto no art. 1.517 deste Código. Redação dada pela Lei nº 13.811, de 2019) CAPÍTULO III Art. 1.631. Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais; na falta ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade. Parágrafo único. Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a qualquer deles recorrer ao juiz para solução do desacordo. Art. 1.521. Não podem casar: I – Os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; II – Os afins em linha reta; III – O adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; IV – Os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; V – O adotado com o filho do adotante; VI – As pessoas casadas; VII – O cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte. HÁ RETORNO À INCAPACIDADE EM CASO DE VIUVEZ OU CASAMENTO NULO? Em caso de viuvez o emancipado continua emancipado, independente de ambos os casos. O menor continuará tendo capacidade civil plena. http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/leis/2002/L10406.htm#art1631 http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/leis/2002/L10406.htm#art1631 http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/leis/2002/L10406.htm#art1631 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm#art1517 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm#art1517 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm#art1517 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13811.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13811.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13811.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13811.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13811.htm#art1 No casamento nulo, a pessoa volta a situação de incapacidade. Segundo Pablo Stolze se o casamento for contraído de boa-fé, ou seja, as partes desconheciam o impedimento (Casamento putativo) a pessoa não retomaria a situação de incapacidade. Agora se ela se casou ciente dos impedimentos e dos vícios ela volta a ser incapaz. -> CC - Lei nº 10.406 de 10 de janeiro de 2002 Art. 1.561. Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cônjuges, o casamento, em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulatória. § 1o Se um dos cônjuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só a ele e aos filhos aproveitarão. § 2o Se ambos os cônjuges estavam de má-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só aos filhos aproveitarão. Casamento putativo – Contraído de boa-fé IMPORTANTE: Qualquer modalidade de emancipação é irrevogável e irretratável. EXCEÇÃO NA REGRA EMANCIPAÇÃO FRAUDULENTA - EX.: Os pais mesmo sabendo que o filho não possui responsabilidade, nem discernimento para ser emancipado e mesmo assim emancipam para se livrar de qualquer responsabilidade civil sob o menor. Sendo assim o juiz poderá ser revogada, sendo uma revogação judicial. CORRENTES Existe uma brecha, divergência, se seria voluntária ou judicial, segundo a corrente de Cristiano chaves, majoritária (Voluntária) e a minoritária (Judicial). Majoritária – Se os pais não concordam entre si é o juiz quem decide, mas parte da vontade de um dos responsáveis. No caso o juiz apenas supre o consentimento de um deles, no entanto, quememancipa é os pais. Sendo assim, emancipação voluntária. Observando o melhor interesse do menor. Minoritária – Se teve que ter uma decisão do juiz, no entanto acredita-se que seja emancipação judicial, já que partiu da decisão do juiz.