Buscar

AULA 06 -AÇÃO POPULAR

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PRÁTICA SIMULADA V 
Aluna: Larissa de Souza Barbosa. 
Matricula: 2018041236896 
 
 
AULA 06 – AÇÃO PUPULAR 
 
EXCELENTISSIMO SR. DR. JUIZ DA VARA FEDERAL DE 
FLORIANÓPOLIS DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE SANTA CATARINA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 JOÃO, brasileiro, estado civil, profissão, residente e domiciliado na rua: 
xxx, nº xx, Bairro: xxx, na Cidade: Florianópolis- SC, vem respeitosamente à Vossa 
Excelência, por seu advogado constituído por instrumento de procuração em anexo e 
que recebe intimações de foro em geral em seu endereço profissional sito na rua: xxx, nº 
xx, Bairro: xxx, na Cidade: xxx, Estado: xxx, vem respeitosamente, perante a Vossa 
Excelência, com fulcro nos temos do art. 5º, LXXIII, da CRFB/88 e da Lei nº: 4717/65, 
ajuizar a presente 
 
AÇÃO POPULAR COM PEDIDO DE LIMINAR 
Em face do SR. SENADOR DA REPÚBLICA, com domicilio profissional no 
prédio do Senado Federal, na Esplanada do Ministérios, em Brasília – DF pelos fatos e 
fundamentos de direito a expostos a seguir: 
 
I – DOS FATOS 
João, nascido e domiciliado em Florianópolis – SC, indignou-se ao saber, em 
abril de 2009, por meio da imprensa, que o senador que merecera seu voto nas últimas 
eleições havia determinado a reforma total de seu gabinete, orçada em mais de R$ 
1.000.000,00, a qual seria custeada pelo Senado Federal. 
A referida reforma incluía aquecimento e resfriamento com controle 
individualizado para o ambiente e instalação de ambiente físico para projeção de filmes 
em DVD, melhorias que João considera suntuosas, incompatíveis com a realidade 
brasileira. 
O senador declarara, em entrevistas, que os gastos com a reforma seriam 
necessários para a manutenção da representação adequada ao cargo que exerce. 
Ao ter tomado conhecimento de que o processo de licitação já se encerrara e que 
a obra não havia sido iniciada, João, temendo que nenhum ente público tomasse 
qualquer atitude para impedir o início da referida reforma, dirigiu-se a uma delegacia de 
polícia civil, onde foi orientado a que procurasse a Polícia Federal. 
 
II – DOS FUNDAMENTOS 
 É sabido que a ação popular é a ação constitucional de natureza civil, 
conferida a todos os cidadãos para a impugnação e a anulação dos atos administrativos 
comissivos e omissivos que sejam lesivos ao patrimônio público em geral, à moralidade 
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, com a imediata 
condenação dos administradores, dos agentes administrativos e, também, dos 
beneficiados pelos atos lesivos ao ressarcimento dos cofres públicos, em prol da pessoa 
jurídica lesada, conforme estabelece o art. 5º, LXXIII, da CRFB/88, onde se lê: 
 
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação 
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de 
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao 
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, 
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da 
sucumbência; 
Também é de conhecimento de todos que para seque para ser legitimado ativo da 
ação popular é necessário ser cidadão na forma do art. 12 da CRFB/88, desde que em 
pleno gozo dos seus direitos políticos, o que o impetrante comprova juntando Título de 
Eleitor e a certidão de regularidade da Justiça Eleitoral, anexos na inicial. 
 Além disso, para a propositura da Ação Popular, há ainda os requisitos 
legais previstos no art. 2º da Lei n. 4.717/65, onde se lê: 
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades 
mencionadas no artigo anterior, nos casos de: 
a) incompetência; 
b) vício de forma; 
c) ilegalidade do objeto; 
d) inexistência dos motivos; 
e) desvio de finalidade. 
 
Vossa Excelência, não há como segar que existiu lesão ao patrimônio público, uma vez 
que foi utilizado dinheiro do Senado Federal para beneficiar um agente político em suas 
pretensões pessoais, em termos de melhorias do seu próprio gabinete, o que de forma 
expressa é vedado pela Constituição, nos termos do art. 37, caput, já que a 
administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
 É fato que o que vimos no caso em tela é uma expressa violação ao princípio da 
moralidade, uma vez que o dinheiro público e a máquina pública foram gastos para 
atender fins pessoais. 
Nesse sentido já são os precedentes sobre o tema: 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO POPULAR. 
LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO. 
RECONHECIMENTO. DECISÃO REFORMADA. 1. A Lei nº 
4.717/1965, no artigo 6º, disciplina que a ação popular será 
proposta contra as pessoas publicas ou privadas e as entidades 
referidas no artigo 1], contra as autoridades, funcionários ou 
administradores que houverem autorizado, aprovado, ratificado 
ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissa, tiverem dado 
oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo. 
2. No caso em estudo, foram indicados no polo passivo da ação 
popular todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram para o 
ato impugnado, ou seja, para elaboração do Decreto nº 
42.040/2018 e do Contrato nº 012/2018, razão por que deve ser 
reformada a decisão agravada, a fim de manter todos os 
requeridos/agravados no polo passivo da demanda ordinária/ 
agravados no polo passivo da demanda ordinária. AGRAVO DE 
INSTRUMENTO CONHECIDO E PROVIDO. DECOSÃO 
REFORMADA. 
(TJ-GO AÇÃO POPULAR: 01306769520188090000, 
RELATOR: ALAN SEBASTIÃO DE SENA CONCEIÇÃO, Data 
do Julgamento: 23/11/2018, 5ª Câmara Cível, Data de Publicação: 
DJ de 23/11/2018) 
 
 
 O que podemos observar é que podemos aplicar o disposto no art. 4º, I, 
da Lei n.4.717/65, que estabelece que são também nulos os atos ou contratos, praticados 
ou celebrados por quaisquer das pessoas ou entidades referidas no art. 1º da Lei n. 
4.717/65, como por exemplo a admissão ao serviço público remunerado, com 
desobediência, quanto às condições de habilitação, das normas legais, regulamentares 
ou constantes de instruções gerais. 
 
 Vejamos o que a doutrina fala sobre a demanda em questão: 
A ação popular é a ação de matriz constitucional voltada à 
invalidação de atos administrativos ilegais e lesivos ao patrimônio 
público (Puccinelli Junior, 2013). 
 Diante de todo o exposto e da gravidade dos fatos, a presente ação deve ser 
julgada procedente. 
 
 
https://jus.com.br/tudo/atos-administrativos
III- DA MEDIDA LIMINAR 
 Conforme estabelece o art. 5º, § 4º, da Lei n. 4.717/65, na defesa do 
patrimônio público caberá a suspensão liminar do ato lesivo impugnado. 
 Observa-se que, no caso em tela, a situação atenta contra a moralidade 
administrativa, princípio expresso no caput do art. 37 da Constituição Federal, o que 
demonstra inequivocamente o fumus boni iuris. 
 Já o periculum in mora faz-se presente, visto que o processo licitatório já 
se encerrou. Embora as obras ainda não tenham se iniciado, necessário se faz evitar que 
os gastos sejam efetuados, tendo em vista a enorme dificuldade de reembolso ou 
ressarcimento futuro do Erário por parte do Político. 
 Assim, presentes os requisitos do fumus boni iuris e do periculum in 
mora, é cabível e necessária a concessão da liminar. 
 
IV – DOS PEDIDOS 
Ante o exposto, requer o impetrante que Vossa Excelência: 
a) conceda a medida liminar para suspender imediatamente o contrato de reforma do 
gabinete do senador, bem como a sustação de qualquer ato que digne a pagar tais 
despesas com recursos públicos. 
b) cite o impetrado, por precatória, para que responda à presente ação no prazo legal; 
c)intime o representante do Ministério Público Federal para intervir no feito até o final, 
nos termos do art. 7º, I, a, da Lei n. 4.717/65; 
d) ao final julgue procedente o pedido, confirme aliminar e determine a anulação do 
contrato firmado para reforma do gabinete do senador, com base nos arts. 3º e 4º da Lei 
n. 4.717/65. 
 
V - DAS PROVAS 
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos 
artigos 369 e seguintes do CPC. 
VI – DO VALOR DA CAUSA 
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil), artigo 291, do CPC/2015. 
Termos que, 
Pede Deferimento. 
(Local e Data) 
Advogado 
OAB/UF

Continue navegando