Buscar

AULA 09 -AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO

Prévia do material em texto

PRÁTICA SIMULADA V
Aluna: Larissa de Souza Barbosa. 
Matricula: 2018041236896
AULA 09 - AÇÃO DIRETA DE INCOSTITUCIONALIDADE 
POR OMISSÃO
EXCELENTISSIMO SR. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
		PARTIDO PROGRESSISTA, com representação no Congresso Nacional, representado por seu Presidente..., inscrito no CNPJ sob o nº..., com sede em ..., por seu advogado infra-assinado..., com escritório..., para onde devem ser remetidas as notificações e intimações, nos termos do art. 39, I, do CPC, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 103, § 2º, da CRFB/88, sendo também disciplinada nos artigos 12-A a 12-H da Lei nº 9.868/99, alterada pela Lei nº 12.063/2009 que acrescentou à lei nº 9.868, de 10 de novembro de 1999, o Capítulo II-A, propor:
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO
 	Com base no artigo 103, §2º, da CRFB/88 e n a Lei nº 9.868/99, por omissão do EXMO. SR. GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA em face do descumprimento e da falta de emissão de norma regulamentadora do disposto no artigo 37, X, , da Constituição Federal, esperando que seja recebida e seguindo as formalidades de estilo, seja distribuída e ao final declarada a mora do Poder competente, que inviabiliza a aplicação da norma constitucional, conforme será demonstrado ao longo da presente petição, nos termos e motivos que passa a expor.
I – DOS FATOS
 	Trata-se de ação declaratória de inconstitucionalidade por omissão, proposta pelo Partido Progressista com representação n o Congresso Nacional, considerando o descumprimento e da falta de emissão de norma regulamentadora do disposto no artigo 37, X, da Constituição Federal, o qual prevê a revisão geral anual dos servidores públicos, na mesma data e com índices idênticos, para reajuste anual dos servidores públicos do Estado de Santa Catarina. 
É nítida a omissão do Governador do Estado de Santa Catarina, do dever de encaminhar ao Poder Legislativo projeto de lei que regulamente a revisão geral anual, na mesma data e sem distinção de índices, da remuneração dos servidores públicos dessa unidade da Federação, conforme o disposto no art. 37, X, da Constituição Federal.
Cabe salientar que a última revisão remuneratória ocorrida nesse Estado-membro se deu com a edição da Lei xxx, de 10/10/2003, assim os servidores acumulam, desde então, sucessivas perdas salariais geradas pela inflação, e mesmo após decorrido todo esse tempo, não há qualquer sinal de que o Executivo Estadual pretenda cumprir o ditame ora destacado. 
Assim, configurado o comportamento omissivo do Chefe do Poder Executivo catarinense, corroborado tanto pelos reajustes pontuais concedidos a determinadas carreiras estaduais como pela ausência, nas leis orçamentárias dos últimos anos, de dotações visando restituir as perdas salariais dos servidores, pretende a presente ação para ver declarada a omissão, tendo em vista a inexistência de norma regulamentadora do art. 37, X, da Carta Magna, pretendendo-se também o estabelecimento do prazo de trinta dias para que o Exmo. Sr. Governador do Estado de Santa Catarina encaminhe ao Poder Legislativo projeto de lei específico, destinado a fixar ou manter a periodicidade máxima de 12 meses para reajuste dos vencimentos. Considerando os fatos acima expedidos, é nítido o direito que ora se pleiteia, dado o caráter obrigatório da revisão geral anual prevista no inc. X, do artigo 37, da CF/88, sendo certo que deve ser fixado um prazo razoável para que o Governado r proponha a lei reclamada, prazo este de acordo com art. 103, § 2º, da Lei Maior, ou ao menos qualquer outro prazo razoável que faça respeitar as garantias constitucionais dos servidores públicos catarinenses. 
Não restam dúvidas o direito a revisão geral anual dos índices de remuneração e subsídios dos servidores públicos estaduais, sendo esse direito um fortalecer da Garantia de irredutibilidade, sendo certo que a mora do Poder Executivo em propor a lei revisora para cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica, vem gerando sérios prejuízos aos servidores, violando de forma clara a garantia de irredutibilidade, pois o texto Constitucional assegura a anualidade e a igualdade de condições de todos os servidores, sem distinção, devendo ocorrer por intermédio de lei específica, sob pena de violar o princípio constitucional da igualdade (artigo 5º da CRFB/88).
 Ademais, a omissão perpetrada pelo Excelentíssimo Sr. Governador afronta também, ainda que indiretamente, os preceitos constitucionais estribados no artigo 6º, caput, da CRFB, direitos sociais do cidadão como educação, saúde, lazer etc, não apenas para per si, mas também para sua família, pois a ausência de reajuste priva diretamente o servidor do exercício de tais direitos, considerando a baixa do poder aquisitivo.
Por fim, e não menos importante, cabe ressaltar que se está a incorrer em crime de responsabilidade, posto que tal omissão atenta contra o cumprimento da Constituição Federal, situação que se enquadra no artigo 85, inciso, VII, da CRFB/88, p elo que deve ser reconhecida e declarada a inconstitucionalidade por omissão.
II – DOS FUNDAMENTOS
a) DA COMPETÊNCIA DO ÓRGÃO JULGADOR 
O art. 102, I, alínea a, da CRFB/88 estabelece que compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe processar e julgar, originariamente, a ação direta de inconstitucionalidade por omissão de lei ou ato normativo federal. 
Desse modo, verifica-se que a competência para processamento e julgamento da presente ação direta de inconstitucionalidade é originária do Supremo Tribunal Federal. 
b) DA LEGITIMIDADE 
A legitimidade ativa do partido político para a propositura da presente encontra assento no artigo 103, VIII, da CRFB/88, e conforme pacificado por esta corte, segundo o Ministro Celso de Mello, independe de pertinência temática:
 “... os partidos políticos tem legitimidade para ajuizamento de ação direta de inconstitucionalidade, independentemente da matéria versada na norma atacada” 
“O reconhecimento da legitimidade ativa das agremiações partidárias para a instauração de controle normativo abstrato, sem as restrições decorrentes do vinculo de pertinência, constitui natural derivação da própria natureza e dos fins institucionais, que justifica m a existência em nosso sistema normativo, dos partidos políticos.” 
(STF – ADI 1396). 
Portanto, o Requerente por ser considerado Autor Neutro e Universal encontra-se dispensado de demonstrar Pertinência Temática.
c) DO CABIMENTO
 	A competência legislativa dos Órgãos Estatais é um poder-dever, porquanto o princípio fundamental d o Estado de Direito Republicano exige que o poder político deve ser exercido para a realização não de interesses particulares, mas do bem comum do povo.
 	 Segue-se daí que toda competência dos órgãos públicos, em lugar de simples faculdade ou direito subjetivo, representa incontestavelmente um poder-dever.
 Assim, ao dispor a Constituição da República que o Legislativo, o Executivo e o Judiciário são :
“Poderes da União, independentes e harmônicos entre si” 
artigo 2° da CRFB
Que reforça o princípio que se acaba de lembrar, pois quando os órgãos estatais constitucionalmente dotados de competência exclusiva deixam de exercer seus pode res-deveres, o Estado de Direito desaparece. 
Sabe-se ser imprescindível, para o cabimento da ação direta de inconstitucionalidade por omissão a existência de um direito previsto na Constituição Federal que não possa ser exercido por ausência de lei especifica e, no caso em tela, tal direito, pode ser encontrado no artigo 37, X da CRFB/1988.
III- DA MEDIDA LIMINAR 
 	No caso em tela, a possibilidade de Medida Cautelar nos termos do art. 102, I, p , da Carta Magna, corroborada pelos arts. 10 e 12 da Lei n. 9.868/99, por serem identificáveis os requisitos do fumus boni juris e do periculum in mora. 
O requisito do fu.mus boni juris fica patente na violação do texto constitucional, quanto a livre iniciativa, propriedade privada e livre concorrência.Além de ferir a competência da União no que diz respeito ao art. 22, I, da CRFB/88.
 E, quanto ao periculum in mora, poderemos verificar o cumprimento de tal requisito na possibilidade identificada de dano irreparável ao reclamante, em face da relevância da matéria e segurança jurídica, evitando, desta forma, danos e prejuízos advindos da norma ora vigente, de acordo com o art. 12 da Lei n. 9.868/99.
IV – DOS PEDIDOS 
Ante o exposto, requer o impetrante que Vossa Excelência: 
a. Com fulcro no artigo 12-F da Lei nº 9.868/99, o deferimento de medida cautelar para, fixar prazo na forma do artigo 103, § 2º, da CR FB/88 ou qualquer outro prazo entendido por razoável para que o Chefe do Poder Executivo providencie a lei Complementar de forma a atender o artigo 37, X, da CRFB/88; 
b. A notificação do Exmo. Sr. Governador do Estado..., para que como órgão/autoridade responsável pela elaboração da Lei, manifeste-se, querendo, no prazo legal; 
c. A notificação, caso Vossa Excelência entenda pertinente, do Exmo. Sr. Advogado -Geral da União para se manifestar sobre o mérito da presente ação, no prazo de 15 (quinze) dias, nos termos do artigo 12-E, § 2º, da Lei nº 9.868/99; 
d. A oitiva do Exmo. Sr. Procurador Geral da República para que emita o seu parecer, nos termos do artigo 12-E, § 3º, da Lei nº 9.868/99; 
e. A procedência do pedido para que seja declarada a mora legislativa do Exmo. Sr. Governador do Estado na elaboração da Lei específica do artigo 37, X, da CRFB/88.
V - DAS PROVAS
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC.
VI – DO VALOR DA CAUSA 
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil), artigo 291, do CPC/2015.
Termos que, Pede Deferimento.
(Local e Data)
Advogado
OAB/UF

Continue navegando