Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARTIDO PROGRESSISTA, com representação no Congresso Nacional, representado por seu presidente..., CNPJ n°..., com sede na..., bairro..., cidade..., por seu advogado infra-assinado, com endereço profissional... Na forma do artigo 102, I, "a", CRFB/88 é de competência originária do STF o processamento e julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão. É certo que frente a omissão legislativa federal que se discute no caso em questão, a competência originária do Supremo Tribunal Federal resta evidenciada. DO CABIMENTO A competência legislativa dos Órgãos Estatais é um poder-dever, porquanto o princípio fundamental do Estado de Direito Republicano exige que o poder político deve ser exercido para a realização não de interesses particulares, mas do bem comum do povo (res publica). Segue-se daí que toda competência dos órgãos públicos, em lugar de simples faculdade ou direito subjetivo, representa incontestavelmente um poder-dever. Assim, ao dispor a Constituição da República que o Legislativo, o Executivo e o Judiciário são "Poderes da União, independentes e harmônicos entre si" (artigo 2°), reforça o princípio que se acaba de lembrar, pois quando os órgãos estatais constitucionalmente dotados de competência exclusiva deixam de exercer seus poderes-deveres, o Estado de Direito desaparece. Sabe-se ser imprescindível, para o cabimento da ação direta de inconstitucionalidade por omissão a existência de um direito previsto na Constituição Federal que não possa ser exercido por ausência de lei especifica e, no caso em tela, tal direito, pode ser encontrado no artigo 37, X da CRFB/1988. DOS FATOS E FUNDAMENTOS Trata-se da ação declaratória de inconstitucionalidade por omissão, proposta pelo Partido Progressista com representação no Congresso Nacional, considerando o descumprimento e da falta de emissão de norma regulamentadora do disposto no artigo 37, X, da Constituição Federal, o qual prevê a revisão geral anual dos servidores públicos, na mesma data com índices idênticos, para reajuste anual dos servidores públicos do Estado de Santa Catarina. É nítida a omissão do Governador do Estado de Santa Catarina, do dever de encaminhar ao Poder Legislativo projeto de lei que regularmente a revisão geral anual, na mesma data e sem distinção de índices, da remuneração dos servidores públicos dessa unidade da Federação, conforme o disposto no art. 37, X, da Constituição Federal. Cabe salientar que a última revisão remuneratória ocorrida nesse Estado- Membro se deu com a edição da Lei XXX, de 10/10/2003, assim os servidores acumulam, desde então, sucessivas perdas salariais geradas pela inflação, e mesmo após decorrido todo esse tempo, não há qualquer sinal de que o Executivo Estadual pretenda cumprir o ditame ora destacado. Assim, configurado o comportamento omissivo do Chefe do Poder Executivo catarinense, corroborado tanto pelos reajustes pontuais concedidos a determinadas carreiras estaduais como pela ausência, nas leis orçamentárias dos últimos anos, de dotações visando restituir as perdas salariais dos servidores, pretende a presente ação para ver declarada a omissão, tendo em vista a inexistência de norma regulamentadora do artigo 37, X, da Carta Magna, pretendendo-se também o estabelecimento do prazo de trinta dias para que o Exmo. Sr. Governador do Estado de Santa Catarina encaminhe ao Poder Legislativo projeto de lei específico, destinado a ficar ou manter a periodicidade máxima de 12 meses para reajuste dos vencimentos. Considerando os fatos acima expedidos, é nítido o direito que ora se pleiteia, dado o caráter obrigatório da revisão geral anual prevista no inciso X, do artigo 37, da CF/88, sendo certo que deve ser fixado um prazo razoável para que o Governador proponha a lei reclamada, prazo este de acordo com artigo 103, §2°, da Lei Maior, ou ao menos qualquer outro prazo razoável que faça respeitar as garantias constitucionais dos servidores públicos catarinenses. Não restam dúvidas o direito a revisão geral anual dos índices de remuneração e subsidios dos servidores públicos estaduais, sendo esse direito um fortalecer da Garantia de irredutibilidade, sendo certo que a mora do Poder Executivo em propor a lei revisora para cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica, vem gerando sérios prejuízos aos servidores, violando de forma clara a garantia de irredutibilidade, pois o texto Constitucional assegura a anulidade e a igualdade de condições de todos os servidores, violando de forma clara a garantia de irredutibilidade, pois o texto Constitucional assegura a anulidade e a igualdade de condições de todos os servidores, sem distinção, devendo ocorrer por intermédio de lei específica, sob pena de violar o princípio constitucional da igualdade (artigo 5° da CRFB/88) Ademais, a omissão perpetrada pelo Excelentíssimo Sr. Governador afronta também, ainda que indiretamente, os preceitos constitucionais estribados no artigo 6°, caput, da CRFB, direitos sociais do cidadão como educação, saúde, lazer etc., não apenas para per si, mas também para sua família, pois a ausência de reajuste priva diretamente o servidor do exercicio de tais direitos, considerando a baixa do poder aquisitivo. Por fim, e não menos importante, cabe ressaltar que se esta a incorrer em crime de responsabilidade, posto que tal omissão atenta contra o cumprimento da Constituição Federal, situação que se enquadra no artigo 85, VII, da CRFB/88, pelo que deve ser reconhecida e declarada a inconstitucionalidade por omissão. DA CONCESSÃO DA MEDIDA CAUTELAR Torna-se imprescindível, in casu, a concessão de medida cautelar inaudita altera pars (com fulcro na Lei Federal n° 9.868/99), para que seja concedido a fixação de prazo para a edição da Lei Complementar, considerando os requisitos ensejadores para o deferimento da medida, já que o fumus boni iuris reside na omissão legislativa de norma garantidora do direito revisão geral anual dos servidores públicos, na mesma data e com indices idênticos, para reajuste anual dos servidores públicos do Estado de Santa Catarina, e o periculum in mora no fato de que os servidores encontram-se desemparados em sua regulamentação, restando impedidos de exercer direito constitucional. DO PEDIDO Pelo exposto, requer a Vossa Excelência: 1 - Com fulcro no artigo 12-F da Lei n° 9.868/99, o deferimento de medida cautelar para, fixar prazo na forma do artigo 103, §2°, da CRFB/88 ou qualquer outro prazo entendido por razoável para que o Chefe do Poder Executivo providencie a lei Complementar de forma a atender o artigo 3 , X, da CRFB/88; 2 - A notificação do Exmo. Sr. Governador do Estado..., para que como órgão/autoridade responsável pela elaboração da Lei, manifeste-se, querendo, no prazo legal; 3 - A notificação, caso Vossa Excelência entenda pertinente, do Exmo. Sr. Advogado-Geral da União para se manifestar sobre o mérito da presente ação, no prazo de 15 (quinze) dias, nos termos do artigo 12-E, §2°, da Lei n°9.868/99; 4 - A oitiva do Exmo. Sr. Procurador Gerl da República para que emita o seu parecer, nos termos do artigo 12-E, §3°, da Lei n° 9.868/99; 5. A procedência do pedido para que seja declarada a mora legislativa do Exmo. Sr. Governador do Estado na elaboração da Lei específica do artigo 3 , X, da CRFB/88 DAS PROVAS Requer a produção de todas as provas admitidas em direito na forma do artigo 14. Parágrafo único, da Lei 9.868/99, em especial documental (em anexo cópia das decisões judiciais). DO VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor de R$... (valor por extenso) artigo 291, do CPC/2015. Nestes termos, pede deferimento. Local/Data Advogado/OAB
Compartilhar