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CASO CONCRETO 9

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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
 
 
PARTIDO PROGRESSISTA, com representação no Congresso Nacional, 
representado por seu presidente..., CNPJ n°..., com sede na..., bairro..., 
cidade..., por seu advogado infra-assinado, com endereço profissional... 
Na forma do artigo 102, I, "a", CRFB/88 é de competência originária do STF o 
processamento e julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade por 
Omissão. É certo que frente a omissão legislativa federal que se discute no 
caso em questão, a competência originária do Supremo Tribunal Federal resta 
evidenciada. 
 
DO CABIMENTO 
 
A competência legislativa dos Órgãos Estatais é um poder-dever, porquanto o 
princípio fundamental do Estado de Direito Republicano exige que o poder 
político deve ser exercido para a realização não de interesses particulares, mas 
do bem comum do povo (res publica). Segue-se daí que toda competência dos 
órgãos públicos, em lugar de simples faculdade ou direito subjetivo, representa 
incontestavelmente um poder-dever. 
Assim, ao dispor a Constituição da República que o Legislativo, o Executivo e o 
Judiciário são "Poderes da União, independentes e harmônicos entre si" (artigo 
2°), reforça o princípio que se acaba de lembrar, pois quando os órgãos 
estatais constitucionalmente dotados de competência exclusiva deixam de 
exercer seus poderes-deveres, o Estado de Direito desaparece. Sabe-se ser 
imprescindível, para o cabimento da ação direta de inconstitucionalidade por 
omissão a existência de um direito previsto na Constituição Federal que não 
possa ser exercido por ausência de lei especifica e, no caso em tela, tal direito, 
pode ser encontrado no artigo 37, X da CRFB/1988. 
 
DOS FATOS E FUNDAMENTOS 
 
Trata-se da ação declaratória de inconstitucionalidade por omissão, proposta 
pelo Partido Progressista com representação no Congresso Nacional, 
considerando o descumprimento e da falta de emissão de norma 
regulamentadora do disposto no artigo 37, X, da Constituição Federal, o qual 
prevê a revisão geral anual dos servidores públicos, na mesma data com 
índices idênticos, para reajuste anual dos servidores públicos do Estado de 
Santa Catarina. É nítida a omissão do Governador do Estado de Santa 
Catarina, do dever de encaminhar ao Poder Legislativo projeto de lei que 
regularmente a revisão geral anual, na mesma data e sem distinção de índices, 
da remuneração dos servidores públicos dessa unidade da Federação, 
conforme o disposto no art. 37, X, da Constituição Federal. 
Cabe salientar que a última revisão remuneratória ocorrida nesse Estado-
Membro se deu com a edição da Lei XXX, de 10/10/2003, assim os servidores 
acumulam, desde então, sucessivas perdas salariais geradas pela inflação, e 
mesmo após decorrido todo esse tempo, não há qualquer sinal de que o 
Executivo Estadual pretenda cumprir o ditame ora destacado. 
Assim, configurado o comportamento omissivo do Chefe do Poder Executivo 
catarinense, corroborado tanto pelos reajustes pontuais concedidos a 
determinadas carreiras estaduais como pela ausência, nas leis orçamentárias 
dos últimos anos, de dotações visando restituir as perdas salariais dos 
servidores, pretende a presente ação para ver declarada a omissão, tendo em 
vista a inexistência de norma regulamentadora do artigo 37, X, da Carta 
Magna, pretendendo-se também o estabelecimento do prazo de trinta dias para 
que o Exmo. Sr. Governador do Estado de Santa Catarina encaminhe ao Poder 
Legislativo projeto de lei específico, destinado a ficar ou manter a periodicidade 
máxima de 12 meses para reajuste dos vencimentos. 
Considerando os fatos acima expedidos, é nítido o direito que ora se pleiteia, 
dado o caráter obrigatório da revisão geral anual prevista no inciso X, do artigo 
37, da CF/88, sendo certo que deve ser fixado um prazo razoável para que o 
Governador proponha a lei reclamada, prazo este de acordo com artigo 103, 
§2°, da Lei Maior, ou ao menos qualquer outro prazo razoável que faça 
respeitar as garantias constitucionais dos servidores públicos catarinenses. 
Não restam dúvidas o direito a revisão geral anual dos índices de remuneração 
e subsidios dos servidores públicos estaduais, sendo esse direito um fortalecer 
da Garantia de irredutibilidade, sendo certo que a mora do Poder Executivo em 
propor a lei revisora para cargos, funções ou empregos públicos na 
administração direta e autárquica, vem gerando sérios prejuízos aos 
servidores, violando de forma clara a garantia de irredutibilidade, pois o texto 
Constitucional assegura a anulidade e a igualdade de condições de todos os 
servidores, violando de forma clara a garantia de irredutibilidade, pois o texto 
Constitucional assegura a anulidade e a igualdade de condições de todos os 
servidores, sem distinção, devendo ocorrer por intermédio de lei específica, sob 
pena de violar o princípio constitucional da igualdade (artigo 5° da CRFB/88) 
Ademais, a omissão perpetrada pelo Excelentíssimo Sr. Governador afronta 
também, ainda que indiretamente, os preceitos constitucionais estribados no 
artigo 6°, caput, da CRFB, direitos sociais do cidadão como educação, saúde, 
lazer etc., não apenas para per si, mas também para sua família, pois a 
ausência de reajuste priva diretamente o servidor do exercicio de tais direitos, 
considerando a baixa do poder aquisitivo. 
Por fim, e não menos importante, cabe ressaltar que se esta a incorrer em 
crime de responsabilidade, posto que tal omissão atenta contra o cumprimento 
da Constituição Federal, situação que se enquadra no artigo 85, VII, da 
CRFB/88, pelo que deve ser reconhecida e declarada a inconstitucionalidade 
por omissão. 
 
DA CONCESSÃO DA MEDIDA CAUTELAR 
 
Torna-se imprescindível, in casu, a concessão de medida cautelar inaudita 
altera pars (com fulcro na Lei Federal n° 9.868/99), para que seja concedido a 
fixação de prazo para a edição da Lei Complementar, considerando os 
requisitos ensejadores para o deferimento da medida, já que o fumus boni iuris 
reside na omissão legislativa de norma garantidora do direito revisão geral 
anual dos servidores públicos, na mesma data e com indices idênticos, para 
reajuste anual dos servidores públicos do Estado de Santa Catarina, e o 
periculum in mora no fato de que os servidores encontram-se desemparados 
em sua regulamentação, restando impedidos de exercer direito constitucional. 
 
DO PEDIDO 
 
Pelo exposto, requer a Vossa Excelência: 
1 - Com fulcro no artigo 12-F da Lei n° 9.868/99, o deferimento de medida 
cautelar para, fixar prazo na forma do artigo 103, §2°, da CRFB/88 ou qualquer 
outro prazo entendido por razoável para que o Chefe do Poder Executivo 
providencie a lei Complementar de forma a atender o artigo 3 
, X, da CRFB/88; 
2 - A notificação do Exmo. Sr. Governador do Estado..., para que como 
órgão/autoridade responsável pela elaboração da Lei, manifeste-se, querendo, 
no prazo legal; 
3 - A notificação, caso Vossa Excelência entenda pertinente, do Exmo. Sr. 
Advogado-Geral da União para se manifestar sobre o mérito da presente ação, 
no prazo de 15 (quinze) dias, nos termos do artigo 12-E, §2°, da Lei 
n°9.868/99; 
4 - A oitiva do Exmo. Sr. Procurador Gerl da República para que emita o seu 
parecer, nos termos do artigo 12-E, §3°, da Lei n° 9.868/99; 
5. A procedência do pedido para que seja declarada a mora legislativa do 
Exmo. Sr. Governador do Estado na elaboração da Lei específica do artigo 3 
, X, da CRFB/88 
 
DAS PROVAS 
 
Requer a produção de todas as provas admitidas em direito na forma do artigo 
14. Parágrafo único, da Lei 9.868/99, em especial documental (em anexo cópia 
das decisões judiciais). 
 
DO VALOR DA CAUSA 
 
Dá-se à causa o valor de R$... (valor por extenso) artigo 291, do CPC/2015. 
 
Nestes termos, pede deferimento. 
 
 
 
Local/Data 
Advogado/OAB

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