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O Desenvolvimento dos Sentidos na Criança O Papel do Arteterapeuta Utilizando Materiais Naturiais

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Prévia do material em texto

FACULDADE METROPOLITANA SÃO CARLOS 
INSTITUTO DE PSICOLOGIA CRESCER 
PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTETERAPIA, EDUCAÇÃO E SAÚDE
O DESENVOLVIMENTO DOS SENTIDOS NA CRIANÇA
O PAPEL DO ARTETERAPEUTA UTILIZANDO MATERIAIS NATURAIS
RELATÓRIO DE ATIVIDADES
RAQUEL DE AZEVEDO DE SOUZA
Campos dos Goytacazes
2015
Movimento Pró-Criança
“Construindo a identidade do Indivíduo”
HISTÓRIA:
A Campanha da Fraternidade de 1987 com o tema “Quem acolhe o menor, a mim acolhe” chamou atenção de todos para o problema das crianças carentes. À luz dessa realidade um grupo de pessoas da Paróquia Santuário das Almas inspirados no trabalho realizado pela Sociedade Beneficente de S. Martinho, resolveu criar em Niterói a Pastoral dos Meninos de Rua, que atendia crianças de rua em um espaço em São Domingos, emprestado pela Cúria. Depois de algumas reformulações este passou a se chamar Movimento Pró-Criança.
A pastoral iniciou suas atividades no dia 24 de abril de 1989, com voluntários, atendendo crianças que ficavam na feira da Boa Viagem, oferecendo acolhimento, alimentação e atividades artísticas, buscando estimular o potencial das crianças. Em 1992, foi comprada a casa onde funciona a Instituição, que depois de algumas reformulações, passou a chamar Movimento Pró-Criança, gerenciado pelas Obras Sociais da Paróquia de Nossa Senhora do Sagrado Coração, Santuário das Almas. A partir daí a Instituição começou a criar ações de integração das crianças com as instituições regulares de ensino e assim, passou a dar respaldo às atividades escolares; neste momento também se iniciou a busca por estabelecer uma ligação com as famílias das crianças. As crianças estudam no período da tarde ou da manhã e frequentam o Movimento Pró-Criança no período oposto ao do horário de aula.
Inicialmente a instituição lhes oferecia acolhimento, alimentação e atividades artísticas, mas com a inclusão dessas crianças na escola a instituição foi criando um outro perfil. Passou a oferecer orientação pedagógica, fortalecimento de vínculo, oficinas de texto, artesanato, teatro, poesia, informática, esporte (natação, futebol e capoeira), expressão corporal, orientação religiosa e também serviço de psicologia aplicada atendendo crianças e famílias.
Hoje acolhem 45 crianças, de 6 a 14 anos. São crianças de comunidades próximas à nossa instituição e que buscam mais do que o ensino regular, buscam um espaço seguro de reforço de vínculo, que desenvolve a construção de valores, um espaço de apoio emocional e de maior desenvolvimento de habilidades sociais e de estímulo criativo.
Missão: Semear na criança a capacidade de construir um futuro melhor.
Visão: Ser, um espaço acolhedor e próprio ao universo infantil e infanto-juvenil.
Valores: Inovação e Criatividade; Ética e Transparência; Diálogo; Respeito pelo direito das crianças; Comprometimento e Pro Atividade;
LINHA DE ATUAÇÃO
O trabalho do Movimento tem por foco a constituição de espaço de convivência, formação para a participação e cidadania, desenvolvimento do protagonismo e da autonomia das crianças e adolescentes, a partir dos interesses, demandas e potencialidades dessa faixa etária. As intervenções devem ser pautadas em experiências lúdicas, culturais e esportivas como formas de expressão, interação, aprendizagem, sociabilidade e proteção social. Inclui resignificar vivências de isolamento e de violação de direitos, bem como propiciar experiências favorecedoras do desenvolvimento de sociabilidades e na prevenção de situações de risco social. Visa estimular e orientar os usuários na construção e reconstrução de suas histórias e vivências individuais e coletivas, na família e no território. Organiza-se de modo a ampliar trocas culturais e de vivências, desenvolver o sentimento de pertencimento e de identidade, fortalecer vínculos familiares e incentivar a socialização e a convivência comunitária. Possui caráter preventivo e proativo, pautado na defesa e afirmação dos direitos e no desenvolvimento de capacidades e potencialidades, com vistas ao alcance de alternativas emancipatórias para o enfrentamento da vulnerabilidade social.
Ciclo Avaliação Arterapêutica
1) Encontro com os Pais das Crianças
Dia 23/02 – Angela e Adriana
As duas mães moram juntas no mesmo terreno e são vizinhas e amigas há muitos anos, e uma ajuda a outra quando precisam. A entrevista da primeira mãe, Angela (mãe da AL), foi feita na mesma sala com as duas sem problemas. Seguindo a ficha da anamnese, as perguntas foram respondidas de forma clara. A criança e a mãe se apresentaram dentro dos padrões normais de desenvolvimento, mas ano passado a criança teve uma infecção urinária e o quadro evoluiu para convulções.
O marido desta é falecido, então ela cria a menina sozinha sem maiores problemas.
Já a Adriana (mãe da AG), apresenta um quadro completamente irregular, começando por ela, que era órfã e teve uma infância confusa, passando por 12 instituições, mas sabe ler e escrever. 
Já chegou a se prostituir nas ruas, teve um filho anteriormente, encaminhado para a adoção há uns 11 anos atrás, e a AG, é filha dela com um morador de rua que ela cuidou, levando para sua casa por um curto período de tempo. O pai não reconhecia a paternidade da criança, mas após ter sido feito o DNA, tem uma certa convivência. Foi uma gravidez de risco e a criança nasceu prematura.
Ela não trabalha em emprego fixo e o pai da criança também não.
Apresentou dificuldade para entender sobre a maioria do que estava sendo perguntado. Ela é segundo ela mesma, “interditada pela justiça, pois acham que ela é louca”. Além disso, informou um nome da criança diferente do que consta na certidão de DNA.
Apesar disso a menina parece ter um bom relacionamento com a mãe, a qual ela falou que é carinhosa. Segundo a anamnese, mama no peito até hoje, (6 anos), nunca chupou chupeta, e recentemente foi recomendada a fonoaudióloga. E só andou aos 2 anos e meio. As demais questões encontram-se dentro da normalidade.
24/02 – Andréia e Claudiane
Andréia é mãe do JV, que é fruto de uma relação estável com o pai da criança. Tem um irmão mais velho de 14 anos, fruto de outro relacionamento anterior, e que ajuda muito a cuidar dele, pois a mãe trabalha como diarista e fica fora grande parte do dia. Foi uma gravidez planejada, mas não desejada por ela, apenas pelo pai. Teve depressão pós-parto, o que inclusive afetou seu relacionamento. 
Não tinha leite, e além disso, a criança apresentava desde o nascimento intolerância a lactose, então durante os primeiros anos os pais tiveram que fazer uma alimentação especial a base de soja. A mãe me pareceu bem responsável, e respondeu a todas as perguntas com clareza, e segundo ela, trabalha muito para dar aos filhos o que ela não teve. Na parte da anamnese sobre desenvolvimento socioemocional, a mãe destacou que ele não gosta de ser negro, nunca gostou desde pequeno. Fala que gostaria de ter a cor da mãe e do irmão mais velho que são pardos. As demais questões da anamnese apresentam-se dentro da normalidade.
A Claudiane é a mãe do NG, que é criado com seu novo marido há 5 anos. O pai biológico visita o filho, assim como os dois irmãos, de 15 em 15 dias. Ele é o filho do meio. O pai biológico também tem outro filho.
Foi uma gravidez acidental. Mas sem maiores problemas. Teve que desmamar o filho do peito aos 4 meses devido ao trabalho. Ele não chupou chupeta e teve dificuldade na transição da mamadeira para a comida. Durante os primeiros meses esteve dentro dos padrões normais de desenvolvimento, mas começou a falar aos 2 anos, com uma linguagem infantilizada, e até hoje troca uma letra pela outra. Outra coisa que chamou a atenção é o fato dele roer as unhas desde pequenininho, inclusive as do pé. Segundo a mãe, há pouco tempo atrás foi a primeira vez que ela conseguiu cortar as unhas dele.
03/03 – Gisele 
A Instituição ficou praticamente uma semana sem água, portanto não pude começar o estágio na data marcada, pois não houve aula, masaproveitei que já estava no local e recebi a penúltima mãe chamada Giseli, mãe de M, que inclusive trouxe a filha. Assim, durante a anamnese, dei algumas folhas e canetas coloridas para que ela pudesse se distrair. A mãe descreveu a filha como apegada a ela e a irmã de 3 anos, possui um padrasto há 4 anos a quem chama de pai, o pai biológico é falecido. 
A gravidez foi acidental e só o pai queria, e segundo ela, o relacionamento piorou durante a gravidez. Ela mamou até os 3 anos, mas não usou mamadeira e nem chupeta, pois bebeu direto no copo e tinha uma alimentação regular. Não se lembra de quando ela sentou, mas engatinhou com 9 e andou com 11 meses.
Durante o desenvolvimento sócio-emocional, a mãe disse que a filha é muito curiosa, e triste quando se lembra do pai, mas o pior é quando sofre bullying no colégio, pois ela possui os dentes apodrecidos por ter utilizado antibióticos durante uma crise de pneumonia.
05/03 – Maria Solange
A última mãe a ser entrevistada foi a Maria Solange, mãe do G. Durante a anamnese ela contou que só tem ele como filho, pois foi uma gravidez planejada, e ela não pretende ter mais filhos por enquanto, pois ela e o marido trabalham muito para dar uma boa educação ao menino. Ele é muito apegado aos pais, e quando está muito levado, substitui televisão, jogos e internet por tinta, lápis de cor e massinha. Aos fins de semana, procura ter momentos de laser com o filho, levando-o ao cinema e a parques. Então o relacionamento é muito bom. 
A chegada do filho trouxe mais responsabilidades ao casal e isso mudou um pouco o relacionamento entre eles. Mamou até os 4 meses porque o leite secou. Mamadeira foi até 1 ano e chupeta até 2 anos. Gosta muito de frutas e sucos. Quanto ao desenvolvimento motor, sentou aos 5 meses, engatinhou aos 6 e andou aos 11 meses. Na linguagem, começou a falar com 2 anos, sendo que isso se intensificou na creche.
No desenvolvimento Socio-emocional ela disse que ele não é uma criança egoísta, chora com facilidade, é impaciente e não sabe esperar, tem medo da solidão e de perder os pais, gosta de ajudar em casa, gosta de limpar o próprio quarto, segundo a mãe ele mesmo guarda tudo dele e é organizado e assim que chega da escola, faz o dever sem ninguém pedir. Quanto às características, como é de se notar, a mãe disse que ele detesta sujeira.
Na área da saúde, ela comentou que o filho usa óculos desde pequeno, pois a família dela possui um histórico de astigmatismo severo, mas que ele está completamente adaptado a usar os óculos o tempo todo.
Ciclo Avaliação Arterapêutica
2) Encontro para aplicação Teste HTP
A) AG
Resolvi aplicar os testes paralelamente às técnicas, para ter mais segurança ao traçar o perfil do grupo. Em entrevistas separadas, fui aplicando os testes para inclusive conhecê-las um pouco mais de perto.
Comecei por AG, que apesar do setting com lápis de cor, hidrocor e giz de cera coloridos, utilizou apenas um lápis preto.
No desenho da casa, disse que esta tinha quatro andares, que não gostaria que esta fosse dela, pois a casa era minha e que gostava de mim, portanto queria ser minha irmã. Durante as perguntas disse que a mãe iria se separar do pai. 
Quando perguntada sobre quem gostaria que morasse na casa, disse que o irmão mais velho que a mãe deu para a adoção, pois ela não tem com quem brincar. A casa a faz lembrar a avó emprestada. 
Falou que é uma casa feliz, mas que algumas não são assim, pois tem muita briga.
Disse que a casa a faz lembrar-se de mim, porque eu sou inteligente e bondosa e que se a casa fosse uma pessoa, seria eu e ela.
Quanto ao desenho da árvore, ela disse que era uma árvore da praia, logo depois ela mencionou que o pai trabalhava com cocos na praia, então ela desenhou um coqueiro. Disse que a árvore estava com uma pessoa que cuidava dela, e que precisava de amor, fé, confiança e carinho.
No desenho da pessoa, ela falou que tinha 39 anos (perguntou a minha idade), disse que era eu, depois disse que era a mãe. Disse que pensava em mim enquanto desenhava, e me via costurando, e que eu estaria pensando sobre aula e a minha família. Disse que eu a fazia pensar em estudar, e que eu estaria feliz por ser uma pessoa boa, e eu a fazia lembrar sua mãe. 
E segundo ela, do que eu ou a mãe projetada mais precisamos seria de carinho, cuidado, ir ao médico, pois ‘somos inteligentes, adultas, temos paciência com crianças.
Quando perguntada sobre quem o sol poderia ser a resposta foi Jesus nos três desenhos.
Seguindo a interpretação do teste para os desenhos feitos por AG, foram encontradas indicações de rigidez, fuga do ambiente, ansiedade, falta de calor no lar, tensão no lar, constrição, dependência, regressão, inadequação, dependência, imaturidade, retraimento, agressão, hesitação, medo, insegurança, força do ego fraca, superficialidade, reserva, oposição, capacidade para permitir afeto.
B) AL
AL se espelhou na casa da tia quando pensava no desenho, pois disse que esta possuía uma varanda, pois ela queria ter animais de estimação e espaço para um órgão, pois ela irá entrar em aulas para aprender a tocar na Igreja.
Essa casa seria feliz, pois a casa pertenceria à mãe, e o irmão que estava nas drogas, agora não está mais, mas que esta casa faltava ser pintada por fora e por dentro.
No desenho da árvore, segundo ela seria a árvore do desejo, e estaria “completamente viva”, seria uma mulher e seu tronco parece um vestido. Ela estaria em uma floresta onde todas as outras árvores foram cortadas. Esta árvore a faz lembrar o irmão e ela precisa de amor e carinho, só que ela não sabe falar por que.
Quanto ao desenho da pessoa, ela se desenhou, como que indo a uma festa de AG, colocando-se facilmente no papel de princesa. 
Seguindo a interpretação do teste para os desenhos feitos por AL, foram encontradas indicações de: necessidade de apoio e de segurança, ansiedade, pobre orientação para a realidade, preocupação com o ambiente, antecipação do futuro, estabilidade, controle, capacidade de adiar a gratificação, retraimento, regressão, organicidade, obsessividade compulsiva, inacessibilidade, isolamento, introversão, fantasia, limites de ego fracos, hostilidade, oposição, dependência, dominação social compensatória, grande necessidade de realização, tensão, energia, superficialidade, reserva.
C) G
G parece ser uma criança normal, intuitivamente, percebo nele uma criança superprotegida pelos pais. Foi muito breve em suas respostas, e sem muitas fantasias. Quanto a casa, chamou a atenção o fato de ele dizer que ela era feita apenas de tinta. No desenho da árvore, desenhou uma laranjeira cheia de frutos, no desenho da pessoa, ele fez um casal dando os nomes de Nonato (pai) e Solange (mãe).
Seguindo a interpretação do teste para os desenhos feitos por G, foram encontradas indicações de: rigidez, esforço irrealista, satisfação na fantasia, medo ou fuga do ambiente, retraimento ou regressão, fixação do passado, necessidade de apoio, necessidade de segurança, ansiedade, falta de calor no lar, reserva, inadequação, indecisão, introversão, contato pobre com a realidade, dependência, maturidade, culpa, tensão, organicidade, impulsividade.
D) JV
JV fez um desenho bem confuso em relação à casa, eram dois na verdade e a primeira vista, achei que um deles fosse como uma planta baixa vista de cima. Mas o que me chamou a atenção nos relatos dele é em todas as oportunidades de falar sobre como estaria o tempo, período do dia e como descrever o céu ele comentava que estaria sem luz, de noite, para assustar os outros, chovendo. Ao descrever a casa e o que mais precisava, foi bem objetivo quanto às coisas materiais e disse que a figura da casa representa um homem.
Ao desenhar uma árvore, bem semelhante a uma copiada e desenhada por G na técnica do nome, ele disse ser uma macieira e que lembrava um homem. Desenhou também o vento ao lado da árvore.
Ao desenhar a pessoa, desenhou o irmão, o qual a mãe comentou durante a anamnese que ele convive bastante. Ele disse que o irmãojoga muito vídeo game sozinho, e ele se sente preterido, pois o irmão não brinca com ele, mas está tudo bem. Falou que o irmão usa roupa de rock e que este estaria segurando uma guitarra.
Seguindo a interpretação do teste para os desenhos feitos por JV, foram encontradas indicações de: rigidez, rejeição, grandiosidade compensatória, retraimento, regressão, organicidade, preocupação consigo mesmo, fixação no passado, impulsividade, necessidade de gratificação imediata, atitude defensiva, limites do ego fracos, dependência, imaturidade, desamparo, perda de autonomia, preocupação sexual, capacidade para permitir afeto.
E) M
Durante a aplicação do teste, o que mais me chamou a atenção, foi a espontaneidade de M ao me mostrar as fotos no celular de sua irmã e primas, demonstrando o quanto essas relações são importantes para ela.
No desenho da casa, M disse ter desenhado um andar da Instituição, e que se a “casa” fosse sua, ela dormiria no alto desta casa com a irmã pequena de três anos, e elas teriam um quarto de princesa, pois segundo ela, as duas dormem sozinhas na sala da casa. Este desenho possui um pássaro, nuvens e o sol bem pequenos no alto da folha, e ela disse que gostaria de ter desenhado ao invés de um pássaro, uma estrela, pois lembra o pai que faleceu.
No desenho da árvore, que ficou extremamente claro e difícil de entender, ela disse ter desenhado um anjo que estava carregando várias árvores frutíferas. Era uma árvore de 46 anos, e uma mulher. Quando perguntada quanto ao tempo, ela disse que estava sol, e que os anjos ficaram voando no sol de forma a se protegerem depois do escuro na casa de um amigo. E o anjo seria o avô.
Ao desenhar a pessoa, disse que seria uma menina, que pega cristais dos corações e leva para casa. E tem uma bruxa que come os bebês. O que me fez lembrar "João e Maria". Ela disse que se sentia como Rapunzel ao fazer o desenho e que essa menina a faz lembrar um neném.
Seguindo a interpretação do teste para os desenhos feitos por M, foram encontradas indicações de: preocupação com o ambiente, rigidez, concretismo, depressão, insegurança, inadequação, necessidade de apoio, pobre orientação para a realidade, medo, fuga do ambiente, rejeição, retraimento, falta de calor no lar, inacessibilidade, isolamento, reserva, constrição, limite de ego fraco, dependência e imaturidade, desamparo, perda de autonomia, defensividade, hesitação, impulsividade, capacidade para permitir afeto.
F) NG
O teste de NG foi bastante interessante, a princípio ele não queria nem desenhar, seus traços foram bem fracos nos desenhos e suas respostas foram sempre indicando um olhar bem infantil preocupado em comer e brincar.
No seu desenho da casa, disse que gostaria que o primo morasse com ele, por ser seu amigo e ter sua idade. Falou que na casa precisa ter lanche, coisas para fazer, ou seja, preocupações normais de uma criança.
Na árvore desenhou uma que disse ser um bebê, menino. E no desenho da pessoa, disse ser o irmão, mas a idade era de seis anos, a idade dele, e quando questionado sobre o que pensava, ele disse que apenas em brincar, que ele se sente bem, é feliz, e se sente bem, pois come muito. Só fica brincando. Novamente quando questionado sobre o que esta pessoa mais precisa, ele volta a falar sobre comida e lanche.
Seguindo a interpretação do teste para os desenhos feitos por NG, foram encontradas indicações de: rigidez, necessidade de apoio, de segurança e ansiedade, reserva, inadequação e indecisão, introversão e fantasia, limites do ego fraco, hesitação e medo, retraimento, culpa, exibicionismo, insegurança e perda de autonomia, agressão e fragmentação, força do ego fraca, preocupações sexuais, organicidade, superficialidade, reserva, oposição, capacidade de permitir afeto.
Ciclo Avaliação Arterapêutica
3) Encontro Diagnóstico com as crianças
Durante esta primeira fase, foram feitas atividades que propiciaram a expressão de forma livre e autêntica, através de técnicas conhecidas. As crianças escolhidas pela diretora da Instituição para o grupo de Arteterapia, foram crianças novas, sem histórico de participação em anos anteriores, de forma que este trabalho também fosse uma novidade para elas. As crianças se conhecem de fora dalí, pois todos moram perto, e estudam em duas escolas do bairro, a Escola Municipal Paulo de Almeida ou na Escola Municipal Julia Cortinez.
A aula começou com o JV e o NG dizendo que eles eram macumbeiros, logo assim que sentaram a mesa, eu então os perguntei o que era ser macumbeiro e eles disseram que eles faziam macumba, e continuei a perguntar o que era fazer macumba e AL disse que era ter um prato cheio de dinheiro. O JV voltou a dizer que ele era macumbeiro e eu perguntei a ele novamente o que era ser macumbeiro e ele disse que ele tocava tambor. E assim o assunto parou.
AG não queria participar da aula, pois alegou estar triste com saudade da avó. Então disse para ela que ia ser legal fazer a Arteterapia com o grupo, pois ela ia se distrair. Ao entrar na sala, ela falou diversas vezes que estava com saudade da avó, e que esta morava em um bairro nobre de Niterói (sendo que a mãe dela era órfã). 
Técnica do Nome
Esta técnica consiste em solicitar que se escreva o seu primeiro nome na folha, recorte em volta do seu nome e faça um desenho com a imagem, que tenha a ver com a sua personalidade ou o seu nome. Depois, apresente o seu nome e o seu desenho para os outros do grupo.
Objetivos: apresentação
Materiais: folha A4, hidrocor, lápis de cor e tesoura.
Passo a passo: solicitar que se escreva o seu primeiro nome na folha, recorte em volta do seu nome e faça um desenho com a imagem, que tenha a ver com a sua personalidade ou o seu nome. Depois, apresente o seu nome e o seu desenho.
O trabalho iniciou-se com uma sensibilização através de um relaxamento respiratório, já que todos estavam bem ansiosos. Logo em seguida foi distribuído o material para o Exercício do EU, com a folha dobrada ao meio, para que a criança escreva seu nome e recorte em volta depois e fazendo um desenho no seu interior posteriormente. As crianças tiveram dificuldades em entender o exercício. Embora eu tenha exemplificado diversas vezes e tenha dito quem já tinha feito certo, eles recortaram errado, e desenharam sobre temas gerais e não sobre si mesmos.
Durante o exercício, foram colocados dois copos com 24 canetas esferográficas, para que eles dividissem entre si, o que gerou uma grande dificuldade quanto à “divisão por gênero”, menino x menina. G foi o único que encheu a mão com várias canetas e teve dificuldade em usar uma cor de cada vez. Apesar de ter demorado a começar, o desenho dele chamou a atenção pelo traço e pela criatividade.
AG e a AL fazem tudo de forma muito interdependente, uma dá palpite no que a outra faz o tempo todo. AG desenhou bombons, pois ela disse que não pode comer chocolates e já foi parar no hospital por causa disso e a AL desenhou uma “loja de cupcakes”.
M, apesar de ser a menor de todos, se impõe perante o grupo, é quieta e concentrada assim como G.
JV e o NG ficaram implicando um com o outro e em determinado momento deixaram a atividade de lado. O JV copiou o desenho do G e o NG desenhou um carro vermelho que depois ele cobriu com um rabisco escuro (percebo nele certa insegurança, pois além de demorar a desenhar ele fica olhando o desenho dos outros).
Atividade do Crachá
A segunda atividade proposta foi a elaboração de um desenho que seria pendurado no pescoço por um barbante, como um “crachá” onde eles teriam que responder a pergunta “-Quem sou eu?”, adaptado de outra atividade chamada de outdoor, onde se recortam e colam em um papel, figuras que reflitam como a pessoa está no momento, reforçando o exercício anterior. Adaptei esta atividade de outra técnica chamada outdoor.
Objetivos: Trabalhar a identidade
Materiais: cartolina, revistas, tesoura, barbante, cola e canetas de hidrocor.
Passo a passo: recortar e colar figuras que reflitam como a pessoa está no momento.
Assimfoi disponibilizado sobre a mesa, papéis de todas as cores com lápis de cor, giz de cera e hidrocor para que eles escolhessem como queriam fazer o trabalho.
O JV foi o único que escolheu uma folha preta, todos os demais escolheram cores claras e luminosas. Ele foi o primeiro a terminar o desenho também, desenhou uma mão e um arco e flecha vistos de cima em tons de verde. E ao se apresentar para o grupo, ele disse que era um índio.
 NG demorou a começar a desenhar, por fim desenhou um navio e disse que ele era um pirata e ficava implicando com o G que estava sentado ao seu lado.
 G desenhou duas pessoas fantasiadas de mão, sendo que estas mãos estariam com catapora. Perguntei se eles tinham tido catapora alguma vez e ele disse que sim.
 AL desenhou uma festa de aniversário na qual ela se imaginava no futuro, onde apareciam uma princesa e uma mesa com bolo e doces, que ela dizia ser eu, mas que todos do grupo eram convidados.
 AG desenhou a mesa em que estávamos trabalhando em meio a corações floridos, desenhou todos do grupo em volta da mesa inclusive eu, como se a aula fosse em um jardim, dizendo que aquilo nos faria um imenso bem, poder estar em um lugar bonito e poder ter uma aula assim. Ela falou o quanto isso era importante, tanto quanto sonhar e poder ser feliz, onde até a favela fosse um lugar cheio de árvore e verde, o que tem muito a ver com o assunto que estou abordando em meu TCC. 
Por último a se apresentar foi a M, que fez um Arco Íris, um homem sem pé e mais duas pessoas. Somado a isso, no dia que a mãe veio responder a anamnese ela fez o mesmo desenho umas seis vezes, um arco íris e um homem. Que eu perguntei quem era e ela disse que era o Hulk.
	Essa segunda parte da oficina foi bem difícil de controlar as crianças, pois como eu estou dando aula na sala de leitura que tem brinquedos e livros, as crianças quando estão esperando os outros terminarem seus desenhos, correm para pegar livros ou fazer bagunça e isto dispersa o grupo e fica difícil prestar atenção em tudo o que eles estão fazendo. Por isso é importante ter o material de apoio em filmagem, para ver quem fez o que depois.
Ciclo Avaliação Arterapêutica
4) Encontro Diagnóstico com as crianças
Técnica do Outdoor
Neste dia foi utilizada a técnica do Outdoor para reforçar esta fase diagnóstica para elaboração do perfil, juntando as técnicas anteriores e o teste HTP.
Objetivos: Trabalhar a identidade
Materiais: cartolina, revistas, tesoura, cola e canetas hidrocor.
Passo a passo: Recortar e colar figuras que reflitam como a pessoa está no momento.
Foi elaborado um setting com canetas hidrocor e várias figuras infantis em diversas situações de lazer, animais, natureza, situações familiares, uma folha de papel branca, cola e tesoura para cada um, e foi pedido as crianças que elas elaborassem uma espécie de cartaz ou outdoor de si mesmas, falando como a atividade pede, do que elas gostam de fazer.
Duas crianças não compareceram a Instituição, então o trabalho ficou apenas para parte do grupo.
As crianças separaram as figuras que mais gostaram e começaram a colagem. Tudo ia normal até que JV ao se deparar com a imagem de uma mulher negra (a mãe disse que ele tem problemas em aceitar a sua cor por ser negro e ela parda) disse que ela era feia e não tinha cabelo liso. E a partir deste momento o foco dele passou a ser procurar “uma mulher para ele”. Como todas as imagens que foram levadas eram infantis, de crianças ou de mães e seus filhos, JV junto a NG começaram a recortar e amassar todas as imagens dizendo que não tinham cabelo liso ou não eram bonitas e que precisavam arrumar uma mulher, uma “mulher gostosa” e repetidas vezes ficavam repetindo essas palavras, tirando totalmente o foco do trabalho que estava sendo feito muito bem inicialmente. 
As figuras começaram a ficar destruídas, prejudicando o trabalho das outras crianças presentes. Foram pegas outras revistas emprestadas para que eles pudessem buscar outras imagens, mas eles continuaram a fazer a mesma coisa e cobriram com novas imagens de mulheres. 
Quando todos acabaram, foi dada uma segunda parte de colagem, na qual foram oferecidos diversos tipos de grãos e sementes, para que as crianças associassem cheiros e sabores às suas memórias e ao trabalho outdoor. 
Enquanto AG e NG esboçavam lembranças com as sementes, JV continuava preocupado em chamar a atenção para o fato de cobrir desordenadamente com as sementes as mulheres como numa “toca” para ninguém pegá-las.
NG repetiu o processo de JV e na hora da plenária não quis se manifestar, perguntei sobre as figuras que ele havia colado no início do trabalho, que ele havia escolhido e ele disse que era qualquer coisa, perguntei se ele se achava qualquer coisa, já que o trabalho era sobre ele, sobre coisas que ele mesmo escolheu e ele não respondeu.
 AG e AL conseguiram assimilar as explicações tranquilamente e o trabalho foi feito de forma clara, enquanto JV e NG fizeram um trabalho confuso, coberto por sementes desordenadamente e assim, durante a plenária não sabiam falar claramente sobre eles.
AL escolheu apenas imagens relacionadas à Turma da Mônica em diversas situações as quais ela se identificou, como ir à praia, brincar, amigos. E colou sementes de mostarda em volta, apenas para preencher os espaços sem nenhuma preocupação especial, apenas pela forma.
AG fez uma colagem sobre mulheres, disse ter escrito um livro sobre moda a qual ela ainda não pintou e colou uma foto de um bebê que era cuidado pelas mulheres da colagem em uma relação de trabalho ao mesmo tempo familiar.
Ao final deste ciclo, e após recolher o máximo de material diagnóstico entre entrevistas com pais, crianças e técnicas, é hora de elaborar o perfil do grupo, e só a partir daí é possível traçar uma linha de trabalho, de acordo com as demandas do grupo.
Assim, após a aplicação de todos os testes HTP, foi possível junto à supervisão de estágio, traçar o perfil diagnóstico do grupo, e foi demonstrado como as crianças deveriam ser trabalhadas durante o ciclo de Intervenção Arteterapêutica por ordem de relevância:
-Identidade
-Autoestima
-Flexibilidade
-Segurança
-Ansiedade
Para elaboração do plano de trabalho, foram desenvolvidas oficinas utilizando os quatro tipos de elementos básicos presentes na natureza – terra, ar, água e fogo. Paralelamente, foi dada ênfase ao reaproveitamento de materiais, a criação e valorização de materiais oferecidos pela natureza. 
PLANO DE TRABALHO 
1) Ar - Bola de Soprar + Estímulo + Colagem
2) Água - Sensibilização + Estímulo + Contorno do Corpo + Pintura
3) Terra - Sensibilização + Teia  + Estímulo + Autodesenho 
4) Água - Sensibilização + Estímulo + Pintura com barbante e olhos vendados 
5) Ar -  Sensibilização - Estímulo + Mandala de Areia - individual e em grupo
6) Terra - Sensibilização - Estímulo + Massinha modelar natural comestível + elaboração história
7) Fogo - Sensibilização - Estímulo + Escrever em um papel o que quer transformar e queimar e depois desenhar o que sentiu 
8) Fogo - Sensibilização - Estímulo + Mandala dos Desejos Comestível
9) Terra - Sensibilização - Estímulo + Argila em grupo
Ciclo Intervenção com o Cliente
1) Encontro de estímulos geradores com as crianças
Para sensibilização, foi dada uma bola de aniversário para cada criança e ao som de músicas de ciranda em um espaço especial da Instituição – no terraço, foi pedido que elas dançassem com suas bolas para que eles criassem uma identidade de grupo e ficassem mais unidas durante o trabalho proposto.
Logo após, começou-se por aplicar técnicas de acordo com o resultado dos 4 elementos dos participantes do grupo durante a anamnese, e na busca deste equilíbrio, foi feito um programa que contemplasse, além disso, materiais que estivessem, sempre que possível, ligados à natureza, de forma que a criança também reconhecesse estes elementos sensorialmente. Aqui no caso, começamos pelo elemento AR.
Técnica das Bolas
Objetivos: trabalhar o pensamento e a imaginaçãoMaterial: CD, Aparelho de som, Papel A3 lápis de cor ou giz de cera
Passo a Passo: Encher bolas focalizando o sopro. Trata-se de encher bolas coloridas, depois experimentar soltar o ar no seu corpo e encher novamente, soltando-os nos outros. No final, cada um amarra a ponta da sua bola, deixando-a cheia. Fluir com as bolas e o outro: propõe-se sentir a leveza, curtir as bolas. Depois trocá-las com os outros. Sentir o ar no corpo e as bolas, trocando com o outro ao som de uma música. Desenhar as sensações.
Técnica de Colagem com Materiais Naturais
Objetivo: Libera o processo criativo a partir de pedaços de materiais diversos.
Material: Materiais diversos encontrados na natureza, colas, tesoura, cartolina, lápis de cor e hidrocor.
Passo a Passo: selecionar os materiais que possam representar parte de um cenário ou personagem, recortar e colar na cartolina, completar a cena, desenhando com lápis de cor conforme o imaginado. 
Como estímulo, foi idealizado para nutrir visualmente o livro “Deusa e Semente Viva – menina e Boneca de Sementes Germinadas” de Luciene Prado, assim foi dado uma folha de papel e cola, com canetas coloridas, caso quisessem desenhar ou escrever algo. Foram colocados ao centro da mesa, diversos materiais naturais como musgo, serragem colorida, folhas secas coloridas, para que eles fizessem uma colagem livre.
JV e NG continuam dispersos e não gostam de se expor nas plenárias. Neste trabalho M, G falaram sobre jardins e AG desenhou um arco íris também e disse ter representado uma floresta nas várias estações do ano, e nesta floresta havia muitos caçadores. Os demais não quiseram falar sobre seus trabalhos. 
Ciclo Intervenção com o Cliente
2) Encontro de estímulos geradores com as crianças
Para iniciar a aula, foi feita uma ciranda de roda com cantigas que as crianças cantaram de seu próprio repertório. E logo após, no refeitório da Instituição, foi preparado o setting com massinhas de modelar caseiras.
Técnica da massinha de modelar
Objetivo: Trabalha a concentração, a ansiedade, o tato e a capacidade de construção.
Material: Pote, garfo, prato ou tábua, farinha de trigo, maisena, batata, batata doce ou inhame
Passo a Passo: Em um pote, amassar a farinha com um garfo, adicionar farinha e maisena até que a massa não grude mais na mão. Com a massa pronta sobre um prato, solicitar às crianças que construam algo livremente e depois contem uma história a partir disto.
Para esta atividade, ainda dando continuidade ao trabalho com o elemento TERRA, foi escolhido o trabalho com massinha de modelar, também conhecida como “playdough”. A partir de um vídeo escolhido na internet que mostrava uma criança da idade das crianças do grupo, mostrando como confeccionar sua própria massinha caseira, surgiram vários comentários sobre ser comestível ou não, se era possível fazer e como fazer e eles demonstraram bastante curiosidade.
Logo na sequência, foram mostrados, para nutrir visualmente o grupo, vários trabalhos infantis feitos a partir de massinha, para que eles vissem o que é possível fazer a partir daquele material, e por se tratar de uma aula sensorial a partir de materiais naturais, as massinhas foram feitas com raízes amassadas como batata, inhame, batata doce e farinha de trigo.
AG comentou que na casa dela não tinha este tipo de comida. Todos tiveram a oportunidade de conhecer as raízes de perto, ver, cheirar e tocar, pois foi levado um exemplar de cada massa.
Foi pedido que as crianças construíssem algo com a massa que viesse a ser uma estória depois, mas JV, NG não demonstraram interesse em ir além de usar a massa para fazer uma pizza ou panqueca, sendo que AL ainda acabou fazendo a mesma coisa que eles no final – uma comida. E não partilharam nada sobre a experiência, pois queriam ir brincar.
Já G foi o primeiro a desenvolver personagens e um cenário, sendo copiado por M, que desenvolveu outros personagens depois, e ambos contaram suas histórias de forma diferente.
G construiu dois gatinhos, ambos com uma refeição a frente que era um ovo, que ele disse ser de chocolate. E em volta havia cisternas.
AG construiu duas bonecas, uma maior e outra menor, mãe e filha, ambas indo ao supermercado fazer compras, pois iriam dar uma festa em família para comemorar a Páscoa.
OBS: As crianças elegeram a massa de batata como sendo a melhor entre todas.
Ciclo Intervenção com o Cliente
3) Encontro de estímulos geradores com as crianças
Três crianças faltaram no dia de hoje: AL, AG e M, então foi preciso fazer uma pequena adaptação nas atividades para que não se perdesse parte da linha de raciocínio traçada para tratamento a partir do perfil do grupo.
Iniciei a sessão com a elaboração de tintas naturais, para despertar sensorialmente e dar início a arteterapia.
Tintas Naturais
Material: cola, água, vasilha para misturar, colher, café, açafrão ou urucum moídos
Passo a passo: despejar tudo em uma vasilha, fazendo uma cor de cada vez, começar com meia xícara e ir vendo o ponto da tinta aos poucos até dissolver o pó.
Pedi que cada um se “responsabilizasse” por uma etapa, para que eles aprendessem a fazer em casa e pudessem ensinar também as suas mães.
Foram feitas tintas de café, açafrão e urucum, moídos e comprados em casas de produtos naturais, misturados à cola e água. 
Percebi que neste momento, consigo captar melhor a atenção do grupo, em especial JV e NG que sempre demonstram impaciência e pouca cooperatividade diante das atividades propostas. Assim, dando uma tarefa para cada um, foi fácil mostrar a eles o processo e ter o resultado final da tinta pronta para eles, o processo foi muito gratificante.
Falei para eles que não a utilizaríamos naquele dia, pois as meninas que faltaram também deveriam aprender, então propus uma colagem organizadora estruturadora a partir de papéis coloridos.
Recorte e Colagem
Objetivo: Libera o processo criativo e trabalha a relação com o corpo quando utiliza a opção de montagens a partir de pedaços de figuras
Material: revistas para recortar ou imagens recortadas, colas, tesoura, cartolina, lápis de cor e hidrocor.
Passo a Passo: selecionar nas revistas, figuras que possam representar parte de um cenário ou personagem, recortar a figura e colar na cartolina, completar a cena, desenhando com lápis de cor conforme o imaginado. Outra alternativa é montar personagens com partes do corpo vindas de diferentes figuras.
G escolheu uma folha amarela, e a partir de retalhos de papeis metálicos, recortou minuciosamente quadradinhos e os enfileirou, colando-os e também utilizou cola purpurinada. 
JV fez um “quebra-cabeça” e depois um helicóptero, e logo depois teve a idéia de escolher uma folha preta e utilizar o desenho para uma dobradura de um chapéu de soldado, aliás, temas de soldado, fuzileiro, caminhão com ferro são recorrentes em seus desenhos e partilhas, assim esta dobradura logo evoluiu para um barco. E dessa forma ele pediu para fazer um barco para NG também, que divide grande parte de suas partilhas e gostos, pois um copia o outro.
NG começou fazendo um desenho interessante, em 2D, ou seja, ele pegou uma folha de papel, fez uma marcação e sobre esta marcação ele colou outros desenhos. Novamente vemos um caminhão, uma pessoa e algo que parecia ser uma espada. Perguntei a ele, mas ele não soube dizer. 
Durante dois momentos ao longo do dia, NG demonstrou insatisfação e pouca cooperação com as atividades, recusando-se a desenhar, perguntei se ele gostaria de sair do grupo, pois não era obrigado a ficar ali, ele falou que queria ver filme e ali era chato. Falei que iria conversar com a Tia da Instituição e com a mãe dele, e ele então mudou de idéia.
Penso que a Arteterapia é justamente para se trabalhar com crianças que possuem dificuldades a serem vencidas, pois é fácil trabalhar com crianças dóceis, tranquilas e cooperativas, então como simplesmente excluir uma criança do grupo, pois ela destoa de todo o resto? Sigo trabalhando confiando no perfil do grupo, que é um pouco heterogêneoem alguns momentos e homogêneo em outro.
Contação de História e Desenho
Objetivo: a contação de histórias mobiliza conteúdos psíquicos e inconscientes, e o desenho ajuda a ordenar, trabalhar a objetividade, expansão do movimento, percepção espacial, coordenação motora.
Material: lápis de cor, hidrocor, giz de cera, folhas.
Passo a Passo: desenho livre a partir da história dada
Após esta atividade da colagem, propus uma contação de história, diante deste momento, para exercitar um pouco a reflexão e a sensibilidade do grupo através da fábula: “A Cigarra e a Formiga”, que eles disseram já conhecer, e pedi que eles desenhassem logo após.
G desenhou a mesma árvore de sempre, a formiga e a cigarra assim como no livro.
JV e NG mais uma vez se copiaram. NG ia começar desenhando um boneco, mas JV e eles começaram a desenhar juntos um barco. Argumentei que não havia barco na história da Cigarra e da Formiga e eles continuaram a desenhar de forma semelhante e a travar um diálogo entre si, como se fosse um navio de guerra e eles fossem fuzileiros e traziam a tona vários elementos, desta maneira, aquilo que me chamava atenção, eu ia fazendo perguntas, como por exemplo: “- Para onde o barco estava indo?”, - “Onde estariam a Cigarra e a Formiga?”, - “Porque eles se lembraram do barco durante a história?”.
As respostas, a princípio, em nada tiveram a ver com a história contada, e estavam recheadas de imaginação. A partilha se deu mesmo durante a confecção do trabalho.
Ciclo Intervenção com o Cliente
4) Encontro de estímulos geradores com as crianças
Contorno do Corpo + Pintura
Objetivo: Consciência corporal ao desenhar o corpo e para pintura, atividade desbloqueadora, dissolvedora, promove expansão percepção sensorial e emocional das cores, ativa o fluxo criativo.
Material: potinhos diversos, água, folha papel pardo, hidrocor, tintas naturais, pincel.
Passo a Passo: Dividir o grupo em duplas, um desenha o outro deitado na folha de papel. Após desenhar, cada um pinta seu desenho utilizando as tintas recebidas, partilhando como se sentiu durante a experiência.
 
Fomos para o terraço da Instituição e começamos a aula com um vídeo que mostrava justamente como fazer as tintas que fizemos a aula passada, todos assistiram e foi dado início a arrumação do setting terapêutico.
Pedi para que eles se dividissem em duplas para que um desenhasse o outro, ao mesmo tempo em que eu demonstrava como fazer em um dos coleguinhas, o que levou alguns a ficarem inseguros. Continuei incentivando-os dizendo que ali era um momento de aprendizado e que o importante era aprender e fazer outras vezes depois, podendo ser em casa, ou até ali mesmo.
Foi interessante observar como cada um se comportou, por onde começaram a pintar, que cores escolheram. 
Além disso, G não queria ser desenhado, pois a mãe disse que ele não podia se sujar, então o usei como exemplo.
M também foi desenhada por mim, pois a achei muito pequena e quis ajudá-la a começar pela pintura.
NG e JV formaram uma dupla que logo se desentendeu e foi para as ofensas, NG se chateou, fui novamente falar com ele que estamos todos ali aprendendo, e G que já estava desenhado, ajudou-o e assim ele pode começar.
Finalizei o desenho de JV para ele poder começar.
AL e AG também formaram uma dupla, AL desenhou AG que não gostou do desenho e ela queria “se desenhar”, expliquei a ela que o trabalho não era o auto-desenho, e ela iria ficar diferente dos demais. O objetivo era ela se expressar através da pintura, utilizando aquelas cores de tintas. Só aí ela começou a pintar. AG é muito dependente emocionalmente das opiniões de AL, enquanto AL não é assim em relação à amiga (elas são como primas, segunda a mãe de AG).
G também desenhou AL, e esta logo começou a pintar. 
Após iniciados os trabalhos, todos começaram a pintar e um deles teve a idéia de misturar uma tinta com a outra para fazer uma cor diferente, e pela primeira vez, eu senti uma identidade surgindo entre eles, pois todos começaram a misturar as tintas e isso parecia estar sendo bem legal, e esta liberdade em criar fez com que eles dividissem diferentes tons entre si, e a aula transcorreu sem maiores problemas.
Os trabalhos que mais se destacaram foram os do NG e G, justamente o primeiro e o último a terminarem, pois NG acabou e todos começaram a correr e a derramar tinta sobre a folha, principalmente JV.
G ficou pintando tranquilamente e misturando suas tintas e acabou seu trabalho por último. 
Embora eu tenha feito algumas perguntas durante a pintura dos desenhos, como: - “O cheiro das tintas faz vocês lembrarem alguma coisa?”, - “É bom pintar com uma tinta que tenha cheiro de tempero?”, não houve partilhas na aula de hoje. 
Ciclo Intervenção com o Cliente
5) Encontro de estímulos geradores com as crianças
Hoje descobri que M, faltará todas as terças, pois terá dentista. Uma pena, perderá metade das vivências.
Técnica da Teia
Objetivos: Apresentação, Identidade, reconexão.
Materiais: rolo de barbante ou lã
Passo a Passo: Em uma roda, cada participante que recebe o rolo ou novelo nas mãos, enrola em pedacinho da linha no dedo e se apresenta, fala o que gosta e o que não gosta de fazer, e passa adiante para outro participante que fará a mesma coisa, até que o rolo regresse ao primeiro novamente, mostrando a importância de todos para que a Teia não desmonte.
Começamos o trabalho fazendo uma ciranda para despertar as crianças, e logo em seguida a técnica de construção chamada Teia. As crianças estavam muito pouco cooperativas no início da atividade, o que torna difícil a mobilização. NG, como sempre, não quer participar das atividades propostas, hoje alegou que estava com sono. AL foi a primeira, AG foi a segunda, passando para JV, que passou para G e este para NG.
Fiquei muito impressionada com o relato de AG, que no momento de falar do que não gostava, descreveu vários exemplos de violências e abusos, para uma criança de 6 anos. JV falou sobre o medo de perder a mãe, e do quanto ele não gosta quando ela briga, e do medo dela abandoná-lo. G disse que não sabia fazer a atividade, mas acabou fazendo citando apenas coisas que gostava, disse que não tinha nada que não gostasse. NG alegou estar com sono, não queria cooperar na Teia o que atrapalhou o grupo todo, um puxava o fio do outro, e a partir daí foi mostrada a desunião do grupo e o quanto é importante quando há união, e mesmo assim o quanto todos somos parecidos, pois gostamos e não gostamos das mesmas coisas.
Técnica do Autodesenho
Objetivos: percepção, aqui e agora, conscientização de si mesmo.
Materiais: folha A4, lápis de cor, giz de cera, hidrocor.
Passo a passo: em silêncio, escolher as cores com as quais gostaria de desenhar, pegue o papel e feche os olhos entrando em contato com a existência física e com as sensações reais que está tendo. Tome consciência de como se sente internamente. Deixe aparecer algumas imagens visuais que expressem alguma forma o seu ser interior e a forma como se sente em relação à vida. Agora abra os olhos e crie um desenho que represente você mesmo. Durante a partilha, apresente este desenho falando em primeira pessoa e de como você criou o desenho.
Como estímulo para a atividade do autodesenho, foi mostrada a exposição online da artista e fotógrafa Angelica Dass (http://humanae.tumblr.com/), sobre igualdade racial ao redor do mundo, assim como trabalhos infantis inspirados nesta exposição feitos por outras crianças de outros países, para nutri-los visualmente.
JV ao ver a exposição, que mostrava pessoas do ombro para cima, automaticamente voltou com o mesmo comportamento do dia da colagem com sementes, onde tudo que ele procura, era uma imagem de uma “mulher gostosa”, e novamente expliquei que era uma atividade de autodesenho, onde eles teriam que desenhar como eles se veem. JV desenhou uma mulher com um furo preto no meio no lado esquerdo do papel. Depois ao centro, desenhou aquela que chamou de namorada com os órgãos sexuais e um furo no meiotambém, e do lado direito do papel se desenhou, ambos maiores do que a mãe.
NG copiou desenho de JV em parte, o que seria o desenho da mãe, mas depois fez seu próprio desenho.
G desenhou uma linha que dividiu a folha ao meio, como se fosse o chão, e sobre ela dois personagens sem braço, um era ele e o outro era outra aluna do grupo, M. 
AL ficou conversando com JV desatenta da atividade e começou o desenho por uma paisagem, e depois se desenhou como de costume, vestida como princesa no lado direito do papel, com uma casa pequena, preto e branco, do lado esquerdo do papel.
AG foi a última a começar e a última a terminar, mais uma vez pediu auxílio da borracha para apagar o lápis de cor, também desenhou uma paisagem, copiando o desenho de AL, e do lado direito da folha, desenhou ela e a mãe, ambas loiras e brancas e do mesmo tamanho. 
Técnica da Mandala Coletiva
Objetivos: Estruturação, criatividade
Material: Um grande círculo de papel, mdf ou qualquer material que forneça uma base a ser costumizada, materiais diversos para cobrir a base como botões, miçangas, pedrinhas, sementes, areia colorida, palito para modelar.
Passo a Passo: Preparar a base, colar no centro de uma mesa ou grupo sentado ao chão, de forma que todos tenham acesso ao material e a base de igual maneira. Preencher os espaços de acordo com a imaginação.
A mandala foi desenhada sobre uma folha de papel Kraft, para que cada um do grupo tivesse uma fatia a adereçar. Como estímulo visual, levei um pequeno vídeo sobre os monges budistas que fazem mandalas de areia colorida (https://www.youtube.com/watch?v=GA3su0ECdPc), para que eles se inspirassem, enquanto eu separava o material.
A areia foi disposta em pequenos potes onde todos teriam que dividir as cores para montar seus desenhos.
JV começou colocando várias cores sobrepostas, sem fazer nenhum desenho e sem planejamento algum, apenas acrescentava uma cor sobre a outra, até que em dado momento ele começou a fazer uma montanha de areia colorida sobre o papel. A mesma coisa que ele já havia feito na atividade outdoor , quando juntamente com a colagem, pedi que eles colassem algumas sementes no trabalho que trouxesse alguma lembrança ou cheirinho, e ele simplesmente cobriu o trabalho. Ele fez isso na colagem com materiais naturais também, cobriu o trabalho sem maiores critérios, e não fez partilha. Faz-me pensar que ele mobiliza muito conteúdo psíquico quando começa a pegar todo esse material, mas não consegue dar forma nenhuma a isto, é abundante. Perguntei a ele o que estava fazendo, ele disse: ”- É um peixe.” Pois até então o que o estava distraindo, era misturar as cores da areia com a mão sobre o papel.
NG como sempre estava fazendo o mesmo que JV, começou fazendo uma montanha colorida, misturando todas as cores, perguntei a ele se havia entendido que era para usar as cores para fazer um desenho como no vídeo que mostrei, aí ele se desenhou, como quem desenha na areia da praia. Depois disso, começou a fazer desenhos com cores separadas, mas na hora da partilha disse ser apenas uma montanha muito longe.
AL começou fazendo o que parecia ser uma paisagem, mas ela recolheu a areia e recomeçou fazendo pequenas misturas de cores e finalizou com um quadrado rosa e azul.
AG soube utilizar as cores para fazer uma forma que disse ser ela mesma.
G disse ter feito um peixe.
Ao final do trabalho, nos juntamos para jogar sobre o papel todas as areias que restaram e fizemos uma grande montanha de areia colorida ao centro. Simbolizando o desapego, assim como é a mandala de areia para os monges budistas.
Ciclo Intervenção com o Cliente
6) Encontro de estímulos geradores com as crianças
A oficina de hoje foi no Solar do Jambeiro, um lugar bastante agradável aqui em Niterói, com uma casa do início do século em uma grande área externa. A atividade foi elaborada para começar no jardim e depois fazermos uma visitação dentro da casa. Logo quando chegamos começou a chover, o que atrapalhou um pouco. O objetivo era trabalhar o elemento água, então fizemos uma dobradura de um barco e colocamos sobre o TNT simulando o mar com conchas verdadeiras para sensibilizar antes da atividade.
Logo depois fizemos a visita guiada na casa para voltarmos para o almoço na instituição. Após a visita, voltamos para a Instituição para a atividade plástica.
Técnica da Pintura as Cegas
Objetivos: flexibilidade, ansiedade, movimento corporal.
Material: papel, barbante, tinta, venda para olhos
Passo a Passo: Vendar os olhos, colocar uma folha a frente, e um pedaço de barbante na mão do participante. Mergulhar o barbante na tinta e pedir ao participante que sinalize quando quiser parar ou trocar de cor.
Fiz a atividade um a um. Foi difícil controlar a ansiedade deles, pois eles não tiveram a segurança de se entregar a atividade sem tentar levantar a venda dos olhos. O único que fez a atividade de forma mais tranquila sem se preocupar com o resultado foi justamente JV. 
Todos os demais queriam ver o que estavam fazendo durante processo, mesmo explicando diversas vezes como era a atividade.
Ciclo Intervenção com o Cliente
7) Encontro de estímulos geradores com as crianças
 	Hoje foi trabalhado o elemento fogo. Foi montado um setting muito especial com o nome de “Cantina do Amor” inspirada na Pizza do Amor do Bruno Meyer, e em forma de vídeo, tivemos dois estímulos para as crianças, o primeiro explicando como é o processo de fazer a Pizza do Amor (https://vimeo.com/107778292) e segundo, quando eles foram fazer uma ação na Cidade de Deus – RJ (https://vimeo.com/114700356).
 	Adaptando para a Arteterapia, foi necessário conciliar os ingredientes a sentimentos comuns do nosso dia a dia, que pudessem ser transformados positivamente através do cozimento, fosse dedicando a pizza a alguém na hora de comê-la, fosse na hora de montar a pizza como uma mandala, fosse mentalizando na pessoa na hora de cada mordida.
Técnica da Mandala Comestível
Objetivos: trabalha a ansiedade, estruturação, criatividade, fazer escolhas
Material: ingredientes de pizza, doce e salgada, a critério do arteterapeuta, luva para as crianças, guardanapos, perto de um forno
Passo a Passo: arrumar os ingredientes lado a lado, divididos entre doce e salgado, para que a criança tenha visibilidade na escolha. Na frente de cada ingrediente, associar a um sentimento bom, uma boa ação a ser transformada. Deixe uma base para que a criança possa montar suas pizzas e ir pensando o que quer escolher para cada uma. Depois é só ir ao forno e quando estiver pronto, comer ou oferecer a alguém, mentalizando nas palavras que escolheu como ingredientes.
As crianças demonstraram bastante entusiamo diante da atividade, NG foi o único que faltou.
Após arrumar todo o setting, e explica que esta atividade se assemelhava a mandala de areia que havíamos feito recentemente, percebi que eles tinham dúvidas quanto ao sabor dos ingredientes, pois eles não conheciam azeitona, champignon, manjericão, hortelã, castanha, doce de banana e maça caseiros, para eles tudo era novidade, então fiquei feliz em levar para eles essa parte, pois a intenção era levar mesmo coisas novas e saudáveis.
Cada um recebeu três pizzas pequenas e pode fazer suas escolhas, e enquanto um estava montando sua pizza, os outros desenhavam sobre a atividade.
Eles não sabem ler ainda, então eu indiquei o que estava escrito em todas as placas e me ofereci para ajudar. 
A atividade foi possível graças à colaboração da cozinheira da Instituição, que deixou utilizar o forno em meio aos preparativos para o almoço.
G disse que faria a pizza, mas que não iria comer, disse a ele que desse para outra pessoa então. Parecia não entender muito os critérios e misturou doce com salgado em uma das pizzas.
M comeu uma, e quis dar as outras para outros alunos da Instituição.
AL também comeu uma e quis dar uma para uma professora.
AG fez verdadeiras mandalas nas suas pizzas, as decorou com capricho, e comeu todas.
JV foi o único que partilhouque estaria fazendo as pizzas para sua mãe, pareceu ter profundo entendimento do que cada ingrediente significava, pois me perguntou qual dos ingredientes era o perdão. Quis adicionar amor e beijo, sempre dedicados à mãe. Na hora de comer, ele me ofereceu duas das três pizzas. E ficaram ótimas!
Após esta atividade, aproveitando o gancho da transformação, eu ainda apliquei uma técnica junguiana do fogo.
Técnica do Fogo
Objetivos: trabalhar a intuição e a concentração
Materiais: folha A4, caneta, velas, fósforo e bacia
Passo a Passo: Escrever algo que queira transformar em sua vida e queimar esse papel, como se estivesse transformando o que deseja. Logo após, desenhar a sensação que a transformação lhe causou.
Pedi para que cada uma das crianças desenhasse em um papel, pois eles não escrevem ainda, o que gostariam de transformar em suas vidas, algo que quisessem fazer, ou algo que quisessem mandar embora. 
M prontamente falou que queria o pai falecido de volta e disse que desenhou um ovo quebrando, com um pintinho saindo de dentro, ao centro do papel.
AL se desenhou ao centro, indo da esquerda para a direita do papel, andando com um cachorro em uma paisagem e com uma coroa na cabeça.
G se desenhou, apenas como uma bola com braços e pernas, descendo uma escada da direita para a esquerda.
JV desenhou uma casa grande de dois andares, assimétrica, porém diferente e um pouco melhor do que as casas que eles desenhavam anteriormente.
AG se recursou a desenhar. Disse que estava com saudades da mãe. Mas queria que a maldade fosse embora do mundo. 
Ciclo Intervenção com o Cliente
8) Encontro de estímulos geradores com as crianças
O princípio o dia de hoje seria uma oficina de argila e ser desenvolvida no Museu de Arte Popular Janete Costa, um local muito agradável perto da Instituição, que sempre abriga exposições de arte popular de forma recorrente. Eles têm um espaço muito legal, dedicado ao educativo, então iríamos fazer esta última aula do ciclo lá. Mas devido à chuva forte, o passeio teve que ser cancelado, e a atividade teve que ser desenvolvida dentro da Instituição. 
Demos início, com uma sensibilização utilizando bastões de massagem, escovinhas proprioceptivas, onde cada um tinha a oportunidade fazer estímulos e ser estimulado pelo outro. M e G não compareceram a Instituição.
Técnica Segurança
Objetivos: trabalhar a segurança, base e transformação.
Materiais: Argila, papel recortado em círculo
Passo a Passo: sentir a terra em grupo sentar-se em uma roda com um bolo de argila ao centro. Todos juntos sentam e amassam a terrra. Pegar um pedaço de terra e dar forma, sentir a terra de olhos fechados. Nomear e colocar no mundo, colocar a forma em um papel recortado em círculo no centro de uma roda atribuindo um nome.
Após a estimulação, cada criança ganhou uma medida de argila, e foram exibidos pequenos vídeos de crianças fazendo bichinhos e mostravam como trabalhar a argila (https://www.youtube.com/watch?v=L19VZrBDzAM) e (https://www.youtube.com/watch?v=cLn3CyneOic). 
Pedi para que cada criança amassasse sua argila separadamente. Embora eu não houvesse dado nenhuma indicação para modelarem algo, imediatamente JV fez uma arma de argila chamada por ele de “12” e AG estava fazendo um cachorrinho, até quando pedi que todas juntassem suas argilas ao centro. Todos atenderam prontamente. NG foi o único reticente, dizendo que queria fazer suas coisas sozinho, mas expliquei a ele inúmeras vezes que a atividade não era aquela, e que todos tinham que juntar suas argilas e fazer apenas uma escultura. 
Eles ficaram bastante tempo amassando a argila em conjunto, e não materializavam nada. Pediam inúmeras vezes que eu molhasse a argila, mas não saíam disso. Quando eram perguntados sobre o que iriam fazer, surgiam palavras como: “-Vulcão!”, “-Uma casa grande!”, mas efetivamente não conseguiam construir nada, até que eu dei a sugestão de colocar o plástico no chão para que eles se movimentassem melhor sobre a argila.
Logo depois, NG pediu para lavar as mãos e disse que não queria mais participar, sem querer falar o porquê.
As crianças continuaram mexendo a massa de um lado para o outro, e eu perguntei se elas estavam gostando de mexer com argila e elas prontamente disseram “-Sim!”, perguntei se aquilo fazia elas lembrarem alguma coisa e a resposta foi unânime “- Da minha mãe e do meu pai.” e depois perguntei sobre a construção e surgiram outras ideias “- Bolo!” e “- Fogão”.
Ao final, eles fizeram o que chamaram de “Chapéu da Periguete”, perguntei o que era periguete e eles disseram que era uma mulher que fazia coisas feias, dança e mostrava o bumbum. E apesar da música calma de fundo, eles estavam muito agitados e falando alto, de forma que a partilha sobre este conteúdo ficou limitada.
Logo em seguida, sentamos para definir o que seria feito para o próximo ciclo, e eles pediram o passeio no Solar do Jambeiro novamente, e quanto a técnica de arte, eles pediram as areias coloridas e a argila.
Ciclo de Preparação para Alta
1) Encontro auto-gestivo com as crianças
Hoje começamos o dia fazendo uma sensibilização respiratória, e em seguida começamos uma atividade de colorir mandalas individuais, enquanto esperávamos a hora de abertura do Solar do Jambeiro, local escolhido por eles para o dia de hoje.
Técnica da Mandala Individual
Objetivos: Estruturação, criatividade
Material: Mandalas desenhadas ou impressas em papel, lápis de cor, giz de cera, hidrocor 
Passo a Passo: Preencher os espaços de acordo com a imaginação.
A aula transcorreu sem maiores problemas, eles foram mais cooperativos, estavam cantando em grupo durante a aula, foi bem agradável.
M, AL fizeram mandalas pintadas superficialmente e pela metade. G pintou somente o centro da mandala. JV pintou a mandala inteira em um rabisco com 3 cores diferentes. AG pintou a mandala normalmente, mas quem definitivamente surpreendeu foi NG, pois escolheu uma mandala superdetalhada e a pintou no maior capricho. JV falou para ele desistir várias vezes ou rabiscar como ele, mas ele não desistiu e foi até o fim e ficou linda.
Técnica da Mandala Individual
Objetivos: Estruturação, criatividade
Material: Círculo de papel, cd ou disco de vinil, materiais diversos para cobrir a base como botões, miçangas, pedrinhas, sementes, areia colorida, palito para modelar
Passo a Passo: Preparar a base, no caso a forma foi previamente recortada. Preencher os espaços de acordo com a imaginação.
Logo depois fomos ao Solar do Jambeiro fazer nossa oficina de mandala de areia individual, além disso, levei sobras de materiais das outras aulas como sementes, folhas e musgos, além dos temperos.
Foi bem tranquilo, cada um fez sua mandala com um tema totalmente diferente.
AL fez um coração verde dedicado a sua família, mas a maior parte do tempo ficou misturando as cores das areias, vejo que todos eles gostam muito dessa parte de experimentação com os materiais, pois NG e JV fizeram a mesma coisa, enquanto que M, G e AG foram direto para o desenho.
G disse ter feito um homem, que se parece com seus desenhos anteriores, uma bola e duas pernas, dentro de um círculo que ele chamou de casa. Na hora que eu perguntei do porque ele ter usado as cores que usou, ele me disse cores completamente diferentes da que ele escolheu: -“Eu gosto de azul e vermelho!” sendo que ele utilizou amarelo. Será que ele enxerga diferente?
M disse ter feito uma homenagem a JV, ele estaria em uma poça de lama, e sobre ele havia uma nuvem azul. E fora da poça de lama, uma sujeira de piscina. Pedi que se abraçassem.
AG fez AL de cabelo loiro e sorrindo. Pedi que se abraçassem, pois achei muito fofo e mais uma mostra a necessidade de aceitação de AG em relação a AL.
JV fez uma montanha de areia sobre o desenho como ele sempre faz, misturando quase todas as cores, e no fim até achei que ele não tivesse desenhado nada com a cola, mas desenhou o que ele chamou de “guarda” com um homem pequeno sobre sua cabeça, e o que me pareceu ser um desenhoobsceno ao lado, que ele disse ser “uma arraia na água”, mas ele ficou rindo e se escondendo. Inclusive NG o questionou –“Ah tá, isso aqui é água!”.
NG desenhou uma Teia vermelho e preta, mas sem bicho. Perguntei: -“Cadê a aranha?” e ele falou “- Não tem aranha.”.
Eles ficaram super felizes de estar ali ao ar livre. E voltaram de lá pedindo mais passeios e atividades como aquela.
Ciclo de Preparação para Alta
2) Encontro Autogestivo
Hoje era o último dia de atividades, a última oficina antes da despedida e eles só me perguntavam se teria festinha e falei que hoje ainda não. 
Planejei levar um filme para assistirmos juntos chamado “Os Croods”, já que o material escolhido para hoje seria a argila, e este material mobiliza certa ancestralidade, memórias, pois o filme trata da estrutura familiar e seus conflitos diante das dificuldades.
Só que eles não quiseram ver por muito tempo. A gravação do filme não estava com uma boa qualidade, então para que todos escutassem, deveria haver silencio, o que não aconteceu por indisciplina de M e AL. NG já havia visto o filme e embora eu quisesse envolve-lo na narrativa, logo AL e AG começaram a brigar com M e todos se dispersaram, assim o estímulo foi deixado de lado e logo entrei na atividade da argila, com um bloco individual para cada um materializar. 
Técnica Argila Individual
Objetivos: trabalhar a segurança, base e transformação
Materiais: Argila de diferentes cores, objetos para marcar e talhar, spray ou vasilha com água 
Passo a Passo: sentir a terra, umedecer e amolecer a argila utilizando a água, manipulando-a, liberando as possíveis bolhas de ar de dentro dela. Cheirar, apertar e amassar até ir modelando o que deseja expressar.
Dessa vez, para trabalhar a argila, trouxe essência de camomila para ser misturada, mas do jeito que estavam agitados hoje, nem um caminhão de camomila! Depois também borrifei água de lavanda na argila e deixei-os mexendo no material por bastante tempo.
Durante grande parte do tempo, JV e NG implicaram com M, por ela ter começado uma pequena briga com AL no início da aula, chamando-a de bebê, pois M é conhecida na Instituição por chorar por tudo.
 Diziam que ela era muito brigona e ficaram verbalmente agressivos com ela, comecei a intervir e a falar que eles não deveriam ser assim, que todos têm defeitos e deveríamos ser amigos. Reparei que eles socavam a argila com agressividade, e continuaram a hostilizá-la, e eu fui contornando eles, observando o que estava emergindo daquilo ali. Até que JV disse que iria fazer uma “pistola de matar pessoas”, e eles continuaram a falar sobre assuntos violentos, e JV novamente fez uma pistola de argila, e aí as outras crianças disseram que “onde JV mora tem muita pistola, e um monte de bandido que fica matando pessoas”, em seguida todos ao mesmo tempo começaram a relatar que a polícia já tinha entrado na casa deles, que já viram tiroteio, na rua e que já tinham visto pistolas. 
O primeiro a materializar seu trabalho foi G, alheio a tudo isso, fazendo dois bonecos: um homem chamado Fred e uma mulher que ele chamou de Solange (nome da mãe). Após terminar o trabalho, recomendei que ele fosse ler uma historia, enquanto os outros estavam acabando seus trabalhos e ele mais uma vez disse que ia arrumar a sala, chegou a pegar a vassoura para varrer e foi apontar lápis.
AG fez um coração com uma carinha, que ela disse ser “Jesus”, depois fez uma flor dizendo ser a mãe e ela disse ser o coração.
AL também fez um coração, mas passou a maior parte do tempo mexendo a argila.
M também começou a fazer um coração, no final da aula, mas não terminou, pois ficou o tempo todo manipulando a argila, chegando inclusive a me pedir para fazer uma bola.
JV manipulou a massa, bateu, socou várias vezes, por duas vezes fez uma carinha feliz, amassou novamente, depois fez uma bola redonda e cortou em cubos, e eu lhe perguntei se era “uma broa de milho”, pois broa se fazia assim antes de botar no forno, assim ele separou em cubos e disse que eram bombons e depois nomeou como um churrasco.
NG também manipulou a massa várias vezes, bateu e socou, em certo momento disse estar fazendo um queijo, mas acabou não conseguindo nomear nada ao final. 
Ciclo de Encerramento
1) Encontro de Encerramento
Hoje foi feita a festinha de encerramento do grupo. M e G não foram a Instituição. Levei elementos de festa como bolo, refrigerante e mate, docinhos pensando também em todos os alunos do turno.
AG demonstrou nitidamente sua carência pedindo para que eu não fosse embora várias e várias vezes, e não me esquecesse deles. Repetidas vezes disse que voltaria para visitá-los, além da entrega dos trabalhos aos pais. Demos vários abraços e ganhei vários beijos durante o dia.
JV também demonstrou o mesmo questionamento, me perguntou em dois momentos diferentes “porque eu tinha que ir embora” e eu expliquei a ele que “eu precisava continuar estudando assim como ele, mas que outras tias legais iriam chegar, e ele iria continuar aprendendo várias coisas, falei que gostava muito dos desenhos dele, e que seria legal ele pedir para a mãe, material para desenhar”. É sempre muito bom ver esse lado puro da criança transparecer, ganhar um abraço apertado e a ver perguntar o porquê de você ter que ir embora...
No mesmo dia, conseguimos fazer uma reunião de equipe com as arteterapeutas, com a diretora-pedagoga e psicopedagoga da Instituição, para passar os casos das crianças, e foi muito positivo. Explicamos e debatemos cada criança, junto as suas relações familiares e aos trabalhos que foram vistos um a um, tudo aprovado para as devolutivas junto às famílias que serão marcadas de acordo com os horários disponíveis de cada uma. Juntamente com este material, serão entregues roteiros culturais e alternativos na cidade, revistas culturais com programas gratuitos que possam levar não só as crianças, mas toda a família a alcançar outro universo de ação durante as horas livres, saindo um pouco do contexto social da comunidade. Inclusive encerro meu relatório deste estágio com uma ótima fala de NG: 
“-Tia, eu bem chamei minha mãe para irmos ao museu!”
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REFERÊNCIAS
ACAMPORA, Beatriz; ACAMPORA, Bianca. 170 Técnicas Arteterapêuticas: modalidades expressivas para diversas áreas. 2. ed. Rio de Janeiro: Wak, 2014. 188 p.
CHRISTO, Edna Chagas; SILVA, Graça Maria Dias da. Criatividade em Arteterapia: Pintando & Desenhando Recortando, Colando & Dobrando. 5. ed. Rio de Janeiro: Wak, 2009. 114 p.
PHILIPPINI, Angela (Org.). Arteterapia: Métodos, Projetos e Processos. 2. ed. Rio de Janeiro: Wak, 2007. 172 p.
PHILIPPINI, Angela (Org.). Reencantamentos para libertar histórias. 2. ed. Rio de Janeiro: Wak, 2012. 118 p.
PHILIPPINI, Angela. Grupos em Arteterapia: Redes Criativas para Colorir Vidas. Rio de Janeiro: Wak, 2011. 158 p.
PHILIPPINI, Angela. Linguagens e Materiais Expressivos em Arteterapia: Uso Indicações e Propriedades. Rio de Janeiro: Wak, 2009. 148 p.
ROCHA, Dina Lúcia Chaves. Brincando com a Criatividade: Contribuições Teóricas e práticas na Arteterapia e na Educação. Rio de Janeiro: Wak, 2009. 184 p.
SMEDT, Marc. Caderno de Exercícios de meditação no Cotidiano. 2. ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2011. 62 p. Tradução de Stephania Matousek.

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