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GESTÃO ESTRATEGICA NA SEGURANÇA PÚBLICA
ATIVIDADE CONTEXTUALIZADA
EVANDRO VERGNE FILHO
01447730
SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM SEGURANÇA PUBLICA
Fortaleza, Ceará, que possui os seguintes dados estatísticos e divisões:
É a quinta maior cidade do Brasil e a décima segunda cidade mais rica do país em PIB. Possui também a terceira região metropolitana mais rica das regiões Norte e Nordeste. É um importante centro industrial e comercial do Brasil, o oitavo maior município do país em poder aquisitivo.
De acordo com o Censo do IBGE de 2010, havia 2.315.116 residentes na cidade de Fortaleza. 
A cidade de Fortaleza, atualmente está dividida em 121 bairros e em cinco distritos que, historicamente, eram vilas isoladas ou mesmo municípios antigos como foram a Parangaba e a Messejana. Além disso, possui 12 Secretarias Executivas Regionais e 39 Territórios Administrativos.
Além disso, existem as Áreas Integradas de Segurança (AIS), que se trata de uma divisão feita pela SSPDS para mapear a criminalidade por região de Fortaleza:
- AIS 1: Bairros: Aldeota, Cais do Porto, Meireles, Mucuripe, Praia de Iracema, Varjota e Vicente Pinzon;
- AIS 2: Bom Jardim, Conjunto Ceará I, Conjunto Ceará II, Genibaú, Granja Lisboa, Granja Portugal e Siqueira.
- AIS 3: Ancuri, Barroso, Coaçu, Conjunto Palmeiras, Curió, Guajeru, Jangurussu, Lagoa Redonda, Messejana, Parque Santa Maria, Paupina, Pedras e São Bento.
-AIS 4: Álvaro Weyne, Carlito Pamplona, Centro, Farias Brito, Jacarecanga, Monte Castelo, Moura Brasil, São Gerardo e Vila Ellery.
- AIS 5: Aeroporto, Benfica, Bom Futuro, Couto Fernandes, Damas, Demócrito Rocha, Dendê, Fátima, Itaoca, Itaperi, Jardim América, José Bonifácio, Montese, Panamericano, Parangaba, Parreão, Serrinha, Vila Peri e Vila União.
- AIS 6: Amadeu Furtado, Antônio Bezerra, Autran Nunes, Bela Vista, Bonsucesso, Dom Lustosa, Henrique Jorge, João XXIII, Jóquei Clube, Olavo Oliveira, Padre Andrade, Parque Araxá, Parquelândia, Pici, Presidente Kennedy, Quintino Cunha e Rodolfo Teófilo.
- AIS 7: Aerolândia, Alto da Balança, Boa Vista, Cajazeiras, Cambeba, Cidade dos Funcionários, Dias Macedo, Edson Queiroz, Jardim das Oliveiras, José de Alencar, Parque Dois Irmãos, Parque Iracema, Parque Manibura, Passaré, Sabiaguaba e Sapiranga.
- AIS 8: Barra do Ceará, Cristo Redentor, Floresta, Jardim Guanabara, Jardim Iracema, Pirambu e Vila Velha.
- AIS 9: Aracapé, Canindezinho, Conjunto Esperança, Jardim Cearense, Maraponga, Mondubim, Novo Mondubim, Parque Presidente Vargas, Parque Santa Rosa, Parque São José, Planalto Ayrton Senna, Prefeito José Walter e Vila Manoel Sátiro.
- AIS 10:  Cidade 2000, Cocó, Dionísio Torres, Engenheiro Luciano Cavalcante, Guararapes, Joaquim Távora, Lourdes, Manuel Dias Branco, Papicu, Praia do Futuro I, Praia do Futuro II, Salinas e São João do Tauape.
A violência é um reflexo e, ao mesmo tempo, um agravante das desigualdades socioeconômicas. É o que mostram os dados e o que falam os especialistas. Os números de Crimes Violentos Letais Intencionais e o Índice de Desenvolvimento Humano em Fortaleza mostram uma relação direta.
Em 2020, as três Áreas Integradas de Segurança, divisão da cidade feita pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social que apresentam os bairros com os mais baixos índices de desenvolvimento humano são as mesmas que têm os maiores números de homicídios. Enquanto isso, as três áreas integradas de segurança com os territórios com os maiores índices de desenvolvimento humanos tiveram os menores números de crimes violentos. 
No ranking de crimes violentos homicídios, feminicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte do ano passado, conforme dados da SSPDS, a área integrada de segurança 9 teve o maior número de ocorrências, 210, seguida pela área integrada de segurança 2, com 166 crimes, e pela área integrada de segurança 3, com 162 casos.
Na outra extremidade do ranking, estão a área integrada de segurança 1, com o menor número de homicídios do ano, 52, a área integrada de segurança 10, com 71 mortes violentas e a área integrada de segurança 4, com 74 crimes.
O Índice de Desenvolvimento Humano foi calculado no Brasil, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, pela última vez em 2010. A partir dessas informações, a Prefeitura Municipal de Fortaleza calculou os índices de desenvolvimento humano de cada bairro da Capital.
As áreas integradas de segurança com os menores números de homicídios têm os melhores índices, na área integrada de segurança 1, os bairros Meireles (0,95) e Aldeota (0,87) têm o Índice considerado alto pelo IBGE, ou seja, acima de 0,8. E os bairros Mucuripe (0,79), Varjota (0,72) e Praia de Iracema (0,72) têm índice de desenvolvimento humano médio entre 0,5 e 0,79. E apenas dois bairros têm o Índice baixo inferior a 0,5.
A área integrada de segurança 10 tem um bairro com o IDH alto, Dionísio Torres (0,86), sete bairros com o IDH médio (Papicu, Lourdes, Cidade 2000, Guararapes, Luciano Cavalcante, Joaquim Távora e Cocó) e cinco bairros com o IDH baixo. Enquanto a área integrada de segurança 4 tem três bairros com IDH médio (Centro, Farias Brito e São Gerardo) e seis bairros com IDH baixo.
Já nas três áreas integradas de segurança com mais mortes violentas, todos os bairros têm IDH baixo, na área integrada de segurança 9, são dez bairros, com destaques negativos para Canindezinho e Parque Presidente Vargas (ambos com IDH 0,14) e Planalto Airton Sena (0,17).
Na área integrada de segurança3 são 12 bairros, inclusive Conjunto Palmeiras (IDH 0,12) e Jangurussu (0,17). Enquanto na área integrada de segurança 2, são oito bairros, entre eles Genibaú (0,14) e Siqueira (0,15).
DESIGUALDADE REFLETE DIRETAMNETE NOS INDICADORES
Um breve comentário de especialistas sobre a questão de segurança Pública em Fortaleza, Ceará:
Pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência, da Universidade Federal do Ceará (UFC), sociólogo Luiz Fábio Paiva, lembra que nós somos um dos países mais desiguais do planeta. Quando a gente fala de desigualdade social, a gente não fala só de desigualdade econômica. Esse é um fenômeno que tem múltiplos efeitos. Ele tem uma repercussão na saúde. Esses bairros com menor índice de desenvolvimento humano também são bairros mais atingidos por problemas de saúde. A desigualdade repercute em todos os indicadores sociais. Vai incidir sobre a educação da população, acesso ao mercado, acesso à Justiça, às condições de vida, à salubridade.
Paiva ressalta que as pessoas que moram nos bairros pobres não são as mais violentas ou as mais propensas a cometer crimes. Essas pessoas, na verdade, sofrem com as condições sociais que criam os meios para que o crime aconteça. Se você observar a prisão de grandes lideranças do tráfico de drogas, em Fortaleza, eles foram presos nas áreas nobres. Mas onde é que o crime, as dinâmicas de território, de controle, onde é que se faz um varejo da droga. Isto acontece nos bairros mais pobres, onde se concentra a população mais pobre, negra, que sofre também com os fenômenos da discriminação e do racismo. É a população que mais precisa de segurança pública.
O membro do Comitê de Prevenção e Combate à Violência, da Assembleia Legislativa do Ceará, sociólogo Thiago de Holanda, corrobora que a violência é resultado da segregação. A exclusão social, a desigualdade, são marcadores fundamentais para compreender a dinâmica da violência, dos homicídios, nas cidades brasileiras, na América Latina.
Caio Feitosa também é sociólogo e mora no bairro Bom Jardim, que está localizado na área integrada de segurança 2, área que reúne os bairros com pior IDH de Fortaleza e onde foi registrado o segundo maior número de homicídios em 2020. Ele é associado ao Centro de Defesa da Vida Herbert de Souza, que desenvolve ações sociais diversas no mesmo bairro, inclusive de enfrentamento à violência.
Segundo Feitosa, o Bom Jardim e bairros em seu entorno têm muitas potencialidades, uma população grande, uma população trabalhadora ativa, mas devido as desigualdades, os moradores sofrem com a violência.
PROPOSTAS PARA SEGURANÇAPUBLICA
Após análise dos dados analisados sugiro as seguintes propostas para melhoria na Segurança Pública:
# Redução de homicídios: 12º no ranking mundial de homicídios por 100 mil habitantes, o Brasil não transformou desenvolvimento econômico em redução de mortes violentas. Para enfrentar o problema, é preciso criar um Plano Nacional de Redução de Homicídios, priorizando a investigação destes crimes e fortalecendo o controle de armas e munições;
# Reforma do modelo policial: A falta de integração, de capacidade de planejamento e de eficiência das polícias no Brasil são evidentes, especialmente após os protestos de junho de 2013.  O índice de Confiança na Justiça da FGV demonstrou que 70% das pessoas não confiam na polícia. Para combater a violência de forma efetiva, é preciso investir em polícias integradas de ciclo completo, que atuem na prevenção e investigação de forma integrada, com controle externo forte e autônomo;
#  Revisão da Política Criminal e Penitenciária: Com 712 mil presos, o Brasil é o 3º país que mais encarcera no mundo, sem que isso se reflita em diminuição da criminalidade. Não basta prender mais, é preciso prender de forma correta e racional, encarcerando somente quem comete crimes mais graves e priorizando alternativas penais para crimes mais leves, além de adotar medidas para garantir o controle do estado sobre as prisões;
# Revisão da política de drogas: A atual política de drogas é pouco clara e sujeita à prisão de usuários e traficantes a critérios subjetivos. Reduzir o encarceramento de pequenos traficantes e investir em políticas de prevenção são ações que comprovadamente ajudam a combater a dinâmica criminal em torno do tráfico de drogas de forma mais efetiva;
#  Aperfeiçoar a difusão e gestão de dados: Criar um sistema padronizado e integrado de gestão de informações, que seja disponibilizado de forma transparente para a sociedade;
# Novo pacto federativo: Para acabar com o jogo de empurra entre as responsabilidades da união, Estados e Municípios no campo da segurança pública, é preciso redefinir as responsabilidades dos entes federativos e qualificar gestores públicos para colocar em prática as políticas públicas na área.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
-.camara.leg.br;
- Congressoemfoco.uol.com.br/temas/segurança-publica;
- sspds.ce.gov.br;
- Ibge.gov.br.

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