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Antissépticos e lavagem de mãos - Clínica Cirúrgica

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1 
Khilver Doanne Sousa Soares 
Clínica Cirúrgica 
História da Antissepsia 
Semmelweis, em 1840, trabalhando em uma 
maternidade em Viena observou que as pacientes 
acompanhadas por estudantes apresentavam 
maior incidência de febre puerperal do que 
aquelas acompanhadas por parteiras. Após muitas 
investigações algo lhe chamou a atenção: os 
estudantes dirigiam-se diretamente das salas de 
necropsia para as enfermarias, com as mesmas 
roupas e sem lavarem as mãos. Procurando 
resolver a questão, estipulou que todos lavassem 
as mãos em solução de água clorada, não mais 
permitindo a passagem direta das salas de 
necropsia para as enfermarias. Os resultados em 
pouco tempo demonstraram redução sensível na 
porcentagem de febre puerperal. Apesar dos 
resultados, Semmelweis foi ridicularizado por 
alunos e professores, sendo mesmo afastado do 
serviço e sua hipótese ignorada. 
O ano de 1846 representa um marco na 
história da medicina: é realizada a primeira 
cirurgia sob anestesia, a dor finalmente vencida. 
Em 1860, Lister ao mesmo tempo em que 
toma conhecimento dos trabalhos executados por 
Pasteur observa que fraturas fechadas ao 
contrário das expostas, progrediam raramente 
para febre e supuração. Finalmente, em 1887, 
obtém êxito na intervenção cirúrgica de uma 
fratura exposta de rótula, fazendo a limpeza com 
solução de ácido fênico a 5%. O paciente evoluiu 
sem apresentar sinais de febre ou formação de 
pus na ferida. Inicialmente houve resistência por 
parte dos cirurgiões da época em aceitar suas 
teorias, porém com o decorrer dos anos seus 
trabalhos tornaram-se universalmente 
conhecidos e aceitos. Lister, por isso, é 
considerado o precursor da antissepsia. 
Esterilização 
Esterilização significa a destruição por 
completa de todos os microorganismos vivos, 
sejam eles patogênicos ou não, mediante agentes 
físicos (calor seco, calor úmido e radiação) e/ou 
químicos (gás óxido de etileno). Para conseguir-
se a esterilização, há vários fatores importantes: 
as características dos microorganismos, o grau de 
resistência das formas vegetativas, a resistência 
das bactérias produtoras de esporos e o número 
de micro-organismos e da característica do 
agente empregado para a esterilização. São 
esterilizados materiais metálicos, tecidos e 
vidrarias e antes que estes objetos sejam 
submetidos à esterilização, deve ser realizada a 
limpeza dos mesmos, para que se remova a maior 
quantidade de detritos e microorganismos 
superficiais. 
Tipos de Esterilização 
Calor Seco. Existem vários meios de se obter a 
esterilização. Um deles é o calor seco, que é 
obtido através da utilização de estufas elétricas 
que promovem a oxidação do citoplasma dos 
microorganismos. São esterilizados por este 
método, especialmente materiais metálicos como 
instrumentais e vidrarias como os tubos de 
ensaios. 
2 
Khilver Doanne Sousa Soares 
 
Calor Úmido. Este método é obtido no interior 
das autoclaves que fazem a associação de altas 
pressões com altas temperaturas. O calor úmido 
é letal para os microorganismos ao promoverem 
a coagulação de suas proteínas citoplasmáticas. 
Age por meio da difusão do vapor d'água para 
dentro da membrana celular (osmose), 
hidratando o protoplasma celular, produzindo 
alterações químicas (hidrólise) e coagulando mais 
facilmente o protoplasma, sob ação do calor. 
São esterilizados por este método especialmente 
materiais de borracha como as luvas, e de tecido 
como, por exemplo, gorros, capotes, gazes e 
campos. Atualmente os materiais metálicos, como 
os instrumentais, são também esterilizados por 
essa técnica. 
Após a esterilização por calor úmido, os objetos 
deverão passar pelo processo de secagem que é 
realizado no interior da autoclave. 
 
A fervura, que por muitas vezes é empregada 
como meio de esterilização, foi um método 
corriqueiramente usado na prática diária, mas não 
oferece uma esterilização completa, pois a 
temperatura máxima que pode atingir é 100ºC 
ao nível do mar, e sabe-se que os esporos, e 
alguns vírus, como o da hepatite, resistem a essa 
temperatura, alguns até por 45 h. 
Por isso, sua utilização deve ser evitada, visto que 
a fervura não consegue promover a destruição 
dos esporos (formas bacterianas que resistem a 
condições inóspitas), já que os mesmos possuem 
um intenso poder de desidratação. 
Radiação. A radiação é uma alternativa na 
esterilização de materiais termossensíveis, a 
exemplo de seringas de plástico, luvas e fios 
cirúrgicos. Por atuar em baixas temperaturas, é 
um método disponível em escala industrial devido 
aos elevados custos de implantação e controle. 
 Radiações ionizantes (raios beta, gama, X, alfa): 
Tem boa penetrabilidade nos materiais, mesmo já 
empacotados. 
 Radiações não ionizantes (raios ultravioleta, 
ondas curtas e raios infravermelhos): Devido a 
sua baixa eficiência, sua utilização está vetada 
pelo Ministério da Saúde desde 1992. 
Gases. A esterilização empregando gases é 
comumente realizada e um dos gases mais 
utilizados é o óxido de etileno. Porém, para o 
emprego deste, é necessário um equipamento 
especial e de alto custo, sendo este processo de 
esterilização mais utilizado por indústrias que 
fazem a aplicação do mesmo em objetos que não 
podem ser submetidos às estufas e às 
autoclaves, a exemplo de materiais descartáveis 
como telas de polipropileno, bem como 
embalagens de fios, agulhas e seringas. 
Destaca-se que o óxido de etileno é considerado 
tóxico. Deve-se haver um período de, no mínimo, 
7 dias entre a esterilização e utilização do 
material. 
Obs.: qualquer material é considerado não estéril 
a partir do momento em que este entra em 
3 
Khilver Doanne Sousa Soares 
contato com o ar que é contaminado. Assim, 
antes destes objetos sofrerem qualquer processo 
de esterilização os mesmos são envolvidos em 
panos ou papéis apropriados, o que garante uma 
maior durabilidade da esterilização. 
Deve-se lembrar que a durabilidade da 
esterilização vai depender do tipo de material 
utilizado para armazenar o objeto estéril, e não 
somente da técnica utilizada. 
 
Antissepsia 
Antissepsia visa combater os microorganismos 
patogênicos promovendo sua destruição ou 
inativação, sendo assim considerada um sinônimo 
de desinfecção. Porém, a antissepsia é 
empregada apenas em tecidos vivos enquanto 
que a desinfecção é realizada em superfícies 
inanimados. Para a realização da antissepsia é 
necessário o emprego de certas substancias 
químicas, denominadas antissépticos. 
O antisséptico ideal seria aquele que possuísse: 
 Amplo espectro de ação: sendo eficaz no 
combate a diversos microorganismos, 
como: bactérias, fungos, vírus e inclusive 
esporos. 
 Exercer a atividade germicida sobre a 
microbiota cutâneo-mucosa em presença 
de sangue, soro, muco ou pus. 
 Início de ação imediato. 
 Efeito residual prolongado, mantendo sua 
ação antisséptica horas após a sua 
primeira aplicação. 
 Apresentar uma baixa toxicidade para os 
tecidos orgânicos, como pele e mucosas. 
 Baixo custo. 
ANTISSÉPTICOS UTILIZADOS NA PRÁTICA 
O antisséptico ideal não existe, porém, devem ser 
utilizadas substâncias que agrupem a maior 
quantidade possível de suas propriedades. 
a) Álcoois 
Dentre estes, tem-se os álcoois etílico e 
isopropílico, em concentrações de 70 a 92 %. 
Estes antissépticos são utilizados com bastante 
frequência na antissepsia da pele para a 
aplicação de injetáveis, pois exercem ação 
germicida quase imediata, sendo bactericida, 
fungicida e virucida para alguns vírus, razão pela 
qual é usado na composição de outros 
antissépticos. Porém possuem um efeito residual 
diminuto e um espectro de ação limitado, além 
de ressecarem a pele em repetidas aplicações. 
Em virtude disso, atualmente, estão sendo 
substituídos por substâncias à base de cloro e 
iodo. 
b) Agentes oxidantes 
Esses compostos se caracterizam por liberarem 
oxigênio, que é germicida, quando entram em 
contato com a catalase, enzima encontrada no 
sangue e na maioria dos tecidos.Atuam oxidando 
o sistema enzimático dos microorganismos. O 
destaque deste grupo é o peróxido de hidrogênio 
(água oxigenada). Estes compostos possuem um 
efeito residual diminuto e estão entrando em 
desuso, visto que geram radicais livres que 
dificultam a cicatrização. 
c) Derivados furânicos 
Possuem ação bactericida. Como exemplo tem-se 
a nitrofurazona (furacin) que possuem amplo 
espectro antibacteriano, interferindo no sistema 
enzimático dos microorganismos pela inibição do 
metabolismo dos carboidratos, sendo sua 
utilização apenas tópica no tratamento de certas 
infecções estabelecidas na pele, feridas 
infectadas ou queimaduras, o uso contínuo pode 
provocar intolerância e sensibilização. Não afeta 
4 
Khilver Doanne Sousa Soares 
a cicatrização, a fagocitose e a atividade celular 
e a sua eficácia persiste na presença de sangue, 
pus ou exsudato. 
d) Halogênios e derivados 
Este grupo é composto por substâncias à base 
de cloro e iodo. Apresentam grande eficácia no 
combate aos microorganismos, eliminando até 
mesmo esporos. São recomendados em cirurgias 
de longa duração devido ao seu amplo efeito 
residual. O destaque deste grupo vai para o 
Iodopolivinilpirolidona (PVPI), conhecido 
comercialmente como Povidine®, apresentando-
se em três formas principais; o PVP-I alcoólico a 
base de álcool, o antisséptico PVP-I degermante 
que possui como base principal a água e o sabão 
e o PVP-I aquoso, que se encontra diluído em 
água. Ainda não são conhecidos por completo os 
mecanismos de ação do PVPI. Entretanto, 
Schreier e col. (1997) provaram que o PVP-I libera 
iodo livre, o qual interage com as membranas 
celulares dos micro-organismos, bloqueando 
ligações de hidrogênio e promovendo a formação 
de poros que levam ao rompimento, bem como o 
extravasamento de material citoplasmático. Além 
disso, verifica-se que o Iodo liberado, por diversos 
mecanismos, desloca a síntese de proteínas e 
ainda prejudica enzimas da cadeia respiratória e 
a ação de ácidos nucleicos. Vale a pena ressaltar 
que apenas o PVP-I aquoso pode ser utilizada no 
interior em lesões, uma vez que por estar diluído 
não diminui a quimiotaxia dos neutrófilos, ou seja, 
diminui a sinalização química emitida por essas 
células que deflagra o processo de cicatrização, 
além de promover citólise das mesmas. 
Dessa forma, em pessoas que possuem 
sensibilidade ao iodo, são empregadas 
substâncias a base de cloro como o Clorexidine 
(Gluconato de clorexidina), que tem ação 
imediata de aproximadamente 15 segundos e 
efeito residual prolongado, de 6 a 8h, visto que 
apresenta baixo potencial de toxicidade e de 
fotossensibilidade ao contato, sendo pouco 
absorvida pela pele íntegra. Este composto é 
bactericida e bacteriostático principalmente 
contra microorganismos gram positivos, mas não 
tão eficiente para microorganismos gram 
negativos. Seu espectro também inclui fungos e 
vírus e o mecanismo de ação consiste em se ligar 
a parede celular de células, induzindo o 
rompimento, além de promover desnaturação 
proteica e precipitação do citoplasma, levando à 
morte celular. Esse antisséptico pode ser 
encontrado em três formas, semelhantes à 
classificação do PVPI: alcoólica, aquoso e 
degermante. É válido ressaltar que o Clorexidine 
é um dos constituintes do Merthiolate e não deve 
ser utilizado no globo ocular, ouvido médio, 
cérebro e meninges. 
------------------------------------------- 
1. Álcool etílico (gel/líquido) – antisséptico + 
desinfetante 
2. Clorexidina (alcoólica - degermante) 
3. Iodopovidona (degermante/tópico) 
4. Mercuriocromo (toxicidade) 
5. Éter (baixa eficácia, resseca, 
desengordura) 
6. Agua oxigenada (baixa eficácia) “peróxido 
de hidrogênio” 
7. Permanganato de potássio (alívio de 
lesões cutâneas/banhos) 
8. Glutaraldeído (desinfetante= imersão 20 
min) 
9. Hipoclorito de sódio (desinfetante/uso 
odontológico em canais/tratamento de 
água) 
Desinfecção 
Consiste no processo de destruição dos 
microorganismos existentes em superfícies 
inanimadas, mesmo em suas formas vegetativas, 
por meio da aplicação de agentes químicos. O 
grau de destruição microbiana dependerá sempre 
da concentração do desinfetante e de seus 
efeitos sobre os microorganismos. 
Agentes Desinfetantes 
a) Álcool 
Amplamente utilizado na desinfecção por ter 
atividade germicida, baixo custo e baixa 
5 
Khilver Doanne Sousa Soares 
toxicidade. Recomendado para desinfecção de 
nível médio de artigos e superfícies, sendo eficaz 
após três aplicações sequenciais. Não é 
recomendada sua utilização em artigos com 
componentes plásticos ou borracha. 
b) Aldeídos e derivados 
Apresentam razoável ação desinfetante e não 
possuem nenhum efeito antisséptico. São 
empregados para a preservação de peças 
anatômicas e tecidos, além da desinfecção de 
materiais que não podem ser submetidos a altas 
temperaturas e umidade, por meio da emissão de 
vapores extremamente irritantes e tóxicos para 
os tecidos. Seu mecanismo de ação se dá pela 
coagulação de proteínas dos microorganismos. 
c) Glutaraldeído 
Apresenta ação bactericida, tuberculicida e 
esporicida. Qualquer material nele imerso deve 
ser enxaguado com água destilada antes do 
manuseio pela equipe ou do uso no paciente, isso 
porque ele é tóxico para os tecidos. Para que sua 
ação esterilizante seja feita de forma eficaz, o 
material deve ficar imerso em solução por 10 
horas. Pode causar irritação dos olhos e da via 
respiratória. Tem início de ação rápida para 
desinfecção de alto nível – mínimo de 20-30 
minutos. 
d) Compostos clorados 
São viricidas e bactericidas, atuam na inibição 
das reações enzimáticas, desnaturando as 
proteínas e inativando os ácidos nucléicos dos 
microorganismos. Podem ser encontrados em 
forma líquida (hipoclorito de sódio) ou sólida 
(hipoclorito de cálcio). Ao entrarem em contato 
com água, liberam o ânion hipoclorito, que é o 
responsável pelas propriedades oxidantes e 
antimicrobianas. Apresenta odor desagradável e 
seu uso é restrito porque corrói metais. Por este 
motivo, é comumente empregado na desinfecção 
de artigos de plástico e borracha. Indicado para 
desinfecção de nível intermediário. 
 
 
e) Fenóis 
São substâncias bactericidas e fungicidas, porém 
não são esporicidas. Seu uso está restrito à 
desinfecção de superfícies, com tempo de 
exposição de 30 minutos. São contraindicados 
para uso em incubadoras e berçários, pois podem 
provocar hiperbilirrubinemia em recém-nascidos. 
Agem fazendo a ruptura de membranas celulares, 
inativação de enzimas e desnaturação de 
proteínas citoplasmáticas. São neutralizados pelo 
sabão, possuem odor forte e podem causar 
irritação respiratórias, lesões cutâneas e 
despigmentação em contato repetido com a pele. 
Por este motivo, recomenda-se o uso de luvas 
para seu manuseio e o uso de botas durante a 
lavagem de pisos e paredes. 
Centro Cirúrgico 
Deve ser projetado em ambiente isolado, sendo o 
ideal aquele que não oferece qualquer risco de 
contaminação bacteriana ou viral. 
É composto por: 
1. Cirurgião: responsável pelo ato cirúrgico, 
ordem e disciplina 
2. 1º auxiliar: auxilia o cirurgião, abertura e 
exposição do campo operatório, enxuga, 
corta fios, dá nós, cuida da antissepsia, 
sondas e posição 
3. 2º auxiliar: elemento eventual, atuação 
complementar à do 1º auxiliar 
4. Instrumentados: providencia material e 
instrumental, cuida da arrumação da mesa, 
entrega do material e instrumental 
5. Anestesista: escolha da anestesia, observa 
intercorrências e condição do paciente 
6. Circulante: fica de prontidão, tem 
conhecimento dos materiais e 
instrumentais cirúrgicos e anestésicos 
Deve sempre ser vedada a entrada ou 
permanência nos centros cirúrgicos de pessoas 
com lesões cutâneas não cicatrizadas ou com 
infecções de vias aéreas. 
6 
Khilver Doanne Sousa Soares 
No centro cirúrgico distinguem-se três áreas de 
relevância à técnica asséptica, que são: zona de 
proteção para a equipe cirúrgica e uma 
equivalente destinadaao paciente denominada 
zona de transferência, além da zona limpa e zona 
asséptica ou estéril. 
Zonas 
ZONA DE TRANSFERÊNCIA 
Corresponde ao local onde os pacientes são 
transferidos das macas de suas respectivas 
unidades de internação para macas que só 
trafegam no Centro Cirúrgico. 
ZONA ASSÉPTICA 
É também denominada de zona estéril, sendo 
constituída pelas salas de operações, onde são 
realizadas as cirurgias, e pela sala de 
subesterilização, que serve para esterilizar 
qualquer material que por ventura tenha sido 
contaminado durante a cirurgia e cujo uso é 
imprescindível para a realização da mesma. Essa 
zona serve também para o acondicionamento 
temporário de roupa estéril e complementos para 
as mesas de instrumentação. 
ZONA LIMPA 
A zona limpa é considerada uma zona de 
transição entre as zonas de proteção ou 
transferência e a zona asséptica ou estéril. Tal 
zona é composta por vários setores de serviços 
auxiliares para a realização dos atos operatórios: 
sala de recuperação do paciente, sala de serviços 
auxiliares, sala de equipamentos, secretaria, 
conforto médico, sala de materiais e lavabo. 
Paciente 
É a fonte mais importante de contaminação na 
sala de cirurgia, sendo que seu preparo deve se 
iniciar na véspera dos procedimentos eletivos, 
com banho geral, lavagem da cabeça, axilas e 
genitais, pois, junto com o trato respiratório, são 
os maiores fatores de contaminação. 
 Tricotomia/epilação: só deve ser 
empregada quando se prevê que o pelo 
possa interferir no processo cirúrgico. Em 
cirurgias emergenciais, dá-se prioridade a 
realização da tricotomia, que consiste na 
simples aparação dos pelos, uma vez que 
esta evita a ocorrência de escoriações que 
podem se tornar fontes de contaminação, 
a qual pode evoluir para uma infecção. A 
epilação, por sua vez, implica na retirada 
total dos pelos desde sua raiz, sendo mais 
utilizada em procedimentos eletivos. 
Estudos recentes demonstram que tanto 
a tricotomia quanto a epilação devem ser 
realizadas em área limitada ao local da 
incisão cirúrgica, exteriorização de drenos 
e fixação de curativos. As tricotomias 
devem ser realizadas, de preferência, com 
o auxílio de creme depilatório ou 
depiladores elétricos, ao invés do uso de 
lâminas diminuindo o efeito lesivo ao 
tecido. FEITA NO MÁXIMO 2 HRS ANTES 
DO PROCEDIMENTO. 
 Antissepsia: na sala de operações, a pele 
do paciente é previamente lavada com 
soro fisiológico, para em seguida ser 
preparada com substância à base de iodo 
ou cloro; os detergentes antissépticos à 
base de clorofeno são utilizados nos 
indivíduos com sensibilidade cutânea ao 
iodo. Estes compostos são aplicados na 
área onde se planeja realizar a incisão. As 
soluções mais utilizadas para antissepsia 
são os iodóforos (Betadine*). O iodo é 
reconhecido como antimicrobiano de 
amplo espectro, com atividade contra 
fungos, vírus, bactérias e até mesmo 
esporos. Compostos de iodo altamente 
complexos são muito estáveis, não 
possuem odor e são menos irritantes para 
os tecidos do que a tintura de iodo. Após 
o contato com a pele, estes complexos 
liberam iodo lentamente, promovendo 
atividade prolongada. 
Campos Operatórios 
Campos são tecidos grossos e estéreis de 
formato quadrado ou retangular de dimensões 
7 
Khilver Doanne Sousa Soares 
variadas utilizados para delimitar e isolar o campo 
operatório. 
Antissepsia 
Mãos e Antebraços 
A equipe cirúrgica deve escovar as suas mãos e 
braços até os cotovelos com uma solução 
antisséptica antes de cada cirurgia. Agentes 
como iodóforos e clorexidine associados a um 
detergente provaram ser eficazes. Não foi 
observada diferença entre tempos de escovação 
de 3 a 5 minutos e tempos maiores, ou entre o 
uso de uma esponja e de uma escova. 
1. Passar sabão 
2. Esfregar unhas 
3. Esfregar palma da mão 
4. Passar escova na lateral do dedo: iniciar 
de um lado primeiro, depois passar de 
novo pelo outro lado 
5. Interdigital 
6. Dorso da mão 
7. Antebraço até o cotovelo 
OBS  sempre fazer a lavagem com as mãos 
acima do nível do cotovelo, a água não pode 
voltar para as mãos. 
Pro-pés 
Sapatos privativos e pro-pés constituem barreiras 
contra microrganismos carreados nas solas dos 
sapatos comuns. A sua importância no controle 
da infecção do centro cirúrgico está na 
possibilidade da contaminação do piso atingir a 
incisão cirúrgica aberta, a qual pode ocorrer pelo 
contato de objetos e mãos que tocam piso e 
sapatos ou pela dispersão de microrganismos do 
piso para o ar ambiente. 
Aventais ou capotes 
Para a colocação do avental deve-se manipular 
somente pelos cordões existentes na gola para 
que se desdobre. 
1. Pegar o capote pela gola com as duas 
mãos 
2. Sem deixar de segurar firme, “jogar” o 
capote em direção ao chão para que se 
abra 
3. Encaixar braços sem pegar em mais 
nenhum outro local do capote 
4. Arrumar o capote no corpo sem usar as 
mãos 
5. Pedir para ajudante amarrar o capote 
Luvas 
Possuem dupla função: proteger o paciente da 
mão do cirurgião e proteger o cirurgião de sangue 
potencialmente contaminado. Os tamanhos 
variam de 6 a 9. 
O cuidado principal no calçamento está em não 
tocar com a mão nua as faces externas da luva, 
assim como não tocar, com a mão já enluvada, a 
face interna, superfícies ou objetos 
contaminados. Primeiramente, com uma mão 
enluvada retira-se a outra luva tocando em sua 
face externa para, assim, retirá-la. A retirada da 
outra luva, feita com a mão não enluvada, tocando 
apenas na face interna da mão enluvada, visto 
que esta não entrou em contato com possíveis 
fontes de contaminação. Em casos de cirúrgicas 
de risco, recomenda-se o uso de luvas 
sobrepostas (Double gloving). 
 
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