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HIPOADRENOCORTICISMO Ausência ou baixa produção de cortisol Doença rara em cães e gatos Primário (clássico e atípico) e secundário FISIOLOGIA Eixo hipotálamo-hipófise-adrenal CRH é produzido pelo hipotálamo → estimula adenohipófise a produzir ACTH → no córtex da glândula adrenal → produção dos glicocorticoides Produção em excesso em condições normais: supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal → inibição produção do CRH e do ACTH (feedback negativo) Em condições anormais: Pode haver destruição total da glândula adrenal (cortical e medular) ou parcial como no caso de neoplasias ou adrenoalectomias ou ainda supressão completa do eixo devido suplementação exógena de cortisol - Inibição da estimulação da produção do ACTH → menor produção do cortisol Na região cortical, mais próximo da cápsula, na zona glomerulosa estão os mineralocorticoides, já os glicocorticoides são produzidos na zona mais central – zona fasciculata ou zona reticulares Ás vezes o hipoadrenocorticismo vem acompanhado de deficiências de mineralocorticoides → causa alterações eletrolíticas importantes (principalmente com relação a hipercalemia - potássio tende a aumentar e sódio a cair) HIPOADRENOCORTICISMO PRIMÁRIO Relacionadas à glândula Infiltração adrenocortical – doença granulomatosa (destroem células da camada cortical) Amiloidose, neoplasias (linfomas) Iatrogênica Excisão cirúrgica – neoplasias adrenais Terapia HAC – Mitotano (principalmente), Trilostano Atípico Suspensão do uso de glicocorticoides HIPOADRENOCORTICISMO SECUNDÁRIO Relacionadas à hipófise Redução dos níveis de ACTH circulantes INCIDÊNCIA E PREVALÊNCIA Prevalência é baixa As fêmeas normalmente são mais afetadas (70%) • Animais castrados são mais acometidos 1 a 14 anos (cães jovens a meia idade) Tentativa de identificação dos genes envolvidos MANIFESTAÇÕES CÍNICAS Sinais clínicos intermitentes – não percebidos pelo tutor Sinais inespecíficos – renais, gastrointestinais e infecciosas • Vômito • Diarreia (geralmente responsivo a fluidoterapia – reposição de sódio, com recidiva do quadro) • Fraqueza • Perda de peso • Letargia • Poliúria e polidipsia (devido a perda de sódio) • Tremores (observar potássio) • Hipotermia • Choque DIAGNÓSTICO Alterações eletrocardiográficas – hipercalemia • Hipercalemia discreta (5,7 a 6.5 mEq/l) • Hipercalemia moderada (6,6 a 7,5 5 mEq/l) • Hipercalemia grave : Acima de 8 5 mEq/l → desaparecimento de onda p Entre 11 a 14 5 mEq/l - assistolia grave ULTRASSONOGRAFIA ABDOMINAL Atrofia de glândula adrenal ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS Anemia (após reidratação) – Ht 20 a 35% Linfocitose e eosinofilia (HAC – leucograma de stress) No hiperadrenocorticismo há uma linfocitose e eosinofilia ALTERAÇÕES BIOQUÍMICAS Azotemia pré-renal (hipoperfusão) Avaliar densidade urinária 1,008 – 1,020 (doença renal crônica) >1,030 (possiblidade de hipoadrenocorticismo) Isostenúria (densidade urinária próxima da densidade plasmática que vai de 1,008 a 1,012) – perda de sódio e da tonicidade renal Densidade urinária – o ideal é 1,015 a 1,045 Hipoglicemia - gliconeogênese e glicogenólise hepática Hipoalbuminemia – má absorção e sangramento intestinal Hipocolesterolemia – má absorção da gordura DIAGNÓSTICO Alterações eletrolíticas Hiponatremia – inibição da atividade da aldosterona (desidratação associada) Hipocloremia – capacidade de reabsorção reduzida Hipercalemia – redução da excreção Relação Na/K – 27:1 (40:1 – normalidade) Valores abaixo de 15:1 – alta correlação com o hipoadrenocorticismo Testes hormonais Suspeita clínica – testes hormonais Estimulação com ACTH • Paciente normal – aumento do cortisol circulante • Paciente com hipoadrenocorticismo – não há produção de cortisol ACTH gel ou sintético Gel: 2,2 UI/kg – IM – Avaliação do cortisol basal antes e 2 hrs após a aplicação Sintético: 250 ug totais ou 5 ug/kg; basal e 1 hora após a aplicação IV Cuidados na realização do exame hormonal Fluidoterapia – não influencia na realização do exame, mas altera a relação sódio/potássio Dexametasona (não influencia tanto) Prednisona, Prednisolona e Hidrocortisona – retirada ou mudança até 72 horas antes do teste Animais em corticoterapia crônica – inibição do eixo hipotalâmico Mensuração do ACTH endógeno → ajuda a diferenciar hipoadrenocorticismo primário x secundário TRATAMENTO Quadro agudo Choque – fluidoterapia agressiva → cálculo de perdas Tratamento das arritmias e hipercalemia • Uso de gluconato de cálcio Controle da hipoglicemia Distúrbios eletrolíticos Pacientes hiponatrêmicos: Cloreto de sódio vai ajudar a repor sódio em depressão Solução de NaCL 0,9% - correção do sódio e Cloro ➔ 20 a 90 ml/kg/hora Cuidado com cardiopatas e nefropatas Taxa de manutenção por 48 a 72 horas Avaliação dos parâmetros fisiológicos (TPC, pulso) Hipoglicemia Hipoglicemia discreta – glicose ao fluido Hipoglicemia grave – 1 a 2 ml/kg IV bolus (25%) Hipercalemia Fluidoterapia • Correção da acidemia Glicose em bolus – Ajuda a hipoglicemia e estimulação à insulina para a entrada de glicose nas células levando potássio junto Insulina Gluconato de cálcio (diminui efeitos cardiotóxicos do potássio sobre o miocárdio em caso de arritmias) – 0,5 a 1,5 ml lentamente Correção da acidose Acidose discreta – baixa perfusão Fluidoterapia inicial Correção (Bicarbonato HCO3 < mEq/l ou pH < 7.15) Déficit (mmol) = peso (kg) x 0,5 (déficit de base) TRATAMENTO Suplementação com glicocorticoide Objetivo: tirar o paciente da crise, sem interferir nos testes diagnósticos Dexametasona – rápida ação, não interfere no diagnóstico • 0,1 a 5 mg/kg SID ou BID Prednisona, prednisolona – após confirmação do diagnóstico (ACTH) • 0,2 mg/kg SID ou BID Succinato de Metilprednisolona (1 a 2 mg/kg) Succinato de Hidrocortisona (2 a 4 mg/kg) TRATAMENTO CRÔNICO/MANUTENÇÃO Caso haja necessidade de reposição de mineralocorticoides (hipoadreno primária): Pivalato de Desoxicorticosterona (DOCP) 2,2 mg/kg IM a cada 25 dias Avaliação eletrolítica após 15 dias (Na, CL e K) Associação com prednisona – 0,1 a 0,2 mg/kg (necessário associar sempre com um corticoide) Acetato de Fludrocortisona – 0,01 a 0,02 mg/kg Fludrocortisona – VO Melhora da poliúria/polidipsia PROGNÓSTICO Excelente – controlada a crise addisoniana Recuperam a qualidade de vida Podem vir a óbito por outras causas Orientar os tutores sobre tratamento com glico/mineralocorticoides
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