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Resumo da palestra " 9 Ciclo O Juridiques como legado barroquista

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Na palestra "O juridiquês como legado barroquista", o ministro Nelson Jobim ex-membro e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal apresenta criticas ao uso exagerado de termos e expressões jurídicas carregadas de pompas e floreios.
Para ele a influência do barroco, um estilo artístico, que surgiu no século XVI, que foi uma reação ao renascimento, e apontava o homem como elemento central da história do mundo teve papel importante no desenvolvimento do juridiquês brasileiro. Foi um movimento de contrarreforma e reconstrução da força da igreja católica que tinha como fundamento principal o idealismo teocentrista, arte que representava a relação do homem com o divino, algo que não poderia ser feito de maneira singela.
Por isso o uso dos ornamentos, os enfeites e os rebuscados dos detalhes visuais, fazendo do barroco uma representação das emoções humanas, a vitória da emoção sobre a razão, o detalhismo e dramatismo se apresentaram como elementos do barroco literário, que influenciou no estilo pomposo e cheio de floreios no direito.
A forma e estilo da escrita aderiram aspectos culturais, que podem ser observados no direito e na politica brasileira, atividades sustentadas pela oratória, retórica e uso da linguagem. O excesso da erudição é usado para mostrar a capacidade do emissor, deixando a mensagem a ser transmitida em segundo plano e os enunciados passaram a ser vazios.
O direito exige uma linguagem técnica, essa complexidade própria da comunicação jurídica é um traço útil das soluções encontradas pelas leis e o ordenamento jurídico, mas o juridiquês tem o seu lado negativo. Existe o uso exagerados de expressões carregadas de pomposidade que atrapalham até mesmo a comunicação entre aqueles que atuam na área jurídica. 
Como exemplos temos pretório Excelsior para referir-se ao STF, peça exordial ou vestibular para petição inicial, juiz de 1ª instancia como alvazir de piso, julgados se transformam em arestos colecionados, etc. além do uso das expressões em latim como data vênia e indubio pro reo.
Evitar os exageros linguísticos, herança deixada pelo barroco, ajudaria a destacar a importância prática do direito e contribuiria para uma participação mais eficaz do jurista na vida política do país, promovendo assim o estado de direito.
Segundo Nelson Jobim, no direito falar difícil é fácil, difícil mesmo é falar fácil. Para ele o dialogo é a construção da solução das situações, sejam elas jurídicas ou políticas, o que torna uso da linguagem de forma correta e clara ser fundamental.

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