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GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA – ESTEFFANE SEITZ TXVI Aborto Interrupção da gravidez antes de 22 semanas ou feto até 500g ou de 16,5 cm Fator de risco principal: idade materna e n° de abortamentos TIPOS DE ABORTAMENTO Precoce: até 12 semanas Tardio: de 13° a 20°s Espontâneo: sem intervenção externa (doenças da mãe, anormalidade do feto) Provocado: interrupção da gravidez causada por intervenção externa e intencional Seguro: médico treinado, ambiente adequado Inseguro: profissionais não especializados e ambiente ruim FORMAS CLÍNICAS 1. Abortamento evitável ou ameaça de abortamento; 2. Abortamento inevitável; 3. Abortamento completo; 4. Abortamento incompleto; 5. Abortamento retido; 6. Abortamento infectado; 7. Abortamento habitual e abortamento previsto em lei. AMEAÇA DE ABORTAMENTO Há chance de reversão Dor e sangramento Exame especular e toque: sangramento ativo leve e colo uterino impérvio Saco gestacional regular, bcf normal>100 Conduta: Analgésico + evitar relação sexual + voltar se aumentar sangramento ABORTAMENTO INEVITÁVEL Não dá pra prosseguir gestação Dilatação da cérvice + sangramento profuso Conduta até 12s: aspiração manual intrauterina Acima de 12s: misoprostol + curetagem uterina ABORTAMENTO INCOMPLETO Aborta feto e fica restos placentários Sangramento e cólica, útero menor que a IG + cérvice dilatada + comum acima de 8s Conduta: vácuo-aspiração, curagem digital + curetagem Acima de 12s: curetagem só após expulsão do feto ABORTAMENTO COMPLETO Eliminação integral do “ovo” Sintomas: diminuição ou parada de sangramento e cólicas Conduta: expectante com monitoramento da hemorragia ABORTAMENTO RETIDO Feto permanece sem vitalidade na cavidade uterina Sintomas: regressão, ecografia mostra coração inerte, diminui a altura do fundo uterino, turgescência mamária desaparece Diagnóstico: sintomas + ecografia A maioria tem expulsão em 3s, então poderia ter conduta expectante Mas geralmente: misoprostol/curetagem/vácuo-aspiração 1° trimestre: espera expulsão ou faz a intervenção Se esvaziamento mecânico: adm 400 µg de misoprostol via vaginal pra amolecer o colo e facilitar a realização do procedimento ABORTO INFECTADO Causa: geralmente aborto inseguro Sangramento: não profuso, aguado, escuro, tipo “lavado de carne”, com odor fétido Estágio inicial Endométrio e miométrio acometido Sintomas de aborto incompleto + febre 38 ºC + dor média intermitentes + BEG GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA – ESTEFFANE SEITZ TXVI EF: dor moderada à mobilização do colo uterino e à palpação abdominal Estágio mais avançado Acomete peritônio pélvico Temperatura (39 ºC) + dor mais intensa + taquicardia + desidratação + pele e mucosas descoradas EF: toque vag. doloroso, colo uterino aberto, muitas vezes com saída de conteúdo purulento Sepse Alta temperatura refratárias à medicação + calafrios, cianose + desidratação, hipotensão + taquicardia + pulso filiforme + distensão abdominal e vômitos Pode evoluir pra insuficiência renal aguda e formação de abcesso intraperitoneal Diagnóstico: quadro clinico + leucograma infeccioso e ecografia pélvica + conteúdo purulento do fundo de saco Tratamento: antibiótico adequado e remover o foco infeccioso - inicial: clindamicina + gentamicina ou amicacina - mais graves: associa-se a penicilina G ou a ampicilina - tto definitivo: curetagem uterina com remoção do foco infeccioso Se não melhorar: laparotomia, extirpação do foco e histerectomia se precisar ABORTO E CÓDIGO PENAL ABORTO PROVOCADO PELA GESTANTE OU COM SEU CONSENTIMENTO Art. 124. Provocar aborto em si mesma ou consentir outro lhe provoque: Pena – detenção, de 1 a 3 anos. ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO Art. 125. Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena – reclusão, de 3 a 10 anos. Art. 126. Provocar aborto com o consentimento da gestante: Pena – reclusão, de 1 a 4 anos. Aplica-se a pena do artigo anterior (125), se a gestante é: menor de 14a, alienada, se o consentimento for obtido mediante fraude ou ameaça FORMA QUALIFICADA Art. 127. As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. Resumindo: Se a gestante sofrer lesão corporal grave: pena do 125 e 126 aumentam em 1/3 Se ela morrer: duplica a pena do 125 e 126 ABORTOS LEGALIZADOS Art. 128. Não se pune o aborto praticado por médico: Aborto necessário I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Decreto-Lei no 2.848/1940 51 Aborto no caso de gravidez resultante de estupro II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. Ou seja: Penalidade pra médicos Com consentimento 1 a 4 anos Sem consentimento 3 a 10 anos Se tiver lesão corporal Pode chegar a 13a4m HIV na gestação Intervenção no parto e amamentação reduz pra 2% a transmissão vertical Diagnóstico: teste laboratorial (ELISA), teste rápido (2 testes positivos) Todas as gestantes devem ser testadas GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA – ESTEFFANE SEITZ TXVI QUANDO PEDIR? 1ª consulta de pré-natal, ideal no 1º trimestre de gestação 3º trimestre de gestação No momento do parto História de exposição de risco / violência sexual EXAMES EXTRAS PRA GE STANTE COM HIV: Provas de função renal e hepática. Sorologia para hepatite A Sorologia para Chagas em grupos de risco Ex. de tuberculose pra sintomáticas respiratórias e em situação de risco Checar calendário vacinal: adiciona vacina pneumococo, meningococo e Haemophilus para menores de 19 anos não vacinadas, e hepatite A para gestantes susceptíveis. Repetir trimestralmente: hemograma, provas de função renal e hepática, toxoplasmose (para não imunes), urina e urocultura Status da infecção: CV Taxa de TV menor que 1% em gestantes com CV abaixo de 1000 cópias CV: avalia tratamento e monitora gestante Se CV indetectável: CV e CD4 Se CV detectável: solicita genotipagem, CV e CD4 na primeira consulta Repetir CV de 4/4s até negativar, depois na 34°s e se tiver duvida sobre resitência ou tratamento TRATAMENTO TARV pra todas as gestantes com HIV, não suspende pós-parto Objetivo: suprimir cv Avaliar: se paciente é virgem de tratamento, falhas, toxicidade, tolerâncias de medicamentos Gestante que nunca fez uso de TARV Esquema inicial melhor no 1°tri, pq não sabe o que pode acontecer com a exposição fetal à TARV Tenofovir + Lamivudina (TDF300mg + 3TC 300mg) 1 cp/dia + Dolutegravor (DTG 50mg) 1 cp/dia Engravidou em uso de TARV Se paciente estável e com boa tolerância: Deve manter o esquema iniciado antes da gestação, mesmo se tiver DTG Contraindicação pro uso de DTG: associado a anticonvulsionante (oxicarbamazepina, dofetilda ou pilsicainida) Usa então: - 1a opção: atazanavir 300mg 1 cp/dia + ritonavir 100 mg 1 cp/dia - 2a opção: darunavir 600 mg 1cp 12/12 h e raltegravir 100mg 1 cp 12/12 h - 3a opção: raltegravir 400mg VO 12/12h GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA – ESTEFFANE SEITZ TXVI PROFILAXIA PRA INFECÇÕES OPORTUNISTAS Profilaxia primária: evita o desenvolvimento de infecções oportunistas pneumocitose e toxo se CD4<200cópias: sulfametoxazol- trimetoprim TB?, CD4<350c: izoniazida Complexo Mycobacterium avium CD4 <50c: azitromicina Profilaxia secundária: evitar reicidiva VIAS DE PARTO Não precisa fazer AZT se gestante tiver com CV indetectávelcom 34s e boa adesão da TARV MANEJO E VIAS DE PARTO Profilaxia TV intraparto AZT injetável: desde inicio do trabalho de parto até clampeamento do cordão DAR ATENÇÃO A: Sepse puerperal: risco 3x maior em mulheres com HIV Hemorragia pós-parto: não utilizar derivado de ergotamina se a paciente fizer uso de IP, pode gerar respostas vasoconstrictoras exageradas e risco de graves isquemias centrais e periféricas. Hiperemese gravídica: não utilizar metoclopramida pelo maior risco de liberação do sistema extrapiramidal quando em associação com os ARV. Corioamniorrexe prematura (CP) e trabalho de parto pré-termo (TPPT) são condições associadas a maior risco de TV do HIV CUIDADOS DURANTE PARTO VAGINAL Não instrumentar Se detectável: AZT EV até clampeamento do cordão Evitar toque sucessivo e amniotomia artificial Clampeamento precoce do cordão GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA – ESTEFFANE SEITZ TXVI Episiotomia: só depois de avaliação, usar compressa e degermante pra assepsia CUIDADOS DURANTE CESÁRIA Confirmar IG de 38s Se tiver tiver trabalho de parto antes da cesária: se a dilatação for menor que 4cm= mantém cesária e inicia AZT por 3h Parto empelicado sempre que possível Clampeamento precoce do cordão TARV é mantida pós-parto Risco de TV continua com amamentação Se for fazer histerectomia: realiza hemostasia dos vasos maternos da parede abdominal + troca de campos estéreis Inibição da lactação: cabergolina 0,5mg, dois comprimidos VO Criança exposta, infectada ou não: recebe fórmula até 6m O QUE FAZER DEPOIS? Orientar paciente sobre ovulação em 4s e métodos contraceptivos Marca consulta com serviço especializado pra acompanhamento Continua TARV, independente de LT- CD4+ e sintomas
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