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PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS Resumo

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POSIÇÃO CONSTITUCIONAL DO DIREITO TRIBUTÁRIO (PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS)
· Qual a ligação do Direito Tributário com o Direito Constitucional?
“O Direito Constitucional tem relação intrínseca com o Direito Tributário, tanto que as bases do Sistema Tributário Nacional estão dispostas na CF/88, no Capítulo Sistema Tributário Nacional, dentro do Título VI que trata da tributação e do orçamento, a partir do art. 145 CF. O tributo é tratado pela CF por ser a principal fonte de receita e de manutenção do Estado, de forma a ser essencial para sua existência”.
 “Os princípios trazem estimações objetivas, éticas, sociais, entre outros, podendo ser positivados ou não, de forma que quando estiverem na forma de norma-regra, não deixam de ser princípios. Por este motivo que Celso Antônio Bandeira de Melo afirma que é muito mais grave transgredir um princípio que uma norma, pois a ofensa ao princípio terminará recaindo sobre todo o OJ”.
 “Os princípios constitucionais tributários são encontrados na CF, que é a base do nosso sistema legal, que por isto mesmo precisam ser seguidos pelos comandos infraconstitucionais, inclusive, quando estes são formulados”.
Ver o Princípio da Estrita Legalidade na página 154 do material que nos foi repassado.
“O Princípio da Legalidade Estrita impede interpretações extensivas, pois estas colocariam o contribuinte, o sujeito passivo, em risco e terminaria quebrando o próprio Princípio da Estrita legalidade”.
“O Princípio da Anterioridade existe com base nos art. 165, §§ 5º e 8º CF e no art. 150, III, b, c CF (inovação trazida pela EC 42/2003), pretendendo dar ao contribuinte a possibilidade efetiva de conhecer e se planejar em relação ao seus atos tributáveis (passiveis de tributação). Anterioridade Nonagesimal é criada com o intuito de ofertar um prazo mínimo de 90 dias a ser complementado, caso necessário, no próximo exercício fiscal”.
“Obs.: Lembrar dos dois pressupostos que regem esse princípio: que da sua instituição decorram 90 dias (Anterioridade Nonagesimal) e que ele só seja cobrado no exercício financeiro do ano seguinte”.
“O direito adquirido é aquele em que seu titular preencheu todos os requisitos para assumir esta condição e a exercer contra quem quer que seja, inclusive, o Estado. Obs.: o exercício, ou não, não impede ou prejudica o direito ou sua aquisição”.
O ato jurídico perfeito é um ato que começou, cumpriu seu curso, terminou e não houve conflito.
“Ato jurídico perfeito é aquele que cumpriu o seu ciclo sem a constatação ou reclamação de nenhum vício, de forma a o tornar perfeito, portanto, seria um absurdo que a forma interferisse nele gerando conflitos, algo estranho à sua natureza jurídica. Ele independe da presença do Judiciário”.
Coisa julgada é algo que foi decidido pelo Judiciário e não cabe mais recurso.
“Coisa julgada é um fato decidido pelo Poder Judiciário não mais cabendo recurso, caso contrário seria quebrada a segurança jurídica necessária às decisões judiciais”.
“O Princípio da Irretroatividade protege o fato ocorrido de forma perfeita, os julgados ou o direito adquirido antes da vigência da norma, uma vez que o contrário implicaria na quebra da segurança jurídica dada pelo art. 5º, XXXVI CF”.
“O Princípio da Tipologia (ou Tipicidade) é extremamente importante, pois impede o uso de interpretações extensivas, protegendo o sujeito passivo contra eventuais abusos cometidos pelo fisco. Esse princípio tem duas funções essenciais: a primeira reside na criação específica de um fato determinado como hipótese de incidência, no segundo plano, como decorrência do primeiro, se torna possível a divisão do tributo em espécies e subespécies, viabilizando que uma não se confunda com a outra, individualizando-as”.
“Obs.: além da hipótese de incidência, há a fixação da base de cálculo, ou seja, o valor sobre o qual incidirá a alíquota ou o valor fixo”.
“O Princípio da Vedação do Tributo com Efeitos de Confisco é previsto no art. 150, IV CF e protege o sujeito passivo em relação à sua propriedade privada, de maneira que o Estado cobrará o tributo dentro de limites aceitáveis e sem prejudicar, demasiadamente, o direito de propriedade. Obs.: este princípio anda lado a lado com o Princípio da Capacidade Tributária, ou seja, se analisa a possibilidade de dispor, de pagar, de contribuir de cada sujeito passivo, sem colocar o mesmo em uma situação financeira complicada”.
“O Princípio da Vinculabilidade vincula a conduta do fisco, do sujeito ativo, ao texto legal de maneira a evitar condutas discricionárias, sempre que possível, e em situações que impliquem pagamento, penalidades, obrigações exarcebadas etc. Desta maneira, ele surge como conseqüência lógica do Princípio da Estrita Legalidade e do Princípio da Tipologia (Tipicidade) Tributária. Obs.: Paulo de Barros Carvalho nos alerta que os atos discricionários existem e não há como serem excluídos, uma vez que, por exemplo, o fisco (Estado) pode escolher a quem fiscalizar, a quem entregará a primeira restituição etc”.
“O Princípio da Uniformidade Geográfica é tratado no art. 151, I CF e se justifica como decorrência da necessidade de tratamento igual da União em todo o território nacional, de forma a evitar tratamentos desiguais; porém, o mesmo inciso atesta que o tratamento diferenciado será possível diante de situações de constatado desequilíbrio entre as regiões, levando-nos a crer que a razão deste princípio é o equilíbrio e não, tão somente, a adoção de uma postura uniforme”.
“O Princípio da Não Discriminação Tributária em Razão da Procedência ou do Destino dos Bens se relaciona aos tributos de competência dos Estados, Municípios e DF e tem sua explicação como mecanismo de equilíbrio impeditivo da guerra fiscal; como no princípio anterior, o seu comando não é absoluto e admite exceções que fomentem o equilíbrio ou um incentivo justificado para uma determinada região. Ex.: os veículos utilitários em Roraima.”.
“Obs.: não confundir esse tratamento com a complementação das diferentes alíquotas nas operações interestaduais ou intermunicipais, o que não pode acontecer é o mesmo sujeito ativo usar alíquotas diferentes por causa do destino ou procedência do bem. Ex.: o ICMS para o produto vendido dentro do meu Estado tem uma alíquota e para venda em outro Estado tem uma alíquota maior.
“O Princípio da Territorialidade da Tributação não se encontra expresso em um determinado dispositivo Constitucional, mas aparece de maneira implícita em vários artigos. Sua função está em instituir que um ente federativo, através de suas Leis, só poderá alcançar fatos ocorridos dentro de suas fronteiras, evitando que uma Pessoa Jurídica de Direito Público Interno possa instituir tributo de outra Pessoa Jurídica de Direito Público Interno (ente federativo)”.
 “O Princípio da Indelegabilidade da Competência Tributária não aparece de forma expressa no texto constitucional, mas se entende a sua necessidade de obediência ao disposto no art. 7º CTN. O seu escopo reside em impossibilitar a transferência de poder para criar o tributo, instituir o tributo, pois esta forma de receita interessa ao ente federativo que for o seu titular, garantindo-lhe receita e, por conseqüência, autonomia”.

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