Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Gabriela Domingues Werner 4° período 16/08/22 Disfunções e inflamações de esôfago Esôfago: Tem como função transportar alimentos da cavidade oral até o estômago; A estrutura esofágica tem uma estrutura própria, próximo a cavidade oral a estrutura principal é músculo estriado esquelético, mas à medida que vai se aproximando do estômago, vai sendo substituído por musculatura lisa. Pontos de constrição do esôfago: 1. Esfíncter esofágico superior: encontrado logo após a laringe, chamada de constrição laringo-esofágica; tem como função 2. O esôfago passa pela região do ligamento arterioso (na embriologia era o ducto arterioso, que liga a artéria pulmonar com a aorta), dessa forma, essa constrição ocorre devido a uma limitação anatômica. 3. Esfíncter esofágico inferior: chamado de constrição diafragmática, na transição do esôfago com o estômago;. Essa constrição tem como função evitar refluxo. O relaxamento da área é causado por estímulos nervosos e por proteínas vasodilatadoras intestinais (VIP), sem esses estímulos ele não relaxa. - Um relaxamento constante desse esfíncter inferior gera refluxo. Já se houver uma constrição constante o alimento ficará parado na região, podendo gerar inflamações, compressão dos vasos, lesão muscular e nervosa, perda de função, etc, gerando outras doenças associadas; Os esfíncters superior e inferior são pontos de aumento de musculatura, pontos com a musculatura mais desenvolvida; a constrição na região do coração é uma limitação anatômica. Regiões do esôfago: 1. Porção cervical: entre C6 e T1; 2. Porção torácica: entre T1 e T10; 3. Porção abdominal: entre T10 e T111; Hérnia de hiato: a cúpula tendinosa do diafragma permite a fixação esofágica, ela se abre e o estômago o força para cima, dessa forma, o estômago vai passar a se localizar na porção torácica e não na abdominal. Isso acontece muito facilmente em grávidas, pois o estômago é empurrado para cima, ou seja, é causada pelo aumento da pressão intracavitária. Para tratar a hérnia, não necessariamente precisa de cirurgia, se conseguir diminuir a pressão, o estômago vai voltar para a região correta. Irrigação do esôfago: 1. A. subclávia; 2. A. esofágica (ramo da aorta); 3. Tronco celíaco (ramo da aorta); Drenagem do esôfago: 1. V. tireóideas inferiores; 2. Sistema hemi-ázigos e ázigos; 3. V. gástrica esquerda Alterações em outros órgãos podem gerar problemas no esôfago, por exemplo, as varizes esofágicas são muito comuns em pacientes que apresentam cirrose, pois as veias estarão congestionadas. Dessa forma, o alimento pode acabar lesionando a região de varizes gerando úlceras e hemorragias; Junção gastroesofágica: As células que revestem o esôfago é o epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado (isso porque é mais resistente ao atrito), já no estômago, o revestimento é realizado por um epitélio colunar simples (pois precisa produzir muco). A região da junção tem uma parte que é escamosa e uma parte que é colunar, já que é uma transição, chamada de junção escamocolunar (JEC); Linha em zigue-zague: é a região em que ocorre a junção das túnicas, essa linha normalmente se localiza mais acima, para que o muco produzido no estômago não agrida o esôfago; Gabriela Domingues Werner 4° período 16/08/22 Inervação do esôfago: Plexo submucoso ou de Meissner: Localizado entre a musculatura circular e a submucosa. Função é de regular as secreções locais e o fluxo sanguíneo local, controla o movimento peristáltico. Plexo mioentérico ou de Auerbach: Função de contração e o relaxamento da musculatura regula a motilidade esofágica, dessa forma, controla os esfíncter, principalmente o esfíncter esofágico inferior; Histologia do esôfago: Exames para avaliação esofágica: Raio-x contrastado de esôfago-estômago-duodeno (EED): para avaliar o trânsito gastro-intestinal, servindo para avaliar movimento e obstrução de trato digestório; Endoscopia: principal função é visualizar a mucosa gástrica e intestinal (colonoscopia); Ecoendoscopia: serve para avaliar a parede; Esofagomanometria: serve para avaliar o movimento peristáltico; pHmetria: avalia o pH naquele momento; ImpedânciopHmetria: avalia o pH durante o dia ou a noite, para saber o quanto o pH está variando no período; Termos: Disfagia: dificuldade para deglutir o alimento; Odinofagia: dor durante a deglutição do alimento; Patologia do esôfago: Caso clínico: Na radiografia observa-se que o alimento está retido na junção, sendo necessário causar um movimento anti- peristáltico, gerando uma regurgitação. O paciente está com acalasia, gerando o acúmulo de alimento, que causa uma dilatação esofágica, podendo gerar futuramente o megaesôfago. Acalasia: Alteração do movimento do alimento no esôfago. Pode ser uma patogenia primária, com origem idiopática, causada pela degeneração dos neurônios inibidores esofágicos distais (plexo de Auerbach - alteração de contratilidade) ou no plexo de Meissner (alteração nos movimentos peristálticos). - Etiologia: alterações dos plexos. Pode ser uma patogenia secundária, decorrente da doença de chagas por conta do tropismo T. cruzi pelo plexo mioentérico do esôfago, destruindo e levando à falha no peristaltismo e dilatação esofágica. Gabriela Domingues Werner 4° período 16/08/22 Tanto a acalasia primária quanto a acalasia secundária resultam de relaxamento incompleto do EEI/ aumento do tônus do EEI, alteração do peristaltismo do esôfago. O megaesôfago pode ser causado por acalásia, pois ocorrerá alterações no plexo, que levará a uma alteração dos movimentos peristálticos, dessa forma, pode ocorrer retenção de alimentos no esôfago e dessa forma, o megaesôfago A acalásia pode ser causada também por diabetes (neuropatia diabética), por tumores (perda de sensibilidade neuronal), amiloidose (proteínas mal formadas se acumulam, causando perda de função) e lesões nervosas. Aspectos histológicos: Sem alterações; Processo inflamatório inespecífico; Processos cicatriciais inespecíficos; Fibrose peri plexo mioentérico. Principais sinais e sintomas: Disfagia; Dor epigástrica; Vômitos eventuais; Perda de peso. Tratamento: Aplicação de botox (evitando assim a constrição); Dilatação com balão pneumático (mantém a luz aberta); Esofagites: Esofagites agudas: É uma doença que aconteceu com baixo tempo, rapidamente. Como ocorre em menor tempo, não ocorreu adaptação, então só se encontra a lesão e os 5 sinais da inflamação (dor, rubor, calor, tumor e perda de função); Caso clínico 2: - Refluxo gástrico: sinais indisposição gástrica, tosse, distúrbios orais (cárie, aftas, etc) e quadro de vômitos; - Na endoscopia encontraram rubor irregular (corrosão poragente químico); - Na pHmetria encontraram um pH mais ácido em certos momentos do dia; OBS: na cirurgia bariátrica, uma das melhores formas é o by- pass, na qual liga o estômago diretamente no intestino, o problema é que o intestino recebe muito ácido, então se não tiver um revestimento bom, sofrerá com essa lata acidez, mas não gera refluxo. Já na redução estomacal ou no balão gástrico, pode causar disfunção do esfíncter e causar o refluxo. Presença de muitos eosinófilos (pontinhos vermelhos- combatem parasitas) na mucosa. Isso ocorre pois a mucosa está sendo agredida, dessa forma, ocorre passagem de micropartículas pela mucosa, causando uma resposta inflamatória eosinofílica. Esofagite química e física: A esofagite química é causada por substâncias corrosivas como álcalis fortes ou detergentes usados para limpeza, soda cáustica, fenol, lisol, cresol, permanganato de potássio e ácidos sulfúrico, etc. Gabriela Domingues Werner 4° período 16/08/22 A esofagite física é causada por temperaturas extremas e por radiação. As lesões não possuem padrão, são diferentes ao longo do esôfago. Patogênese das esofagites químicas e físicas: possui um agente que causa lesões na mucosa, podendo gerar perda ou não de mucosa e causando uma resposta predominantemente neutrofilica. Presença de muitos neutrófilos na camada escamosa, ocorre em esofagites químicas e físicas. OBS: presença de eosinófilos quando a inflamação está sendo causada por parasita. Presença de neutrófilo quando a inflamação está sendo causada por agentes físicos ou químicos; Lacerações de Mallory-Weiss: é comumente vista em pacientes que se abusam da ingestão de álcool e pacientes que apresentam bulimia. Dessa forma, o que leva a essa laceração é o vômito recorrente, que leva muita acidez ao esôfago, gerando várias lesões e ulcerações. É caracterizado pela vasta presença de neutrófilo, com grande infiltrado inflamatório, que gera disfagia e odinofagia. Caso clínico 3: - Quadro alérgico crônico e faz uso de prednisona, que causa imunossupressão. - Sorologia de herpes vírus e citomegalovírus positiva. - Alterações fúngicas, caracterizando cândida, placas esbranquiçadas. Esofagite fungica: Acomete indivíduos: Quimioterapia para neoplasias malignas Uso de imunossupressores em receptores de transplante Doenças que comprometem o sistema imunitário; Lesões em terços médio e distal; Sinais e Sintomas: Quando sintomática, a esofagite manifesta-se por disfagia, odinofagia (às vezes intensa), dor com irradiação para as costas e hemorragias. Morfologia: Macroscopia: Placas esbranquiçadas espalhadas por toda a epiderme; Microscópicas: Hifas em meio aos queratinócitos que já estão sofrendo descamação; além de células inflamatórias, material necrótico e restos epiteliais. Esofagite viral – herpes vírus: Acomete indivíduos: Neoplasias malignas, especialmente linfomas e leucemias; Doenças crônicas; Receptores de transplante de órgãos. Lesões em Terços médio e distal; Sinais e Sintomas: Deglutição dolorosa Demais sintomas (odinofagia). Morfologia: Gabriela Domingues Werner 4° período 16/08/22 Macroscópica: Lesão bolhosa, erosão ou úlcera (sangramento); Corpúsculo de inclusão (pequeno); Lesões mais presentes em regiões de transição; Microscopia: Presença de linfócitos e macrófagos (gigantes); Lesão bolhosa: destacamento da epiderme, formação de um espaço dentro dela; as células predominantes nesse caso são linfócitos e macrófagos gigantes. Lesão ulcerada e erosivas: maior presença de neutrófilos; OBS: o herpes vírus ativa a via de morte celular, por isso forma bolhas; Esofagite viral – citalomegalovírus: Acomete indivíduos imunossuprimidos; Lesões pode se estender a cavidade oral; Sinais e sintomas: Deglutição dolorosa; Demais sintomas (odinofagia). Contamina as células da mucosa esofágica desencadeando uma resposta inflamatória que vem da submucosa, células de defesa como os linfócitos e citocinas que promove hiperemia e descamação da epiderme; O corpúsculo de inclusão do citalomegalovírus é muito grande, com um núcleo bem grande (olho de coruja), o núcleo fica grande devido ao acúmulo de proteínas virais; Morfologia: Macroscopia: Úlceras superficiais no esôfago de paciente diabetes mellitus, doença renal em estágio terminal e doença pulmonar obstrutiva crônica. Microscopia: Mucosa esofágica com rico infiltrado inflamatório e células com inclusões virais (setas). Esofagite eosinofílica: Acomete adultos jovens do gênero masculino com história de asma; Sinais e sintomas: Deglutição dolorosa; Demais sintomas (odinofagia). Lesões em: Terço distal ou porção proximal; Outros locais, como estômago e/ou cólon; Quando presente próximo à junção esofagogástrica, impõem-se o diagnóstico diferencial com doença de refluxo gastroesofágico. As lesões começam a aparecer a partir do refluxo de ácido clorídrico vindo do estômago e que lesam o esôfago, dessa forma, destrói as junções celulares, possibilitando a passagem pela mucosa, tornando-a mais permeável; assim, os eosinófilos começam a chegar na submucosa (vascularização) e a migrarem para a mucosa, que pode ulcerar. Etiologia: Alergias alimentares (não muda o pH, mas aumenta a permeabilidade das junções celulares); DRGE leva ao aumento da permeabilidade da mucosa aos alérgenos alimentares; Uso de inibidor de bomba de prótons (PPI); Diversas úlceras herpéticas sobrepostas no esôfago distal. Úlceras, células com inclusões virais nucleares dentro de um halo de células epiteliais em degeneração com borda em úlcera. Gabriela Domingues Werner 4° período 16/08/22 Genético / familiar. Critérios principais Edema de mucosa; Sulcoslongitudinais; Anéis esofágicoscirculares (pseudo-traqueia); Estenose esofágica. Morfologia: Macroscópica: Erosão da mucosa, que muda estruturalmente o esôfago (por refluxo gastroesofágico); Presença de pregas esofágicas ou anéis circulares (peristaltismo causa essas demarcações). Microscopia: Presença de muitos polimorfonucleares; Para diagnosticar a esofagite eosinofílica é necessário encontrar mais de 15 eosinófilospor campo na mucosa escamosa. Espongiose: aumento do espaços entre as células escamosas Esofagite de refluxo: Efeito químico do refluxo ácido (ácido clorídrico) do estômago sobre a mucosa do esôfago, com alteração de pH. Presença de eosinófilos; A apresentação morfológica é a mesma que a eosinofílica; Se a pessoa deitar em decúbito direito depois de comer demais, pode ocorrer o refluxo do ácido para o esôfago. OBS: toda pessoa que tem esofagite de refluxo tem esofagite eosinofílica, mas nem todos que tem esofagite eosinofílica tem esofagite de refluxo (isso porque ela pode ser desencadeada por reações alérgicas). Esofagites crônicas: Região de transição / junção escamocolunar, com projeções da lesão pelo epitélio normal, com coloração rósea avermelhada. Essa projeção ocorre devido a mudança de epitélio, a parte mais clara tem mais camadas de células epiteliais, já a parte mais avermelhada é composta por um epitélio colunar simples, na qual os vasos sanguíneos está mais próximo da superfície. Processo adaptativo: metaplasia intestinal (mudança para o epitélio intestinal que suporta mais a acidez); Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE): Efeito químico do refluxo ácido do estômago sobre a mucosa do esôfago. O refluxo ácido para o esôfago pode corroer a camada mucosa. Ainda mais importante, o tônus do esfíncter esofágico inferior previne o refluxo de conteúdos gástricos acídicos. Etiologia: O refluxo gastrointestinal (esfíncter esofágico inferior) pode causar apenas uma lesão crônica, porém, se houver adaptação pode causar uma metaplasia intestinal (esôfago de barret);
Compartilhar