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Plaquetograma: uma nova abordagem no Hemograma Biomédico CRBm5 - 0893 Prof. MSc. Matheus Guedes Duarte @profhemato.matheusguedes 1905.matheusguedes@cnec.br Hemostasia Fenômeno fisiológico que mantém o sangue fluido dentro dos vasos, sem coagular (trombose) e impede sua saída para os tecidos vizinhos (hemorragia). Hemostasia Em todos os animais, inclusive os invertebrados, é obtido pela combinação de 3 processos: 1 – Contração dos vasos (sistema vascular); 2 – Adesão e agregação de plaquetas; 3 – Processo de coagulação do sangue (cascata da coagulação); Eventos envolvidos na coagulação Lesão do vaso, com exposição do colágeno ou presença de ADP: 1 – Ativação de plaquetas; 2 – Adesão e agregação; 3 – Ativação dos fatores da coagulação; Conversão da protrombina em trombina: 1 – Via Intrínseca 2 – Via extrínseca Transformação de fibrinogênio em fibrina através da trombina e estabilização do coágulo. Fibrinólise: remoção do coágulo. Plaquetas Produzidas pela medula óssea, geradas pela fragmentação do citoplasma de megacariócitos. 1 – 4 micrometros 1 megacariócito 3.000 a 4.000 plt Reguladores da produção Trombopoetina: RIM IL-6, IL3, GM-CSF Tempo de vida: 7 a 10 dias Distribuição: 1/3 no baço Megacariocitopoiese Proteínas específicas Fator plaquetário 4: antagonista da heparina Beta-tromboglobulina: proteínas anti-heparínica Fator de crescimento derivado de plaquetas: estimula o crescimento de EC, céls musc. Lisas, gliais e fibroblastos Trombospondina: essencial para hemaglutinação induzida por plaquetas Plaquetas Função básica: 1 – Formar o tampão durante um resposta normal ao dano vascular 2 – Funções: * Manutenção da integridade vascular * Atividade pró-coagulante Plaquetas Formação da rolha hemostática primária: Promovendo: 1 – Adesão: fixação de plaquetas a superfícies não-plaquetárias 2 – Agregação: fixação de plaquetas ativadas a uma outra plaqueta 3 – Atividade secretória: liberação de substâncias contidas nos grânulos densos e alfa. Função das plaquetas Função das plaquetas Ativação Plaquetária Coagulação do sangue É o evento iniciado por substâncias contidas nos tecidos lesados e propagado por uma série de eventos enzimáticos (Cascata da Coagulação). Coagulação do sangue Pode ser iniciada pela exposição do sangue ao fator tecidual (via extrínseca) ou pela ativação de fatores de contato do plasma (via intrínseca) As duas vias levam a uma via comum, que resulta na produção de trombina. Esta é responsável pela clivagem de fibrinogênio em fibrina e a consequente estabilização da rolha hemostática. Cascata da coagulação Via Intrínseca Via Extrínseca Via Comum Protrombina Trombina Fibrinogênio Fibrina PARÂMETROS PLAQUETÁRIOS: USO CLÍNICO Parâmetros plaquetários Plaquetas VPM PCT PDW Eritrócitos e Plaquetas Discriminadores flutuantes 25-75 fl 200-250 fl RBC PLT Histograma de eritrócitos RL RU Histograma de plaquetas 2-6 fl 12-30 fl PU PLT RBC PL 100% 20% Eritrócitos e Plaquetas Histograma de eritrócitos 2-6 fl PLT 20% 12-30 fl 25-75 fl 200-250 fl Histograma de plaquetas PL PU RL 100% RBC RU Da Silva Gomes, L.G.D; Basei, M.F ;Duarte, M.G (2019) - O uso do plaquetograma como preditor de risco cardiovascular. Valores de Referência e variáveis analíticas P-LCR (Platelet Large Cell Ratio) “proporção de grandes células plaquetárias” Da Silva Gomes, L.G.D; Basei, M.F ;Duarte, M.G (2019) - O uso do plaquetograma como preditor de risco cardiovascular. Contagem de plaquetas imaturas IPF % e # Plaquetas Imaturas Medula Óssea Sangue Periférico RNA Maduras Imaturas Megacariócito Plaquetas jovens, recentemente liberadas pela medula óssea, com conteúdo de RNA citoplasmático Análogas aos reticulócitos da série eritrocítica – Ingraham e Coopersmith (1969): estudos em cães Plaquetas imaturas New Methilene Blue + microscopia óptica São mais densas e reativas que as plaquetas maduras * Contribuem na avaliação da supressão e consumo plaquetário ** Refletem a velocidade de trombopoiese O conteúdo de RNA nas plaquetas está correlacionado com a atividade megacariocítica Presentes em diferentes patologias * McCabe e col., 2004; Mohan e col., 2006 ** Saxon e col., 1998 Plaquetas imaturas IPF Fluorescència Volume celular Canal de reticulócitos Determinação da Fração das Plaquetas Imaturas - IPF Normal ITP/PREG 227 (x109/L) 74 (x109/L) Platelet count IPF 3.4% Platelet count IPF 53.8% IPF Platelets IPF Platelets Exemplos de casos Analisador hematológico Sysmex XE-2100™ Exemplos de casos Abe e col., 2006 Anemia aplástica Púrpura trombocitopênica idiopática Contagem de plaquetas imaturas “A Clinical Evaluation of High Fluorescent Platelet Fraction Percentage in Thrombocytopenia” Thomas S. Kickler, MD, Sinichiro Oguni, and Michael J. Borowitz, MD, PhD (2006) Aplicação Clínica Diferenciar as causas de trombocitopenia Falha da medula óssea Plaquetas imaturas(%) baixas Aumento da produção devido ao consumo ou destruição Plaquetas imaturas(%) altas (Mean platelet volume/platelet count ratio) MPR = VPM X 100 Plaquetas Foram os VPM PDW P-LCR PCT IPF MPR Korniluk, Aleksandra et al. “Mean Platelet Volume (MPV): New Perspectives for an Old Marker in the Course and Prognosis of Inflammatory Conditions.” Mediators of inflammation vol. 2019 9213074. 17 Apr. 2019, doi:10.1155/2019/9213074 Distúrbios da hemostasia Distúrbios hemostáticos Manifestações clínicas opostas: Manifestações hemorrágicas (sangramentos) Manifestações vaso-oclusivas ou trombóticas Distúrbios hemostáticos Alterações: Vasculares Plaquetárias Defeitos na cascata de coagulação Alterações vasculares Alterações plaquetárias Cascata de coagulação História familiar Rara presente Usual (-) Usual + M/F > F > F > M Carac. sintomas Equimoses + petéquias Sangr. Cutâneo e mucosa; pet; equi; hematúria Sangr. Espontâneo desprop; Viscerais e intramus; hemartroses Cronologia sangr. Logo após trauma Curta duração e após trauma Retardado e prolongado Efeito da compressão Usual eficaz Usual eficaz Ineficaz ou temporário História clínica Manifestações hemorrágicas (envolver outros membros da família); Procedimentos cirúrgicos: Tempo para início, duração e intensidade do sangramento, principalmente exodontias Características do sangramento: Petéquias, equimoses, hemartrose, gastro-intestinal Início dos primeiros sintomas Criança: cordão umbilical e erupção dentária Primária História clínica Sangramento imediato após trauma Sangramento superficial (pele, mucosas, nariz...) Petéquias e equimoses Secundária Sangramento tardio (horas ou dias) Sangramento profundo (articulações, músculo, peritônio...) Hematomas e hemartroses História familiar Doenças da Hemostasia Vasculares Hereditários: telangectasias Infecções: bacterianas, virais Atróficos: púrpura senil Plaquetas Alterações quantitativas Alterações qualitativas FOCO FOCO Doenças da Hemostasia Distúrbios hereditários da coagulação Hemofilias A e B Deficiências de fatores Doença de von Willebrand Síndrome de Bernard Soulier Distúrbios adquiridos da coagulação Doença hepática Deficiência de Vit. K Ac. anti-fatores CIVD Distúrbios hereditários trombóticos Deficiência de proteína C Deficiência de proteína S Deficiência de anti-trombna III Distúrbios vasculares e plaquetários Distúrbios de pequenos vasos e plaquetários apresentam-se como púrpuras com sangramento cutâneo e mucoso pronunciado Distúrbios vasculares: Telangectasia hemorrágica hereditária: malformações vasculares nas regiões da face, nariz, lábio, língua, superfícies plantares e palmares Púrpura senil: causada pela atrofia do colágeno da derme, perda de gordura subcutânea e enfraquecimento do tecido de sustentaçãode pequenos vasos Telangectasia hemorrágica Púrpura senil Distúrbios plaquetários Alterações quantitativas Trombocitopenias Produção plaquetária deficiente Mielossupressão (quimio ou radioterapia) Depressão megacariocítica seletiva (drogas, álcool, vírus) Trombocitopenias hereditárias Destruição plaquetária aumentada Imunológica (púrpuras) Droga-induzida Distribuição anormal: esplenomegalia Púrpuras trombocitopênicas Púrpura trombocitopênica imune (PTI): causada pela destruição de plt como resultado de processo imunológico (geralmente Ig G) Viroses (HIV), drogas, doenças hematológicas, LES Sobrevida plaquetária S.P.: Plt (geralmente grandes) M.O.: n° megacariócitos Tratamento: Corticosteróides; esplenectomia PTI aguda Crianças de 2-6 anos Comum infecção prévia Sangramento abrupto Plt < 20.000 / l Remissões espontâneas PTI crônica 20-40 anos Infecção incomum Vários episódios de sangramento leve a moderado Duração mais longa (meses ou anos) Plt 30 - 80.000 /l LES: hemorragia das lesões petequiais das mucosas nasal e oral Púrpura cutânea em bebê Distúrbios plaquetários Alterações quantitativas Trombocitoses Período pós-hemorrágico imediato Pós-operatório e pós-esplenectomia Síndromes mieloproliferativas Trombocitemia: > 1.000.000 plt/l Plaquetas gigantes e bizarras (dismórficas) VPM > 11 fl Distúrbios hereditários da coagulação Hemofilias A e B Deficiências de fatores Doença de Von Willebrand Síndrome de Bernard Soulier Doença de von Willebrand Hemorragia mucocutânea branda Desde leves sangramentos até hemartrose e hematomas intramusculares 3 mecanismos genéticos Fator vW: Necessário para adesão plt (plt normais não aderem ao colágeno) Carreador de fator VIII no plasma Síndrome Bernard Soulier Plt gigantes e dismórficas, com leve trombocitopenia Sangramento desproporcional Anormalidade intrínseca da função plaquetária Falta local (GP Ib) para Fator Von Willebrand interagir (prejudica aderência plt nas primeiras fases da hemostasia primária) Traço autossômico recessivo (heterozigotos geralmente assintomáticos) Distúrbios adquiridos CIVD: Associado a infecções graves e neoplasias malignas Deposição intravascular disseminada de fibrina e consumo dos fatores de coagulação e plaquetas Sangramento anormal e trombose disseminada, com frequência fulminante CIVD CIVD Ativação generalizada do sistema de coagulação Formação intravascular de fibrina Oclusão de vasos de pequeno e médio porte Hemorragia por consumo de plaquetas e fatores da coagulação Fisiopatogenia da CIVD Obstrução vascular Áreas de hipóxia Necrose celular Disfunção do órgão 74 Lembrar as características da rede vascular Fisiopatogenia da CIVD Célula endotelial: Patógenos com moléculas que provocam a produção e exposição de fator tecidual Neutrófilos: Digestão oxidativa inflamação Plaquetas : Fatores e co-fatores expostos na membrana quando ativadas Lesão endotelial adesividade Quadro clínico da CIVD Depende do: Evento desencadeador e da capacidade do organismo em controlar o processo 70-90% sangramento mucocutâneo e de feridas operatórias Suspeita: Monitorar o coagulograma Causas de CIVD Infecções Complicações obstétricas Leucemias Linfomas Lesão tecidual Queimaduras Choque térmico Tumores sólidos Feto morto retido Aneurisma Hemangiomas Doença hepática avançada Degeneração gordurosa do fígado na gravidez Tratamento da CIVD Tratamento vigoroso e radical da da causa Reposição de fatores Heparina CIVD: gangrena periférica fulminante Testes de triagem Contagem de plaquetas; Tempo de sangria (TS); Tempo de coagulação; Tempo de protrombina (TP); Tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA); Tempo de trombina (TT); Dosagem de fibrinogênio; Dosagem de fatores de coagulação; Morfologia plaquetária; Agregação plaquetária Contagem de plaquetas (V.R. 140.000-400.000/l) Manual (Prática em laboratório) Automatizado: Depende da Metodologia Erros nas contagens Contagens falsamente baixas: Coagulação parcial ou total da amostra; Demora na coleta; Agregação plaquetária; Satelitismo plaquetário; Plaquetas gigantes Contagens falsamente altas: Eritrócitos fragmentados ou microcíticos Teste de sangria É o tempo decorrido para parar o sangramento de uma incisão; avalia a capacidade das plaquetas e dos vasos formarem o tampão plaquetário estável Usado para avaliar disfunções plaquetárias (< 100.000/l) e doença de von Willebrand Distúrbio Plt TS TP TTPA TT Alt. vascular N N N N Plaquetopenia N N N Plaquetopatia N N N N Def. Fator VII N N N N Distúrbio Plt TS TP TTPA TT Def. II, V ou X N N N Alter. hepática ; N Def. VIII ou IX N N N N vWillebrand N N ; N N; N Alter. Fibri N varia N N Plaquetograma: uma nova abordagem no Hemograma Biomédico – CRBm5 0893 Prof. MSc. Matheus Guedes Duarte @profhemato.matheusguedes 1905.matheusguedes@cnec.br Perguntas ??? Turn Down For What (feat. Lil Jon) Dj Snake Zaycev.Net R’n’B 21159.2 eng - Download from http://Zaycev.Net Planilha1 Estudos e valores de referência Contagem de Plaquetas Monteiro 2017 121.000 a 412.000 mm³ Botma et al. 2012 178.000 a 429.000 mm³ Oliveira 2007 * 140.000 a 400.000 mm³ Oliveira 2007 * 140.000 a 450.000 mm³ Failace 2007 140.000 a 360.000 mm³ 140.000 a 400.000 mm³ 140.000 a 450.000 mm³ 140.000 a 360.000 mm³ Monteiro 2017121.000 a 412.000 mm³ Contagem de Plaquetas Failace 2007 Oliveira 2007 * Oliveira 2007 * Estudos e valores de referência Botma et al. 2012178.000 a 429.000 mm³ Planilha1 Estudos e valores de referência Contagem de Plaquetas Monteiro 2017 121.000 a 412.000 mm³ Sachdev al. 2014 150.000 a 520.000 mm³ Botma et al. 2013 178.000 a 429.000 mm³ Oliveira 2007 * 140.000 a 450.000 mm³ Failace 2007 140.000 a 360.000 mm³ Estudos e valores de referência Volume Plaquetário Médio Monteiro 2017 8,5 a 12,4 fL Hong et al 2015 9,2 a 13,3 fL Sachdev al. 2014 8,6 a 15,5 fL Botma et al. 2012 8,8 a 12,5 fL Comar et al. 2010 8 a 13 fL Estudos e valores de referência 8 a 13 fL Hong et al 20159,2 a 13,3 fL Volume Plaquetário Médio Monteiro 20178,5 a 12,4 fL Sachdev al. 20148,6 a 15,5 fL Botma et al. 20128,8 a 12,5 fL Comar et al. 2010
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