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Nathalya Silveira - Pediatria Infeccão do trato urinário em pediatria Presença de germes patogê�nicos no sistema urinário resultando em processo inflamatório sintomático. CISTITE: restrita a bexiga (ITU baixa); PIELONEFRITE: acomete até pelve renal 2° infecção bacteriana mais prevalente na pediatria; Mais comum em meninas (20/1), exceto nos primeiros 3 meses, sendo mais comum nos meninos não-circuncidados; Pico entre 3-5 anos e na adolescência; Alto risco de recorrência dentro do primeiro ano do episódio inicial. Infecção ascendente, na qual ocorre colonização das enterobactérias (da própria flora intestinal) na região periuretral, e essas ascendem pelo trato urinário, levando a cistite ou pielonefrite. Pode ocorrer por via hematogênica, em geral por sepse, princ. no período neonatal (geralmente quando há alguma anormalidade anatômica no trato urinário). Principais agentes etiológicos: 1. Enterobactérias (flora intestinal): maior capacidade de se aderir aos tecidos uroepiteliais: Escherichia coli uropatogênica*; Klebsiella pneumoniae; Streptococcus faecalis; Proteus mirabilis (coloniza o prepúcio, princ. em menores de 5 anos, sendo assim mais comum em meninos não-circuncidados); 2. Pseudomonas: imunodeprimidos e pós manipulação cirúrgica; 3. Stapylococcus saprophyticus: meninas adolescentes. - Idade < 1 ano: princ. menores de 3 meses; - Sexo feminino: anatomia do canal uretral; - Raça branca - Fimose e ausência de circuncisão: forma de cultivo bacteriana na glande e no prepúcio; - Diabetes - Constipação intestinal: dificulta o completo esvaziamento da bexiga - resíduo pós miccional - proliferação bacteriana; - Atividade sexual - Prematuridade - Anormalidades funcionais no trato urinário: bexiga neurogênica e disfunção miccional; - Mal formações do trato urinário: geram acúmulo de urina: Obstrução junção pieloureteral Obstrução junção ureterivesical Válvula de uretra posterior Refluxo vesico-ureteral: levando princ. a pielonefrite. - Imunocomprometidos - Anemia por carência de ferro Depende da: VIRULÊNCIA BACTERIANA + FATORES PREDISPONENTES DO HOSPEDEIRO Febre > 48h + sem foco aparente = INVESTIGAR ITU Récem nascidos: baixo ganho ponderal, irritabilidade, palidez/cianose, febre, anorexia, icterícia, choro ao fazer xixi, vômitos e recusa alimentar. Lactentes: febre sem sinais localizatórios. OBS: Nessa idade não é possível diferenciar um quadro de cistite de uma pielonefrite, logo deve-se sempre abordar ITU febril como PIELONEFRITE. Pré-escolares, escolares e adolescentes: - Cistite: disúria, polaciúria, urgência miccional, incontinência urinária, dor suprapúbica, urina fétida, febre baixa (< ou = 38°C); - Pielonerite: queda do estado geral, inapetência, febre alta e dor lombar (sinal de Giordano +). OBS: ferramenta disponível para estimar a probabilidade de ITU em lactentes é a UTICALC (https://uticalc.pitt.edu/). Se baseia em: EAS + Urocultura com antibiograma + Cultura de GRAM CONCEITO EPIDEMIOLOGIA ETIOLOGIA FATORES DE RISCO QUADRO CLÍNICO DIAGNÓSTICO FISIOPATOGENIA Nathalya Silveira - Pediatria Avaliar no EAS: Leucócitos por campo (piúria)*: > ou = 10 leucócitos/mm3 ou > ou = 10.000 leucócitos/ml; Nitrito + (sinal de alarme!): baixa sensibilidade em lactentes; Leucócito esterase positiva; Presença de bactérias (bacteriúria)*: > ou = 50.000 UFC/mL de uma única bactéria uropatogênica. Urocultura: por cateterismo vesical acima de 1000UFC/ml, jato intermediário acima de 50 a 100 mil UFC/ml. Análise urinária atraves de: Jato médio Sondagem vesical de alívio Punção supra-púbica (PSP) OBS: EAS não fecha diagnóstico, é necessário uma urocultura (padrão ouro); Outros exames (pielonefrite): Hemograma: leucocitose com desvio; Hemocultura positiva (princ. <1 ano); Elevação PCR e VHS Elevação discreta de ureia e creatinina. Exames de investigação: USG rins e vias urinárias: < 2 anos com ITU febril: se mal estado geral e sem melhora faz com 12-36h do ATB; Se boa evolução faz após 1-2 semanas; Detecta RVU grandes; ITU recorrente, crianças com qualquer idade com ITU que tenham histórico familiar de doença renal ou urológica, baixo crescimento ou HAS, crianças que não respondem ao tto. Cintilografia renal DMSA Padrão ouro para pielonefrite aguda, porém de difícil acesso; Realiza-se em todo paciente com < 2 anos com ITU febril e pacientes com refluxo vesico-ureteral; Fase aguda: faz em caso de má evolução ou dúvida diagnóstica; Após 4-6meses da infecção: a fim de detectar cicatriz renal; Uretocistografia miccional Padrão ouro para pesquisa de RVU; Realiza-se após 2-3 meses do tto, em pacientes < 2 anos com ITU febril e alteração USG rins e vias urinárias e/ou da cintolografia renal e em casos de ITU febril recorrente. Hospitalização: Comprimetimento do estado geral / sepse; Vômitos / desidratação; Baixa adesão ao tto; Maior risco de evolução grave: - < 3 meses; - Imunodeprimidos; -Doenças urinárias prévias (litíase). Fase aguda: Hidratação adequada (preferencia oral); Micções frequentes; Controle da constipação intestinal; Controle da febre e da dor (analgésicos e antitérmicos); OBS: Iniciar terapêutica antimicrobiana logo após a coleta da urocultura e adequar antibioticoterapia de acordo com o resultado da cultura. Priorizar cobertura para Escherichia coli. 1. Na FEBRIL: Domiciliar: AMOXICILINA + ÁC. CLAVULANATO (50 mg/Kg/dia) ou CEFUROXIMA ou NITROFURANTOÍNA (não possui boa penetração no parênquima renal, logo é somente usado nos casos de cistite); Amox+clavu é a primeira escolha, porém há altos casos de resistência; Hospitalar: CEFTRIAXONE ou AMICACINA. 2. Na AFEBRIL: AMOXICILINA (50 mg/Kg/dia). CISTITE: 3 – 7 DIAS PIELONEFRITE: 7 – 14 DIAS ITU RECORRENTE: 10 DIAS OBS: Urocultura de controle somente se má evolução clínica (persistência da febre por mais de 2 dias). TRATAMENTO Nathalya Silveira - Pediatria PROFILAXIA EM CRIANÇAS COM ITU RECORRENTE: OBJETIVO: reduzir os episódios recorrentes de pielonefrite e a formação ou piora de cicatrizes renais; ITUs febris com PCR, uropatias obstrutivas, ITU recorrentes (dois ou mais episódios de pielonefrite, um episódio de cistite e um de pielonefrite, três ou mais episódios de cistite); Alteração na USG, RVU graus 4 ou 5, Hidronefrose congênita; Profilaxia antimicrobiana: • Trimetoprim-sulfametoxazol (TMP-SMX) 2 mg TMP / kg em dose diária única por seis meses, ou • Nitrofurantoína 1 a 2 mg / kg em dose única diária por seis meses. Nathalya Silveira - Pediatria
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