Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fisiologia da cicatrização após o trauma R1 LUMA CAVALCANTE FERNANDES Trauma efeitos sistêmicos profundos, Hormônios, SNA e citocinas defesa do trauma e promover cicatrização. Fase aguda manter substrato para órgãos vitais: oxigênio e energia. Dano aos órgãos. Resposta metabólica ao trauma TRAUMA Resposta fisiológica RESPOSTA INFLAMATÓRIA TROMBOSE VASOCONSTRIÇÃO EDEMA TECIDUAL Liberação de catecolaminas e hormônios vasoativos, DC e FR elevados, Vasoconstrição periférica e visceral, e fluidos extravasculares para manter o volume sanguíneo. níveis de glicose no sangue elevam: mantém os tecidos dependentes da metabolização da glicose (cérebro, medula óssea, eritrócitos, tecido de granulação e sistema imune). Ácidos graxos livres - principal fonte de energia para os tecidos periféricos. O glicogênio armazenado no fígado é limitado e pode se esgotar em 1 dia. Resposta fisiológica FASE INICIAL Ênfase metabólica está em fornecer substratos para a cicatrização. Taxa de metabolismo basal elevada. Catabolização de tecido muscular para transformá-lo em glicose. O balanço de nitrogênio total do corpo se torna negativo. Resposta fisiológica FASE TARDIA O tratamento bem-sucedido das mudanças metabólicas Influencia e pode prevenir algumas das maiores complicações do trauma Implicações Clínicas Sepse Falência múltipla de órgãos comprometimento da resposta imunológica Foco na inibição seletiva de ações indesejáveis das citocinas. os inibidores da ciclo-oxigenase, como o ibuprofeno, podem, atenuar a resposta fisiológica às citocinas, como a febre, associada a TNF, IL-1 e IL-6. Pacientes com sepse x ibuprofeno O controle da hiperglicemia em pacientes gravemente debilitados diminui morbidade e a mortalidade. Manutenção dos níveis de glicose < 110 mg/dL. Implicações Clínicas Modulação da Resposta Implicações Clínicas Essa hipoxemia refratária consequência da inflamação pulmonar mediadores da resposta aguda ao trauma. Desvio de sangue intrapulmonar, elevação da pressão vascular pulmonar e depleção de surfactante. Síndrome da angústia respiratória do adulto Implicações Clínicas Profilaxia da trombose venosa profunda O estado de hipercoagulação - imediatamente após trauma, um dano ainda mais profundo. Essa condição somada à imobilidade do paciente e dano venoso direto, a tríade de Virchow para trombose venosa está completa. Implicações Clínicas Profilaxia da trombose venosa profunda Profilaxia para a trombose venosa profunda (TVP) - heparina Exceção dos casos: hemorragia intracraniana, úlcera péptica, laceração de órgão sólido e hematoma. Alternativa: dispositivo de compressão sequencial nos membros. Implicações Clínicas Gastrite por estresse Comum em pacientes com múltiplas lesões em terapia intensiva, Podem sofrer com sangramento gastrointestinal clinicamente significativo. Principais fatores de risco: são lesão na cabeça, ventilação mecânica e perfil anormal de coagulação. Profilaxia e tratamento: agonistas dos receptores de histamina 2 ou inibidores da bomba de prótons. Cicatrização da ferida Cicatrização da ferida Ferida = rompimento, perda da função e danos celulares. Capacidade de autorreparo; Cicatrização da ferida AGUDA X CRÔNICA Cicatrização da ferida Proliferação de células/tecidos Substituir estruturas perdidas Pouca lesão do estroma. O tecido lesado é substituído Tecido conjuntivo vascularizado Tentativa de unir e não necessariamente recuperar sua função. Regeneração: Cicatrização: REGENERAÇÃO X CICATRIZAÇÃO Cicatrização da ferida Cicatrização do tecido mole Cicatrização da ferida Cicatrização do tecido mole Cicatrização da ferida Inicia-se no momento em que ocorre a lesão tecidual. Dura de 3 – 5 dias. vasoconstrição, diminuição do fluxo sanguíneo, coagulação. Histaminas e PGE 1 e 2 causam vasodilatação, extravasamento de plasma, migração dos leucócitos para interior do tecido, fibrina e plasma na área da lesão – edema. ESTÁGIO INFLAMATÓRIO Fase Vascular: Cicatrização do tecido mole Cicatrização da ferida sistema complemento, c3a e c5a fatores quimiotáticos – adesão os leucócitos PMN (neutrófilos) às paredes dos vasos sanguíneos (marginação) e migração (diapedese), contato com corpo estranho – neutrófilos liberam lisossomos (desgranulação), proteases destroem bactérias e corpos estranhos para digerir tecido necrótico – auxiliada por macrófagos. Linfócitos B (anticorpos) e T (diferenciação, regulação e lise das células). ESTÁGIO INFLAMATÓRIO Fase Celular: Cicatrização do tecido mole Cicatrização da ferida nenhum ganho de resistência na ferida, pouca deposição de colágeno, fibrina mantém a ferida unida. ESTÁGIO INFLAMATÓRIO FASE DE INTERVALO: Cicatrização do tecido mole Cicatrização da ferida 2 – 3 semanas. Fibras de fibrina – da coagulação – se entrecruzam nas feridas - rede que os fibroblastos depositarão substância fundamental e tropocolágeno – estágio fibroplástico. Células mesenquimais – tropocolágeno e fibronectina. Fibrinólise - remover fibras desnecessárias. Colágeno é produzido em excesso e desordenado – resistência aumenta. Clinicamente ao final do estágio: rígida (colágeno), eritematosa (vascularização), resiste à tensão. FASE FIBROBLÁSTICA: Cicatrização do tecido mole Cicatrização da ferida Estágio final. As fibras colágenas depositadas de forma aleatória, destruídas conforme substituídas por novas, orientadas para resistir melhor. Resistência aumenta lentamente. 80% – 85% da resistência do tecido. ESTÁGIO DE REMODELAÇÃO: Cicatrização do tecido mole Cicatrização da ferida Inflamação, fibroplasia e remodelação - envolvendo osteoblastos e osteoclastos. Células osteogênicas (osteoblastos) Origem: periósteo, endósteo e células mesenquimais pluripotenciais circulantes. Osteoblastos depositam osteoide – geralmente evolui para calcificação. Primeira intenção: fratura de incompleta, margens não se separa ou quando reaproxima e as estabiliza de forma rígida (redução anatômica da fratura). Segunda intenção: margens livres de osso afastadas 1 mm. Em condições normais o tecido fibroso, ossifica-se. Fatores para cicatrização óssea adequada: vascularização e imobilidade. Tecido fibroso requer alto grau de vascularização (oxigênio) – se comprometidos é formado cartilagem em vez de osso. Tensão – estimula formação óssea. Tensão ou torque excessivos sobre a cicatrização de fratura produzem mobilidade neste sítio Mobilidade compromete a vascularização. Cicatrização do tecido ósseo Cicatrização da ferida Cicatrização do tecido nervoso Cicatrização da ferida parestesia (uma sensação alterada espontânea e subjetiva que o paciente não relata como dolorosa), disestesia (uma sensação alterada espontânea e subjetiva na qual o paciente relata desconforto), hiperestesia (sensibilidade excessiva de um nervo à estimulação) e hipoestesia (sensibilidade diminuída de um nervo à estimulação). Degeneração: Desmielinização segmentar: a bainha de mielina desaparece em segmentos isolados, diminuição da velocidade de condução e evita transmissão de alguns impulsos. SINTOMAS: Cicatrização do tecido nervoso Cicatrização da ferida axônios e a bainha de mielina desintegração por completo Cessa toda a condução nervosa distal ao coto axonal proximal. Degeneração: Degeneração walleriana: Cicatrização do tecido nervoso Cicatrização da ferida Pode-se iniciar quase imediatamente – o coto axonal proximal emite um grupo de novas fibras (cone de crescimento) que cresce em direção ao tubo de células de Schwann remanescentes 1 – 1,5mm por dia, continua até que a região seja alcançada ou bloqueada por tecido conjuntivo fibroso ou osso. Sensações alteradas. Podem ocorrer problemas como um neuroma – massa de fibras nervosas sem direcionamento. Regeneração: Cicatrização do tecido nervoso Cicatrizaçãoda ferida Inflamação, epitelização, fibroplasia e remodelação. Cicatrizam por segunda intenção. Alvéolo vazio – formado por osso cortical (lâmina dura) coberto por LP rompido e margem circular de epitélio oral, preenchido por sangue que coagula e sela alvéolo do meio oral. 1ª semana: estágio inflamatório (leucócitos), fibroplasia (fibroblastos e capilares). epitélio migra para o interior do alvéolo. osteoclastos. 2ª semana: grande quantidade de tecido de granulação que preenche o alvéolo. deposição osteoide. 3ª e 4ª semanas: epitelização completa. novo osso trabecular é depositado. osso cortical continua a ser absorvido na crista e paredes do alvéolo (não é completamente absorvido antes de 4 – 6 meses). Após 1 ano: margem de tecido fibroso – cicatriz. Cicatrização dos Alvéolos após Extração Cicatrização da ferida Produtos de quebra da infecção: resultam na lise celular e de colágeno, o que contribui para a piora da cicatrização. manifestação clínica: eritema, calor, edema e dor acompanhados de odor e pus. Falha na manutenção da cadeia asséptica é uma razão frequente. Minimizar o risco: técnica cirúrgica meticulosa - remoção de resíduos, hemostasia adequada e eliminação do espaço morto. INFECÇÃO Complicações da cicatrização da lesão Cicatrização da ferida Separação parcial ou total das margens - 1a semana após a cirurgia. Decorrente mais da falha tecidual do que de técnicas de sutura impróprias. Fechar novamente x cicatrizar por segunda intenção. DEISCÊNCIA DA LESÃO Complicações da cicatrização da lesão Cicatrização da ferida Os queloides são crescimentos benignos de tecido fibroso além das margens da ferida. Cicatrizes hipertróficas não se estendem além das margens da ferida original, decorrentes inflamação prolongada e deposição de colágeno, são avermelhadas, firmes e elevadas. Injeções intralesionais com corticoide. CICATRIZAÇÃO PROLIFERATIVA Complicações da cicatrização da lesão Cicatrização da ferida Fatores que afetam a cicatrização Cicatrização da ferida Fatores que afetam a cicatrização A capacidade de reparo das feridas diminui com a idade. Comorbidades. Otimização pré-operatória. ENVELHECIMENTO Cicatrização da ferida Fatores que afetam a cicatrização A infecção bacteriana e a inflamação aumentada podem desencadear um dano tecidual ainda maior. Prevenção: princípios cirúrgicos. Tratamento : debridamento adequado, remoção de corpos estranhos, tecidos necróticos e irrigação. Antibióticos tópicos ou sistêmicos em conjunto. Culturas antes de uma antibioticoterapia. Curativos das feridas devem ser utilizados como parte do regime de tratamento INFECÇÃO Cicatrização da ferida Fatores que afetam a cicatrização Risco maior de desenvolver uma cicatrização comprometida descompensação da glicose - perfusão tecidual inadequada - doença microvascular. Afeta o suprimento sanguíneo suscetibilidade à infecção A hiperglicemia afeta o sistema imune Prevenção: o controle rígido do nível da glicose sérica. DIABETES Cicatrização da ferida Fatores que afetam a cicatrização Fumar tabaco provoca hipoperfusão tecidual e hipóxia. Os pacientes devem ser aconselhados a interromper o uso do tabaco 2 semanas antes do tratamento, Absterem-se de fumar até que acicatrização esteja completa. TABAGISMO Cicatrização da ferida Fatores que afetam a cicatrização O estado nutricional é uma consideração extremamente importante na cicatrização das feridas. Fator de contribuição - má cicatrização de feridas. Alimentação entérica. Deficiências vitamínicas - resposta imune deficiente. Avaliação dietética. DEFICIÊNCIA NUTRICIONAL Cicatrização da ferida Fatores que afetam a cicatrização Condição médica, uso de medicamentos, HIV/ AIDS, câncer, DM descompensada, idosos e desnutridos, gravidez e situações de estresse extremo. Afeta a cicatrização - suprimir a síntese proteica e a proliferação celular. IMUNOSSUPRESSÃO Cicatrização da ferida Efeitos deletérios: hipocelularidade, hipovascularidade e hipoxemia, podem ser lesados de forma permanente Desarranjo da ferida Retalhos de tecido mole para conduzir vasos sanguíneos para áreas pouo irrigadas - permitir cicatrização. Supressão da medula óssea - diminuição da produção de células inflamatórias - aumenta o risco de infecção, supressão da neovascularização; efeitos prejudiciais sobre a cicatrização das feridas RADIOTERAPIA E QUIMIOTERAPIA Radioterapia : Quimioterapia: Fatores que afetam a cicatrização Cicatrização da ferida O conhecimento do processo de cicatrização é fundamental para maximizar a cicatrização e minimizar os efeitos adversos como: infecção, má união e cicatrizes desfigurantes. TAREFA: TRATAR FERIDAS AGUDAS E OTIMIZAR A CICATRIZAÇÃO. REFERÊNCIAS Fonseca, RJ. Trauma Bucomaxilofacial - 4ª Edição/2015. Miloro, M. et al. Princípios de Cirurgia Bucomaxilofacial de Peterson. São Paulo:Santos, 2 ed., vol I e II, 2008. HUPP, James R.; TUCKER, Myron R.; ELLIS, Edward. Cirurgia oral e maxilofacial contemporânea. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier.2015. 1. 2. 3. Obrigada!
Compartilhar