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GLANDULAS SALIVARES

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GLANDULAS SALIVARES
1. ANATOMIA
Divisão:
 Glândulas salivares menores.
 Glândulas salivares maiores (produzem 90% da saliva diariamente).
 Sublingual.
 Submandibular.
 Parótida.
Embriologia:
 Seu desenvolvimento começa da sexta a oitava semana de gestação.
 Iniciam-se a partir de fendas branquiais, com a formação de brotos ductais.
 A glândula parótida é a primeira glândula a aparecer, que se desenvolve a
partir do estomodeu posterior.
 As glândulas submandibulares são formadas no assoalho da boca, com a
formação de pequenos brotamentos bilaterais a língua, pela sexta semana de
gestação.
 As glândulas sublinguais são originadas a partir de brotos epiteliais
ectodérmicos nos sulcos paralinguais, também no assoalho da boca.
Sobre a glândula parótida:
 É a maior e mais importante glândula salivar.
 Possui formato piramidal.
 Repousa na lateral da face, anterior a orelha, localização pré-auricular, no leito
parotídeo.
 Anterioinferiormente ao meato acústico externo, onde encontra-se o
ramo da mandíbula e o processo mastóide.
 A saliva é conduzida por meio do ducto de Stensen (ou ducto de Stenon ou
parotídeo).
 O ducto passa em frente ao músculo masseter, ultrapassa o bucinador e
desemboca em uma papila na boca (papila do ducto de Stensen),
próxima ao segundo molar superior.
 A glândula é revestida por uma cápsula fáscial parotídea, derivada da lamina
superficial da fáscia cervical profunda.
 O ápice glandular está posteriormente ao angulo da mandíbula.
 A base está relacionado com o arco zigomático.
 Dois lobos (em relação ao plano do nervo facial):
 Superficial (80% do volume da glândula) => Ao plano do nervo facial.
 Profundo (20% do volume da glândula) => Atraves do canal
estilomandibular (Borda posterior do ramo d mandibula e pelo processo
estiloide.
 Nervo facial (NC VII) tem íntimo contato com a parótida (porem, não a
inerva), ultrapassando quando ocorre sua ramificação pela face.
 Sai do crânio pelo forame estilomastóideo (entre as apófises mastóide e
estilóide do osso temporal).
 Divide-se em => Temporofacial e cervicobraquial.
 O nervo facial se ramifica em 5 principais ramos:
 Ramo temporal => Levantar a sobrancelha.
 Ramo zigomático => Inerva o músculo orbicular do olho, fecha o
olho.
 Ramo bucal => Inerva a parte superior do lábio => Elevação do
lábio.
 Ramo marginal mandibular => Inerva a musculatura abaixadora do
lábio.
 Ramo cervical => Inerva o platisma.
 Forma os principais motores dos músculos da mímica facial.
 Nervo auriculotemporal:
 Estimula a secreção da glândula parótida.
 Possui componente parassimpático.
 Este nervo é originado de fibras pré-ganglionares do NC IX
(glossofaríngeo).
 Vascularização da glândula parótida:
 Irrigação arterial => Artéria carótida externa (divididas em oito ramos).
 A. Tireoidiana superior, A. Faríngea, A. Lingual, A. Facial, A.
Occipital, A. Auricular posterior, A. Temporal, A. Maxilar.
 Drenagem venosa => Veia facial posterior / Retroauricular.
 Cadeia linfonodal na loja parotídea (1ª estação de drenagem linfática das
lesões cutâneas malignas na face).
Sobre a glândula submandibular:
 Segunda maior glândula salivar.
 Localizada no triângulo submandibular (Nível Ib), ao longo do corpo da
mandíbula.
 Esse triângulo é delimitado pelos dois ventres do músculo digástrico e
pelo músculo milo-hioide.
 Pesa entre 7 a 16g.
 O ducto de Warthon (ducto submandibular) drena o conteúdo para a cavidade
oral em direção ascendente, próximo ao frênulo da língua, nas carúnculas do
ducto submandibular.
 O ducto é originado da parte da glândula entre os músculos hioglosso e
milo-hióideo.
 Na abordagem da glândula, atentar aos seguintes nervos:
 Nervo marginal mandibular (VII) => Nervo superficial, facilmente
lesado.
 Inerva musculatura depressora do ângulo da boca.
 Penúltimo ramo do nervo facial.
 Localizado abaixo da borda inferior da mandíbula.
 Nervo hipoglosso (XII) => Responsável pela mobilidade da língua.
 Lingual (terceiro ramo do nervo trigêmeo – V3) => Sensibilidade tátil
para a língua.
 Artérias e veias faciais cruzam a glândula submandibular.
 A irrigação arterial da glândula provem das artérias submentuais.
 Cadeia linfonodal na loja submandibular:
 1ª estação de drenagem linfática de tumores malignos de andar inferior
da boca.
 Considerada o Nível I de classificação anatomocirurgica de drenagem
linfática do pescoço.
Sobre a glândula sublingual:
 Menores e mais profundas glândulas salivares.
 Localizada no assoalho da boca, entre a mandíbula e o músculo genioglosso.
 Próxima com o ducto de Warthon.
 Apresenta vários ductos secretórios sublinguais que se abrem ao longo das
pregas sublinguais no assoalho da boca.
 Irrigação arterial:
 Artérias sublinguais => Ramos da artéria lingual.
 Artérias submentuais => Ramos da artéria facial.
2. TUMORES DE GLÂNDULAS SALIVARES – CONSIDERAÇÕES
GERAIS
Considerações iniciais:
 Representam cerca de 6 a 8% dos tumores em CCP.
 Incidência de cerca de 0,5 a 2 casos por 100.000 habitantes.
 Espectro heterogêneo, incomum e variável.
Fatores de risco potenciais:
 Radiação.
 Tabagismo => Tumor de Warthin.
 Infecções virais => EBV, HIV, HPV.
 Fatores ambientais.
Propedeutica - Anamnese:
 Idade:
 Mais jovens tem etiologias benignas, como infecções virais.
 Tempo de evolução:
 Processos neoplásicos tem evolução cronica.
 Sintomas sistemicos:
 A presença de febre está relacionada a processos benignos.
 Mudanças de padrão do aumento glandular podem levantar a suspeita de
malignização.
 Dor e edema:
 Em geral, a presença de dor está relacionada a processos inflamatórios.
 Xerostomia:
 Presente na síndrome de Sjogren, medicações, desidratação, diabetes ou
uremia.
 Aumento glandular:
 Unilateral: Neoplasia ou litíase.
Propedêutica - Exame físico:
 Etapas: Inspeção, palpação uni ou bimanual, oroscopia com visualização dos
ductos.
 Observar: Assimetrias, mudança na coloração, massas pulsáteis ou móveis a
deglutição.
 Oroscopia: Buscar lesões na cavidade oral, simetria dos ductos, sinais de
oclusão, abaulamentos, palpação bimanual.
 Consistência: Tumorações mais duros tem maior chance de serem
malignos.
 Paresia / Paralisia da face: Pode refletir invasão neural do tumor.
 Avaliar a mímica facial.
 Ramos do tronco superior - Contração da musculatura da fronte e
fechamento ocular.
 Ramos do tronco inferior - Sorriso e movimento do beijo.
 Palpação cervical: Buscar metástases cervicais.
Exames complementares:
 Amilase: Aumentada na parotidite e na sialolitíase.
 Sorologias: CMV, HIV, Sjogren.
 Radiografia: Sialolitíase.
 Sialografia: Revela anatomia do ducto salivar, injeta contraste pelo óstio do
ducto salivar.
 Ultrassonografia: Avaliar nódulos e tumorações.
 Tomografia: Padrão ouro para tumores de parótida, avalia acometimento do
lobo profundo.
 RNM: Permite avaliar envolvimento nervoso.
 PAAF: Definir histologia tumoral.
 Bióspia incisional: Conduta de exceção.
 Cintilografia com tecnécio: Hipercaptação no tumor de Whartin, nódulo
quente.
Regra dos 80% (risco de malignidade => Quanto maior a glândula, maior a chance de
ser tumor benigno):
 Parótida => 80% benigno / 20% maligno.
 Submandibular => 50% / 50%.
 Sublingual => 20% benigno / 80% maligno.
Parótida (Regra dos 80% para a Glândula parótida).
 80% dos tumores da parótida são benignos.
 80% destes tumores benignos são adenomas pleomórficos.
 80% do volume da glândula parótida está acima do plano do nervo facial
(superficial).
3. DOENÇAS NÃO NEOPLÁSICAS DAS GLÂNDULAS SALIVARES
SIALOLITÍASE
Definição:
 É a “Pedra nas glândulas salivares”.
 Ocorre de forma mais frequente na glândula submandibular, 80% dos casos.
 O ducto de Warthon possui trajeto tortuoso e antigravitacional.
 Apenas 10% ocorrem na parótida.
Composição da litíase:
 Material calcáreo e Material orgânico.
 Processo de formação => Estase da saliva para a glândula.
Clínica:
 Ocorre principalmente em adultos.
 Dor em cólicadurante a alimentação.
 Não há dietas para prevenir o aparecimento
 Infecções de repetição (sialoadenite) são a principal complicação da
sialolitíase.
 Possível visualizar por meio da sialografia.
Tratamento:
 Medicamentoso com sialogogos e medidas comportamentais (hidratação).
 Diante do quadro álgico => Antiespasmódico + AINEs.
 Sialoendoscopia.
 Cirúrgico quando cálculo > 2 cm ou sialoadenite crôndestruiica.
 Ressecção per-os (pela boca), (quando acessível).
 Submandibulectomia em casos extremos com cálculo intra-glandular
(maior morbidade).
SIALOADENOSE
O que é:
 Doença parenquimatosa não inflamatória das glândulas salivares.
 Originada por desordens metabólicas e secretórias do parenquima salivar.
Manifestações clínicas:
 Edema indolor, recidivante, principalmente da parótida.
A sialose está associada a desordens metabólicas e endocrinológicas:
 Disturbios hormonais: Aumento da parótida está associado de forma mais
comum com o Diabetes Melitus.
 Distróficos-metabólicos: Deficiencia de vitaminas e proteínas.
 Neurogênica: Disfunção do sistema nervoso autônomo.
SÍNDROME DE SJOGREN
O que é:
 Destruição mediada por linfócitos das glândulas exócrinas.
 Consequência da imunorregulação alterada com lesão do parenquima
glandular.
 Causa diminuição ou ausência de secreção glandular e secura da mucosa.
 90% no sexo feminino.
Tríade clássica:
 Xerostomia.
 Ceratoconjuntivite seca.
 Artrite reumatoide / Lúpus eritematoso.
Diagnóstico:
 Biópsia de glândula salivares da mucosa labial.
 Bioquímica da saliva da parótida: Aumento de cloro, sódio, IgA, IgG,
lactoferrina, albumina e diminuição do fosfato.
Tratamento:
 Sintomático.
 Estimulação salivar.
 Substitutos de saliva e / ou lágrimas.
 Antibióticos, se infecção secundária.
CAXUMBA
O que é:
 Doença causada por paramyxovírus.
 Transmissão por secreção nasal e urina.
 Ocorre primariamente em crianças, dos 4 e 6 anos de idade.
 A inflamação da parótida representa uma infecção viral sistêmica e altamente
contagiosa.
 Período de incubação de 2 a 3 semanas (geralmente em média 18 dias).
Quadro clínico:
 Dor e aumento na região parotídea.
 A dor piora ao estímulo alimentar.
 Pode ser uni ou bilateral.
 Rápida progressão, pode haver apagamento do ângulo da mandíbula.
 Sintomas de viremia: Febre baixa, artralgia, prostração e cefaleia.
Diagnóstico:
 Clínico-epidemiológico.
 Laboratório: Elevação da amilase salivar na presença do edema glandular.
 Histologia: Vacuolização citoplasmática de células acinares.
Tratamento:
 Sintomático: Hidratação, repouso e modificações de dieta (diminuir estímulo
glandular).
 Infecções graves podem evoluir para meningoencefalite, orquite,
pancreatite e nefrite.
4. TUMORES BENIGNOS DE GLANDULAS SALIVARES
Principais:
 Adenoma pleomórfico.
 Tumor de Warthin.
 Ranula.
Adenoma pleomórfico (Ou Tumor misto benigno).
 É o mais comum dos tumores de glândulas salivares.
 Corresponde a 90% dos tumores benignos da parótida 50% dos tumores
benignos das glândulas submandibulares.
 Na parótida, 80% ocorrem no lobo superficial.
 Atinge principalmente mulheres, na faixa etária de 50 – 60 anos.
 Crescimento lento e progressivo.
 Indolor e consistência endurecida.
 Sem acometimento venoso ou ulceração da pele.
 Massas ovoides, boceladas, variam entre 2 a 5 cm.
 Histopatologia:
 Pseudópodes => Taxa de recidiva em até 10%.
 Importante para ressecção, pois necessita de margem.
 DICA:
 Se houver apagamento do ângulo da mandíbula ou elevação do lobo da
orelha em tumor na lateral da face, pensar em parótida.
 Diagnóstico.
 USG.
 Tomografia:
 Lesão homogênea e hipoatenuante em relação ao parênquima
glandular.
 Lesões maiores que 3 cm tendem a serem heterogêneas.
 Realce ao contraste iodado geralmente 5-10 minutos após
administração.
 PAAF.
 RNM => Solicitar com protocolo de difusão e permeabilidade.
 Massa de limites bem definidos, impregnação moderada pelo
gadolínio.
 Hipossinal em T1 e Hipersinal em T2.
 A acurácia diagnóstica pode ser superior em comparação a citologia
da PAAF.
 Excelente para o diagnóstico, pode ser solicitada para o
planejamento pré-operatório (se há acometimento do polo profundo
da parótida).
 Tratamento => Sempre cirúrgico.
 Indicado sempre, pois:
 Crescimento progressivo => A ressecção de um tumor maior
aumenta a chance de lesão de estruturas adjacentes.
 Dificuldade de confirmação diagnóstica com PAAF.
 Risco de malignização (~20%).
 Parotidectomia parcial com ressecção do tumor com margens.
 Submandibulectomia.
Tumor de Warthin:
 Sinônimo => Cistoadenoma papilífero linfomatoso.
 “Exclusivo” da glândula parótida.
 Segundo tumor benigno mais comum nas glândulas salivares.
 Tumor cístico relacionado a tabagismo.
 Quadro clínico:
 Massa de longa evolução, bilateral, ocupando o polo inferior do lobo
superficial da parótida.
 Nódulo cístico de evolução lenta.
 Histologia: Proliferação papilar de epitélio caracteristicamente oncocítico.
 Pode ser bilateral (Até 20% dos casos).
 80% das vezes está no polo superficial.
 Menor risco de malignização.
 Achados de exames de imagem:
 Tomografia:
 Massa hipoatenuante, realce pouco significativo ou ausente pelo
meio de contraste.
 Não apresenta calcificações.
 RNM:
 Hipossinal em T1, Hipersinal em T2, impregnação variável pelo
gadolínio, rápido washout.
 A impregnação é dependente do componente sólido da lesão.
 Útil para demonstrar áreas císticas e multisseptadas da lesão.
 Conduta:
 Se tumor pequeno => Pode manter observação, cessar o tabagismo.
 Se duvida diagnóstica ou crescimento tumoral => Cirurgia.
 Parotidectomia parcial (não requer margens).
 Não apresenta pseudópodes.
 Não demonstra risco significativo de malignização.
Ranula:
 Lesões císticas, benignas.
 Congênitas ou adquiridas.
 Cistos de retenção das glândulas sublinguais ou de glândula salivar menor.
 Localização: assoalho da boca.
 Tratamento:
 Excisão do cisto e da glândula sublingual.
 Marsupialização => Se cisto muito grande.
 Incisão no assoalho da boca.
 Identificação do pseudocisto.
 Incisão no cisto e drenagem do conteúdo.
 Sutura invertida da parede da porção interna com a porção externa,
evertendo o bordo.
 Evita infecção, retenção do conteúdo e melhora sintomática.
Considerações finais:
 Os tumores benignos são mais comuns na glândula parótida.
 O tipo histológico mais frequente e o Adenoma pleomórfico.
 Massas na região Pré-auricular de longo tempo de evolução.
 Evitar anucleadas sob anestesia local.
 O tratamento e a exérese sob anestesia geral, com preservação de nervo facial.
5. TUMORES MALIGNOS DE GLANDULAS SALIVARES
Classificados pelo grau de agressividade tumoral (Diferenciação histológica):
 Baixo grau.
 Baixa agressividade.
 Evolução semelhante ao adenoma pleomórfico.
 Alto grau.
 Alta agressividade Local e alta taxa de metástases.
Apresentação clínica:
 Massa pré-auricular, cervical ou intraoral, dependendo da glândula acometida.
 As vezes associado a tempo prolongado de evolução e indolor.
 Sinais de invasão de estruturas adjacentes.
 Nervo, músculo, pele.
 Pode haver invasão de pele, ulceração, dor ou déficit de NC VII.
 A presença de paralisia facial a apresentação também e uma
evidencia de agressividade.
 Metástase linfonodal.
 Loja parotídea possui importante cadeia linfonodal, sede frequente de
metástases de tumores malignos de pele localizado na região pré-auricular,
malar, frontal e geniana.
Principais tipos.
 Mucoepidermóide.
 Câncer mais comum das glândulas salivares.
 60% nas glândulas salivares maiores.
 Porem pode atingir todas as glândulas salivares.
 80% na parótida.
 Faixa etária 50 anos, sexo feminino.
 Constituído por três tipos celulares => Células mucosas, epidermóide e
intermediária.
 Neoplasia maligna de natureza epitelial, relacionada ao ducto glandular.
 Achados na tomografia ou RNM:
 Baixo grau: Limites bem definidos, paredes finas, áreas císticas e
raramente calcificações. Intermediário e alto grau: Limites irregulares e imprecisos.
 Adenóide cístico (ou Cilindroma).
 Acomete principalmente glândulas submandibular (30% dos tumores) e
salivares menores.
 Segunda neoplasia mais frequente das glândulas salivares.
 Insidioso, alta disseminação perineural, difícil cura.
 Alta grande de recidiva.
 Incide preferencialmente na quinta década de vida, mas também em
adultos jovens.
 Prevalência igual entre os sexos.
 Histopatologia: células ductais e mioepiteliais, que podem assumir
diferentes arranjos: tubular, trabecular, cribriforme e sólido.
 Faz invasão perineural (Neurotropismo).
 Pode gerar dor e paralisia facial.
 Tumor deve ser considerado agressivo, acentuada tendência a
disseminação perineural, podendo atingir o SNC.
 8% dos casos a apresentação clínica ja há linfonodomegalias
cervicais.
 Grande propensão a metástases a distância, principalmente pulmonares
(40%), cérebro (20%) e ossos (20%).
 Achados de imagem:
 RNM é o exame de escolha, permite identificar invasão perineural e
meníngea.
 Sinal intermediário a baixo em T1 e T2 com impregnação pelo
gadolínio.
 Tomografia indicada quando há a suspeita de invasão óssea.
 Carcinoma Ex-adenoma pleomórfico.
 Alto grau, muito agressivo.
 Carcinoma que se originou de um Adenoma pleomórfico preexistente ou
de suas recorrências.
 Maior incidência na glândula parótida.
 25% dos Adenomas pleomórfico tem potencial de malignização.
 Câncer de alto grau, grande agressividade local e propensão para
metástases linfonodais.
 Pode invadir tecidos adjacentes com necrose, invasão vascular e
neural e área de calcificação.
 Histopatologia: Adenoma pleomórfico infiltrado por neoplasia pouco
diferenciado, com envolvimento de tecidos periglandulares e células
epiteliais.
Diagnóstico:
 USG Cervical.
 TC de face e cervical com contraste.
 RNM (Protocolo difusão e permeabilidade) => Boa acurácia diagnóstica.
 PAAF.
 Evitar biópsia incisional pelo risco de disseminação tumoral.
Estadiamento.
 Exame físico.
 Ulceração?
 Dor?
 Acometimento de nervo? Déficit motor?
 Imagem.
 TC / RNM: Face, pescoço e tórax.
Tratamento:
 Parotidectomia regrada (superficial ou total) com margens livres.
 Preservação de nervos (facial) sempre que possível.
 Se paralisia facial pré-operatória ou com invasão de NC VII, reservar o
nervo facial com reconstrução microcirurgica imediata.
 Esvaziamento cervical:
 Eletivo para tumores de alto grau: I, II e III.
 Terapêutico radical modificado quando necessário.
 Evidente extensão extraglandular.
 RT / QT adjuvante quando.
 T3 / T4 (localmente avançados).
 Tumores de alto grau.
 Ressecção incompleta.
 Invasão angiolinfática e/ou perineural.
Considerações finais:
 Tumores malignos são mais comuns na glândula parótida, e podem ser de alto
ou baixo grau.
 O tipo histológico mais frequente e o carcinoma mucoapidermoide, seguido do
carcinoma adenoide cístico e do carcinoma ex-Adenoma pleomorfico.
 Apresentam-se como massas na região pré-auricular com sinais de invasão de
estruturas adjacentes (Se subtipo agressivo).
 O tratamento e parotidectomia total com preservação do NC VII.
6. PAROTIDECTOMIA, LOBECTOMIA LATERAL
Introdução:
 Deve-se identificar o nervo facial e seus ramos durante a dissecção.
 O nervo facial deixa o forame estilomastóideo, atravessa a parótida,
originando ramos para inervar os músculos da mímica facial.
 O objetivo do tratamento cirúrgico das neoplasias benignas é remover todo o
tumor preservando a integridade do nervo facial.
Indicações:
 Tumorações a esclarecer de glândula parótida.
 Sialadenites cronicas refratárias ao tratamento clínico.
Preparo pré-operatório:
 O paciente deve estar ciente da perda de função do nervo facial, suas
consequências funcionais e estéticas.
Anestesia:
 Anestesia geral com relaxante muscular de curta ação e evitar a paralisia
muscular.
 O cirurgião precisa identificar os nervos motores durante a dissecção.
Descrição cirúrgica:
 Paciente em decúbito dorsal e preparação da pele.
 Incisão de Blair modificada e descolamento do retalho cutâneo com exposição
da fáscia massetérica da parótida.
 Identificação do nervo facial e de seu tronco principal.
 Marcos anatômicos: Borda anterior do músculo esternocleidomastóideo
(ECM), veia facial posterior e nervo auricular magno.
 Afastar o músculo ECM da cápsula da glândula parótida, dissecando em
direção ao processo mastóide e porção membranácea do meáto acústico
externo.
 Liberar o polo superficial do nervo facial identificado.
 Revistar hemostasia e verificar a integridade do nervo facial.
 Lavagem da ferida operatória, drenagem com dreno de sucção.
 Fechamento por planos e fechamento da pele.
Cuidados pós-operatórios:
 Pode haver paresia temporária em consequência da tração do nervo facial.
 Em geral, resolve em uma semana.
 Pode-se retirar o dreno de sucção quando débito menor que 15ml/24h.
 Se transecção do nervo auricular magno, haverá anestesia da pele na região
periauricular.
Complicações:
 Hematoma de ferida operatória.
 Se volumoso, abaulamento da ferida operatória, haverá necessidade de
reabordagem cirúrgica.
 Lesão inadvertida do nervo facial (3-5% dos casos): Paralisia ou paresia do
nervo facial.
 Sialocele.
 Manejo: Aspiração, toxina botulínica.
 Fístula salivar.
 Cicatriz inestética.
 Síndrome da primeira mordida.
 Dor na região da glândula parótida ao iniciar a refeição.
 Desnervação simpática da glândula.
 Ocorrência pós-operatória benigna e autolimitada.
 Síndrome de Frey (sudorese gustatória).
 Tratamento: Anticolinérgicos tópicos, toxina botulínica.
(Incisão de Blair modificada)
(Parótida e suas relações anatomicas)
(Dissecação e identificação do nervo facial)
(Liberação da parótida do nervo facial)
7. EXCISÃO DA GLÂNDULA SUBMANDIBULAR
Introdução:
 A glândula está localizada dentro do espaço submandibular.
 Indicações cirúrgicas principais:
 Cálculo com obstrução ductal e sialoadenite secundária.
 Suspeita de neoplasia glandular.
Abordagem cirúrgica Transcervical:
 Posicionamento:
 Paciente em decúbito dorsal.
 Pescoço em extensão: Permitir a exposição do triangulo submandibular.
 Rotação para o lado oposto a glândula a ser operada.
 Incisão (3-4 cm abaixo do ramo da mandíbula), abertura dos planos adiposos e
do músculo platisma.
 Entrada na lamina superficial da fáscia cervical.
 Preservar nervo marginal mandibular e vasos faciais, podem estarem
expostos.
 Exposição da glândula submandibular e dissecção dos tecidos adjacentes.
 Ressecção da glândula submandibular, ligadura do ducto e pedículo vascular.
 Lavagem da ferida operatória com soro fisiológico.
 Instalação de dreno de sucção.
 Fechamento por planos e fechamento da pele.
Cuidados pós-operatórios:
 Remoção do dreno 24 - 48 horas após.
 Atentar a sangramentos.
 A presença de hematoma pode resultar em insuficiência respiratória,
com indicação de nova abordagem cirúrgica para revisão da hemostasia.
Complicações:
 Lesão de nervo marginal mandibular: Paralisia de lábio inferior.
 Ressecção incompleta do ducto glandular: Retenção do cálculo.
 Hemorragia pós-operatória.
 Lesão de nervo hipoglosso.
8. COMPLICAÇÕES CIRURGICAS
Descrição cirúrgica da Parotidectomia:
 Incisão pré-auricular no lado a ser operado.
 Identificar e dissecar o tronco do nervo facial, preservar o nervo.
 Liberar o tumor (ou a parótida superficial) com margens livres.
 Enviar a peça para a congelação.
 Se maligna => Completar a parotidectomia.
 Remover o lóbulo profundo da parótida, entre os ramos do nervo facial.
Parotidectomia:
 Paralisia do nervo facial (permanente ou transitória).
 Sialocele.
 Fístula salivar.
 Síndrome de Frey.
Síndrome de Frey.
 Regeneração aberrante dos ramos parassimpáticos do nervo auriculotemporal
para a pele.
 Sudorese gustativa.
 Tratamento.
 Desodorante antitranspirante.
 Se refratário, Botox.
 Retalhos musculares.
Submandibulectomia.
 Paralisia do marginal da mandíbula(VII) => Déficit de mímica da boca.
 Paralisia do hipoglosso (XII) => Língua desviada para lado lesado.
 Paralisia do lingual (V3) => Déficit sensitivo da língua.
 Fístula salivar.
 Sialocele.
9. REFERENCIAS
ADEMAR JOSÉ DE OLIVEIRA PAES JUNIOR (ed.). CABEÇA E PESCOÇO. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2017.
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