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CÁRIE E DOENÇA PERIODONTAL EM ODONTOPEDIATRIA O que é cárie? - Doença multifatorial; - Exposição a comportamentos de riscos (dieta); - Determinantes sociais (fatores socioeconômicos); OBS: muitas das doenças comuns de hoje e que não afetavam os antepassados: doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes, cárie e doença periodontal - o fator genético não é comprovado; - Do ponto de vista arqueológico: o que mudou para modificar as taxas de cárie na população mundial? alimentos ricos em açúcares (padrão alimentar) - crescimento a partir do período neolítico; Bebidas ricas em açúcares de adição estão associadas com: - Excesso de peso, inclusive em crianças; - Obesidade, síndrome metabólica e esteatose hepática não-alcoólica; - Hipertensão; - Doença coronariana; - Resistência insulínica; - Produção do ácido úrico; - Menor memória episódica e marcadores do Alzheimer pré-clínica; Cárie e Doença Periodontal: - Doença crônica; - Não transmissível; - Preditora de outras doenças sistêmicas (obesidade, diabetes, asma); - A importância de açúcares de adição como causa da cárie tem sido subestimado, apesar da evidência de seu papel único no causando uma epidemia de cárie em todo mundo; - Estudo: frequência de consumo de açúcares associada com aumento da profundidade de sondagem em adultos jovens - contribuição da inflamação sistêmica de baixo grau; - Fatores que resultaram em maior grau de doença periodontal: profundidade de sondagem, sangramento gengival, CPOD, renda familiar; CÁRIE DOENÇA PERIODONTAL Biofilme-açúcar-dependente Desencadeada pelo biofilme Açúcares na dieta - metabolizados pelo biofilme - ácido lático - desmineralização Inflamação crônica que causa a destruição dos tecidos de suporte dos dentes Afeta o tecido mineralizado Afeta os tecidos de suporte dos dentes - Modelo de gengivite experimental em humanos: ➔ O acúmulo de placa bacteriana induz uma resposta inflamatória dos tecidos gengivais, e sua remoção resulta no desaparecimento dos sinais clínicos de inflamação; ➔ A restrição total de açúcares refinados em estudo experimental (dieta da idade da pedra) por quatro semanas, observou: diminuição do sangramento gengival e da profundidade clínica de sondagem, mesmo na ausência de métodos tradicionais de higiene oral; - Indicadores da cárie e da doença periodontal estão fortemente correlacionados entre si nos adolescentes: “carga de doença bucal crônica” ➔ Profundidade de sondagem clínica >=4mm; ➔ Sangramento à sondagem; ➔ Índice CPOD; ➔ Índice PUFA (polpa exposta, ulceração, fístula, abscesso) - gravidade de cárie; - Existe uma correlação entre as doenças crônicas bucais na adolescência: gravidade da cárie e extensão da doença periodontal, as quais estariam correlacionada entre si e com o sangramento gengival; - A obesidade e o consumo de açúcares de adição estariam ligados à carga de doença bucal crônica; - Existe uma inflamação sistêmica subjacente às doenças bucais que poderiam explicar o maior risco das DCNT; - As doenças crônicas bucais estão correlacionadas entre si, ligadas ao consumo de açúcares de adição e à presença de inflamação sistêmica; - Teoria DOHaD: origens desenvolvimentistas da saúde e da doença ➔ Os primeiros 1000 dias (gestação 270 + 1º ano 365 + 2º ano 365): período de maior plasticidade do fenótipo para ações de prevenção de doenças crônicas no futuro; - Conclusão: ➔ A cárie e a inflamação periodontal estão associadas entre si na primeira infância; ➔ Consumo de açúcar e obesidade são partilhados no binômio mãe-filho, e aumentam a carga de doença bucal crônica na primeira infância; ➔ A prevenção das doenças crônicas bucais e sistêmicas deve ser integrada, voltada a seus fatores de risco comuns nos primeiros 1000 dias de vida, o que coloca a odontologia com papel protagonista na teoria DOHaD; - As doenças bucais ocorrem antes, e predizem em décadas as DCNT (doenças crônicas não transmissíveis) de maior mortalidade no futuro, diabetes e doenças cardiovasculares; - Teoria integrada da Cárie e Doença Periodontal: a ingestão de açúcares resulta em alteração do biofilme oral (disbiose), na cárie e periodontite; ➔ Microbiota em equilíbrio: maior diversidade bacteriana; ➔ Quanto mais açúcar for consumido, menor a diversidade bacteriana presente na microbiota oral (disbiose): maior acidogênese - bactérias cariogênicas; ➔ Disbiose resulta na gengivite; ➔ Ou seja, a ingestão de açúcares resulta na quebra da harmonia do biofilme oral, tornando o meio menos diversificado, selecionando bactérias acidúricas (cariogênicas) que vão inflamar o tecido gengival (gengivite) e tornar o meio mais propício para a desmineralização - a disbiose está relacionada com a cárie e a doença periodontal; - A cárie e a doença periodontal não são um momento, são resultados de uma progressão de eventos (continuum); - Prevenção para quem tem saúde; - Regressão para quadros que podem ser revertidos; - Retardo para quando as doenças já estão instaladas; Doenças Não Transmissíveis ou Crônicas: - São doenças de longa duração resultantes de uma combinação de fatores genéticos, fisiológicos, ambientais e comportamentais; - Principais: doenças cardiovasculares, asma, diabetes tipo II, cânceres - responsáveis por 71% das mortes do mundo; Asma X Cárie: - O medicamento usado para asma reduz o fluxo salivar; - Porém, a asma pode ser associada também a obesidade e ao risco de doenças cardiovasculares: o fenótipo de asma na criança pode ser associada ao consumo de açúcares de adição ou obesidade durante a gravidez; proteção - alimentação leite materno; - O consumo de açúcares de adição também são relacionados como risco a asma; Cárie e Doença Periodontal: - Cárie: efeito do açúcar de adição; - Doença periodontal: efeito do açúcar de adição; - Fator sistêmico: inflamação sistêmica; - Fator local: disbiose - aumento de biofilme; OBS: Carga inflamatória sistêmica de risco às doenças cardiovasculares associada a periodontite em jovens - o indivíduo sistemicamente inflamado tem predisposição para todas as doenças crônicas; ★ Crianças com cárie na primeira infância possuem marcadores inflamatórios de risco às DCNT aumentados; ★ Excesso de peso/obesidade e consumo de açúcares estão envolvidos; Cárie Transmissível? - Mãe tem cárie > Filho tem cárie; - Fatores maternos: S. mutans, cintura materna (obesidade), CPOD, Índice de Placa Visível materno; - Fatores do filho: consumo de açúcar, associação de S. mutans da mãe foi independente do S. mutans do filho; - Outros fatores além dos microrganismos devem ser considerados na cárie no binômio mãe-filho; Açúcar: - 2002 - possível associação de açúcar com doenças cardiovasculares; - 2006 e 2009 - redução de consumo; - 2016 - não consumir açúcares de adição nos dois primeiros anos de vida e limitar o consumo a 25 g (6 colheres de chá) ao dia para crianças e adolescentes; OBS: uma lata de refrigerante - 25-30g de açúcar OMS - 2015: - Diretrizes: redução do consumo de açúcares de adição para valores menores que 10% das calorias totais para prevenção da cárie e da obesidade; - Redução para 5%;
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