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Por Breno C. Vizzoni Análise dos fármacos, correlação entre farmacodinâmica, efeitos adversos, contraindicações e segurança, com enfoque em neurotransmissores – prova! Depressão: transtorno mental altamente prevalente no mundo, com aumento de 18,4% nos últimos dez anos, além do agravo durante a pandemia. O risco de suicídio é o pior da depressão: cerca de 50% dos casos de suicídio são devidos à depressão. Genética, sexo feminino, traumas da infância e estresse são os principais fatores de risco para depressão. É transtorno psiquiátrico crônico, recorrente e incapacitante que produz alteração de humor caracterizada por tristeza profunda e forte sentimento de desesperança. Episódio depressivo vs. Distúrbio depressivo maior Tristeza Normal e fisiológica. Luto Perda de algo. Distúrbios depressivos Semelhantes aos anteriores, mas persistentes Perda súbita de interesse por aquilo que já era atrativo, perda ou ganho de peso, agitação etc. → diferenciais! SINTOMAS → Emocionais: serotonina. → Físicos: epinefrina e nora. COMORBIDADES Maior susceptibilidade a diabetes, doenças cardiovasculares, demência etc. BASES NEURAIS DA DEPRESSÃO Teoria das monoaminas A depressão está associada à redução de monoaminas na fenda sináptica! 5-HT e nora. Como que se cura a depressão? Aumentando a quantidade de monoamina? Quando há a ministração do antidepressivo, ocorre, de fato, o aumento de neurotransmissores e isso reverte o quadro depressivo. Essa reversão, no entanto, não é imediata! A plasticidade sináptica precisa ser modificada para que haja de fato a melhor resposta possível do neurotransmissor nos respectivos receptores. O uso de AD de forma crônica, ocorrem modificações a nível transcricional e isso muda a plasticidade sináptica. Em neurônios serotoninérgicos ou noradrenérgicos – muda a monoamina Triptofano → liberação de 5HT → aglomeração vesicular → liberação na fenda sináptica → recaptação ou autorregulação. Tirosina → dopamina → noradrenalina → fenda sináptica → recaptação ou autorregulação. A recaptação serve para reutilizar os neurotransmissores que ainda estão funcionais, enquanto a autorregulação serve para sinalizar ao próprio neurônio secretório acerca das concentrações do neurotransmissor na fenda sináptica. Neuroplasticidade Os autorreceptores são mais sensíveis aos neurotransmissores! Tratamento agudo com antidepressivos O uso de antidepressivos reduzem a atividade de recaptação e mantém o neurotransmissor por mais tempo na fenda. A atração do NT pelos autorreceptores regula a secreção deles negativamente! Isso reduz a secreção de NT e é por isso que o paciente piora no início do tratamento antidepressivo! Tratamento crônico com antidepressivos A sensibilidade do autorreceptor é modulável. O excesso de estímulo resultante desse autorreceptor o modula negativamente, reduzindo sua quantidade no neurônio secretório. Quando reduzido, a regulação negativa é interrompida e a secreção de monoaminas se normaliza, solucionando o quadro depressivo. Mecanismo neuroendócrino Níveis de cortisol são maiores em indivíduos com DDM. Uso de glicocorticoides pode aumentar o risco de suicídio. Inflamação Citocinas periféricas modificam A remissão sintomatológica depende diretamente do tratamento contínuo! TRATAMENTO Terapia psicológica, medicamentosa e eletroconvulsoterapia. Depressão leve Depressão grave Medicação não recomendada! Medicação indispensável Remissão completa: 33% da população. TRICÍCLICOS Depressão grave, resistente ou hospitalizados, dor neuropática, narcolepsia e enxaqueca. Farmacodinâmica Bloqueio de recaptação de serotonina e norepinefrina. Efeitos adversos → Bloqueia H1 – sonolência e dano de metabolismo ganho de peso. → Bloqueio de canais de sódio – alterações de convulsão e arritmia cardíaca. → Antagonista muscarínico de receptor 1 – boca seca e visão turva. → Antagonista 1 – hipotensão. Farmacocinética Via oral, alta ligação a proteínas plasmáticas (interação medicamentosa!), metabolismo hepático e com meia vida de 10 a 80 horas. Obs.: Intoxicações – suicídio. INIBIDORES NÃO SELETIVOS DE RECAPTAÇÃO Usados quando não os pacientes não respondem aos seletivos ou em dor neuropática – inviável economicamente. Farmacodinâmica Idem a tricíclicos, mas não tem as mesmas interações com receptores alfa, H1, M1. Farmacocinética Via oral Efeitos adversos Agitação, aumento da PA, taquicardia, boca seca, constipação – aumento do estímulo simpático. Tremor e ativação motora. Isso se deve à interação com nora! Melhor associado a tratamento de pacientes graves! INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA Usados para transtornos de ansiedade (1ª linha!), depressão e distúrbios alimentares (Pouco recomendado! Sem base científica!). Farmacodinâmica Inibição da recaptação de serotonina (avá). Efeitos adversos → Náuseas, anorexia, insônia, perda de libido e incapacidade de atingir orgasmo. → Aumento da ansiedade. → Agitação motora. → Síndrome da serotonina: tremor, hipertermia e colapso cardiovascular. o Ocorre se houver associação com medicamentos que ajam na via de serotonina! ANTIDEPRESSIVOS ATÍPICOS Ansiolíticos (ineficaz para crise de pânico ou estados graves) Antidepressivos e reabilitação de dependentes (tabagismo). Farmacodinâmica Agonista parcial de 5-HT1A: Liga-se ao autorreceptor de serotonina e regula a secreção de serotonina – altera a plasticidade sináptica! Reduz a recaptação de 5-HT e NA. Farmacocinética Via oral. Efeitos adversos → Náusea, tontura, cefaleia e agitação. → Não causa sedação ou falta de coordenação motora. → Sem síndrome de abstinência e sem risco de dependência. INIBIDORES DA MONOAMINOXIDASE Usados em depressão refratária ou atípica e doença de Parkinson (bastante seleto) Farmacodinâmica Reduz a oxidação das monoaminas, mantendo sua concentração alta por mais tempo no neurônio. Para tratamento de depressão, é importante ter como alvo a MAO-A. Sem MAO-A, não há degradação das monoaminas no citosol, portanto, há permanência delas nas vesículas para serem liberadas na fenda sináptica. Efeitos adversos Aumento imediato da atividade motora (euforia e excitação). Tremores, excitação e hiperidrose. Ganho de peso, hipotensão, boca seca, visão embaçada e retenção urinária Reação do queijo Tiramina está presente nos fermentados! A degradação dessa tiramina pela MAO impede que haja um quadro tóxico. Se houver uso de inibidores da MAO, ocorre o acúmulo dessa tiramina, que é extremamente semelhante à NA!!!! A tiramina ocupa todo o espaço disponível para a NA dentro das vesículas e isso leva ao acúmulo de NA no citosol, levando a quadros de cefaleia, palpitações, náuseas, taquicardia, hemorragia.