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Resumão TCE PDF Wilsa Costa

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Wilsa Costa – Medicina – P3 – Tutoria 
 
 Objetivos de estudo: 
 
1) Conhecer a anatomia e as funções cerebrais; 
2) Entender a fisiopatologia do TCE e suas principais 
sequelas; 
3) Compreender a escala de Glasgow; 
4) Citar o diagnóstico de tratamento para o TCE; 
5) Entender o sistema límbico; 
6) Compreender a neurofisiologia da memórias de 
longo e curto prazo; 
 
ANATOMIA E FUNÇÕES CEREBRAIS: 
O sistema nervoso controla as funções do corpo, em todos 
os aspetos. Desde processos fisiológicos essenciais 
(controle da temperatura corporal e do ciclo sono-vigília), 
comandos voluntários (movimento), até os atributos mais 
complexos de um ser humano (pensamento de ordem 
superior e todo o espectro do comportamento emocional). 
 
A maior importância do sistema nervoso se dá pelo fato 
dele controlar as relações com o meio externo. Através 
disso ele controla funções, faz processamentos, capta 
informações e nos prepara para resolver os estímulos 
recebidos. 
Obs.: Ver mapa nos anexos. 
 
 
❖ Divisões estruturais do sistema nervoso: 
 
• O Sistema Nervoso Central ou SNC (Cérebro e 
Medula Espinal) – Realiza funções complexas, como 
armazenamento de experiências e de conhecimentos 
(memória), o desenvolvimento de ideias 
 
 
(pensamento) e de emoções, agindo ainda no ajuste 
rápido de todo o organismo, em relação às 
alterações do meio externo e do meio interno. Bem 
protegido na cavidade craniana e no canal vertebral. 
 
• Sistema Nervoso Periférico ou SNP (todo o tecido 
neural fora do SNC). – Composto principalmente 
pelos nervos espinais e pelos nervos cranianos. Ele 
proporciona a comunicação entre os órgãos e o SNC, 
controla a atividade da musculatura e das vísceras e 
atua na comunicação entre o meio externo e o meio 
interno. 
 
❖ Divisões Funcionais do sistema nervoso: 
 
• Sistema nervoso somático (informal: Sistema 
voluntário) – Inervação da musculatura esquelética, 
pela percepção consciente dos estímulos 
sensoriais/sensitivos e pela comunicação com o 
meio externo. 
 
• Sistema nervoso autônomo ou ainda Sistema 
nervoso vegetativo ou Visceral (informal: Sistema 
Involuntário) – Controle das vísceras de modo 
inconsciente. 
 
 
O fluxo de informação dentro do sistema nervoso pode ser 
descrito como: 
 
• Aferente - transportam informações dos tecidos 
periféricos para o SNC (sensação) 
 
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/medula-espinhal
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/sistema-nervoso-periferico
 
 
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• Eferente - transmitem comandos no sentido 
contrário, do SNC para a periferia, sobre como 
responder a estes estímulos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Sistema nervoso central (SNC) - consiste no 
encéfalo e na medula espinal. 
 
➢ Encéfalo: 
• Encontrado na cavidade craniana 
• Gera comandos para tecidos-alvo 
• Tem sua origem ainda na fase embrionária, sendo 
formado a partir do tubo nervoso. 
• O encéfalo é subdivido em: Cérebro (telencéfalo + 
diencéfalo), Tronco encefálico (ponte, bulbo 
mesencéfalo) e Cerebelo. 
 
➢ Medula espinal: 
• Encontrada na coluna vertebral 
• Atua como um canal conectando o encéfalo aos 
tecidos periféricos através do SNP 
• Continuação do tronco cerebral 
 
Ambos são protegidos por três camadas de meninges: 
- Dura-máter, aracnoide e pia-máter. 
 
 
 
 
 
 
 
 
➢ Tronco Encefálico: 
• Interpõe – se entre a medula e o diencéfalo, 
situando-se ventralmente ao cerebelo. 
• Constituído por neurônios e fibras nervosas ( tratos, 
fascículos ou lemnisco). 
• Muitos dos seus núcleos recebem ou emitem fibras 
nervosas que entram na constituição dos nervos 
cranianos. 
• O tronco encefálico se divide em: bulbo 
(caudalmente), mesencéfalo (cranialmente) e ponte 
(situada entre ambos). 
 
 
➢ Cérebro (Telencéfalo): 
• O cérebro é formado a partir do telencéfalo e 
constitui a parte mais desenvolvida do encéfalo. 
Muitas pessoas costumam usar de maneira errônea 
os dois termos como sinônimos. Uma característica 
marcante do cérebro é a presença de várias pregas 
que são conhecidas como giro ou circunvoluções. 
• O cérebro é dividido quase que completamente em 
dois hemisférios, que são unidos por uma estrutura 
denominada corpo caloso. Cada hemisfério é 
dividido em quatro lobos, que recebem o nome dos 
ossos do crânio localizados acima dele. Sendo 
assim, temos os lobos frontal, parietal, temporal e 
occipital. 
 
 
• Lobo Frontal: 
- Parte mais anterior do cérebro 
- Envolvido no controle muscular, intelecto superior, 
personalidade, humor, comportamento social e 
linguagem. 
- Posteriormente, é separado do lobo parietal pelo sulco 
central (ou sulco de Rolando) 
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/coluna-vertebral-espinha
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/meninges-ventriculos-e-suprimento-sanguineo-do-cerebro
 
 
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- Inferiormente é separado do lobo temporal pelo sulco 
lateral (ou sulco de Sylvius) 
- As convoluções mais significativas do lobo frontal são 
os giros e sulcos pré-central, superior, médio e inferior, 
bem como os giros orbitais. 
- Todo o lobo frontal é vascularizado pelas artérias 
cerebrais anterior e média, que são ramos da artéria 
carótida interna. 
 
• Lobo Parietal: 
- Está situado entre os lobos frontal e occipital 
- Separado deles pelos sulcos central e parieto-occipital 
- Está envolvido na linguagem, no cálculo, assim como 
na percepção de várias sensações, como toque, dor e 
pressão. 
- O lobo é dividido em duas partes chamadas de lóbulos 
(superior e inferior), que são separados por um sulco 
intraparietal. 
- Outras estruturas importantes incluem o sulco pós-
central, juntamente com os giros pós-central, angular e 
supramarginal. 
- O lobo parietal é vascularizado por ramos das artérias 
cerebrais anterior, média e posterior. Esta última se 
origina da artéria basilar. 
 
 
• Lobo Temporal: 
- É responsável pela memória, linguagem e audição. 
- Situa-se abaixo dos dois lobos anteriores, dos quais é 
separado pelo sulco lateral. 
- O lobo temporal é constituído pelos giros temporais 
superior, médio e inferior, delimitados pelos sulcos 
superior e inferior. 
- É vascularizado pelas artérias cerebrais média e 
posterior. 
 
• Lobo Occipital: 
- É a porção mais posterior do cérebro 
- Está envolvido no processamento de estímulos 
visuais. 
- Ele repousa no tentório do cerebelo, uma dobra da 
dura-máter que a separa do cerebelo. 
- É separado dos lobos parietal e temporal pelos sulcos 
parieto-occipital e calcarino 
- Características e marcos importantes adicionais 
incluem os giros occipitais superior e inferior, que são 
divididos pelo sulco occipital lateral, assim como o 
cúneus e o giro lingual. 
- O suprimento vascular do lobo occipital é proveniente 
da artéria cerebral posterior. 
 
• Ínsula ou Lobo insular: 
- Está enterrado sob os lobos frontal, parietal e temporal. 
 
 
- Este lobo está envolvido no processamento de várias 
sensações, como sabor, visceral, dor e função 
vestibular. 
- O sulco central da ínsula divide sua superfície em giros 
curtos e longos. 
- Este lobo é suprido por ramos da artéria cerebral média. 
 
 
• Região límbica ou Lobo límbico: 
- Está envolvido na modulação das funções viscerais, 
hormonais e autonômicas, assim como nas emoções, no 
aprendizado e na memória. 
- O nome lobo límbico é na verdade equivocado, pois é 
considerado uma região do cérebro e não um lobo 
propriamente dito. 
- Localizado acima do corpo caloso, consiste nos giros 
subcaloso, cingulado e para-hipocampal, juntamente 
com a formação hipocampal (uma estrutura subcortical). 
 
 
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• Região do córtex (camada mais externa): 
 
- É formada por corpos celulares, o que proporciona uma 
cor mais cinzenta a essaregião. 
- O córtex cerebral, ou córtex do cérebro, é a camada 
externa de substância cinzenta dos hemisférios 
cerebrais. Ele possui cerca de 2 a 4 mm de espessura, e 
contém numerosos corpos de neurônios. 
 
 
- Essa camada apresenta numerosas e complexas 
dobras, cujas elevações são chamadas de giros e as 
depressões são chamadas sulcos. 
 
 
• Região mais interna do cérebro: 
 
- É constituída pelos axônios, o que lhes confere uma 
coloração mais clara em virtude da presença do estrato 
mielínico. 
- Essa porção do encéfalo é a encarregada de controlar 
as atividades motoras dos órgãos dos sentidos, além 
de estar relacionada à memória, capacidade cognitiva, 
linguagem, razão e emoções. 
 
 
 
 
• Tabela Resumida: 
 
Lobo frontal Localização: corresponde ao osso frontal; 
anterior ao lobo parietal (do qual é separado pelo 
sulco central) e súpero-anterior ao lobo temporal 
(do qual é separado pelo sulco lateral, também 
chamado de fissura de Sylvius) 
 
Giros: giros frontais superior, médio e inferior, 
giro pré-central, giro reto, giros orbitais 
 
Função: controle do movimento voluntário, 
envolvido na atenção, memória de curto-prazo, 
motivação, planejamento e fala. 
Lobo parietal Localização: corresponde ao osso parietal; 
superior ao lobo occipital (do qual é separado 
pelo sulco parieto-occipital) e posterior ao lobo 
frontal (do qual é separado pelo sulco central) 
 
Giros: giro pós-central, lóbulos parietais superior 
e inferior 
 
Função: integra os estímulos proprioceptivos e 
mecanoceptivos, envolvido no processamento 
da linguagem 
Lobo temporal Localização: corresponde ao osso temporal; 
ínfero-posterior ao lobo frontal (do qual é 
separado pelo sulco lateral ou fissura de Sylvius) 
 
Giros: giros temporais inferior, médio e superior 
 
Função: decodificar as os sinais sensitivos 
aferentes (visuais e auditivos) em derivados com 
significado para a retenção de memória visual e 
a compreensão da linguagem 
Lobo occipital Localização: corresponde ao osso occipital; 
posterior ao lobo parietal (do qual é separado 
pelo sulco parieto-occipital) e posterior ao lobo 
temporal 
 
Giros: giros occipitais superior, médio e inferior; 
giro lingual e cúneo 
 
Função: centro de processamento visual 
Lobo insular Localização: profundo, na junção dos lobos 
frontal, parietal e temporal 
 
Giros: giros longos e curtos 
 
Função: processamento e integração das 
sensações gustatórias, sensações viscerais e 
dolorosas, e funções vestibulares 
Lobo límbico Localização: na superfície medial de cada 
hemisfério, envolvendo o corpo caloso 
 
Giros: giro paraterminal, giro do cíngulo e giro 
parahipocampal 
 
Função: modulação de emoções, modulação de 
funções viscerais e autonômicas, aprendizagem, 
memória 
 
 
 
 
 
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/histologia-do-neuronio
 
 
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❖ Diencéfalo: 
É a parte caudal do cérebro anterior (prosencéfalo), que 
ocupa a região central do cérebro. O diencéfalo é constituído 
de: 
• Epitálamo 
• Tálamo 
• Subtálamo 
• Metatálamo 
• Hipotálamo 
• Glândula hipófise 
 
• Tálamo: 
- São duas estruturas originadas do diencéfalo, constituídas 
por substância cinzenta. 
- Estão localizadas logo abaixo do corpo caloso. Sua função 
principal é transmitir as mensagens dos órgãos do sentido 
(exceto órgãos do olfato) até o córtex cerebral. 
 
• Hipotálamo: 
- Está abaixo do tálamo e acima da hipófise. 
- É o centro de controle do organismo, mantendo a 
homeostase. 
- Ele monitora informações provenientes do 
sangue(temperatura, taxa de glicose, concentração iônica, 
hormônios etc.) ou que recebe via neurônios (sobre o 
funcionamento do SNV, estado de alerta corpóreo etc.). 
 - Controla nossa homeostase por meio de três sistemas: o 
endócrino (controle da hipófise); o SN Visceral; por participar 
do sistema límbico, é capaz de gerar motivações específicas: 
fome ou desejo por determinados nutrientes; sede; 
necessidades sexuais. 
 
 
• Hipófise: 
- A hipófise é uma glândula do tamanho de uma ervilha que 
está alojada no interior de uma estrutura óssea (sela turca) 
 
 
 
localizada na base do cérebro. A sela turca protege a hipófise, 
mas deixa um espaço bem pequeno para expansão. 
- A hipófise controla a função da maioria das outras glândulas 
endócrinas e, por isso, às vezes, é chamada glândula mestra. 
- Por sua vez, a hipófise é controlada em grande parte pelo 
hipotálamo, uma região do cérebro situada imediatamente 
acima da hipófise. 
- O hipotálamo ou a hipófise consegue determinar quanto 
estímulo as glândulas-alvo precisam por meio da detecção 
dos níveis dos hormônios produzidos pelas glândulas 
controladas pela hipófise (glândulas-alvo). 
 
 
• Mesencéfalo: 
- Conhecido também como encéfalo médio, essa região é 
relacionada à postura corporal, atividade motora, 
movimentos de busca dos olhos, entre outras funções. 
- Interpõe- se entre a ponte do diencéfalo. 
- Teto do mesencéfalo. 
 
 
 
 
 
 
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/anatomia-do-talamo
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/hipotalamo
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/hipofise
 
 
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❖ Metencéfalo: 
 
• Cerebelo: 
- O cerebelo é uma região originada do metencéfalo e 
localizada na fossa craniana posterior. Possui uma forma 
ovalada, sendo que na região central ocorre uma constrição. 
- Sua principal função é ajudar na coordenação dos 
movimentos e equilíbrio do corpo. 
- No cerebelo uma porção ímpar e mediana, o vérmis, ligado 
a duas grandes massas laterais, os hemisférios cerebelares. 
 
• Ponte: 
- Estrutura originada do metencéfalo, formada principalmente 
de substância branca. Essa estrutura faz uma conexão com 
diversas partes do encéfalo. A ponte participa de algumas 
funções do bulbo. 
- É a parte do tronco interposta entre o bulbo e o mesencéfalo 
- Existe a presença de muitas raízes de pares de nervos 
cranianos, por ser uma área relativamente pequena e conter 
tantas raizes nervosas, isso explica a riqueza de sintomas 
observados em casos de tumores que acometem essa área. 
Esses tumores levam a compressão dessa pequena área, 
levando a compressão dessas raizes, conhecido como 
Síndrome do ângulo ponto-cerebelar. 
 
❖ Miencéfalo: 
 
• Bulbo ou Medula Oblonga: 
- Originado do mielencéfalo, o bulbo é uma região contínua 
da medula espinhal. São importantes na coordenação de 
reflexos de tosse, espirro, salivação e deglutição. Além 
disso, controlam funções vitais como batimento cardíaco, 
respiração e pressão arterial. 
- Tem forma de um tronco de cone, a extremidade menor 
continua com a medula. 
 
• Quarto Ventrículo: 
- A cavidade do rombencéfalo tem forma losângico e é 
denominado quarto ventrículo, situada entre o bulbo e a 
ponte, ventralmente, é o cerebelo, dorsalmente. 
- Dividido em: Assoalho do IV Ventrículo e Teto do IV 
ventrículo. 
 
• Pedúnculos Cerebelares: 
- Superior: Liga o cerebelo ao mesencéfalo. 
- Médio: é um enorme feixe de fibras que liga o cerebelo à 
ponte e. Institui a parede dorsolateral da metade cranial do IV 
ventrículo. 
- Inferior: liga o cerebelo à medula. 
 
 
 
➢ Estruturas subcorticais: 
 
• Corpo caloso – liga os dois hemisférios cerebrais, 
permitindo a comunicação entre esses dois lados. 
Organiza as informações. 
• Hipocampo – consolidação das memórias (amnésia 
anterógrada) e componente do sistema límbico. 
• Amigdala –atua na sensação e emoções. Ela avalia o 
nível de ameaça do mundo externo. 
 
 
 
 
 
 
 
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FISIOPATOLOGIA DO TCE E SUAS PRINCIPAIS SEQUELAS: 
Qualquer agressão de ordem traumática ocasionando uma 
lesão anatômica ou comprometimento funcional do couro 
cabeludo, crânio, meninges, encéfalo ou seus vasos. 
Insulto para o cérebro,gerado por uma força física externa 
que pode produzir um estado diminuído ou alterado de 
consciência, a qual pode resultar em deficiência da 
capacidade cognitiva, do funcionamento físico, distúrbios 
comportamentais e emocionais. 
- O trauma cranioencefálico consiste em lesão física ao 
tecido cerebral que, temporária ou permanentemente, 
incapacita a função cerebral. 
- O diagnóstico é suspeitado clinicamente e confirmado 
por imagens (primariamente TC). 
- Inicialmente, o tratamento consiste em suportes 
respiratório e manutenção adequada de ventilação, 
oxigenação e pressão arterial (PA). 
- Com frequência, a cirurgia é necessária em pacientes 
com lesões mais graves para a colocação de monitores a 
fim de medir a elevação da pressão intracraniana, 
descomprimir o cérebro se a pressão intracraniana estiver 
aumentada ou remover hematomas intracranianos. 
- Nos primeiros dias após a lesão, é importante manter a 
perfusão e oxigenação cerebral adequadas e prevenir 
complicações de alteração do sensório. 
Subsequentemente, muitos pacientes requerem 
reabilitação. 
- Em todo o mundo, o trauma cranioencefálico (TCE) é 
uma causa comum de mortes ou deficiência. 
 
- As causas do TCE incluem: 
• Quedas (especialmente em adultos mais velhos e 
crianças pequenas); 
• Acidentes com veículos automotores e outras causas 
relacionadas a transporte (p. ex., acidentes de 
bicicleta, colisões com pedestres); 
• Agressões; 
• Atividades esportivas (p. ex., concussões 
relacionadas com esportes); 
 
➢ Tipos de Traumatismo Craniano: 
O traumatismo craniano pode ser classificado em vários 
tipos, dependendo da gravidade da pancada, do grau das 
lesões no cérebro e dos sintomas apresentados, como: 
• Leve: é o tipo mais comum, em que a pessoa se 
recupera mais rapidamente, pois caracteriza-se por 
lesões cerebrais menores. Nestes casos, a pessoa 
geralmente passa algumas horas de observação em 
• 
 
 
• emergência e pode seguir com tratamento em casa, 
mantendo-se sempre em observação; 
• Moderado: consiste na lesão que atinge uma área 
maior do cérebro e a pessoa tem maior risco de ter 
complicações. O tratamento deve ser feito em um 
hospital e a pessoa deve ficar internada; 
• Grave: baseia-se em lesões cerebrais extensas, com 
presença de grandes sangramentos na cabeça, 
sendo que, nestas situações, a pessoa deve ficar 
internada em uma UTI. 
Além disso, as lesões causadas pelo traumatismo craniano 
podem ser focais, que é quando atingem uma pequena área 
do cérebro, ou difusas que são caracterizadas por perda de 
funcionamento de uma parte grande do cérebro. 
 
➢ Estágios da lesão: 
 
1) Lesão primária: resultante da ação mecânica agindo 
diretamente nos neurônios, vasos sanguíneos e nas 
células de glia. Ex.: fraturas, contusões, concussão, 
laceração de pele. 
 
2) Lesão secundária ou complicações: inicia junto com a 
lesão primária, mas a clínica só é visível dentro de horas 
ou semanas e são resultados de processos 
inflamatórios, neuroquímicos e metabólicos. Ex.: 
Hipertensão Intracraniana, isquemia, edema, infecção. 
 
 
➢ Mecanismos de lesão: 
 
O traumatismo de acordo com o seu mecanismo pode ser 
aberto ou fechado e estático ou dinâmico: 
 
Aberto: 
• Há a penetração no crânio, como a lesão causado 
por uma arma de fogo, a bala penetra no crânio. 
Ocorre a laceração dos tecidos cranianos, com lesão 
da massa encefálica por fragmentos ósseos. É mais 
provável ter uma complicação infecciosa 
intracraniana nesse tipo de lesão. 
• As lesões abertas da cabeça envolvem penetração 
do couro cabeludo e crânio (e, normalmente, de 
meninges e tecido cerebral subjacente). Elas 
normalmente são causadas por balas ou objetos 
pontudos, porém a fratura craniana com laceração 
no revestimento devido à força direta também é 
considerada lesão aberta. 
Fechado: 
• Causado pelo impacto e movimento de aceleração e 
desaceleração, como em acidentes automotores. 
Caracteriza-se por ausência de ferimentos no 
• 
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/geriatria/quedas-em-idosos/quedas-em-idosos
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/les%C3%B5es-intoxica%C3%A7%C3%A3o/trauma-cranioencef%C3%A1lico-tce/concuss%C3%A3o-relacionada-com-esportes
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/les%C3%B5es-intoxica%C3%A7%C3%A3o/trauma-cranioencef%C3%A1lico-tce/concuss%C3%A3o-relacionada-com-esportes
 
 
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crânio ou, quando muito, fratura linear. Quando não 
há lesão estrutural macroscópica do encéfalo, 
o traumatismo craniano fechado é chamado de 
concussão. As lesões cranianas fechadas 
normalmente ocorrem quando a cabeça é golpeada, 
batida contra um objeto ou sacudida 
violentamente, causando aceleração e 
desaceleração cerebrais rápidas. 
• Aceleração ou desaceleração pode lesar o tecido no 
ponto de impacto (golpe), no polo oposto 
(contragolpe) ou difusamente; os lóbulos frontal e 
temporal são especialmente vulneráveis a esse tipo 
de lesão. 
• Axônios, vasos sanguíneos ou ambos podem ser 
cortados ou rompidos, resultando em lesão axonal 
difusa. Os vasos sanguíneos rompidos causam 
contusões, hemorragias intracerebrais ou 
subaracnoides e hematomas epidural ou subdural. 
 
1) Estático: força externa / depende das circunstâncias. 
a) Fratura – atropelamento – indivíduo parado recebe 
uma ação ou parto por fórceps 
 
2) Dinâmico: 
a) Impacto: ocorre pela ação de uma força de contato, 
levando a deformação da calota craniana, resultado 
em fraturas ou ondas de choque, que acarretem a 
deformação do encéfalo. Ex.: Golpe e contragolpe – 
lesão frontal e lesão occipital – deformação do 
encéfalo. 
 
b) Impulsiva: aceleração e desaceleração ou rotação, 
que gera uma aceleração centrada na região cervical 
baixa, com deformação encefálica. 
 
➢ Fisiopatologia: 
 
1) Fisiopatologia das lesões primárias: 
a) Lacerações cerebrais (TC aberto) : são lacerações no 
tecido cerebral causadas por um objeto estranho ou 
fragmento ósseo impelido para dentro devido a uma fratura 
de crânio. As lacerações cerebrais ocorrem quando um 
objeto ou pedaço de osso penetra o crânio (causando 
uma fratura craniana) e rasga o tecido cerebral. 
b) Fraturas: quebra de um osso que rodeia o cérebro. 
Fraturas do crânio podem ocorrer com ou sem danos 
cerebrais. Os sintomas podem incluir, dor, sintomas de dano 
cerebral e, em determinadas fraturas, extravasamento de 
líquido do nariz ou dos ouvidos ou lesões atrás dos ouvidos 
ou em torno dos olhos. É usada a tomografia 
computadorizada para diagnosticar fraturas do crânio. Muitas 
fraturas do crânio não requerem qualquer tratamento. 
Lesões penetrantes, por definição, envolvem fraturas. 
Lesões fechadas também podem causar fraturas cranianas, 
as quais podem ser lineares, com depressão óssea ou 
cominutiva. A presença da fratura sugere que uma força 
agravante está envolvida. Embora muitos pacientes com 
fraturas lineares simples sem deficiência neurológica não 
tenham alto risco de lesão intracraniana, pacientes com 
qualquer fratura associada a comprometimento neurológico 
apresentam maior risco de hematomas intracranianos. 
- Fraturas do crânio que envolvem riscos especiais incluem: 
• Fraturas com depressão óssea: apresentam o maior 
risco de laceração dural, lesando cérebro subjacente 
ou ambos. 
• Fraturas ósseas temporais que atravessam a área da 
artéria meníngea: é provável que ocorra hematoma 
epidural. 
• Fraturas que atravessam um dos seios durais 
principais: podem causar hemorragia significativa e 
hematoma epidural venoso ou subdural. Os seios 
venosos lesionados podem, mais tarde, causar 
trombose e infarto cerebral. 
• Fraturas que envolvem o canal da carótida: podem 
causar dissecação da artéria carótida. 
• Fraturas do osso occipital e base do crânio (ossos 
basilares): esses ossos são espessos e fortes, e 
fraturas nessas áreas indicam impacto dealta 
intensidade e aumento significativo do risco de lesão 
intracraniana. Fraturas cranianas basilares que se 
estendem na parte petrosa do osso temporal 
lesionam a parte interna e médias das estruturas da 
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/les%C3%B5es-e-envenenamentos/traumatismos-cranianos/fratura-do-cr%C3%A2nio
 
 
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orelha e podem prejudicar as funções facial, acústica 
e do nervo vestibular. 
• Fraturas em crianças: as meninges podem tornar-se 
bloqueadas em fratura craniana linear com 
desenvolvimento subsequente de cisto 
leptomeníngeo e com crescimento de fratura original 
(fratura de crescimento). 
 
c) Contusões cerebrais: são hematomas do cérebro 
geralmente causadas por um impacto direto e violento na 
cabeça. Contusões (hematomas no cérebro) podem ocorrer 
com lesões abertas ou fechadas e podem prejudicar a grande 
amplitude de funções cerebrais, dependendo do tamanho e 
do local da contusão. Contusões maiores podem causar 
edema cerebral generalizado e aumentar a pressão 
intracraniana. As contusões podem aumentar nas horas ou 
dias após a lesão inicial e causar deterioração neurológica; 
cirurgia pode ser necessária. 
 
d) Lesões meníngeas; 
 
e) Lesão Axonial Difusa (LAD): ocorre quando a 
desaceleração rotacional gera forças que resultam em 
rupturas generalizadas de fibras axoniais e da bainha de 
mielina. Algumas lesões LAD também podem resultar de 
lesão cerebral mínima. Não existem lesões cerebrais graves; 
porém, pequenas hemorragias petéquias na massa branca 
são normalmente observadas em TC e exame de 
histopatologia. A LAD é, às vezes, definida clinicamente como 
perda de consciência, durando > 6 h na ausência de uma 
lesão focal específica. O edema por lesão frequentemente 
aumenta a pressão intracraniana, levando a várias 
manifestações . A LAD normalmente consiste em lesão 
subjacente na síndrome do lactente sacudido. 
 
f) Lesão de pares de nervos cranianos; 
 
g) Concussão: é uma alteração da função mental ou do nível 
de consciência, causada por um traumatismo craniano. Uma 
concussão pode envolver perda de consciência, pode ocorrer 
sem danos óbvios nas estruturas cerebrais e dura menos de 
seis horas. No caso das concussões, não é possível 
detectar danos cerebrais em exames de diagnóstico por 
imagem, tais como tomografia computadorizada (TC) ou 
imagem por ressonância magnética (RM). Ainda assim, as 
células cerebrais encontram-se temporariamente 
danificadas ou disfuncionais. A pessoa apresenta sintomas 
temporários de disfunção cerebral. É uma alteração pós-
traumática transitória e reversível no status mental (p. ex., 
perda de consciência ou memória, confusão mental) que 
dura de segundos a minutos e, por definição arbitrária, < 6 h. 
Não existem lesões cerebrais estruturais graves e resíduos 
neurológicos sérios na concussão, embora a incapacidade 
temporária possa decorrer de sintomas como náuseas, 
cefaleia, tontura e distúrbios de memória [síndrome pós- 
 
concussão), bem como dificuldade de concentração 
(síndrome pós-concussão] que, em geral, desaparece em 
semanas. Entretanto, pensa-se que várias concussões 
podem causar encefalopatia traumática crônica , que 
resulta em disfunção cerebral grave. 
 
 
2) Fisiopatologia das lesões secundárias (complicações das 
lesões primárias): 
 
a) Hemorragia Subaracnóidea ou Meníngea (HSA): A 
hemorragia subaracnóidea é causada por 
extravasamento de sangue entre a aracnoide e a pia-
máter: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em geral, traumatismo cranioencefálico é a causa mais 
comum de hemorragia subaracnóidea, mas 
frequentemente considera-se a hemorragia 
subaracnóidea traumática um transtorno distinto. O 
sangue no espaço subaracnóideo produz uma meningite 
química, que geralmente aumenta a pressão 
intracraniana durante dias ou algumas semanas. O 
vasoespasmo subsequente pode produzir isquemia 
cerebral focal; cerca de 25% dos pacientes desenvolvem 
sinais de AIT (Ataque isquêmico 
Transitório) ou acidente vascular encefálico 
isquêmico. O edema cerebral é máximo e o risco de 
vasoespasmo e infarto subsequente (denominado angry 
brain) é maior entre 72 h e 10 dias. A hidrocefalia aguda 
secundária também é comum. Às vezes, ocorre uma 2ª 
ruptura (ressangramento), geralmente em um período 
de até 7 dias. 
 
 
 
 
 
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/les%C3%B5es-intoxica%C3%A7%C3%A3o/trauma-cranioencef%C3%A1lico-tce/trauma-cranioencef%C3%A1lico-tce#v1111272_pt
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/delirium-e-dem%C3%AAncia/encefalopatia-traum%C3%A1tica-cr%C3%B4nica-etc
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/les%C3%B5es-intoxica%C3%A7%C3%A3o/trauma-cranioencef%C3%A1lico-tce/trauma-cranioencef%C3%A1lico-tce
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/acidente-vascular-encef%C3%A1lico/ataque-isqu%C3%AAmico-transit%C3%B3rio-ait
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/acidente-vascular-encef%C3%A1lico/acidente-vascular-encef%C3%A1lico-isqu%C3%AAmico
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/acidente-vascular-encef%C3%A1lico/acidente-vascular-encef%C3%A1lico-isqu%C3%AAmico
 
 
Wilsa Costa – Medicina – P3 – Tutoria 
 
 
Hematomas (coleção de sangue dentro ou em volta 
do cérebro) podem ocorrer com lesões abertas ou fechadas 
e podem ser epidural, subdural ou intracerebral. A 
hemorragia subaracnóidea (HSA — sangramento no espaço 
subaracnóideo) é comum no traumatismo cranioencefálico 
(TCE), embora a aparência na TC não seja a mesma da HSA 
aneurismática. 
 
 
 
b) Hematoma Extradural ou Epidural (HED) - 
Hematomas epidurais (coleções de sangue entre 
crânio e dura-máter) são menos comuns que 
hematomas subdurais. Hematomas epidurais que 
são grandes ou que se expandem rapidamente são 
normalmente causados por sangramento arterial, 
classicamente devido aos danos causados na artéria 
meníngea por fratura óssea temporal. Sem 
intervenção, pacientes com hematomas epidurais 
arteriais podem rapidamente deteriorar e morrer. 
Hematomas pequenos, epidurais venosos, são 
raramente letais. Hematoma em Lente Biconvexa. 
É mais raro. Proveniente de trauma direto em 
região temporal ou temporoparietal (fratura 
óssea). Pode causar lesão da artéria meníngea 
média: sangramento arterial. Intervalo lúcido : 
perda da consciência n o momento do trauma 
seguido d e melhora parcial o u total e, 
finalmente, piora neurológica súbita. Pode ser 
rapidamente fatal ( hematoma arte rial em 
expansão dentro do crânio ) e cursar com 
Síndrome de Cushing e herniação do úncus. 
Hipertensão Intracraniana: piora neurológica. 
 
Tríade de Cushing no TCE: 
 
➢ Bradicardia; 
➢ Hipertensão; 
➢ Bradipneia; 
 
* Verificar midríase (aponta o lado da lesão – midríase à 
direita, lesão à direita ). Paciente perde reflexo foto motor 
 
 
 
c) Hematoma Subdural (HSD) - é acúmulo de sangue 
entre dura-máter e máter aracnoide. Hematomas 
subdurais agudos são resultados da laceração das 
veias corticais ou avulsão das pontes das veias entre 
córtex e seios durais. Hematomas subdurais agudos 
ocorrem frequentemente nos pacientes com 
• Traumatismo craniano causado por quedas ou 
acidentes com veículos motorizados 
• Contusões cerebrais subjacentes 
• Hematoma epidural contralateral 
O edema ou hiperemia (aumento do fluxo sanguíneo 
devido ao aumento do número de vasos sanguíneos) 
pode ocorrer como hematoma que comprime o 
tecido cerebral, resultando em sinais de aumento 
da pressão intracraniana. Quando tanto compressão 
como edema ocorrem, a mortalidade e morbidade 
podem ser significantes. 
Um hematoma subdural crônico pode aparecer e 
produzir sintomas gradualmente ao longo de muitas 
semanas após o trauma.Hematomas subdurais 
crônicos ocorrem com mais frequência em pacientes 
alcoólicos e idosos (particularmente naqueles 
tomando fármacos antiplaquetas ou anticoagulantes 
ou naqueles com atrofia do cérebro). Estes podem 
tanto considerar a lesão na cabeça relativamente 
trivial e até se esquecer dela. Em comparação ao 
hematoma subdural agudo, edema e aumento da PIC 
são incomuns. Hematoma em Lua Crescente. É 
o mais comum dos hematomas cranianos: queda 
de idos os, paciente que faz uso de 
anticoagulantes e alcoólatras ou mecanismos de 
aceleração e desaceleração. Ocorre por 
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/acidente-vascular-encef%C3%A1lico-ave/hemorragia-subaracnoidea-hsa
 
 
Wilsa Costa – Medicina – P3 – Tutoria 
 
 
dilacerações de vasos superficiais pequenos o u 
vasos ponte do córtex cerebral . Tem localização 
mais frontotemporoparietal e lesões associadas: 
sangramento intraparenquimatoso ou contusões. 
O esvaziamento do hematoma com craniectomia 
descompressiva está reservada para pacientes 
que apresentem evidência de pi ora ne urológica 
por hipertensão intracraniana e sinais de 
herniação (pupilas assimétricas e dilatadas). 
Indicação de cirurgia na TC: hematoma > 10mm 
ou desvio da linha média >5mm . 
 
d) Hematomas Intracerebrais: são acúmulo de sangue 
dentro do próprio cérebro. No cenário traumático, 
eles resultam da coalescência das contusões. Ainda 
não se definiu exatamente quando uma ou mais 
contusões se tornam um hematoma. Pressão 
intracraniana aumentada, herniação e insuficiência 
do tronco cerebral podem se desenvolver 
subsequentemente, especialmente com lesões no 
lobo temporal ou cerebelo. 
 
e) Hemorragia Intraparenquimatosa: A hemorragia 
intraparenquimatosa é uma coleção de sangue 
dentro do parênquima encefálico. É responsável por 
10% das enfermidades vasculares cerebrais. Seu 
principal sintoma é o déficit neurológico focal. 
 
f) Edema Cerebral 
 
g) Higroma: O higroma subdural é a presença de 
líquido de densidade semelhante ao líquor no espaço 
subdural. Seu quadro clínico é variável, podendo ser 
desde assintomático até apresentar déficit 
neurológico importante. 
 
 
h) Fístulas Liquóricas: A fístula liquórica é definida 
como o extravasamento do líquido que envolve o 
cérebro (líquor)para a cavidade nasal. Para que isto 
ocorra, é necessário que exista um defeito no osso 
que separa o nariz do cérebro e a ruptura das 
meninges. 
 
 
➢ Quadro Clínico Geral: 
 
Vai depender da região cerebral/encefálica comprometida, 
mas em geral leva a: 
 
• Alteração do nível de consciência (coma / desmaio); 
• Aumento da PIC (Pressão Intracraniana); 
• Déficit motor (imediato ou tardio) – depende da 
região afetada – quadriplegia, hemiplegia ou 
monoparesia; 
• Alterações de sensibilidade; 
• Alterações do tipo frontal – paciente muito agitado; 
• Alterações de reflexos – hiperreflexia ou arreflexia – 
reflexo foto motor (pupilas); 
• Disfunções autonômicas – circulatória, sudorese; 
• Alterações do ritmo e padrão respiratório; 
• Dificuldade para enxergar ou perda da visão; 
• Dor de cabeça intensa; 
• Confusão e fala alterada; 
• Perda de equilíbrio; 
• Vômitos; 
• Sangramentos graves na cabeça ou rosto; 
• Saída de sangue ou de líquido transparente pelo 
nariz e ouvidos; 
• Sonolência excessiva; 
• Olho roxo ou manchas roxas nas orelhas; 
• Pupilas com tamanhos diferentes; 
• Perda de sensibilidade em alguma parte do corpo. 
 
➢ Sequelas: 
 
Vai depender do manejo, da extensão da lesão. Cada 
indivíduo deve ser avaliado individualmente. Muitos fatores 
contribuem como: idade. 
 
 
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/coma-e-consci%C3%AAncia-prejudicada/hernia%C3%A7%C3%A3o-cerebral
 
 
Wilsa Costa – Medicina – P3 – Tutoria 
 
O traumatismo craniano pode provocar sequelas físicas e 
levar a alterações de comportamento, que podem surgir 
logo após o trauma, ou aparecer um tempo depois. 
Algumas das sequelas físicas são perda dos movimentos 
de partes do corpo, alterações na visão, no controle da 
respiração, problemas intestinais ou urinários. 
A pessoa que sofreu de um traumatismo craniano pode 
ainda ter dificuldades para falar, para engolir, perda de 
memória, apatia, agressividade, irritabilidade e alterações 
no ciclo do sono. 
Entretanto, após diagnosticar uma sequela, o médico 
indicará a reabilitação, que é um conjunto de atividades 
desenvolvidas por profissionais como fisiatra, fisioterapeuta, 
fonoaudiólogo, psicólogo, terapeuta ocupacional que vão 
ajudar na recuperação dos movimentos e melhorar a 
qualidade de vida da pessoa que sofreu o traumatismo 
craniano. 
 
• Alterações neurológicas após TCE: 
 Após resolução das urgências clínicas e neurológicas que 
ocorrem nas fases iniciais do atendimento a pessoas que 
sofreram TCE, inicia -se um longo processo de recuperação 
pode apresentar complicações muitas vezes inevitáveis 
relacionadas ao traumatismo. 
a) Transtorno da linguagem, comunicação e audição: 
afasia 
b) Transtorno da função neuromuscular: aumento do 
tônus (centros superiores do encéfalo), tremor 
(gânglios da base ou o cerebelo), hipotonia (transecção 
da medula cervical), ataxia, perturbações das reações 
de endireitamento e equilíbrio (lesão do tálamo); 
c) Transtorno sensorial: lesão da área sensitiva do 
córtex; 
d) Alterações da personalidade, controle das emoções 
e intelecto 
e) Epilepsia; 
f) Incontinência; 
g) Complicações por imobilização prolongada: úlceras 
de decúbito, deformidades das articulações, miosite 
ossificante, atrofias por desuso 
h) Paralisias de nervos cranianos; 
i) Alteração na função autonômica: (pulso, FR, 
geralmente estão diminuídos, a temperatura pode estar 
elevada, dentre outras características. Geralmente, o 
paciente apresenta aumento da sudorese, a PA pode 
estar descontrolada 
j) Posturas anormais: pode ocorrer decorticação 
quando o paciente apresenta respostas flexoras em 
membros superiores e inferiores ou desaceleração 
quando ocorrer respostas extensoras em membros 
superiores e inferiores 
 
 
 
A avaliação do prognóstico não é precisa, sendo frequentes 
os casos de recuperação melhor ou pior do que o previsto. 
Além da Escala de Coma de Glasgow, outros fatores têm 
sido relacionados a um melhor prognóstico: idade <40 anos, 
TCE único, duração do estado de coma <2 semanas, 
amnésia pós-traumática <2 semanas, ausência de lesões 
intracerebrais expansivas, ausência de hipertensão 
intracraniana, ausência de isquemia ou hipóxia cerebral, 
ausência de atrofia cerebral e reabilitação precoce 
 
ESCALA DE GLASGOW 
A avaliação do estado mental, ou consciência, é 
dividida em 2 partes principais: a avaliação do nível de 
consciência e da qualidade da consciência, ou funções 
corticais superiores. 
 
 
Nível de consciência: 
 
Caracteriza-se pelo grau de interação que o indivíduo 
tem com o meio ambiente e a percepção de si, ou seja, o 
quão acordado ou alerta ele está. Esse deve ser sempre o 
passo inicial para o exame neurológico, fornecendo 
subsídios para uma avaliação neurológica completa. A 
preservação do nível neurológico adequado depende, 
anatomicamente, da substância reticular ativadora 
ascendente que se localiza no tronco encefálico e em parte 
do diencéfalo. Para ocorrer comprometimento, são 
necessárias lesões no tronco encefálico, como acidentes 
vasculares encefálicos, romboencefalite, tumores do sistema 
nervoso central, no tálamo bilateral, como trombose venosa 
cerebral, isquemia, e nos hemisférios, bilateralmente, como 
anóxia, metabólico/medicamentoso, trauma 
cranioencefálico. 
Existem diversas formas de classificação do nível de 
consciência. De maneira simplificada, podemos dividi-las 
em: 
 
1. Vígil ou acordado:abertura ocular e interação espontânea 
com o meio; 
2. Sonolento: abertura ocular e interação após estímulo 
sonoro; 
3. Torporoso: abertura ocular e interação após estímulo 
doloroso; 
4. Comatoso: ausência de abertura ocular ou interação 
mesmo após estímulo doloroso. 
 
 O nível neurológico depende, anatomicamente, da 
substância reticular ativadora ascendente, localizada no 
tronco e em parte do diencéfalo. 
Em alguns casos, como no traumatismo 
cranioencefálico, escalas de fácil aplicação e 
reprodutibilidade, como a escala de coma de Glasgow, criada 
 
 
 
Wilsa Costa – Medicina – P3 – Tutoria 
 
 
em 1974, são utilizadas com o objetivo de avaliar o 
nível de consciência. 
Depois avaliamos a qualidade da consciência, a atenção é 
fundamental para que possamos examinar as demais 
funções intelectuais. O exame cognitivo no paciente 
desatento é bastante prejudicado. A atenção depende da 
ativação cortical pela formação reticular ativadora 
ascendente-mesencefálica e pelos núcleos intralaminares do 
tálamo, além da atividade da área préfrontal, que é 
responsável pelo planejamento motor e comportamental do 
indivíduo, e dos giros angular e supramarginal – no lobo 
parietal direito, responsáveis pela exploração e pela 
percepção de ambos os lados do corpo e do espaço, pois o 
lado esquerdo só responde pela atenção do lado 
contralateral. 
Lesões corticais à direita causam heminegligência ou hemi-
inatenção. Na heminegligência, o paciente ignora estímulos 
realizados à sua esquerda, devendo ser diferenciada da 
extinção. Nessa situação, quando o indivíduo recebe 
estímulos táteis, visuais ou auditivos bilaterais, só percebe o 
estímulo realizado à direita, mas quando estimulado apenas 
à esquerda reconhece o estímulo, denotando integridade das 
vias sensoriais primárias. 
 
Pontuação e grau de lesão: 
 
Após avaliação e pontuação de todos os critérios, a 
fórmula aplicada é: Pontuação final = Abertura ocular [1 a 4] 
+ Resposta verbal [1 a 5] + Resposta motora [1 a 6] – 
Reatividade Pupilar [0 a 2] 
 
Grau de lesão de acordo com a pontuação: 
 
• Entre 13 e 15 – LEVE; 
• Entre 9 e 12 – MODERADA; 
• Entre 3 e 8 – GRAVE; 
• Menor que 3 – COMA; 
 
 
ATENÇÃO: Escala de Coma de Glasgow ≤ 8 é indicativo de 
intubação orotraqueal! 
A Escala de Coma de Glasgow é mundialmente conhecida e 
totalmente incorporada na rotina médica, principalmente no 
atendimento ao trauma. 
 
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO PARA O TCE: 
❖ Diagnóstico: Clínico e exames 
 
• Desmaio 
• Perda da consciência 
• Cefaleia intensa 
• Sangramento pela boca, nariz ou ouvido 
• Diminuição da força muscular 
• Sonolência 
• Dificuldades na fala 
• Alterações da visão e audição 
• Perda da memória e coma 
OBS! OS SINTOMAS PODEM DEMORAR ATÉ 24H PARA 
SURGIR, POR ISSO IMPORTANTE OBSERVAR O PACIENTE 
NESTE PERÍODO, DE PREFERÊNCIA EM AMBIENTE 
HOSPITALAR. 
➢ Exames: 
• RNM OU TC DO CRÂNIO 
• RAIO – X DO CRÂNIO 
 
➢ Testes clínicos: 
• Escala de coma de Glasgow, - PRINCIPAL (usa muito 
na UTI) 
➢ Exame neurológico 
• Teste neuropsicológico (avaliar déficit cognitivo e 
comportamental). 
 
❖ Tratamento do TCE no departamento de emergência 
O manejo inicial de pacientes com TCE é idêntico ao de 
todos os pacientes traumatizados, com foco nos princípios 
do Advanced Trauma Life Support (ATLS) de manejo das 
vias aéreas, respiração e circulação, seguido de um exame 
neurológico rápido e exposição do paciente com prevenção 
de hipotermia. 
 
• Vias aéreas no tratamento do TCE: 
A via aérea deve ser protegida de acordo com os protocolos 
locais. Agentes de indução, como propofol, devem ser 
usados com cuidado, possivelmente em conjunto com 
inotrópicos de indução, devido ao risco de hipotensão 
sistêmica com FSC prejudicado. 
 
 
Wilsa Costa – Medicina – P3 – Tutoria 
 
• Ventilação no tratamento do TCE: 
A respiração deve ser otimizada para manter a oxigenação e 
prevenir a disfunção ventilatória, pois extremos de CO2 
podem levar à vasoconstrição cerebral, vasodilatação e têm 
se mostrado preditores de morbidade e mortalidade. A 
hiperventilação é usada por alguns profissionais para 
diminuir agudamente a PIC por meio da vasoconstrição 
hipocárbica, apesar das evidências que mostram uma 
associação entre mesmo breves períodos de hiperventilação 
e mediadores aumentados de lesão cerebral secundária em 
áreas adjacentes ao tecido cerebral lesado, bem como 
reduções locais na perfusão cerebral. Essa estratégia deve 
ser usada com cautela e talvez apenas empregada para 
combater de forma aguda os sinais de hérnia ativa ao iniciar 
um tratamento mais definitivo. 
• Circulação no tratamento do TCE: 
A circulação deve ser mantida para prevenir hipotensão e 
manter o fluxo sanguíneo cerebral (FSC). Existe uma 
coagulopatia conhecida relacionada ao traumatismo 
cranioencefálico provavelmente relacionado à liberação de 
fator tecidual. Associada à hipoperfusão, que pode ser 
exacerbada por uma ressuscitação cristalóide pura. Uma 
ressuscitação balanceada de hemoderivados mostrou ser 
benéfica em pacientes com trauma, e pode ser estendida a 
pacientes com TCE. Glóbulos vermelhos não cruzados são 
uma escolha inicial de fluido de ressuscitação que é 
frequentemente usado em pacientes com trauma 
hipotensivo. Com o objetivo de manter a PAS ≥ 90 mmHg em 
pacientes com suspeita de TCE. O conceito de hipotensão 
permissiva não se aplica a pacientes com TCE conhecido ou 
suspeito. Assim, os parâmetros fisiológicos normais da 
pressão arterial devem ser direcionados para essa população. 
• Disability no tratamento do TCE: 
Durante o componente neurológico do exame primário, é 
realizada uma avaliação neurológica rápida. A avaliação 
concentra-se no exame pupilar. Ele avalia sinais de 
lateralização sugestivos de lesão de massa com PIC 
aumentada. Também calcula uma pontuação GCS para 
estratificar a gravidade do TCE. O paciente deve então ser 
exposto para avaliação de lesão e rapidamente coberto para 
evitar hipotermia. Um exame mais detalhado é realizado 
 
durante o levantamento secundário. Agentes como solução 
salina hipertônica e/ou manitol podem ser administrados 
durante esta ressuscitação inicial. Isso se os achados do 
exame físico sugerirem um declínio neurológico, 
traumatismo craniano significativo ou exame neurológico de 
lateralização. 
 
❖ Tratamento Pós - TCE: 
 
• NÍVEIS I, II E III: RESPOSTA DIMINUÍDA OU DE 
NÍVEL INFERIOR (HOSPITALIZADO). 
 
- Objetivos: prevenção de complicações 
secundarias, melhora da excitação sensorial, 
organização do tônus muscular, transição de postura 
e educação familiar. 
- Condutas: posicionamentos corretos, manuseios 
corretos, alongamentos, mudanças de decúbitos, 
fisioterapia respiratória, mobilizações passivas, 
estimulação sensorial (auditivo, olfativo, gustativo, 
visual, tátil, cenestésico e vestibular) e se sentar em 
posição ereta (cadeira de rodas, cadeira comum ou 
mesa ortostática). 
 
• NIVEL IV: NIVEL DE RECUPERAÇÃO 
CONFUSO/AGITADO: 
 
- Objetivos: manter as capacidades funcionais, 
prevenir a explosão da agitação, auxiliar a controlar 
o comportamento e educar a família. 
- Condutas: estabelecer uma rotina diária, manter as 
atividades de amplitude de movimento passiva e 
ativa e estimular tarefas funcionais (AVD’s). 
 
• NÍVEL V E VI: NÍVEL DE RECUPERAÇÃO 
CONFUSO/INADEQUADO E CONFUSO/ADEQUADO: 
 
- Objetivos: melhora da mobilidade funcional, 
marcha, equilíbrio, segurança nas tarefas funcionais 
e educação da família. 
- Condutas: treinamento locomotor com suporte de 
peso corporal em esteira, terapia de contensão 
induzida, transição de posturas, método neuro 
evolutivo Bo Bath e facilitação neuromuscular 
proprioceptiva (FNP). 
 
• NÍVEL VII E VIII: NIVEL DE RECUPERAÇÃO COM 
RESPOSTA ADEQUADA. 
 
- Objetivos: manutenção de todas as habilidades 
conseguidas (mobilidade funcional,controle motor, 
equilíbrio e controle postural), reintegração no 
trabalho e na comunidade e educação do paciente e 
da família. 
- Condutas: manter o acompanhamento 
fisioterapêutico e participar de grupos de apoio. 
Orientações à família e cuidadores. Participação de 
grupos de apoio e condicionamento físico; 
 
 
Wilsa Costa – Medicina – P3 – Tutoria 
 
PACIÊNCIA COM RELAÇÃO À ALTERAÇÃO DE 
COMPORTAMENTO DO PACIENTE É DE EXTREMA 
IMPORTÂNCIA! 
 
SISTEMA LÍMBICO: 
 
- O sistema límbico ou também conhecido como 
cérebro emocional, está localizado logo abaixo do 
córtex cerebral e é relacionado a emoções como 
alegria, tristeza, medo, prazer, raiva, e quando 
pensamos em sentimentos no seu sentido literal, 
pensamos em sentimentos subjetivos que suscitam 
manifestações fisiológicas e comportamentais. 
- O sistema límbico não surgiu do nada, ele foi criado 
pelo anatomista francês Paul broca no ano de 1878, 
a termologia “límbico” se deu através do próprio 
limbo que está localizado na mediação do córtex e o 
cérebro reptiliano, posteriormente o assunto foi 
aprofundado por outros dois estudiosos. 
- Além de ser responsável pela maioria das 
emoções, sentimentos e comportamentos, o 
sistema límbico também é necessário para a 
produção da memória. 
 
➢ PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES: 
 
- Como mesmo citado acima, o sistema límbico é 
responsável pelas manifestações fisiológicas e 
comportamentais através das emoções, as 
fisiológicas estão presentes nos sistemas nervosos 
autônomos, já a parte comportamental está contida 
no sistema nervoso somático. 
- E nesse sentido, quando falamos em emoções 
consequentemente somos levados a pensar nas 
áreas especificas do cérebro que são responsáveis 
por essas mesmas emoções: O sistema límbico. 
 
- Contudo, o sistema límbico pode ser entendido 
como um conjunto de estruturas corticais e 
subcorticais interligadas morfologicamente e 
funcionalmente, relacionadas com emoções e 
memória, assim, o sistema límbico pode ser 
entendido em duas estruturas distintas: 
 
 
Componentes do SL relacionados com as emoções 
e componentes do SL relacionados com a memória. 
 
- Sem o funcionamento do sistema límbico, não há 
vida em sociedade, a sua principal função é 
possibilitar os diversos tipos de relacionamentos e 
atividades sociais mantendo assim a espécie 
humana. Portanto, as emoções e sentimentos 
permitem construir relações entre as pessoas e a 
vida em comunidade. 
- O sistema límbico é uma região do telencéfalo a 
qual está relacionada profundamente com a 
ocorrência das emoções; 
- Essas estruturas encontram -se localizadas na 
face medial do telencéfalo. 
 
• Estruturas do sistema límbico: 
 
o O Lobo límbico de Broca: 
 
 É uma área, em formato de anel (daí o nome 
“Limbus”, do Latim, “borda”) descoberta pelo 
neurologista francês Paul Broca, que é o centro do 
sistema límbico. 
 
O lobo límbico de Broca é constituído por: 
 
⤷ Giro do cíngulo → Uma região de córtex ao redor 
do corpo caloso; 
⤷ Giro para- hipocampal → Uma região de córtex 
na superfície medial do lobo temporal; 
⤷ Hipocampo → Uma estrutura em formato de 
“cavalo marinho” localizado abaixo do córtex da 
região interna do lobo temporal. 
 
 
 
 
Wilsa Costa – Medicina – P3 – Tutoria 
 
 
 
➢ CARACTERÍSTICAS DAS PRINCIPAIS PARTES DO 
SISTEMA LÍMBICO: 
 
 
• Córtex Cingular Anterior: 
 
O córtex Cingular anterior no sistema límbico tem 
como função de processar as emoções, 
principalmente aquelas relacionadas à tristeza. Foi 
observado que quando se leciona essa região nos 
animais, há uma mudança comportamental, ou seja, 
animais que eram agressivos foram se tornando aos 
poucos dóceis, tanto que essa lesão é estudada para 
tratamentos de psicóticos agressivos; e uma 
curiosidade importante, foi observado que diante de 
uma depressão grave que o Córtex singular anterior 
é mais delgado e quando há o estimulo dessa área 
com estimulação elétrica, os sintomas desaparecem, 
uma vez que a depressão está correlacionada com 
diversos outros fatores. 
 
• Córtex Insular Anterior: 
 
O córtex insular anterior é muito interessante, pois 
tem grande relação com a empatia (capacidade de 
se colocar no lugar do outro) também pode constituir 
sensações de nojo e o conhecimento da própria 
fisionomia, além da percepção dos componentes 
subjetivos das emoções. 
 
• Giro do Cíngulo: 
 
O giro do cíngulo é responsável por transmitir 
memórias de experiências agradáveis ocorridas ao 
longo da vida, também é responsável por diversas 
respostas ligadas as emoções como odores, sabe 
quando sentimos algum cheiro agradável ou 
 
 
 
desagradável e nos remetemos a algum momento 
das nossas vidas? Isso é o giro do cíngulo agindo, 
ele também tem o poder de controlar a 
agressividade. 
 
• Hipotálamo: 
 
O hipotálamo é outra área de suma importância, 
possui como função a regulação dos processos 
emocionais especialmente nas manifestações 
periféricas das emoções e tudo que é relacionado 
com o SNA (sistema nervoso autônomo). 
 
• Núcleos Accumbens: 
 
Já o núcleo Accumbens é o centro do prazer sendo 
a área mais importante do componente do sistema 
mesolímbico que está relacionado diretamente com 
o sistema de recompensa. 
 
• Área Septal: 
 
A área Septal também é conhecida pelo centro do 
prazer e faz parte do sistema mesolímbico, e por fim, 
possui a função de regulação das atividades viscerais 
(como pressão arterial e ritmo respiratório) Animais 
que tiveram lesões na área septal foi observado o 
que eles chamaram de “raiva septal” que é estímulos 
da hiperatividade emocional, ferocidade e raiva, além 
de uma reação anormal aos estímulos sexuais. 
 
• Habênula: 
 
A Habênula está relacionada com a regulação dos 
níveis de dopamina, ou seja, a inibição do sistema 
mesolímbico, a não recompensa, frustração, em 
casos de lesões na Habênula foi observado que 
gradativamente ocorria a melhora de sintomas 
depressivos. 
 
• Amígdala: 
 
Já a amígdala ou conhecida também como corpo 
amigdalóide composta por exatamente 12 núcleos 
agrupados em grupos corticomedial, basolateral e 
central. A amígdala possui como função principal a 
regulação do medo e possui relação com 
comportamentos sexuais, expressão facial 
relacionadas a emoções e a agressividade. E quando 
há uma lesão na amígdala, o indivíduo perde a 
capacidade de sentir medo, ou seja, algo que ele 
sentia muito pavor passa a não sentir mais. A área é 
interligada ao hipocampo e o Hipotálamo por meio 
do fórnix. 
 
 
 
 
 
Wilsa Costa – Medicina – P3 – Tutoria 
 
- Pelo fato de o sistema límbico possuir total 
centralidade no bom funcionamento das atividades 
do corpo humano consequentemente o seu mau 
funcionamento pode ocasionar problemas sérios 
como algumas doenças e disfunções: 
 
o Pode ocasionar a Epilepsia Psicomotora; 
o TDAH (Transtorno do Déficit de atenção e 
Hiperatividade) transtorno esse muito 
presente atualmente e que infelizmente não 
é muito discutido. 
o Esquizofrenia; 
o Depressão; 
o Ansiedade. 
 
NEUROFISIOLOGIA DA MEMÓRIAS DE LONGO 
E CURTO PRAZO: 
 
❖ Tipos de memória: 
 
- O mecanismo da memória precisa ser igualmente tão 
complexo quanto o mecanismo do pensamento, porque, para 
ter a memória é necessário que o sistema nervoso recrie o 
mesmo padrão espacial e temporal (o padrão holístico) de 
estímulo, no sistema nervoso central, em alguma ocasião 
futura. 
 
- Sabe-se que ocorrem todos os graus de memória, algumas 
delas durando alguns segundos e outras durando horas, dias, 
meses ou anos. Possivelmente, todos esses tipos de 
memória são ocasionados pelo mesmo mecanismo operando 
em graus diferentes de intensidade, Os tipos de memória 
podem ser classificados em: 
 
• Memória sensorial: 
• Memória a curto prazo ou memória primária; 
• Memória a longoprazo que pode ser dividida em 
memória secundária e memória terciária. 
 
a) Memória Sensorial: significa a capacidade de reter 
os sinais sensoriais nas áreas sensoriais do cérebro, 
durante um intervalo de tempo muito curto, após a 
atual experiência sensorial. Geralmente esses sinais 
permanecem disponíveis para a análise durante 
várias centenas de milésimos de segundo, porém 
são substituídos por novos sinais sensoriais, em 
menos de um segundo. Durante o curto intervalo de 
tempo que a informação sensorial instantânea 
 
permanece no cérebro, ela pode continuar a ser 
usada para maior processamento. Mais importante, 
ela pode ser "esquadrinhada", para retirar os pontos 
importantes. Assim, esse é o estágio inicial do 
processo da memória. 
 
b) Memória a Curso Prazo (memória primaria): É a 
memória de alguns fatos, palavras, números, letras 
e outros tipos de informações durante alguns 
segundos a um minuto ou mais, de cada vez. Essa 
é exemplificada pela lembrança dos algarismos, do 
número de um telefone, durante curto período, após 
haver olhado o catálogo telefônico. Este tipo de 
memória está, geralmente, limitado a cerca de sete 
informações e, quando outras informações são 
acrescentadas a esse reservatório a curto prazo, a 
informação antiga desaparece. Assim, se uma 
pessoa olha um novo número de telefone, esquece, 
geralmente, o primeiro. Uma das características mais 
importantes da memória a curto prazo é que a 
informação nesse armazenamento de memória está 
instantaneamente disponível, de forma que a 
pessoa não precisa buscá-la em sua mente, como 
ocorre à informação que foi retirada das reservas de 
memória a longo prazo. 
✓ Muitos fisiologistas sugeriram que essa memória 
seja causada por atividade neural contpinua, 
resultando de sinais neurais que se propagam m 
círculos em traço de memória temporária de 
circuito de neurônios reverberantes. Ainda não foi 
provada essa teoria. Outra explicação possível para 
a memória a curto prazo é a facilitação de inibição 
pré-sináptica, o que ocorre em sinapses que ficam 
em fibras nervosas terminais, imediatamente antes 
que forme sinapses com neurônios subsequentes. 
As substâncias neurotransmissoras, liberadas em 
tais terminais frequentemente causam facilitação 
ou inibição, que duram segundos ou até vários 
minutos. Circuitos desse tipo poderiam levar a 
memória à curto prazo 
 
 
 
 
 
Wilsa Costa – Medicina – P3 – Tutoria 
 
 
c) Memória a Longo Prazo: É o armazenamento, no 
cérebro, de informação que pode ser lembrada em 
ocasião anterior muitos minutos, horas, dias, 
meses ou anos depois. Esse tipo de memória tem 
sido denominada memória fixa ou memória 
permanente. Está dividida em: 
 
1) Memória secundária: que está armazenada, seja 
com um traço de memória débil, ou apenas 
moderadamente forte. Por este motivo, é fácil 
esquecer e às vezes difícil lembrar. Além disso, 
o tempo necessário para buscar a informação é 
relativamente longo. Esse tipo de memória pode 
durar de vários minutos a várias horas. Quando 
as memórias são tão fracas que duram apenas 
alguns minutos e alguns dias, são denominadas 
também, frequentemente, memórias recentes. 
 
2) Memória Terciária - É a que tornou-se tão 
arraigada na mente que pode durar, 
geralmente, toda a vida da pessoa. Além disso, 
os traços muito fortes de memória desse tipo 
tornam a informação disponível dentro de fração 
de segundo. Esse tipo de memória é 
exemplificada pelo conhecimento do próprio 
nome pela pessoa, por sua capacidade de 
recordar imediatamente os números de 1 a 10, 
as letras do alfabeto e as palavras que usa na 
fala, bem como pela lembrança de sua exata 
estrutura física e de seu ambiente familiar 
imediato. 
 
✓ Acredita-se que a longo prazo resulte de alterações 
estruturais reais, em vez de somente químicas nas 
sinapses, e que realcem ou suprimam a condução 
dos sinais. 
✓ Múltiplas mudanças de estrutura física em muitas 
sinapses durante o desenvolvimento dos traços de 
memória. 
✓ O desenvolvimento da verdadeira memória depende 
da reestruturação física das próprias sinapses de 
forma que mude sua sensibilidade para transmitir os 
sinais neurais. 
✓ As mudanças estruturais mais importantes que 
ocorrem são: 
 
1. Aumento dos locais onde vesículas libeam a 
substância neurotransmissora; 
2. Aumento do número de vesículas transmissoras; 
3. Aumento do número de terminais pré-sinápticos; 
4. Mudança nas estruturas das espinhas dendríticas 
que permitem a transmissão de sinais mais fortes; 
 
✓ Assim, de várias formas diferentes a capacidade 
estrutural das sinapses de transmitir sinais parece 
 
 
 
aumentar, enquanto se estabelecem traços da 
verdadeira memória a longo prazo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Wilsa Costa – Medicina – P3 – Tutoria 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anexos para ajudar ainda mais!!! 
 
 
Wilsa Costa – Medicina – P3 – Tutoria 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Wilsa Costa – Medicina – P3 – Tutoria

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