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Wilsa Costa – Medicina – P3 – Tutoria Objetivos de estudo: 1) Conhecer a anatomia e as funções cerebrais; 2) Entender a fisiopatologia do TCE e suas principais sequelas; 3) Compreender a escala de Glasgow; 4) Citar o diagnóstico de tratamento para o TCE; 5) Entender o sistema límbico; 6) Compreender a neurofisiologia da memórias de longo e curto prazo; ANATOMIA E FUNÇÕES CEREBRAIS: O sistema nervoso controla as funções do corpo, em todos os aspetos. Desde processos fisiológicos essenciais (controle da temperatura corporal e do ciclo sono-vigília), comandos voluntários (movimento), até os atributos mais complexos de um ser humano (pensamento de ordem superior e todo o espectro do comportamento emocional). A maior importância do sistema nervoso se dá pelo fato dele controlar as relações com o meio externo. Através disso ele controla funções, faz processamentos, capta informações e nos prepara para resolver os estímulos recebidos. Obs.: Ver mapa nos anexos. ❖ Divisões estruturais do sistema nervoso: • O Sistema Nervoso Central ou SNC (Cérebro e Medula Espinal) – Realiza funções complexas, como armazenamento de experiências e de conhecimentos (memória), o desenvolvimento de ideias (pensamento) e de emoções, agindo ainda no ajuste rápido de todo o organismo, em relação às alterações do meio externo e do meio interno. Bem protegido na cavidade craniana e no canal vertebral. • Sistema Nervoso Periférico ou SNP (todo o tecido neural fora do SNC). – Composto principalmente pelos nervos espinais e pelos nervos cranianos. Ele proporciona a comunicação entre os órgãos e o SNC, controla a atividade da musculatura e das vísceras e atua na comunicação entre o meio externo e o meio interno. ❖ Divisões Funcionais do sistema nervoso: • Sistema nervoso somático (informal: Sistema voluntário) – Inervação da musculatura esquelética, pela percepção consciente dos estímulos sensoriais/sensitivos e pela comunicação com o meio externo. • Sistema nervoso autônomo ou ainda Sistema nervoso vegetativo ou Visceral (informal: Sistema Involuntário) – Controle das vísceras de modo inconsciente. O fluxo de informação dentro do sistema nervoso pode ser descrito como: • Aferente - transportam informações dos tecidos periféricos para o SNC (sensação) https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/medula-espinhal https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/sistema-nervoso-periferico Wilsa Costa – Medicina – P3 – Tutoria • Eferente - transmitem comandos no sentido contrário, do SNC para a periferia, sobre como responder a estes estímulos. • Sistema nervoso central (SNC) - consiste no encéfalo e na medula espinal. ➢ Encéfalo: • Encontrado na cavidade craniana • Gera comandos para tecidos-alvo • Tem sua origem ainda na fase embrionária, sendo formado a partir do tubo nervoso. • O encéfalo é subdivido em: Cérebro (telencéfalo + diencéfalo), Tronco encefálico (ponte, bulbo mesencéfalo) e Cerebelo. ➢ Medula espinal: • Encontrada na coluna vertebral • Atua como um canal conectando o encéfalo aos tecidos periféricos através do SNP • Continuação do tronco cerebral Ambos são protegidos por três camadas de meninges: - Dura-máter, aracnoide e pia-máter. ➢ Tronco Encefálico: • Interpõe – se entre a medula e o diencéfalo, situando-se ventralmente ao cerebelo. • Constituído por neurônios e fibras nervosas ( tratos, fascículos ou lemnisco). • Muitos dos seus núcleos recebem ou emitem fibras nervosas que entram na constituição dos nervos cranianos. • O tronco encefálico se divide em: bulbo (caudalmente), mesencéfalo (cranialmente) e ponte (situada entre ambos). ➢ Cérebro (Telencéfalo): • O cérebro é formado a partir do telencéfalo e constitui a parte mais desenvolvida do encéfalo. Muitas pessoas costumam usar de maneira errônea os dois termos como sinônimos. Uma característica marcante do cérebro é a presença de várias pregas que são conhecidas como giro ou circunvoluções. • O cérebro é dividido quase que completamente em dois hemisférios, que são unidos por uma estrutura denominada corpo caloso. Cada hemisfério é dividido em quatro lobos, que recebem o nome dos ossos do crânio localizados acima dele. Sendo assim, temos os lobos frontal, parietal, temporal e occipital. • Lobo Frontal: - Parte mais anterior do cérebro - Envolvido no controle muscular, intelecto superior, personalidade, humor, comportamento social e linguagem. - Posteriormente, é separado do lobo parietal pelo sulco central (ou sulco de Rolando) https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/coluna-vertebral-espinha https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/meninges-ventriculos-e-suprimento-sanguineo-do-cerebro Wilsa Costa – Medicina – P3 – Tutoria - Inferiormente é separado do lobo temporal pelo sulco lateral (ou sulco de Sylvius) - As convoluções mais significativas do lobo frontal são os giros e sulcos pré-central, superior, médio e inferior, bem como os giros orbitais. - Todo o lobo frontal é vascularizado pelas artérias cerebrais anterior e média, que são ramos da artéria carótida interna. • Lobo Parietal: - Está situado entre os lobos frontal e occipital - Separado deles pelos sulcos central e parieto-occipital - Está envolvido na linguagem, no cálculo, assim como na percepção de várias sensações, como toque, dor e pressão. - O lobo é dividido em duas partes chamadas de lóbulos (superior e inferior), que são separados por um sulco intraparietal. - Outras estruturas importantes incluem o sulco pós- central, juntamente com os giros pós-central, angular e supramarginal. - O lobo parietal é vascularizado por ramos das artérias cerebrais anterior, média e posterior. Esta última se origina da artéria basilar. • Lobo Temporal: - É responsável pela memória, linguagem e audição. - Situa-se abaixo dos dois lobos anteriores, dos quais é separado pelo sulco lateral. - O lobo temporal é constituído pelos giros temporais superior, médio e inferior, delimitados pelos sulcos superior e inferior. - É vascularizado pelas artérias cerebrais média e posterior. • Lobo Occipital: - É a porção mais posterior do cérebro - Está envolvido no processamento de estímulos visuais. - Ele repousa no tentório do cerebelo, uma dobra da dura-máter que a separa do cerebelo. - É separado dos lobos parietal e temporal pelos sulcos parieto-occipital e calcarino - Características e marcos importantes adicionais incluem os giros occipitais superior e inferior, que são divididos pelo sulco occipital lateral, assim como o cúneus e o giro lingual. - O suprimento vascular do lobo occipital é proveniente da artéria cerebral posterior. • Ínsula ou Lobo insular: - Está enterrado sob os lobos frontal, parietal e temporal. - Este lobo está envolvido no processamento de várias sensações, como sabor, visceral, dor e função vestibular. - O sulco central da ínsula divide sua superfície em giros curtos e longos. - Este lobo é suprido por ramos da artéria cerebral média. • Região límbica ou Lobo límbico: - Está envolvido na modulação das funções viscerais, hormonais e autonômicas, assim como nas emoções, no aprendizado e na memória. - O nome lobo límbico é na verdade equivocado, pois é considerado uma região do cérebro e não um lobo propriamente dito. - Localizado acima do corpo caloso, consiste nos giros subcaloso, cingulado e para-hipocampal, juntamente com a formação hipocampal (uma estrutura subcortical). Wilsa Costa – Medicina – P3 – Tutoria • Região do córtex (camada mais externa): - É formada por corpos celulares, o que proporciona uma cor mais cinzenta a essaregião. - O córtex cerebral, ou córtex do cérebro, é a camada externa de substância cinzenta dos hemisférios cerebrais. Ele possui cerca de 2 a 4 mm de espessura, e contém numerosos corpos de neurônios. - Essa camada apresenta numerosas e complexas dobras, cujas elevações são chamadas de giros e as depressões são chamadas sulcos. • Região mais interna do cérebro: - É constituída pelos axônios, o que lhes confere uma coloração mais clara em virtude da presença do estrato mielínico. - Essa porção do encéfalo é a encarregada de controlar as atividades motoras dos órgãos dos sentidos, além de estar relacionada à memória, capacidade cognitiva, linguagem, razão e emoções. • Tabela Resumida: Lobo frontal Localização: corresponde ao osso frontal; anterior ao lobo parietal (do qual é separado pelo sulco central) e súpero-anterior ao lobo temporal (do qual é separado pelo sulco lateral, também chamado de fissura de Sylvius) Giros: giros frontais superior, médio e inferior, giro pré-central, giro reto, giros orbitais Função: controle do movimento voluntário, envolvido na atenção, memória de curto-prazo, motivação, planejamento e fala. Lobo parietal Localização: corresponde ao osso parietal; superior ao lobo occipital (do qual é separado pelo sulco parieto-occipital) e posterior ao lobo frontal (do qual é separado pelo sulco central) Giros: giro pós-central, lóbulos parietais superior e inferior Função: integra os estímulos proprioceptivos e mecanoceptivos, envolvido no processamento da linguagem Lobo temporal Localização: corresponde ao osso temporal; ínfero-posterior ao lobo frontal (do qual é separado pelo sulco lateral ou fissura de Sylvius) Giros: giros temporais inferior, médio e superior Função: decodificar as os sinais sensitivos aferentes (visuais e auditivos) em derivados com significado para a retenção de memória visual e a compreensão da linguagem Lobo occipital Localização: corresponde ao osso occipital; posterior ao lobo parietal (do qual é separado pelo sulco parieto-occipital) e posterior ao lobo temporal Giros: giros occipitais superior, médio e inferior; giro lingual e cúneo Função: centro de processamento visual Lobo insular Localização: profundo, na junção dos lobos frontal, parietal e temporal Giros: giros longos e curtos Função: processamento e integração das sensações gustatórias, sensações viscerais e dolorosas, e funções vestibulares Lobo límbico Localização: na superfície medial de cada hemisfério, envolvendo o corpo caloso Giros: giro paraterminal, giro do cíngulo e giro parahipocampal Função: modulação de emoções, modulação de funções viscerais e autonômicas, aprendizagem, memória https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/histologia-do-neuronio Wilsa Costa – Medicina – P3 – Tutoria ❖ Diencéfalo: É a parte caudal do cérebro anterior (prosencéfalo), que ocupa a região central do cérebro. O diencéfalo é constituído de: • Epitálamo • Tálamo • Subtálamo • Metatálamo • Hipotálamo • Glândula hipófise • Tálamo: - São duas estruturas originadas do diencéfalo, constituídas por substância cinzenta. - Estão localizadas logo abaixo do corpo caloso. Sua função principal é transmitir as mensagens dos órgãos do sentido (exceto órgãos do olfato) até o córtex cerebral. • Hipotálamo: - Está abaixo do tálamo e acima da hipófise. - É o centro de controle do organismo, mantendo a homeostase. - Ele monitora informações provenientes do sangue(temperatura, taxa de glicose, concentração iônica, hormônios etc.) ou que recebe via neurônios (sobre o funcionamento do SNV, estado de alerta corpóreo etc.). - Controla nossa homeostase por meio de três sistemas: o endócrino (controle da hipófise); o SN Visceral; por participar do sistema límbico, é capaz de gerar motivações específicas: fome ou desejo por determinados nutrientes; sede; necessidades sexuais. • Hipófise: - A hipófise é uma glândula do tamanho de uma ervilha que está alojada no interior de uma estrutura óssea (sela turca) localizada na base do cérebro. A sela turca protege a hipófise, mas deixa um espaço bem pequeno para expansão. - A hipófise controla a função da maioria das outras glândulas endócrinas e, por isso, às vezes, é chamada glândula mestra. - Por sua vez, a hipófise é controlada em grande parte pelo hipotálamo, uma região do cérebro situada imediatamente acima da hipófise. - O hipotálamo ou a hipófise consegue determinar quanto estímulo as glândulas-alvo precisam por meio da detecção dos níveis dos hormônios produzidos pelas glândulas controladas pela hipófise (glândulas-alvo). • Mesencéfalo: - Conhecido também como encéfalo médio, essa região é relacionada à postura corporal, atividade motora, movimentos de busca dos olhos, entre outras funções. - Interpõe- se entre a ponte do diencéfalo. - Teto do mesencéfalo. https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/anatomia-do-talamo https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/hipotalamo https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/hipofise Wilsa Costa – Medicina – P3 – Tutoria ❖ Metencéfalo: • Cerebelo: - O cerebelo é uma região originada do metencéfalo e localizada na fossa craniana posterior. Possui uma forma ovalada, sendo que na região central ocorre uma constrição. - Sua principal função é ajudar na coordenação dos movimentos e equilíbrio do corpo. - No cerebelo uma porção ímpar e mediana, o vérmis, ligado a duas grandes massas laterais, os hemisférios cerebelares. • Ponte: - Estrutura originada do metencéfalo, formada principalmente de substância branca. Essa estrutura faz uma conexão com diversas partes do encéfalo. A ponte participa de algumas funções do bulbo. - É a parte do tronco interposta entre o bulbo e o mesencéfalo - Existe a presença de muitas raízes de pares de nervos cranianos, por ser uma área relativamente pequena e conter tantas raizes nervosas, isso explica a riqueza de sintomas observados em casos de tumores que acometem essa área. Esses tumores levam a compressão dessa pequena área, levando a compressão dessas raizes, conhecido como Síndrome do ângulo ponto-cerebelar. ❖ Miencéfalo: • Bulbo ou Medula Oblonga: - Originado do mielencéfalo, o bulbo é uma região contínua da medula espinhal. São importantes na coordenação de reflexos de tosse, espirro, salivação e deglutição. Além disso, controlam funções vitais como batimento cardíaco, respiração e pressão arterial. - Tem forma de um tronco de cone, a extremidade menor continua com a medula. • Quarto Ventrículo: - A cavidade do rombencéfalo tem forma losângico e é denominado quarto ventrículo, situada entre o bulbo e a ponte, ventralmente, é o cerebelo, dorsalmente. - Dividido em: Assoalho do IV Ventrículo e Teto do IV ventrículo. • Pedúnculos Cerebelares: - Superior: Liga o cerebelo ao mesencéfalo. - Médio: é um enorme feixe de fibras que liga o cerebelo à ponte e. Institui a parede dorsolateral da metade cranial do IV ventrículo. - Inferior: liga o cerebelo à medula. ➢ Estruturas subcorticais: • Corpo caloso – liga os dois hemisférios cerebrais, permitindo a comunicação entre esses dois lados. Organiza as informações. • Hipocampo – consolidação das memórias (amnésia anterógrada) e componente do sistema límbico. • Amigdala –atua na sensação e emoções. Ela avalia o nível de ameaça do mundo externo. Wilsa Costa – Medicina – P3 – Tutoria FISIOPATOLOGIA DO TCE E SUAS PRINCIPAIS SEQUELAS: Qualquer agressão de ordem traumática ocasionando uma lesão anatômica ou comprometimento funcional do couro cabeludo, crânio, meninges, encéfalo ou seus vasos. Insulto para o cérebro,gerado por uma força física externa que pode produzir um estado diminuído ou alterado de consciência, a qual pode resultar em deficiência da capacidade cognitiva, do funcionamento físico, distúrbios comportamentais e emocionais. - O trauma cranioencefálico consiste em lesão física ao tecido cerebral que, temporária ou permanentemente, incapacita a função cerebral. - O diagnóstico é suspeitado clinicamente e confirmado por imagens (primariamente TC). - Inicialmente, o tratamento consiste em suportes respiratório e manutenção adequada de ventilação, oxigenação e pressão arterial (PA). - Com frequência, a cirurgia é necessária em pacientes com lesões mais graves para a colocação de monitores a fim de medir a elevação da pressão intracraniana, descomprimir o cérebro se a pressão intracraniana estiver aumentada ou remover hematomas intracranianos. - Nos primeiros dias após a lesão, é importante manter a perfusão e oxigenação cerebral adequadas e prevenir complicações de alteração do sensório. Subsequentemente, muitos pacientes requerem reabilitação. - Em todo o mundo, o trauma cranioencefálico (TCE) é uma causa comum de mortes ou deficiência. - As causas do TCE incluem: • Quedas (especialmente em adultos mais velhos e crianças pequenas); • Acidentes com veículos automotores e outras causas relacionadas a transporte (p. ex., acidentes de bicicleta, colisões com pedestres); • Agressões; • Atividades esportivas (p. ex., concussões relacionadas com esportes); ➢ Tipos de Traumatismo Craniano: O traumatismo craniano pode ser classificado em vários tipos, dependendo da gravidade da pancada, do grau das lesões no cérebro e dos sintomas apresentados, como: • Leve: é o tipo mais comum, em que a pessoa se recupera mais rapidamente, pois caracteriza-se por lesões cerebrais menores. Nestes casos, a pessoa geralmente passa algumas horas de observação em • • emergência e pode seguir com tratamento em casa, mantendo-se sempre em observação; • Moderado: consiste na lesão que atinge uma área maior do cérebro e a pessoa tem maior risco de ter complicações. O tratamento deve ser feito em um hospital e a pessoa deve ficar internada; • Grave: baseia-se em lesões cerebrais extensas, com presença de grandes sangramentos na cabeça, sendo que, nestas situações, a pessoa deve ficar internada em uma UTI. Além disso, as lesões causadas pelo traumatismo craniano podem ser focais, que é quando atingem uma pequena área do cérebro, ou difusas que são caracterizadas por perda de funcionamento de uma parte grande do cérebro. ➢ Estágios da lesão: 1) Lesão primária: resultante da ação mecânica agindo diretamente nos neurônios, vasos sanguíneos e nas células de glia. Ex.: fraturas, contusões, concussão, laceração de pele. 2) Lesão secundária ou complicações: inicia junto com a lesão primária, mas a clínica só é visível dentro de horas ou semanas e são resultados de processos inflamatórios, neuroquímicos e metabólicos. Ex.: Hipertensão Intracraniana, isquemia, edema, infecção. ➢ Mecanismos de lesão: O traumatismo de acordo com o seu mecanismo pode ser aberto ou fechado e estático ou dinâmico: Aberto: • Há a penetração no crânio, como a lesão causado por uma arma de fogo, a bala penetra no crânio. Ocorre a laceração dos tecidos cranianos, com lesão da massa encefálica por fragmentos ósseos. É mais provável ter uma complicação infecciosa intracraniana nesse tipo de lesão. • As lesões abertas da cabeça envolvem penetração do couro cabeludo e crânio (e, normalmente, de meninges e tecido cerebral subjacente). Elas normalmente são causadas por balas ou objetos pontudos, porém a fratura craniana com laceração no revestimento devido à força direta também é considerada lesão aberta. Fechado: • Causado pelo impacto e movimento de aceleração e desaceleração, como em acidentes automotores. Caracteriza-se por ausência de ferimentos no • https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/geriatria/quedas-em-idosos/quedas-em-idosos https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/les%C3%B5es-intoxica%C3%A7%C3%A3o/trauma-cranioencef%C3%A1lico-tce/concuss%C3%A3o-relacionada-com-esportes https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/les%C3%B5es-intoxica%C3%A7%C3%A3o/trauma-cranioencef%C3%A1lico-tce/concuss%C3%A3o-relacionada-com-esportes Wilsa Costa – Medicina – P3 – Tutoria crânio ou, quando muito, fratura linear. Quando não há lesão estrutural macroscópica do encéfalo, o traumatismo craniano fechado é chamado de concussão. As lesões cranianas fechadas normalmente ocorrem quando a cabeça é golpeada, batida contra um objeto ou sacudida violentamente, causando aceleração e desaceleração cerebrais rápidas. • Aceleração ou desaceleração pode lesar o tecido no ponto de impacto (golpe), no polo oposto (contragolpe) ou difusamente; os lóbulos frontal e temporal são especialmente vulneráveis a esse tipo de lesão. • Axônios, vasos sanguíneos ou ambos podem ser cortados ou rompidos, resultando em lesão axonal difusa. Os vasos sanguíneos rompidos causam contusões, hemorragias intracerebrais ou subaracnoides e hematomas epidural ou subdural. 1) Estático: força externa / depende das circunstâncias. a) Fratura – atropelamento – indivíduo parado recebe uma ação ou parto por fórceps 2) Dinâmico: a) Impacto: ocorre pela ação de uma força de contato, levando a deformação da calota craniana, resultado em fraturas ou ondas de choque, que acarretem a deformação do encéfalo. Ex.: Golpe e contragolpe – lesão frontal e lesão occipital – deformação do encéfalo. b) Impulsiva: aceleração e desaceleração ou rotação, que gera uma aceleração centrada na região cervical baixa, com deformação encefálica. ➢ Fisiopatologia: 1) Fisiopatologia das lesões primárias: a) Lacerações cerebrais (TC aberto) : são lacerações no tecido cerebral causadas por um objeto estranho ou fragmento ósseo impelido para dentro devido a uma fratura de crânio. As lacerações cerebrais ocorrem quando um objeto ou pedaço de osso penetra o crânio (causando uma fratura craniana) e rasga o tecido cerebral. b) Fraturas: quebra de um osso que rodeia o cérebro. Fraturas do crânio podem ocorrer com ou sem danos cerebrais. Os sintomas podem incluir, dor, sintomas de dano cerebral e, em determinadas fraturas, extravasamento de líquido do nariz ou dos ouvidos ou lesões atrás dos ouvidos ou em torno dos olhos. É usada a tomografia computadorizada para diagnosticar fraturas do crânio. Muitas fraturas do crânio não requerem qualquer tratamento. Lesões penetrantes, por definição, envolvem fraturas. Lesões fechadas também podem causar fraturas cranianas, as quais podem ser lineares, com depressão óssea ou cominutiva. A presença da fratura sugere que uma força agravante está envolvida. Embora muitos pacientes com fraturas lineares simples sem deficiência neurológica não tenham alto risco de lesão intracraniana, pacientes com qualquer fratura associada a comprometimento neurológico apresentam maior risco de hematomas intracranianos. - Fraturas do crânio que envolvem riscos especiais incluem: • Fraturas com depressão óssea: apresentam o maior risco de laceração dural, lesando cérebro subjacente ou ambos. • Fraturas ósseas temporais que atravessam a área da artéria meníngea: é provável que ocorra hematoma epidural. • Fraturas que atravessam um dos seios durais principais: podem causar hemorragia significativa e hematoma epidural venoso ou subdural. Os seios venosos lesionados podem, mais tarde, causar trombose e infarto cerebral. • Fraturas que envolvem o canal da carótida: podem causar dissecação da artéria carótida. • Fraturas do osso occipital e base do crânio (ossos basilares): esses ossos são espessos e fortes, e fraturas nessas áreas indicam impacto dealta intensidade e aumento significativo do risco de lesão intracraniana. Fraturas cranianas basilares que se estendem na parte petrosa do osso temporal lesionam a parte interna e médias das estruturas da https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/les%C3%B5es-e-envenenamentos/traumatismos-cranianos/fratura-do-cr%C3%A2nio Wilsa Costa – Medicina – P3 – Tutoria orelha e podem prejudicar as funções facial, acústica e do nervo vestibular. • Fraturas em crianças: as meninges podem tornar-se bloqueadas em fratura craniana linear com desenvolvimento subsequente de cisto leptomeníngeo e com crescimento de fratura original (fratura de crescimento). c) Contusões cerebrais: são hematomas do cérebro geralmente causadas por um impacto direto e violento na cabeça. Contusões (hematomas no cérebro) podem ocorrer com lesões abertas ou fechadas e podem prejudicar a grande amplitude de funções cerebrais, dependendo do tamanho e do local da contusão. Contusões maiores podem causar edema cerebral generalizado e aumentar a pressão intracraniana. As contusões podem aumentar nas horas ou dias após a lesão inicial e causar deterioração neurológica; cirurgia pode ser necessária. d) Lesões meníngeas; e) Lesão Axonial Difusa (LAD): ocorre quando a desaceleração rotacional gera forças que resultam em rupturas generalizadas de fibras axoniais e da bainha de mielina. Algumas lesões LAD também podem resultar de lesão cerebral mínima. Não existem lesões cerebrais graves; porém, pequenas hemorragias petéquias na massa branca são normalmente observadas em TC e exame de histopatologia. A LAD é, às vezes, definida clinicamente como perda de consciência, durando > 6 h na ausência de uma lesão focal específica. O edema por lesão frequentemente aumenta a pressão intracraniana, levando a várias manifestações . A LAD normalmente consiste em lesão subjacente na síndrome do lactente sacudido. f) Lesão de pares de nervos cranianos; g) Concussão: é uma alteração da função mental ou do nível de consciência, causada por um traumatismo craniano. Uma concussão pode envolver perda de consciência, pode ocorrer sem danos óbvios nas estruturas cerebrais e dura menos de seis horas. No caso das concussões, não é possível detectar danos cerebrais em exames de diagnóstico por imagem, tais como tomografia computadorizada (TC) ou imagem por ressonância magnética (RM). Ainda assim, as células cerebrais encontram-se temporariamente danificadas ou disfuncionais. A pessoa apresenta sintomas temporários de disfunção cerebral. É uma alteração pós- traumática transitória e reversível no status mental (p. ex., perda de consciência ou memória, confusão mental) que dura de segundos a minutos e, por definição arbitrária, < 6 h. Não existem lesões cerebrais estruturais graves e resíduos neurológicos sérios na concussão, embora a incapacidade temporária possa decorrer de sintomas como náuseas, cefaleia, tontura e distúrbios de memória [síndrome pós- concussão), bem como dificuldade de concentração (síndrome pós-concussão] que, em geral, desaparece em semanas. Entretanto, pensa-se que várias concussões podem causar encefalopatia traumática crônica , que resulta em disfunção cerebral grave. 2) Fisiopatologia das lesões secundárias (complicações das lesões primárias): a) Hemorragia Subaracnóidea ou Meníngea (HSA): A hemorragia subaracnóidea é causada por extravasamento de sangue entre a aracnoide e a pia- máter: Em geral, traumatismo cranioencefálico é a causa mais comum de hemorragia subaracnóidea, mas frequentemente considera-se a hemorragia subaracnóidea traumática um transtorno distinto. O sangue no espaço subaracnóideo produz uma meningite química, que geralmente aumenta a pressão intracraniana durante dias ou algumas semanas. O vasoespasmo subsequente pode produzir isquemia cerebral focal; cerca de 25% dos pacientes desenvolvem sinais de AIT (Ataque isquêmico Transitório) ou acidente vascular encefálico isquêmico. O edema cerebral é máximo e o risco de vasoespasmo e infarto subsequente (denominado angry brain) é maior entre 72 h e 10 dias. A hidrocefalia aguda secundária também é comum. Às vezes, ocorre uma 2ª ruptura (ressangramento), geralmente em um período de até 7 dias. https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/les%C3%B5es-intoxica%C3%A7%C3%A3o/trauma-cranioencef%C3%A1lico-tce/trauma-cranioencef%C3%A1lico-tce#v1111272_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/delirium-e-dem%C3%AAncia/encefalopatia-traum%C3%A1tica-cr%C3%B4nica-etc https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/les%C3%B5es-intoxica%C3%A7%C3%A3o/trauma-cranioencef%C3%A1lico-tce/trauma-cranioencef%C3%A1lico-tce https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/acidente-vascular-encef%C3%A1lico/ataque-isqu%C3%AAmico-transit%C3%B3rio-ait https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/acidente-vascular-encef%C3%A1lico/acidente-vascular-encef%C3%A1lico-isqu%C3%AAmico https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/acidente-vascular-encef%C3%A1lico/acidente-vascular-encef%C3%A1lico-isqu%C3%AAmico Wilsa Costa – Medicina – P3 – Tutoria Hematomas (coleção de sangue dentro ou em volta do cérebro) podem ocorrer com lesões abertas ou fechadas e podem ser epidural, subdural ou intracerebral. A hemorragia subaracnóidea (HSA — sangramento no espaço subaracnóideo) é comum no traumatismo cranioencefálico (TCE), embora a aparência na TC não seja a mesma da HSA aneurismática. b) Hematoma Extradural ou Epidural (HED) - Hematomas epidurais (coleções de sangue entre crânio e dura-máter) são menos comuns que hematomas subdurais. Hematomas epidurais que são grandes ou que se expandem rapidamente são normalmente causados por sangramento arterial, classicamente devido aos danos causados na artéria meníngea por fratura óssea temporal. Sem intervenção, pacientes com hematomas epidurais arteriais podem rapidamente deteriorar e morrer. Hematomas pequenos, epidurais venosos, são raramente letais. Hematoma em Lente Biconvexa. É mais raro. Proveniente de trauma direto em região temporal ou temporoparietal (fratura óssea). Pode causar lesão da artéria meníngea média: sangramento arterial. Intervalo lúcido : perda da consciência n o momento do trauma seguido d e melhora parcial o u total e, finalmente, piora neurológica súbita. Pode ser rapidamente fatal ( hematoma arte rial em expansão dentro do crânio ) e cursar com Síndrome de Cushing e herniação do úncus. Hipertensão Intracraniana: piora neurológica. Tríade de Cushing no TCE: ➢ Bradicardia; ➢ Hipertensão; ➢ Bradipneia; * Verificar midríase (aponta o lado da lesão – midríase à direita, lesão à direita ). Paciente perde reflexo foto motor c) Hematoma Subdural (HSD) - é acúmulo de sangue entre dura-máter e máter aracnoide. Hematomas subdurais agudos são resultados da laceração das veias corticais ou avulsão das pontes das veias entre córtex e seios durais. Hematomas subdurais agudos ocorrem frequentemente nos pacientes com • Traumatismo craniano causado por quedas ou acidentes com veículos motorizados • Contusões cerebrais subjacentes • Hematoma epidural contralateral O edema ou hiperemia (aumento do fluxo sanguíneo devido ao aumento do número de vasos sanguíneos) pode ocorrer como hematoma que comprime o tecido cerebral, resultando em sinais de aumento da pressão intracraniana. Quando tanto compressão como edema ocorrem, a mortalidade e morbidade podem ser significantes. Um hematoma subdural crônico pode aparecer e produzir sintomas gradualmente ao longo de muitas semanas após o trauma.Hematomas subdurais crônicos ocorrem com mais frequência em pacientes alcoólicos e idosos (particularmente naqueles tomando fármacos antiplaquetas ou anticoagulantes ou naqueles com atrofia do cérebro). Estes podem tanto considerar a lesão na cabeça relativamente trivial e até se esquecer dela. Em comparação ao hematoma subdural agudo, edema e aumento da PIC são incomuns. Hematoma em Lua Crescente. É o mais comum dos hematomas cranianos: queda de idos os, paciente que faz uso de anticoagulantes e alcoólatras ou mecanismos de aceleração e desaceleração. Ocorre por https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/acidente-vascular-encef%C3%A1lico-ave/hemorragia-subaracnoidea-hsa Wilsa Costa – Medicina – P3 – Tutoria dilacerações de vasos superficiais pequenos o u vasos ponte do córtex cerebral . Tem localização mais frontotemporoparietal e lesões associadas: sangramento intraparenquimatoso ou contusões. O esvaziamento do hematoma com craniectomia descompressiva está reservada para pacientes que apresentem evidência de pi ora ne urológica por hipertensão intracraniana e sinais de herniação (pupilas assimétricas e dilatadas). Indicação de cirurgia na TC: hematoma > 10mm ou desvio da linha média >5mm . d) Hematomas Intracerebrais: são acúmulo de sangue dentro do próprio cérebro. No cenário traumático, eles resultam da coalescência das contusões. Ainda não se definiu exatamente quando uma ou mais contusões se tornam um hematoma. Pressão intracraniana aumentada, herniação e insuficiência do tronco cerebral podem se desenvolver subsequentemente, especialmente com lesões no lobo temporal ou cerebelo. e) Hemorragia Intraparenquimatosa: A hemorragia intraparenquimatosa é uma coleção de sangue dentro do parênquima encefálico. É responsável por 10% das enfermidades vasculares cerebrais. Seu principal sintoma é o déficit neurológico focal. f) Edema Cerebral g) Higroma: O higroma subdural é a presença de líquido de densidade semelhante ao líquor no espaço subdural. Seu quadro clínico é variável, podendo ser desde assintomático até apresentar déficit neurológico importante. h) Fístulas Liquóricas: A fístula liquórica é definida como o extravasamento do líquido que envolve o cérebro (líquor)para a cavidade nasal. Para que isto ocorra, é necessário que exista um defeito no osso que separa o nariz do cérebro e a ruptura das meninges. ➢ Quadro Clínico Geral: Vai depender da região cerebral/encefálica comprometida, mas em geral leva a: • Alteração do nível de consciência (coma / desmaio); • Aumento da PIC (Pressão Intracraniana); • Déficit motor (imediato ou tardio) – depende da região afetada – quadriplegia, hemiplegia ou monoparesia; • Alterações de sensibilidade; • Alterações do tipo frontal – paciente muito agitado; • Alterações de reflexos – hiperreflexia ou arreflexia – reflexo foto motor (pupilas); • Disfunções autonômicas – circulatória, sudorese; • Alterações do ritmo e padrão respiratório; • Dificuldade para enxergar ou perda da visão; • Dor de cabeça intensa; • Confusão e fala alterada; • Perda de equilíbrio; • Vômitos; • Sangramentos graves na cabeça ou rosto; • Saída de sangue ou de líquido transparente pelo nariz e ouvidos; • Sonolência excessiva; • Olho roxo ou manchas roxas nas orelhas; • Pupilas com tamanhos diferentes; • Perda de sensibilidade em alguma parte do corpo. ➢ Sequelas: Vai depender do manejo, da extensão da lesão. Cada indivíduo deve ser avaliado individualmente. Muitos fatores contribuem como: idade. https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/coma-e-consci%C3%AAncia-prejudicada/hernia%C3%A7%C3%A3o-cerebral Wilsa Costa – Medicina – P3 – Tutoria O traumatismo craniano pode provocar sequelas físicas e levar a alterações de comportamento, que podem surgir logo após o trauma, ou aparecer um tempo depois. Algumas das sequelas físicas são perda dos movimentos de partes do corpo, alterações na visão, no controle da respiração, problemas intestinais ou urinários. A pessoa que sofreu de um traumatismo craniano pode ainda ter dificuldades para falar, para engolir, perda de memória, apatia, agressividade, irritabilidade e alterações no ciclo do sono. Entretanto, após diagnosticar uma sequela, o médico indicará a reabilitação, que é um conjunto de atividades desenvolvidas por profissionais como fisiatra, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, psicólogo, terapeuta ocupacional que vão ajudar na recuperação dos movimentos e melhorar a qualidade de vida da pessoa que sofreu o traumatismo craniano. • Alterações neurológicas após TCE: Após resolução das urgências clínicas e neurológicas que ocorrem nas fases iniciais do atendimento a pessoas que sofreram TCE, inicia -se um longo processo de recuperação pode apresentar complicações muitas vezes inevitáveis relacionadas ao traumatismo. a) Transtorno da linguagem, comunicação e audição: afasia b) Transtorno da função neuromuscular: aumento do tônus (centros superiores do encéfalo), tremor (gânglios da base ou o cerebelo), hipotonia (transecção da medula cervical), ataxia, perturbações das reações de endireitamento e equilíbrio (lesão do tálamo); c) Transtorno sensorial: lesão da área sensitiva do córtex; d) Alterações da personalidade, controle das emoções e intelecto e) Epilepsia; f) Incontinência; g) Complicações por imobilização prolongada: úlceras de decúbito, deformidades das articulações, miosite ossificante, atrofias por desuso h) Paralisias de nervos cranianos; i) Alteração na função autonômica: (pulso, FR, geralmente estão diminuídos, a temperatura pode estar elevada, dentre outras características. Geralmente, o paciente apresenta aumento da sudorese, a PA pode estar descontrolada j) Posturas anormais: pode ocorrer decorticação quando o paciente apresenta respostas flexoras em membros superiores e inferiores ou desaceleração quando ocorrer respostas extensoras em membros superiores e inferiores A avaliação do prognóstico não é precisa, sendo frequentes os casos de recuperação melhor ou pior do que o previsto. Além da Escala de Coma de Glasgow, outros fatores têm sido relacionados a um melhor prognóstico: idade <40 anos, TCE único, duração do estado de coma <2 semanas, amnésia pós-traumática <2 semanas, ausência de lesões intracerebrais expansivas, ausência de hipertensão intracraniana, ausência de isquemia ou hipóxia cerebral, ausência de atrofia cerebral e reabilitação precoce ESCALA DE GLASGOW A avaliação do estado mental, ou consciência, é dividida em 2 partes principais: a avaliação do nível de consciência e da qualidade da consciência, ou funções corticais superiores. Nível de consciência: Caracteriza-se pelo grau de interação que o indivíduo tem com o meio ambiente e a percepção de si, ou seja, o quão acordado ou alerta ele está. Esse deve ser sempre o passo inicial para o exame neurológico, fornecendo subsídios para uma avaliação neurológica completa. A preservação do nível neurológico adequado depende, anatomicamente, da substância reticular ativadora ascendente que se localiza no tronco encefálico e em parte do diencéfalo. Para ocorrer comprometimento, são necessárias lesões no tronco encefálico, como acidentes vasculares encefálicos, romboencefalite, tumores do sistema nervoso central, no tálamo bilateral, como trombose venosa cerebral, isquemia, e nos hemisférios, bilateralmente, como anóxia, metabólico/medicamentoso, trauma cranioencefálico. Existem diversas formas de classificação do nível de consciência. De maneira simplificada, podemos dividi-las em: 1. Vígil ou acordado:abertura ocular e interação espontânea com o meio; 2. Sonolento: abertura ocular e interação após estímulo sonoro; 3. Torporoso: abertura ocular e interação após estímulo doloroso; 4. Comatoso: ausência de abertura ocular ou interação mesmo após estímulo doloroso. O nível neurológico depende, anatomicamente, da substância reticular ativadora ascendente, localizada no tronco e em parte do diencéfalo. Em alguns casos, como no traumatismo cranioencefálico, escalas de fácil aplicação e reprodutibilidade, como a escala de coma de Glasgow, criada Wilsa Costa – Medicina – P3 – Tutoria em 1974, são utilizadas com o objetivo de avaliar o nível de consciência. Depois avaliamos a qualidade da consciência, a atenção é fundamental para que possamos examinar as demais funções intelectuais. O exame cognitivo no paciente desatento é bastante prejudicado. A atenção depende da ativação cortical pela formação reticular ativadora ascendente-mesencefálica e pelos núcleos intralaminares do tálamo, além da atividade da área préfrontal, que é responsável pelo planejamento motor e comportamental do indivíduo, e dos giros angular e supramarginal – no lobo parietal direito, responsáveis pela exploração e pela percepção de ambos os lados do corpo e do espaço, pois o lado esquerdo só responde pela atenção do lado contralateral. Lesões corticais à direita causam heminegligência ou hemi- inatenção. Na heminegligência, o paciente ignora estímulos realizados à sua esquerda, devendo ser diferenciada da extinção. Nessa situação, quando o indivíduo recebe estímulos táteis, visuais ou auditivos bilaterais, só percebe o estímulo realizado à direita, mas quando estimulado apenas à esquerda reconhece o estímulo, denotando integridade das vias sensoriais primárias. Pontuação e grau de lesão: Após avaliação e pontuação de todos os critérios, a fórmula aplicada é: Pontuação final = Abertura ocular [1 a 4] + Resposta verbal [1 a 5] + Resposta motora [1 a 6] – Reatividade Pupilar [0 a 2] Grau de lesão de acordo com a pontuação: • Entre 13 e 15 – LEVE; • Entre 9 e 12 – MODERADA; • Entre 3 e 8 – GRAVE; • Menor que 3 – COMA; ATENÇÃO: Escala de Coma de Glasgow ≤ 8 é indicativo de intubação orotraqueal! A Escala de Coma de Glasgow é mundialmente conhecida e totalmente incorporada na rotina médica, principalmente no atendimento ao trauma. DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO PARA O TCE: ❖ Diagnóstico: Clínico e exames • Desmaio • Perda da consciência • Cefaleia intensa • Sangramento pela boca, nariz ou ouvido • Diminuição da força muscular • Sonolência • Dificuldades na fala • Alterações da visão e audição • Perda da memória e coma OBS! OS SINTOMAS PODEM DEMORAR ATÉ 24H PARA SURGIR, POR ISSO IMPORTANTE OBSERVAR O PACIENTE NESTE PERÍODO, DE PREFERÊNCIA EM AMBIENTE HOSPITALAR. ➢ Exames: • RNM OU TC DO CRÂNIO • RAIO – X DO CRÂNIO ➢ Testes clínicos: • Escala de coma de Glasgow, - PRINCIPAL (usa muito na UTI) ➢ Exame neurológico • Teste neuropsicológico (avaliar déficit cognitivo e comportamental). ❖ Tratamento do TCE no departamento de emergência O manejo inicial de pacientes com TCE é idêntico ao de todos os pacientes traumatizados, com foco nos princípios do Advanced Trauma Life Support (ATLS) de manejo das vias aéreas, respiração e circulação, seguido de um exame neurológico rápido e exposição do paciente com prevenção de hipotermia. • Vias aéreas no tratamento do TCE: A via aérea deve ser protegida de acordo com os protocolos locais. Agentes de indução, como propofol, devem ser usados com cuidado, possivelmente em conjunto com inotrópicos de indução, devido ao risco de hipotensão sistêmica com FSC prejudicado. Wilsa Costa – Medicina – P3 – Tutoria • Ventilação no tratamento do TCE: A respiração deve ser otimizada para manter a oxigenação e prevenir a disfunção ventilatória, pois extremos de CO2 podem levar à vasoconstrição cerebral, vasodilatação e têm se mostrado preditores de morbidade e mortalidade. A hiperventilação é usada por alguns profissionais para diminuir agudamente a PIC por meio da vasoconstrição hipocárbica, apesar das evidências que mostram uma associação entre mesmo breves períodos de hiperventilação e mediadores aumentados de lesão cerebral secundária em áreas adjacentes ao tecido cerebral lesado, bem como reduções locais na perfusão cerebral. Essa estratégia deve ser usada com cautela e talvez apenas empregada para combater de forma aguda os sinais de hérnia ativa ao iniciar um tratamento mais definitivo. • Circulação no tratamento do TCE: A circulação deve ser mantida para prevenir hipotensão e manter o fluxo sanguíneo cerebral (FSC). Existe uma coagulopatia conhecida relacionada ao traumatismo cranioencefálico provavelmente relacionado à liberação de fator tecidual. Associada à hipoperfusão, que pode ser exacerbada por uma ressuscitação cristalóide pura. Uma ressuscitação balanceada de hemoderivados mostrou ser benéfica em pacientes com trauma, e pode ser estendida a pacientes com TCE. Glóbulos vermelhos não cruzados são uma escolha inicial de fluido de ressuscitação que é frequentemente usado em pacientes com trauma hipotensivo. Com o objetivo de manter a PAS ≥ 90 mmHg em pacientes com suspeita de TCE. O conceito de hipotensão permissiva não se aplica a pacientes com TCE conhecido ou suspeito. Assim, os parâmetros fisiológicos normais da pressão arterial devem ser direcionados para essa população. • Disability no tratamento do TCE: Durante o componente neurológico do exame primário, é realizada uma avaliação neurológica rápida. A avaliação concentra-se no exame pupilar. Ele avalia sinais de lateralização sugestivos de lesão de massa com PIC aumentada. Também calcula uma pontuação GCS para estratificar a gravidade do TCE. O paciente deve então ser exposto para avaliação de lesão e rapidamente coberto para evitar hipotermia. Um exame mais detalhado é realizado durante o levantamento secundário. Agentes como solução salina hipertônica e/ou manitol podem ser administrados durante esta ressuscitação inicial. Isso se os achados do exame físico sugerirem um declínio neurológico, traumatismo craniano significativo ou exame neurológico de lateralização. ❖ Tratamento Pós - TCE: • NÍVEIS I, II E III: RESPOSTA DIMINUÍDA OU DE NÍVEL INFERIOR (HOSPITALIZADO). - Objetivos: prevenção de complicações secundarias, melhora da excitação sensorial, organização do tônus muscular, transição de postura e educação familiar. - Condutas: posicionamentos corretos, manuseios corretos, alongamentos, mudanças de decúbitos, fisioterapia respiratória, mobilizações passivas, estimulação sensorial (auditivo, olfativo, gustativo, visual, tátil, cenestésico e vestibular) e se sentar em posição ereta (cadeira de rodas, cadeira comum ou mesa ortostática). • NIVEL IV: NIVEL DE RECUPERAÇÃO CONFUSO/AGITADO: - Objetivos: manter as capacidades funcionais, prevenir a explosão da agitação, auxiliar a controlar o comportamento e educar a família. - Condutas: estabelecer uma rotina diária, manter as atividades de amplitude de movimento passiva e ativa e estimular tarefas funcionais (AVD’s). • NÍVEL V E VI: NÍVEL DE RECUPERAÇÃO CONFUSO/INADEQUADO E CONFUSO/ADEQUADO: - Objetivos: melhora da mobilidade funcional, marcha, equilíbrio, segurança nas tarefas funcionais e educação da família. - Condutas: treinamento locomotor com suporte de peso corporal em esteira, terapia de contensão induzida, transição de posturas, método neuro evolutivo Bo Bath e facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP). • NÍVEL VII E VIII: NIVEL DE RECUPERAÇÃO COM RESPOSTA ADEQUADA. - Objetivos: manutenção de todas as habilidades conseguidas (mobilidade funcional,controle motor, equilíbrio e controle postural), reintegração no trabalho e na comunidade e educação do paciente e da família. - Condutas: manter o acompanhamento fisioterapêutico e participar de grupos de apoio. Orientações à família e cuidadores. Participação de grupos de apoio e condicionamento físico; Wilsa Costa – Medicina – P3 – Tutoria PACIÊNCIA COM RELAÇÃO À ALTERAÇÃO DE COMPORTAMENTO DO PACIENTE É DE EXTREMA IMPORTÂNCIA! SISTEMA LÍMBICO: - O sistema límbico ou também conhecido como cérebro emocional, está localizado logo abaixo do córtex cerebral e é relacionado a emoções como alegria, tristeza, medo, prazer, raiva, e quando pensamos em sentimentos no seu sentido literal, pensamos em sentimentos subjetivos que suscitam manifestações fisiológicas e comportamentais. - O sistema límbico não surgiu do nada, ele foi criado pelo anatomista francês Paul broca no ano de 1878, a termologia “límbico” se deu através do próprio limbo que está localizado na mediação do córtex e o cérebro reptiliano, posteriormente o assunto foi aprofundado por outros dois estudiosos. - Além de ser responsável pela maioria das emoções, sentimentos e comportamentos, o sistema límbico também é necessário para a produção da memória. ➢ PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES: - Como mesmo citado acima, o sistema límbico é responsável pelas manifestações fisiológicas e comportamentais através das emoções, as fisiológicas estão presentes nos sistemas nervosos autônomos, já a parte comportamental está contida no sistema nervoso somático. - E nesse sentido, quando falamos em emoções consequentemente somos levados a pensar nas áreas especificas do cérebro que são responsáveis por essas mesmas emoções: O sistema límbico. - Contudo, o sistema límbico pode ser entendido como um conjunto de estruturas corticais e subcorticais interligadas morfologicamente e funcionalmente, relacionadas com emoções e memória, assim, o sistema límbico pode ser entendido em duas estruturas distintas: Componentes do SL relacionados com as emoções e componentes do SL relacionados com a memória. - Sem o funcionamento do sistema límbico, não há vida em sociedade, a sua principal função é possibilitar os diversos tipos de relacionamentos e atividades sociais mantendo assim a espécie humana. Portanto, as emoções e sentimentos permitem construir relações entre as pessoas e a vida em comunidade. - O sistema límbico é uma região do telencéfalo a qual está relacionada profundamente com a ocorrência das emoções; - Essas estruturas encontram -se localizadas na face medial do telencéfalo. • Estruturas do sistema límbico: o O Lobo límbico de Broca: É uma área, em formato de anel (daí o nome “Limbus”, do Latim, “borda”) descoberta pelo neurologista francês Paul Broca, que é o centro do sistema límbico. O lobo límbico de Broca é constituído por: ⤷ Giro do cíngulo → Uma região de córtex ao redor do corpo caloso; ⤷ Giro para- hipocampal → Uma região de córtex na superfície medial do lobo temporal; ⤷ Hipocampo → Uma estrutura em formato de “cavalo marinho” localizado abaixo do córtex da região interna do lobo temporal. Wilsa Costa – Medicina – P3 – Tutoria ➢ CARACTERÍSTICAS DAS PRINCIPAIS PARTES DO SISTEMA LÍMBICO: • Córtex Cingular Anterior: O córtex Cingular anterior no sistema límbico tem como função de processar as emoções, principalmente aquelas relacionadas à tristeza. Foi observado que quando se leciona essa região nos animais, há uma mudança comportamental, ou seja, animais que eram agressivos foram se tornando aos poucos dóceis, tanto que essa lesão é estudada para tratamentos de psicóticos agressivos; e uma curiosidade importante, foi observado que diante de uma depressão grave que o Córtex singular anterior é mais delgado e quando há o estimulo dessa área com estimulação elétrica, os sintomas desaparecem, uma vez que a depressão está correlacionada com diversos outros fatores. • Córtex Insular Anterior: O córtex insular anterior é muito interessante, pois tem grande relação com a empatia (capacidade de se colocar no lugar do outro) também pode constituir sensações de nojo e o conhecimento da própria fisionomia, além da percepção dos componentes subjetivos das emoções. • Giro do Cíngulo: O giro do cíngulo é responsável por transmitir memórias de experiências agradáveis ocorridas ao longo da vida, também é responsável por diversas respostas ligadas as emoções como odores, sabe quando sentimos algum cheiro agradável ou desagradável e nos remetemos a algum momento das nossas vidas? Isso é o giro do cíngulo agindo, ele também tem o poder de controlar a agressividade. • Hipotálamo: O hipotálamo é outra área de suma importância, possui como função a regulação dos processos emocionais especialmente nas manifestações periféricas das emoções e tudo que é relacionado com o SNA (sistema nervoso autônomo). • Núcleos Accumbens: Já o núcleo Accumbens é o centro do prazer sendo a área mais importante do componente do sistema mesolímbico que está relacionado diretamente com o sistema de recompensa. • Área Septal: A área Septal também é conhecida pelo centro do prazer e faz parte do sistema mesolímbico, e por fim, possui a função de regulação das atividades viscerais (como pressão arterial e ritmo respiratório) Animais que tiveram lesões na área septal foi observado o que eles chamaram de “raiva septal” que é estímulos da hiperatividade emocional, ferocidade e raiva, além de uma reação anormal aos estímulos sexuais. • Habênula: A Habênula está relacionada com a regulação dos níveis de dopamina, ou seja, a inibição do sistema mesolímbico, a não recompensa, frustração, em casos de lesões na Habênula foi observado que gradativamente ocorria a melhora de sintomas depressivos. • Amígdala: Já a amígdala ou conhecida também como corpo amigdalóide composta por exatamente 12 núcleos agrupados em grupos corticomedial, basolateral e central. A amígdala possui como função principal a regulação do medo e possui relação com comportamentos sexuais, expressão facial relacionadas a emoções e a agressividade. E quando há uma lesão na amígdala, o indivíduo perde a capacidade de sentir medo, ou seja, algo que ele sentia muito pavor passa a não sentir mais. A área é interligada ao hipocampo e o Hipotálamo por meio do fórnix. Wilsa Costa – Medicina – P3 – Tutoria - Pelo fato de o sistema límbico possuir total centralidade no bom funcionamento das atividades do corpo humano consequentemente o seu mau funcionamento pode ocasionar problemas sérios como algumas doenças e disfunções: o Pode ocasionar a Epilepsia Psicomotora; o TDAH (Transtorno do Déficit de atenção e Hiperatividade) transtorno esse muito presente atualmente e que infelizmente não é muito discutido. o Esquizofrenia; o Depressão; o Ansiedade. NEUROFISIOLOGIA DA MEMÓRIAS DE LONGO E CURTO PRAZO: ❖ Tipos de memória: - O mecanismo da memória precisa ser igualmente tão complexo quanto o mecanismo do pensamento, porque, para ter a memória é necessário que o sistema nervoso recrie o mesmo padrão espacial e temporal (o padrão holístico) de estímulo, no sistema nervoso central, em alguma ocasião futura. - Sabe-se que ocorrem todos os graus de memória, algumas delas durando alguns segundos e outras durando horas, dias, meses ou anos. Possivelmente, todos esses tipos de memória são ocasionados pelo mesmo mecanismo operando em graus diferentes de intensidade, Os tipos de memória podem ser classificados em: • Memória sensorial: • Memória a curto prazo ou memória primária; • Memória a longoprazo que pode ser dividida em memória secundária e memória terciária. a) Memória Sensorial: significa a capacidade de reter os sinais sensoriais nas áreas sensoriais do cérebro, durante um intervalo de tempo muito curto, após a atual experiência sensorial. Geralmente esses sinais permanecem disponíveis para a análise durante várias centenas de milésimos de segundo, porém são substituídos por novos sinais sensoriais, em menos de um segundo. Durante o curto intervalo de tempo que a informação sensorial instantânea permanece no cérebro, ela pode continuar a ser usada para maior processamento. Mais importante, ela pode ser "esquadrinhada", para retirar os pontos importantes. Assim, esse é o estágio inicial do processo da memória. b) Memória a Curso Prazo (memória primaria): É a memória de alguns fatos, palavras, números, letras e outros tipos de informações durante alguns segundos a um minuto ou mais, de cada vez. Essa é exemplificada pela lembrança dos algarismos, do número de um telefone, durante curto período, após haver olhado o catálogo telefônico. Este tipo de memória está, geralmente, limitado a cerca de sete informações e, quando outras informações são acrescentadas a esse reservatório a curto prazo, a informação antiga desaparece. Assim, se uma pessoa olha um novo número de telefone, esquece, geralmente, o primeiro. Uma das características mais importantes da memória a curto prazo é que a informação nesse armazenamento de memória está instantaneamente disponível, de forma que a pessoa não precisa buscá-la em sua mente, como ocorre à informação que foi retirada das reservas de memória a longo prazo. ✓ Muitos fisiologistas sugeriram que essa memória seja causada por atividade neural contpinua, resultando de sinais neurais que se propagam m círculos em traço de memória temporária de circuito de neurônios reverberantes. Ainda não foi provada essa teoria. Outra explicação possível para a memória a curto prazo é a facilitação de inibição pré-sináptica, o que ocorre em sinapses que ficam em fibras nervosas terminais, imediatamente antes que forme sinapses com neurônios subsequentes. As substâncias neurotransmissoras, liberadas em tais terminais frequentemente causam facilitação ou inibição, que duram segundos ou até vários minutos. Circuitos desse tipo poderiam levar a memória à curto prazo Wilsa Costa – Medicina – P3 – Tutoria c) Memória a Longo Prazo: É o armazenamento, no cérebro, de informação que pode ser lembrada em ocasião anterior muitos minutos, horas, dias, meses ou anos depois. Esse tipo de memória tem sido denominada memória fixa ou memória permanente. Está dividida em: 1) Memória secundária: que está armazenada, seja com um traço de memória débil, ou apenas moderadamente forte. Por este motivo, é fácil esquecer e às vezes difícil lembrar. Além disso, o tempo necessário para buscar a informação é relativamente longo. Esse tipo de memória pode durar de vários minutos a várias horas. Quando as memórias são tão fracas que duram apenas alguns minutos e alguns dias, são denominadas também, frequentemente, memórias recentes. 2) Memória Terciária - É a que tornou-se tão arraigada na mente que pode durar, geralmente, toda a vida da pessoa. Além disso, os traços muito fortes de memória desse tipo tornam a informação disponível dentro de fração de segundo. Esse tipo de memória é exemplificada pelo conhecimento do próprio nome pela pessoa, por sua capacidade de recordar imediatamente os números de 1 a 10, as letras do alfabeto e as palavras que usa na fala, bem como pela lembrança de sua exata estrutura física e de seu ambiente familiar imediato. ✓ Acredita-se que a longo prazo resulte de alterações estruturais reais, em vez de somente químicas nas sinapses, e que realcem ou suprimam a condução dos sinais. ✓ Múltiplas mudanças de estrutura física em muitas sinapses durante o desenvolvimento dos traços de memória. ✓ O desenvolvimento da verdadeira memória depende da reestruturação física das próprias sinapses de forma que mude sua sensibilidade para transmitir os sinais neurais. ✓ As mudanças estruturais mais importantes que ocorrem são: 1. Aumento dos locais onde vesículas libeam a substância neurotransmissora; 2. Aumento do número de vesículas transmissoras; 3. Aumento do número de terminais pré-sinápticos; 4. Mudança nas estruturas das espinhas dendríticas que permitem a transmissão de sinais mais fortes; ✓ Assim, de várias formas diferentes a capacidade estrutural das sinapses de transmitir sinais parece aumentar, enquanto se estabelecem traços da verdadeira memória a longo prazo. Wilsa Costa – Medicina – P3 – Tutoria Anexos para ajudar ainda mais!!! Wilsa Costa – Medicina – P3 – Tutoria Wilsa Costa – Medicina – P3 – Tutoria
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