Buscar

Respostas das questões de abdome agudo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 58 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 58 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 58 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Questão 1/100:Ref: 4000130310 
Homem, 68a, procura o hospital por dor súbita de forte intensidade em todo abdome 
há 2 horas. Relata dor abdominal periumbilical de moderada intensidade pós prandial 
há 2 meses. Antecedentes pessoais: tabagismo 50 maços/ano, diabetes mellitus há 28 
anos e stent em coronária há 2 anos. Exame físico: PA= 100x70 mmHg, FC= 112 
bpm, FR= 20 irpm, Oximetria de pulso (ar ambiente)= 93%; Pulmão: murmúrio 
vesicular diminuído globalmente com sibilos esparsos; Abdome: plano, flácido, 
ausência de sopro e ruídos hidroaéreos, dor a palpação profunda e sem massa, 
ausência de irritação peritoneal. A CONDUTA É: 
a) Ultrassonografia de abdome superior. 
A ultrassonografia, mesmo com doppler, não é o melhor exame para confirmar ou 
excluir trombose mesentérica. 
b) Angiotomografia de tórax e abdome. 
Como vimos, a angiotomografia e a arteriografia são os melhores métodos para 
confirmar esse diagnóstico. 
c) Radiograma de abdome agudo. 
d) Ecocardiograma com doppler colorido. 
O ecocardiograma também não é capaz de confirmar ou refutar o diagnóstico de 
oclusão mesentérica. Esse exame deve ser considerado como investigação adicional, 
para os casos em que há oclusão mesentérica com suspeita de embolia. Afinal, até 
80% dos êmbolos periféricos possuem origem cardiogênica. 
Questão 2/100:Ref: 4000049397 
Pacientes com colangite aguda apresentando sinais de choque séptico, apresentam 
uma infecção aguda supurativa ou tóxica, na qual deverá ser empregada as condutas 
abaixo, exceto: 
a) Antibioticoterapia para sepse de origem biliar com cobertura ampla. 
Correta a alternativa “a”: a antibioticoterapia deve ser de largo espectro, que cubra 
Gram negativos principalmente, mas também Gram positivos e anaeróbios. De modo 
geral, encontra-se na literatura médica que Escherichia coli é o patógeno mais comum 
na colangite aguda (25 a 50%), seguido por Klebsiella pneumoniae (15 a 20%) e 
Enterococcus spp. (10 a 20 %). Bacilos gram-negativos (ex. Pseudomonas) e 
anaeróbios (ex. Bacteroides e Clostridium) de espécies variadas completam a lista. 
b) Hidratação com monitorização hemodinâmica. 
Correta a alternativa “b”: Pacientes com colangite aguda grave geralmente se 
apresentam hipotensos, instáveis hemodinamicamente, sendo a reposição volêmica 
uma medida inicial muito importante. 
c) Solicitar ColangioRNM de forma programada. 
Incorreta a alternativa “c”: Paciente em choque séptico, ou seja, instável 
hemodinamicamente, tem contraindicação à colangiorressonância. 
d) Descompressão urgente. 
Correta a alternativa “d”: É primordial para o tratamento da colangite aguda grave a 
desobstrução e drenagem da via biliar. 
e) A Descompressão, quando programada, poderá ser feita preferencialmente por 
CPRE ou transparieto. 
Correta a alternativa “e”: A drenagem da via biliar geralmente é realizada por CPRE ou 
por via percutânea transparieto-hepática. E na indisponibilidade desses recursos, a 
drenagem pode ser feita cirurgicamente, colocando um dreno de Kehr na via biliar 
infectada. 
Questão 3/100:Ref: 4000080901 
Com relação as complicações pós-apendicectomia, assinale a alternativa verdadeira: 
a) 
O uso de antibiótico, iniciado no período pré- operatório, diminui a incidência de 
infecção da ferida operatória. 
Correta a alternativa “a”: Está indicada a administração de antibióticos de amplo 
espectro, que cubra anaeróbios e Gram negativos, que deve ser dose única pré-
operatória, dentro de uma "janela" de 60 minutos antes da incisão inicial, o que 
dimunui a incidência de infecção de ferida operatória. 
b) 
Mucocele de apêndice é uma complicação comum quando não realizamos a 
invaginação do coto apendicular. 
Incorreta a alternativa “b”: A Mucocele de apêndice se caracteriza por ser uma 
patologia rara, e não uma complicação da apendicectomia, e se deve ao acúmulo de 
secreção mucoide intraluminal, ocasionando dilatação do apêndice vermiforme. 
Representa 0,2 a 0,3% das apendicectomias, com predomínio em mulheres por volta 
da sexta e sétima década de vida. Trata-se de uma entidade inespecífica, que pode ter 
diferentes etiologias, sejam elas benignas (mais comum - Cisto adenoma mucinoso) 
ou malignas. 
c) 
A Pileflebite é uma complicação frequente e deve ser tratada com antibioticoterapia 
por 4 a 6 semanas. 
Incorreta a alternativa “c”: A pileflebite é a trombose séptica da veia porta, manifestada 
com febre alta e icterícia. É uma complicação rara e grave que pode ocorrer nos casos 
de sepse abdominal, sendo as causas mais comuns a apendicite complicada e a 
diverticulite aguda. O tratamento mais utilizado é a associação de anticoagulantes e 
antibióticos de largo espectro por tempo prolongado, mínimo de 2 semanas. 
d) 
A confecção de “bolsa de tabaco” - sepultamento do coto apendicular – diminui a 
ocorrência de abcessos e fístulas. 
Incorreta a alternativa “d”: A apendicectomia com confecção de bolsa de tabaco 
(técnica de Ochsner) não diminui a incidência de fístulas e/ou formação de abscessos. 
 
As técnicas mais utilizadas na apendicectomia são a ligadura simples, a de Ochsner 
(sutura em bolsa no ceco, junto à base do apêndice com sepultamento do coto) e a de 
Parker-kerr (dois planos de sutura invaginantes, indicada para bases largas). 
 
 
 
 
Questão 4/100:Ref: 4000064210 
A causa mais comum do abdomem agudo inflamatório é: 
a) úlcera péptica perfurada 
Incorreta a alternativa “a”: A úlcera péptica perfurada é a causa mais comum de 
abdome agudo perfurativo. Clinicamente se manifesta com dor epigástrica de forte 
intensidade, abdome tenso, “em tábua”. Na radiografia simples de tórax em ortostase 
pode apresentar o pneumoperitônio, que confirma o diagnóstico de um abdome agudo 
perfurativo. 
 
 
b) colecistite aguda 
Incorreta a alternativa “b”: A colecistite aguda é uma causa de abdome agudo 
inflamatório. É uma complicação da colelitíase e ocorre quando um cálculo biliar, 
geralmente grande, se impacta no infundíbulo causando obstrução à saída da bile. 
Clinicamente se manifesta com dor em hipocôndrio direito, constante (< 6 horas), 
associada à febre. No exame físico um sinal característico da colecistite aguda é o 
Sinal de Murphy que consiste na interrupção abrupta da inspiração profunda por dor à 
palpação do hipocôndrio direito. Presente nos quadros de colecistite aguda. 
 
 
c) apendicite aguda 
Correta a alternativa “c”: A apendicite aguda é a principal causa de abdome agudo! 
Estima-se que 6 a 7 % da população irá desenvolver a apendicite durante a vida. Tem 
pico de incidência na 2ª e 3ª décadas de vida. O quadro clínico clássico consiste em 
uma dor vaga e imprecisa na região periumbilical ou mesogástrica (dor visceral) com 
posterior irradiação e localização em fossa ilíaca direita (dor parietal), associada a 
náuseas, vômitos, anorexia e febre baixa. No exame físico é comum apresentar o 
Sinal de Blumberg positivo, ou seja, dor à descompressão brusca dolorosa no ponto 
de McBurney, indicativo de peritonite localizada. Pode apresentar leucocitose com 
desvio à esquerda e aumento da PCR (proteína C reativa). O diagnóstico é 
eminentemente clínico, o que significa que paciente masculino, jovem, com pouco 
tempo de evolução (<48 horas), com quadro clínico típico de apendicite aguda não 
necessita de nenhum exame complementar para se indicar o tratamento cirúrgico. Nos 
casos duvidosos, ou com maior tempo de evolução e possíveis complicações, o 
exame de escolha para o diagnóstico é a tomografia de abdome com contraste 
endovenoso. O tratamento padrão para a apendicite não complicada é a 
apendicectomia, preferencialmente por videolaparoscopia. 
d) pancreatite aguda 
Incorreta a alternativa “d”: A pancreatite aguda se manifesta com em andar superior do 
abdome, “em faixa”, com irradiação para o dorso, geralmente associada a vômitos. A 
principal etiologia é biliar. 
Questão 5/100:Ref: 4000105533 
Em relação a classificação topográficade Hinchey, pode-se afirmar que: 
a) Hinchey IV geralmente é de tratamento clínico, não cirúrgico. 
Incorreta a alternativa “a”: O tratamento da diverticulite aguda Hinchey IV é cirúrgico, 
cirurgia de Hartman (ressecção intestinal, colostomia terminal proximal e fechamento 
do coto retal). 
 
 
 
 
b) Hinchey V é, com certeza, de tratamento cirúrgico de urgência. 
Incorreta a alternativa “b”: Não existe a classificação diverticulite aguda Hinchey V. 
c) Hinchey IV geralmente é de tratamento cirúrgico. 
Incorreta a alternativa “c”: O tratamento da diverticulite aguda Hinchey IV SEMPRE é 
cirúrgico! 
d) Hinchey II é compatível com sangramento de grande monta. 
Incorreta a alternativa “d”: A diverticulite aguda Hinchey II quer dizer a presença de 
abscesso pélvico, bloqueado, sem relação com sangramento intestinal. 
e) Nenhuma das anteriores. 
Correta a alternativa “e”: Todas as alternativas estão incorretas. 
Questão 6/100:Ref: 4000107485 
O sinal no qual o paciente apresenta dor localizada na região da parede abdominal 
direita aproximadamente 2,5 cm superomedial a espinha ilíaca anterossuperior na 
linha espinoumbilical, quando se comprime o abdome inferior esquerdo, é sugestivo 
de: 
a) Diverticulite aguda. 
Incorreta a alternativa “a: A diverticulite aguda não apresenta nenhum sinal clínico 
específico. 
b) Colecistite aguda. 
Incorreta a alternativa “b”: O sinal clássico da colecistite aguda é o SINAL DE 
MURPHY positivo que consiste na interrupção abrupta da inspiração profunda por dor 
à palpação do hipocôndrio direito. 
 
 
c) Pancreatite aguda. 
Incorreta a alternativa “c”: A pancreatite aguda necro-hemorrágica pode apresentar 
o Sinal de Cullen (equimose periumbilical) e de Grey Turner (equimose em flancos) e 
indicam sangramento retroperitoneal. 
 
 
d) Apendicite aguda. 
Correta a alternativa “d”: O Sinal de Rovsing pode estar presente na apendicite 
aguda. 
Questão 7/100:Ref: 4000070517 
Qual a causa mais comum de abdome agudo obstrutivo: 
a) Aderências pós-operatórias 
Correta a alternativa “a”: A causa mais frequente de obstrução intestinal são as 
aderências intestinais que tem como principal fator predisponentes cirurgia abdominal 
prévia. 
 
b) Tumores 
Incorreta a alternativa “b”: As neoplasias metastáticas são a segunda causa mais 
frequente de obstrução de delgado, com 20% dos casos. E as neoplasias colorretais 
são a principal causa de obstrução intestinal baixa, com 50% dos casos. 
 
c) Volvo 
Incorreta a alternativa “c”: Volvo de intestino delgado é raro em adultos. 
 
d) Hérnias 
Incorreta a alternativa “d”: Hérnias são a terceira causa mais frequente de obstrução 
de delgado, com 10% dos casos. 
Gabarito: correta a alternativa “a” 
 
Questão 8/100:Ref: 4000077099 
Homem de 50 anos com início súbito de dor em fossa ilíaca esquerda, urgência 
urinária, pastrão palpável no quadrante inferior esquerdo, distensão abdominal e 
náusea deve ser submetido à tomografia. O diagnóstico mais provável para esse 
quadro é de: 
a) diverticulite do cólon ascendente 
Incorreta a alternativa A porque o cólon ascendente topograficamente se localiza no 
lado direito do abdome. Portanto, toda a sintomatologia deveria ser sentida à direita, 
não à esquerda. 
 
b) diverticulite aguda de sigmoide 
Correta a alternativa B porque sempre que estivermos diante de um paciente com dor 
em quadrante inferior esquerdo associada a massa palpável no local, devemos 
desconfiar de diverticulite aguda. A diverticulite aguda é uma doença intestinal 
causada por inflamação dos divertículos. Os divertículos são herniações das camadas 
internas da parede intestinal através da camada média que ocorrem em qualquer 
porção do cólon, sendo mais comum à esquerda (sigmoide). Sintomas urinários, como 
urgência miccional, podem ser atribuídos à presença de fístula colovesical, 
comumente causada por diverticulite aguda. 
 
c) infecção urinária por prostatite 
Incorreta a alternativa C porque a infecção urinária por prostatite, embora justifique a 
urgência urinária, não justificaria os sintomas de dor no quadrante inferior esquerdo e 
nem a presença de massa palpável no local. 
 
d) pancreatite caudal 
Incorreta a alternativa D porque a pancreatite aguda cursaria com dor em abdome 
superior (e não em quadrante inferior esquerdo), associada ou não a irradiação para 
dorso e acompanhada de náuseas e vômitos. 
Gabarito: Alternativa B 
 
Questão 9/100:Ref: 4000077387 
Qual a utilidade da tomografia computadorizada na obstrução intestinal com 
estrangulamento de alça? 
a) Identificação de pneumoperitôneo. 
Incorreta a alternativa “a”: A presença de pneumoperitônio indica perfuração de 
víscera oca, não necessariamente isquemia intestinal. 
 
b) Localização do sítio de obstrução. 
Incorreta a alternativa “b”: Indicar o local da obstrução não tem relação com o 
estrangulamento de alça. 
 
c) Identificação precoce de isquemia intestinal. 
Incorreta a alternativa “c”: Quando a tomografia apresenta os sinais sugestivos de 
isquemia (pneumatose intestinal, engurgitamento vascular, gás no sistema portal) ela 
já irreversível. 
 
d) Identificação de pneumatose intestinal. 
Correta a alternativa “d”: Pneumatose intestinal é um sinal tomográfico de isquemia 
intestinal. 
 
e) Identificação da extensão do segmento comprometido pela isquemia. 
Incorreta a alternativa “e”: Geralmente a extensão exata da isquemia intestinal só é 
identificada no intraoperatório. 
Gabarito: correta a alternativa “d” 
 
Questão 10/100:Ref: 4000033987 
Diogo, 64 anos de idade, dá entrada no Pronto Socorro com quadro de dor abdominal 
distensão e parada de eliminação de fezes e flatos. Refere dois episódios de vômitos 
amarelados. Encontra-se em BEG, taquicárdico e afebril. Tem hemograma com 
leucocitose e desvio à esquerda. Ao exame o abdome está globoso, distendido, com 
RHA diminuídos e tem dor leve à palpação profunda. Nota-se uma cicatriz cirúrgica 
mediana infraumbilical (apendicectomia há 10 anos). A suspeita clínica é de uma 
obstrução intestinal. Assinale a alternativa INCORRETA com relação ao caso clínico. 
a) A presença de leucocitose não necessariamente denota isquemia intestinal. 
Alternativa “A”, correta. A leucocitose pode ser encontrada em pacientes com 
estrangulamento; apesar de que uma leucocitose não denota necessariamente a 
presença de estrangulamento, da mesma forma que sua ausência não descarta a 
possibilidade desta complicação. 
b) A isquemia intestinal não pode ser diagnosticada ou excluída com grande 
certeza no pré-operatório. 
Alternativa “B”, correta. Os sinais clássicos de isquemia e infarto intestinal incluem 
taquicardia, febre, leucocitose e uma dor abdominal constante, que não é em cólica, 
mas a ausência destes não exclui esta complicação. A tomografia é útil apenas para 
determinação dos estádios tardios de isquemia irreversível – pneumatose intestinal e 
gás venoso portal. 
c) Os pacientes com obstrução intestinal, em geral, estão desidratados e 
depletados de sódio, cloreto e potássio. 
Alternativa “C”, correta. Conforme o intestino dilata-se, os líquidos e eletrólitos 
acumulam-se tanto intraluminalmente quanto na própria parede intestinal. Essa maciça 
perda de fluidos para o terceiro espaço é responsável pela desidratação e 
hipovolemia. Os efeitos metabólicos da perda de líquidos dependem do local e da 
duração da obstrução. A obstrução mecânica pode ocorrer na parte proximal do 
intestino delgado (obstrução alta), ou na parte distal do intestino delgado (obstrução 
baixa). Os pacientes com obstrução mecânica alta apresentam vômitos precoces e 
distensão abdominal mínima; a desidratação pode ser acompanhada de hipocloremia, 
hipopotassemia e alcalose metabólica, associada aos vômitos. Os pacientes com 
obstrução distal vomitam tardiamente no curso da doença e apresentam distensão 
abdominal mais pronunciada; estes, perdem maiores quantidades de líquidopara o 
lúmen intestinal, no entanto, as anormalidades dos eletrólitos séricos são, em geral, 
menos drásticas. Oligúria, azotemia e hemoconcentração podem acompanhar a 
desidratação. Pode ocorrer hipotensão e choque. 
d) As radiografias simples do abdome em geral confirmam o diagnóstico de 
obstrução intestinal. 
Alternativa “D”, correta. O diagnóstico de abdome agudo obstrutivo realizado com base 
na história e exame físico, associados a uma radiografia simples do abdome. Nas 
obstruções intestinais, a radiografia permite diferenciar o íleo adinâmico do da 
obstrução intestinal mecânica e estimar a altura da obstrução mecânica (jejuno, íleo ou 
cólon), além de conseguir identificar algumas etiologias possíveis para o quadro, tais 
como o volvo do cólon sigmoide. 
e) A tomografia de abdome só tem valor se a etiologia da obstrução intestinal for 
por um tumor ocasionando a obstrução extrínseca. 
Alternativa “E”, incorreta. A tomografia computadorizada é particularmente sensível 
para o diagnóstico de uma obstrução completa e/ou obstrução alta do intestino 
delgado, sobretudo para determinar a localização e a causa da obstrução. O exame de 
TC é menos sensível, no entanto, em pacientes com obstrução parcial do intestino 
delgado. Além disso, a TC é útil se houver suspeita de obstrução parcial do intestino 
delgado – por exemplo, tumores, doença inflamatória ou abscessos. Portanto, a 
alternativa incorreta é a letra “E”. 
Questão 11/100:Ref: 4000085924 
Sigmoidectomia seletiva, após episódio isolado de diverticulite, deve ser considerada 
em paciente: 
a) com doença diverticular hipertônica. 
Incorreta a alternativa “a”: A doença diverticular hipertônica ocorre em indivíduos mais 
jovens (50 anos), portadores de constipação intestinal. Os divertículos ocorrem mais 
comumente no cólon sigmóide, possuem base estreita e complicam na maioria das 
vezes com inflamação – diverticulite. Não constitui critério para indicação de cirurgia 
eletiva. 
 
 
b) com histórico familiar de câncer de colo. 
Incorreta a alternativa “b”: Histórico familiar de câncer de cólon também não é critério 
para indicação cirúrgica. 
c) após dois episódios de diverticulite não complicada. 
Incorreta a alternativa “c”: Nas diretrizes atuais (Sociedade Americana de Cirurgiões 
Cólon Retais de 2020 - ASCRS), a idade e o número de ataques anteriores não são 
mais utilizados como critério de cirurgia. Na época da questão, 2012, a indicação era 
após o terceiro episódio. 
d) imunologicamente comprometido. 
Correta a alternativa “d”: Pacientes imunocomprometidos tem indicação de tratamento 
cirúrgico após o primeiro episódio, mesmo se a diverticulite tiver sido não complicada. 
Questão 12/100:Ref: 4000031949 
Paciente com dor no andar superior do abdome, iniciada há 1 dia, de caráter contínuo; 
evoluindo com náuseas e vômitos incoercíveis e episódio febril. Ao exame físico fora 
evidenciado abaulamento móvel doloroso em hipocôndrio direito e parada súbita na 
inspiração quando palpado borda lateral do musculo reto abdominal próximo à região 
subcostal direita. Julgue a alternativa correta: 
a) O ponto de McBurney descrito acima é normalmente implicado em processos 
inflamatórios da vesícula biliar. Sendo investigado também durante exame 
ultrassonográfico. O sinal de Murphy é o achado semiotécnico buscado na palpação 
deste ponto. 
Incorreta a alternativa “a”, porque o local descrito é o ponto cístico, e a dor à palpação 
à inspioração profunda caracteriza o sinal de Murphy. O ponto de Mc Burney, 
localizado na fossa ilíaca direita é importante no exame físico da apendicite aguda, 
onde a descompressão brusca positiva neste ponto é denominada de Sinal de 
Blumberg positivo. 
b) A indicação de antimicrobianos continua sendo a principal conduta terapêutica 
para o caso, principalmente em pacientes diabéticos ou usuários de corticosteroides. 
O “resfriamento do processo inflamatório” nesses casos é conduta segura e coloca o 
paciente em condições melhores para abordagem eletiva após 5 dias de 
antibioticoterapia. 
Incorreta a alternativa “b”, porque pacientes com diagnóstico de colecistite aguda tem 
como primeira conduta terapêutica a colecistectomia videolaparoscópica. O 
“resfriamento do processo inflamatório” é uma conduta em desuso. Pacientes 
diabéticos e em uso de corticoides não respondem bem à antibioticoterapia isolada, 
sendo um grupo de pacientes que apresentam maiores benefícios com a cirurgia 
precoce. 
c) A identificação de duas estruturas tubulares bem definidas e dirigindo-se à 
vesícula biliar caracteriza a “visão crítica da segurança” e evita intercorrências como 
lesões iatrogênicas. 
Correta a alternativa “c”, porque a visão Crítica da Segurança (CVS) proposta é 
técnica para a identificação dos elementos críticos do triângulo de Calot durante a 
colecistectomia (artéria e ducto cístico), com o intuito de se evitar lesões iatrogênicas. 
d) A exposição adequada do trígono de Calot dá-se pela tração cranial do fundo 
da vesícula e caudal/lateral direita do infundíbulo. A estrutura que pode ser identificada 
no interior deste trígono é a artéria cística. O trígono é definido pela borda hepática, 
colédoco e ducto cístico. 
Incorreta a alternativa “d”, porque o triângulo de Calot é delimitado pelo ducto cístico 
(lateralmente), ducto hepático comum (medialmente) e borda hepática 
(superiormente). 
Questão 13/100:Ref: 4000047449 
A incisão de Davis é: 
a) Muito utilizada em Colecistectomias abertas. 
Incorreta a alternativa “a”: A incisão mais utilizada nas colecistectomias abertas é a 
incisão de Kocher, incisão obliqua subcostal direita. 
b) Localizada em região subcostal esquerda. 
Incorreta a alternativa “b”: A incisão de Davis é feita na fossa ilíaca direita para 
apendicectomia e não na região subcostal esquerda. 
c) Uma incisão transversa em fossa ilíaca direita. 
Correta a alternativa “c”: A incisão de Davis é uma incisão transversa feita na fossa 
ilíaca direita. 
d) Utilizada em partos cesáreos. 
Incorreta a alternativa “d”: A incisão mais utilizada no parto cesárea é a de 
Pfannenstiel, uma incisão transversa suprapúbica. 
e) É preferível em apendicites complicadas, retrocecais, ou com necrose de ceco e 
peritonite. 
Incorreta a alternativa “e”: A incisão de Davis está indicada para apendicites não 
complicadas. Nas apendicites complicadas, retrocecais, com necrose de ceco, nas 
quais pode ser necessária ressecção intestinal, as incisões longitudinais, como 
laparotomia mediana e paramediana, são melhores indicadas pelo amplo acesso à 
cavidade. 
Questão 14/100:Ref: 4000121698 
A sequência em exposição corresponde a um tratamento realizado por via percutânea, 
sob anestesia local, de um paciente com quadro de dor abdominal em hipocôndrio 
direito. Observa-se a seguir o material retirado para cultura. A imagem em exposição 
corresponde a exame realizado com injeção de contraste pelo dreno deixado. Esse 
tratamento é melhor indicado na seguinte situação: 
 
 
 
 
a) 
 Portadores de colelitíase sintomática. 
Incorreta alternativa “a": Portadores de colelitiase sintomática tem indicação de 
colecistectomia eletiva. A punção das vesícula fica reservada aos quadros de 
colecistite aguda em pacientes cujo risco cirúrgico é elevado. 
b) Colecistite aguda em pacientes com disfunção orgânica. 
Correta alternativa “b”: A drenagem percutânea da vesícula biliar deve ser considerada 
para pacientes cujo risco cirúrgico é aumentado, ou seja, pacientes com doenças 
crônicas graves, como cardiopatias e pneumopatias ,ou ainda, pacientes previamente 
saudáveis mas em sepse grave ou choque séptico. Sendo assim, essa é a melhor 
alternativa que responde ao enunciado da questão. 
c) Úlcera perfurada com peritonite. 
Incorreta alternativa “c": Tratamento de ulcera perfurada com peritonite é cirúrgico! 
Consiste em rafia primaria da ulcera com adição de um patch de omento(epiplonplastia). 
d) Colecistite aguda em pacientes hígidos e sem comorbidades. 
e) Perfuração de víscera oca. 
Incorreta alternativa “e": Tratamento de perfuração de víscera oca é feito através de 
cirurgia, com reparo ou ressecção do segmento acometido. 
Questão 15/100:Ref: 4000022599 
Jesuíno, portador de hérnia inguinal direta à esquerda, apresenta-se ao pronto- 
socorro com 4 horas de encarceramento. Qual síndrome abdominal pode se 
desenvolver caso não seja reduzido o conteúdo herniário? 
a) Abdome agudo hemorrágico. 
Incorreta a alternativa “a”: O abdome agudo hemorrágico significa a presença de uma 
patologia que cursa com hemoperitônio e geralmente se apresenta com dor abdominal 
difusa, taquicardia e hipotensão significativa. Como exemplos podemos citar a prenhez 
ectópica rota, cisto ovariano roto, ruptura de aneurisma de aorta abdominal e rotura 
esplênica espontânea. 
 
b) Abdome agudo traumático. 
Incorreta a alternativa “b”: Para se ter um abdome agudo traumático, contuso ou 
penetrante, é necessária uma história de trauma prévio. 
 
c) Abdome agudo inflamatório. 
Incorreta a alternativa “c”: O abdome agudo inflamatório geralmente se apresenta com 
sinais de peritonite, por irritação peritoneal. Como exemplos podemos citar a 
apendicite aguda (principal causa) e a diverticulite aguda. Não é uma complicação da 
hérnia encarcerada. 
 
d) Abdome agudo isquêmico. 
Correta a alternativa “d”: Uma hérnia encarcerada não resolvida irá evoluir para 
estrangulamento (isquemia intestinal) e posterior perfuração intestinal. Apenas 
relembrando, o tratamento padrão para hérnia encarcerada é cirúrgico de urgência, via 
inguinotomia, através desta é realizada a herniorrafia e até ressecção intestinal se for 
necessário. 
 
 
e) Síndrome compartimental abdominal. 
Incorreta a alternativa “e”: A Síndrome Compartimental Abdominal (SCA) pode ocorrer 
no pós-operatório de uma herniorrafia na qual a conteúdo da hérnia era volumoso, 
geralmente em hérnias incisionais com perda de domicílio (mais de 50% das vísceras 
fora da cavidade abdominal). Na SCA há um aumento da pressão intra-abdominal 
(PIA) evidenciada clinicamente com a aumento da pressão inspiratória, o aumento da 
pCO₂ e diminuição da pO₂ arteriais, instabilidade hemodinâmica e oligúria, explicada 
pela compressão vascular abdominal com redução da perfusão renal. 
 
A maneira de aferir indiretamente a pressão intra-abdominal é através da medida da 
pressão vesical. Vale lembrar que a hipertensão abdominal ocorre quando a PIA ≥12 
mmHg e a SCA quando a PIA ≥ 20 mmHg, quando já ocorre uma disfunção orgânica. 
 
 
 
Questão 16/100:Ref: 4000045289 
Para um paciente com suspeita de diverticulite aguda, o exame mais indicado para 
avaliação é: 
a) US abdominal total. 
INCORRETA. O ultrassom de abdome é examinador dependente e não fornece tantas 
informações quanto a tomografia computadorizada. 
 
b) Retossigmoidoscopia flexivel. 
INCORRETA. A retossigomoidoscopia no contexto da diverticulite aguda apresenta 
maior risco de perfuração intestinal, devendo ser evitada. 
 
 
c) Videocolonoscopia. 
INCORRETA. A videocolonoscopia, assim como a retossigmoidoscopia, deverá ser 
evitada no contexto da diverticulite aguda devido ao risco de perfuração intestinal. 
 
d) Enema Opaco. 
INCORRETA. O enema opaco era utilizado no passado, quando não havia tomografia 
computadorizada disponível. Atualmente, está em desuso pela menor quantidade de 
informações que pode fornecer em relação à TC, além de ser exame contra-indicado 
na suspeita de perfuração. 
 
e) TC abdominal. 
CORRETA. A tomografia computadorizada é exame padrão-ouro para avaliação de 
diverticulite aguda, fornecendo informações precisas sobre localização, extensão e 
complicações da doença. Apresenta sensibilidade de 94% e especificidade de 99% 
para diagnóstico de diverticulite aguda. 
 
GABARITO: Alternativa E 
 
Questão 17/100:Ref: 4000119531 
Qual, dentre os seguintes tipos de obstrução intestinal, requer cirurgia de emergência? 
a) Tumor obstrutivo de cólon. 
Incorreta a alternativa “a”: Um tumor obstrutivo de cólon (geralmente o cólon esquerdo 
é o mais acometido), requer tratamento cirúrgico de urgência, principalmente se for 
uma obstrução completa com válvula ileocecal competente. Como não temos estas 
informações, consideramos a próxima alternativa “mais correta”. 
 
b) Obstrução em alça fechada. 
Correta a alternativa “b”: Na obstrução em alça fechada há um maior risco de isquemia 
e perfuração intestinal, por isso a cirurgia é uma emergência. Como exemplo de uma 
obstrução em alça fechada, podemos citar uma neoplasia obstrutiva de sigmoide com 
válvula ileocecal competente. 
 
c) Hérnia inguinal encarcerada. 
Incorreta a alternativa “c”: Uma hérnia inguinal encarcerada requer tratamento 
cirúrgico de urgência. Mas se tiver pouco tempo de evolução, < 6 horas, e o paciente 
for de alto risco cirúrgico, podemos reduzir manualmente a hérnia (manobra de Taxe) 
e programar uma cirurgia eletiva, o mais precocemente possível. 
 
d) Semioclusão por ascaris. 
Incorreta a alternativa “d”: Uma semioclusão por áscaris pode ser tratada clinicamente, 
com sucção nasogástrica e reposição de líquidos e eletrólitos. Uma vez restaurada a 
motilidade intestinal, deve ser administrada a terapia anti-helmíntica (ex. albendazol, 
mebendazol, citrato de piperazina), pela ação paralisante que facilita a eliminação do 
parasita. As indicações para cirurgia incluem obstrução completa com descompressão 
inadequada, falta de resposta clínica em 24 a 48 horas, volvo, intussuscepção, 
apendicite ou perfuração. 
 
e) Hérnia diafragmática adquirida. 
Incorreta a alternativa “e”: Pacientes com trauma toracoabdominal prévio que 
apresentam dor abdominal, náuseas e vômitos devem ser avaliados quanto a uma 
possível lesão diafragmática perdida como causa de obstrução gastrointestinal por 
herniação. Uma hérnia diafragmática adquirida tem indicação cirúrgica pelo risco de 
estrangulamento, mas não é uma emrgência. 
Gabarito: correta a alternativa “b” 
 
Questão 18/100:Ref: 4000010482 
Um paciente de 21 anos de idade apresenta histórico de dor em fossa ilíaca direita e 
hipogástrio há 24 horas, febre não aferida e hiporexia. Ao exame físico, apresenta dor 
à palpação profunda em fossa ilíaca direita e hipogástrio, sem dor à descompressão. 
Sem queixas ginecológicas, possui vida sexual ativa. Com relação a esse caso clínico, 
assinale a alternativa correta. 
a) Não é necessária avaliação da ginecologia. 
Incorreta a alternativa “a”: Paciente do sexo feminino, jovem, com vida sexual ativa, 
apresenta várias patologias ginecológicas como diagnósticos diferenciais da 
apendicite aguda. Por esse motivo, é necessário um exame de imagem, sendo a 
ultrassonografia a melhor indicação, além de uma avaliação da equipe de Ginecologia. 
 
 
 
 
 
b) A paciente pode ser mantida em observação domiciliar, com retorno caso haja 
piora dos sintomas. 
Incorreta a alternativa “b”: Somente com os dados apresentados não é possível 
estabelecer o diagnóstico da nossa paciente. Dentre as possibilidades temos uma 
apendicite aguda, patologias ginecológicas como Doença Inflamatória Pélvica Aguda 
(DIPA), abscesso tubo-ovariano, cisto ou torção ovariana, dentre outras. E muitas 
dessas patologias exigem o tratamento cirúrgico. Então, não podemos liberar a 
paciente para casa sem um diagnóstico definido. 
c) Não são necessários exames de imagem para esse caso. 
Incorreta a alternativa “c”: Mulheres em idade fértil constituem uma das principais 
indicações de exames de imagem para diagnosticar uma apendicite aguda ou outra 
patologia. Tanto a ultrassonografia, em mãos experientes, como a tomografia, são 
excelentes exames para se diagnosticar a causa da dor abdominal. E se ainda 
persistir a dúvida, o próximo passo será uma laparoscopia diagnóstica. 
d) O tratamento dessa paciente serácirúrgico. 
Incorreta a alternativa “d”: Não é possível afirmar que o tratamento da nossa paciente 
será cirúrgico sem definir a causa da dor abdominal. Se for uma DIPA, por exemplo, o 
tratamento a princípio é clínico com antibióticos, sem necessidade de cirurgia. 
e) A videolaparoscopia pode ser usada tanto para diagnóstico quanto para eventual 
tratamento. 
Correta a alternativa “e”: A laparoscopia permite tanto o diagnóstico quanto o 
tratamento da causa do abdome agudo, por exemplo, apendicectomia na apendicite 
aguda, ooforectomia na torção ovariana com isquemia. 
Questão 19/100:Ref: 4000004968 
Paciente de 70 anos apresenta quadro febril com dor em fossa ilíaca esquerda, 
obstipação intestinal e massa palpável na região; ruídos hidroaéreos presentes e 
ausência de vômitos. Rx abdômen sem alteração elucidativa. Diante desse quadro. 
qual a conduta mais apropriada? 
a) Tomografia computadorizada de abdômen. 
CORRETA. O diagnóstico de diverticulite aguda é feito por meio de avaliação 
tomográfica, que revelará a presença de 
 
b) Colonoscopia. 
INCORRETA. A colonoscopia deve ser evitada nos quadros agudos pelo risco de 
perfuração, porém todo paciente que apresentar diverticulite aguda deverá ser 
submetido a colonoscopia após o esfriamento do processo para avaliação da extensão 
da doença diverticular e, principalmente, para excluir outros diagnósticos diferenciais 
como carcinoma colorretal e doença de Crohn. 
 
c) Laparotomia exploradora. 
INCORRETA. A maioria dos casos de diverticulite aguda resolve-se com tratamento 
conservador (clínico) como analgesia, antibioticoterapia e orientação dietética (dietas 
pobres em resíduos são preconizadas no quadro agudo). 
 
d) Enema opaco. 
INCORRETA. Enema opaco deve ser evitado na diverticulite aguda pelo risco de 
perfuração intestinal. 
 
e) Manitol via oral. 
INCORRETA. Manitol via oral é uma substância utilizada no preparo para a 
colonoscopia, por permitir a limpeza dos resíduos fecais presentes no cólon. 
 
GABARITO: Alternativa A 
 
Questão 20/100:Ref: 4000133688 
O sinal Fothergill está presente no(a): 
a) colecistite aguda 
Incorreta a alternativa “a”: O sinal clínico presente na colecistite aguda é o sinal 
de Murphy. Este consiste na parada abrupta da inspiração durante a palpação do 
rebordo costal direito. 
 
 
b) apendicite aguda 
Incorreta a alternativa “b”: A apendicite aguda apresenta vários sinais clínicos que 
podem ser encontrados, sendo o mais clássico o sinal de Blumberg. Este consiste na 
descompressão brusca dolorosa no ponto do Mc Burney. 
 
 
c) diverticulite de sigmoide 
Incorreta a alternativa “c”: Não há descrição de nenhum sinal clínico específico para 
diverticulite aguda. 
 
 
d) hematoma do reto abdominal 
Correta a alternativa “d”: O sinal de Fothergill consiste na presença de massa da 
parede abdominal que não cruza a linha média e permanece palpável quando 
contraído o reto, sugestivo de hematoma músculo reto abdominal. 
Questão 21/100:Ref: 4000128241 
Em relação ao abdome agudo, assinale alternativa ERRADA: 
a) 
Ausência de leucocitose não exclui apendicite aguda 
Correta a alternativa “a”: É comum o paciente com apendicite aguda apresentar 
leucocitose, mas sua ausência não exclui o diagnóstico. Nas fases iniciais pode não 
estar presente, bem como em pacientes idosos e imunocomprometidos, os quais 
apresentam uma resposta inflamatória diminuída. 
b) Ausência de pneumoperitônio inviabiliza o diagnóstico de úlcera perfurada 
Incorreta a alternativa “b”: É possível a visualização do pneumoperitônio nas 
radiografias simples de tórax/abdome em até 75% dos pacientes com úlcera péptica 
perfurada, mas a sua ausência não exclui o diagnóstico de um abdome agudo 
perfurativo. Além disso, pode haver uma perfuração de úlcera duodenal na segunda 
ou terceira porção duodenal, que são retroperitoneais. Nestes casos, o paciente pode 
apresentar retropneumoperitônio (geralmente visto na tomografia de abdome), mas 
não pneumoperitônio. 
 
 
c) 
Níveis normais de amilase e lipase séricos não excluem pancreatite aguda 
Correta a alternativa “c”: Um aumento de amilase acima de 3 vezes o limite superior 
da normalidade apresenta sensibilidade de 67 a 87% e especificidade de 85 a 98% 
para diagnóstico de pancreatite aguda. No entanto, é de suma importância lembrar 
que não apenas a pancreatite aguda pode cursar com hiperamilasemia, existindo uma 
série de outros distúrbios que podem apresentar com tal achado. Além disso, o 
aumento da amilase não é achado obrigatório na pancreatite aguda, e algumas 
situações especiais podem fazer com que este aumento não seja possível: 
 
• Pacientes com pancreatite alcóolica: alguns desses pacientes apresentam lesão 
pancreática subjacente que torna o pâncreas incapaz de produzir amilase (cerca de 
20% dos doentes); 
 
• Pacientes com hipertrigliceridemia: os triglicérideos aumentados podem interferir no 
método laboratorial pelo qual a amilase é dosada (cerda de metade dos doentes); 
d) 
Os níveis de lactato e as determinações da gasometria arterial auxiliam no diagnóstico 
de isquemia ou infarto intestinal 
Correta a alternativa “d”: Acidose metabólica e aumento do lactato, sinais de 
hipoperfusão tecidual, são frequentes nos pacientes com abdome agudo vascular por 
isquemia mesentérica. 
Questão 22/100:Ref: 4000013684 
No que se refere às enfermidades gastrointestinais, julgue o item que se segue. 
 
Na presença de múltiplos cálculos, o empiema de vesícula biliar é a complicação mais 
grave da colelitíase. 
a) Certo. 
b) Errado. 
Questão 23/100:Ref: 4000071611 
Paciente de 67 anos com dor abdominal súbita com piora nas últimas horas, 
temperatura de 38ºC, abdômen em franca irritação peritoneal e ao estudo radiológico 
de abdômen agudo presença de pneumoperitôneo. À laparotomia, descoberta de 
divertículo de sigmoide perfurado não bloqueado com peritonite difusa. A melhor 
conduta seria: 
a) Ressecção do segmento perfurado e colostomia (operação em dois tempos). 
Correta a alternativa “a”: A conduta na diverticulite aguda complicada com peritonite 
difusa, purulenta ou fecal (Hinchey III ou IV) é a cirurgia de Hartmann, ou seja, 
sigmoidectomia, colostomia proximal e sepultamento do coto distal. Lembrando que 
alguns autores indicam a laparoscopia, irrigação e drenagem da cavidade para a 
diverticulite Hinchey III, mas não é uma conduta consensual. 
 
b) Ressecção do segmento perfurado e anastomose primária. 
Incorreta a alternativa “b”: Não devemos realizar anastomose primária na presença de 
peritonite difusa pelo risco de deiscência de anastomose. 
c) Colectomia total com íleo-reto anastomose. 
Incorreta a alternativa “c”: Não há indicação de colectomia total, apenas ressecção do 
segmento acometido e SEM anastomose primária. 
d) Sutura do segmento perfurado e colostomia protetora. 
Incorreta a alternativa “d”: O segmento perfurado deve ser ressecado e não apenas 
suturado. 
e) Exteriorização do segmento perfurado como colostomia mais drenagem ampla 
da cavidade. 
Incorreta a alternativa “e”: Esta não é uma conduta para diverticulite aguda. Se o 
paciente for operado, a segmento acometido deve ser ressecado. 
 
 
Questão 24/100:Ref: 4000056206 
Mulher de 84 anos, obesa, hipertensa severa, diabética insulino dependente, infarto 
agudo do miocárdio há 2 meses, em uso de anti-agregante plaquetário, apresentou 
quadro de dor abdominal difussa sem sinais de irritação peritoneal, distensão abdomial 
importante, vômitos fecalóides, parada de eliminação de fezes; toque retal mostra 
poucas fezes líquidas na ampola retal; tomografia abdominal amostra distensão difusa 
de delgado e cólon, processo expansivo e estenosante de aspecto tumoral ao nível do 
sigmóide distal, além de doença diverticular de sigmóide não complicada. 
 
Qual a conduta mais adequada e segura a ser tomada após medidas iniciais de 
suporte clínico: 
a) Laparotomia exploradora,apendicectomia, cecostomia tubular descompressiva; 
Incorreta a alternativa “a”: Nossa paciente é de alto risco cirúrgico e uma laparotomia 
seria altamente mórbida. Além disso, apendicectomia e cecostomia tubular não é 
conduta muito eficaz, pois o tudo obstrui com frequência. 
 
b) Laparotomia exploradora, sigmoidectomia, colostomia terminal tipo hartmam; 
Incorreta a alternativa “b”: Esta seria uma conduta correta se nossa paciente não 
apresentasse alto risco cirúrgico. 
 
A cirurgia de Hartmann consiste na ressecção do segmento intestinal acometido, 
colostomia do coto proximal terminal e fechamento do coto distal. 
 
 
c) Transvestomia descompressiva com incisão transversa no hipocôndrio direito 
sem laparotomia; 
Correta a alternativa “c”: Por se tratar de uma paciente idosa e com alto risco cirúrgico, 
a melhor conduta é tirá-la da urgência, ou seja, resolver a obstrução intestinal de 
maneira rápida e efetiva, através de uma transversostomia. 
Posteriormente, se ela apresentar melhores condições clínicas, poderá ser operada de 
forma eletiva. 
 
d) Laparotomia exploradora, sigmoidectomia, preparo colônico intra- operatório, 
anastomose colorretal com grampeador. 
Incorreta a alternativa “d”: Esta também seria uma conduta correta se a paciente 
apresentasse boas condições clínicas para ser operada. 
 
e) Nenhuma das alternativas acima. 
Incorreta a alternativa “e”: A alternativa “c” está correta. 
Gabarito: correta a alternativa “c” 
 
Questão 25/100:Ref: 4000085182 
A presença de pneumobilia e níveis hidroaéreos em intestino delgado, ao exame 
radiológico simples do abdome, é sugestivo de: 
a) Úlcera péptica perfurada. 
Incorreta a alternativa “a”: A úlcera péptica perfurada, principal causa de abdome 
agudo perfurativo, apresenta pneumoperitônio, e não pneumobilia! 
 
 
b) Íleo biliar. 
Correta a alternativa “b”: Pneumobilia e obstrução intestinal são típicos de íleo biliar. 
 
 
c) Síndrome de Bouveret. 
Incorreta a alternativa “c”: Na Síndrome de Bouveret, há uma obstrução gástrica por 
um cálculo proveniente de uma fístula colecistogástrica ou colecistoduodenal Pode 
apresentar pneumobilia, mas não níveis hidroaéreos do intestino delgado. 
 
 
d) Síndrome de Mirizzi. 
Incorreta a alternativa “d”: A síndrome de Mirizzi é definida como obstrução do ducto 
hepático comum causada por compressão extrínseca de uma pedra impactada no 
ducto cístico ou no infundíbulo da vesícula biliar. Pacientes com síndrome de Mirizzi 
podem apresentar icterícia, febre e dor no quadrante superior direito. Se não estiver 
associada a uma fístula colecistoentérica e íleo biliar, não apresenta pneumobilia e 
obstrução intestinal, respectivamente. 
 
 
e) Pâncreas anular. 
Incorreta a alternativa “e”: O pâncreas anular é uma anomalia congênita rara. 
Caracteriza-se por uma banda ou anel de tecido pancreático, que circunda a porção 
descendente do duodeno, causando graus variados de obstrução extrínseca (75% dos 
casos apresentam obstrução parcial). Se manifesta com um quadro de obstrução 
intestinal alta, ou seja, distensão gástrica e vômitos biliosos. Não apresenta 
pneumobilia e níveis hidroaéreos em intestino delgado. 
 
 
Questão 26/100:Ref: 4000036218 
A complicação mais frequente da diverticulite aguda é: 
 
a) Obstrução intestinal. 
INCORRETA. Embora na diverticulite aguda uma obstrução intestinal parcial possa 
ocorrer devido à inflamação da parede colônica ou compressão pela presença de 
abscesso, obstrução colônica importante é evento raro. 
 
b) Peritonite purulenta. 
INCORRETA. A peritonite purulenta ocorre em decorrência de diverticulite aguda 
complicada com perfuração e é evento raro, ocorrendo em apenas 1 a 2% dos 
pacientes com diverticulite aguda. 
 
c) Fístula colovesical. 
INCORRETA. As fístulas correspondem a apenas 2% das complicações da diverticulite 
aguda, sendo a fístula colovesical a mais comum dentre as fístulas. 
 
d) Abscesso pericólico. 
CORRETA. Abscesso diverticular ocorre em cerca de 17% dos pacientes internados 
por diverticulite aguda, sendo a mais comum dentre as citadas. 
 
GABARITO: Alternativa D 
 
Questão 27/100:Ref: 4000145142 
A apresentação clássica da colangite se dá através da tríade de Charcot (febre, 
icterícia e dor abdominal em quadrante superior direito). Já os casos de evolução mais 
graves são caracterizados pela pêntade de Reynolds, cujos sinais, além dos já 
descritos na tríade de Charcot, são: 
a) Hipotensão arterial e alteração do estado mental 
A Pêntade de Reynolds é formada por: dor abdominal, febre, icterícia, hipotensão e 
alteração do estado mental. 
b) Vômitos e hematêmese 
Vômitos e hematêmese não fazem parte do quadro clínico característico da colangite. 
c) Hipertensão arterial e taquisfigmia 
A hipotensão faz parte da pêntade e não hipertensão, e a taquisfigmia (aceleração do 
pulso) pode estar presente, mas não preenche os 5 sintomas clássicos. 
d) Bradicardia e obstrução intestinal 
Nenhum dos dois são sintomas da pêntade de Reynolds. 
Questão 28/100:Ref: 4000077570 
A dor abdominal de início súbito e lancinante sugere: 
a) Perfuração intestinal ou embolização arterial com isquemia. 
Correta a alternativa “a”: A perfuração intestinal, que tem como causa principal a 
úlcera péptica perfurada, e a isquemia mesentérica por embolia arterial, apresentam 
dor abdominal de início súbito e de forte intensidade. 
b) Obstrução intestinal sem perfuração visceral. 
Incorreta a alternativa “b”: A dor abdominal associada à obstrução do intestino delgado 
é frequentemente descrita como periumbilical e em cólicas, com paroxismos de dor 
que ocorrem a cada quatro ou cinco minutos. Nas obstruções colônicas a dor 
abdominal é descrita como infraumbilical e em cólica, com paroxismos de dor 
ocorrendo a cada 20 a 30 minutos. Uma progressão de cólicas para dores mais focais 
e constantes pode indicar irritação peritoneal relacionada a complicações como 
isquemia e necrose intestinal. Um início repentino de dor intensa pode sugerir 
perfuração intestinal aguda. 
c) Hemorragia digestiva alta. 
Incorreta a alternativa “c”: A hemorragia digestiva alta se exterioriza por hematêmese 
e/ou melena, tem como principais causas as úlceras pépticas e ruptura de varizes 
esofágicas. A dor abdominal, quando presente, não é lancinante e de forte 
intensidade. 
d) Hemorragia digestiva baixa. 
Incorreta a alternativa “d”: A hemorragia digestiva baixa se exterioriza por enterorragia, 
tem como principal causa a doença diverticular. Também não tem a dor abdominal 
como sintoma marcante. 
e) Obstrução geniturinária. 
Incorreta a alternativa “e”: A dor por obstrução geniturinária, por exemplo uma 
ureterolitíase, é aguda e de forte intensidade. No entanto a localização mais comum é 
na região lombar e em flanco. 
Questão 29/100:Ref: 4000083938 
Paciente do sexo feminino 22 anos, refere disúria e dor abdominal no quadrante 
inferior direito. O hemograma mostra leucocitose com desvio a esquerda, hematócrito 
normal, sumário de urina com leucocitúria discreta e ausência de hematúria. Encontra-
se estável normotensa, febril, anorética e ao exame físico não se encontra dor a 
descompressão brusca na fossa ilíaca direita, mas ao realizar a manobra de 
hiperextensão da perna refere piora da dor. Observando essas informações a provável 
hipótese diagnóstica e o nome da manobra realizada que piorou a intensidade da dor 
é: 
a) Prenhez ectópica rota- Manobra do Obturador. 
Incorreta a alternativa “a”: A prenhez ectópica rota é causa de abdome agudo 
hemorrágico. Acomete pacientes jovens, em idade fértil, e se manifesta com dor 
abdominal súbita e intensa no abdome inferior associada a sinais de choque como 
taquicardia e hipotensão e sangramento vaginal. O diagnóstico é confirmado pela 
ultrassonografia abdominal e pélvica e dosagem do BHCG, que sempre é positivo! 
 
O hematócrito normal fala contra a prenhez ectópica, masnão exclui o seu 
diagnóstico. No entanto, a presença de febre fala contra. E o Sinal do Obturador pode 
estar presente na apendicite aguda e consiste na presença de dor hipogástrica com a 
flexão da coxa seguida de rotação interna do quadril direito. Ocorre devido ao contato 
do apêndice inflamado com o músculo obturador interno. Associado a apêndices 
pélvicos. 
 
 
b) Apendicite Aguda pélvica- Manobra de Blumberg. 
Incorreta a alternativa “b”: Uma apendicite pélvica é um diagnóstico provável para a 
nossa paciente, inclusive justifica a presença de leucocitúria discreta. Mas a manobra 
de Blumberg, descompressão brusca dolorosa em FID, é negativa. 
c) Colite Aguda- manobra de Provisiona. 
Incorreta a alternativa “c”: Um dos sintomas mais comuns na colite aguda é a diarreia. 
E esta manobra de “Provisiona” não existe na literatura médica. 
d) Apendicite aguda retrocecal- Manobra do Psoas. 
Correta a alternativa “d”: Nossa paciente tem sintomatologia compatível com um 
quadro de apendicite aguda e o Sinal do Psoas positivo que seria a piora da dor com a 
extensão da coxa direita, realizada com o paciente em decúbito lateral esquerdo, 
reforça o diagnóstico de uma de apendicite retrocecal. Lembrando que esta paciente 
deve ser submetida a um exame de imagem (ultrassonografia ou tomografia) antes de 
indicar o tratamento cirúrgico. 
 
 
Questão 30/100:Ref: 4000117319 
Assinale a alternativa correta. 
 
Uma senhora de 71 anos, apresenta, há alguns meses, episódios de dor em cólica no 
hipocôndrio direito, principalmente após refeições copiosas. Os sintomas melhoram 
com o uso de Dipirona. Há 3 dias apresenta os mesmos sintomas, porém, mais 
intensos e associados à náuseas e vômitos. Há 1 dia, além destes sintomas, 
apresenta também distensão abdominal. Ao exame físico, apresenta-se anictérica, 
com distensão abdominal, dor à palpação difusa do abdome, mais intensa no 
hipocôndrio direito. A ultrassonografia de abdome mostra distensão de alças de 
delgado, vesícula biliar de paredes espessadas e delaminadas, além de aerobilia. O 
diagnóstico e o tratamento para esta paciente são, respectivamente: 
a) Colangite; papilotomia endoscópica e antibióticos 
Incorreta a alternativa “a”, porque a colangite apresenta-se com dor, febre e icterícia, a 
chamada Tríade de Charcot. Além da paciente não apresentar febre e icterícia, a 
ultrassonografia não mostrou dilatação de vias biliares e coledocolitíase que 
geralmente estçao presentes nos quadros de colangite aguda. 
b) Íleo biliar; retirada do cálculo por enterotomia e colecistectomia 
Correta a alternativa “b”, porque a paciente apresenta um quadro de colelitíase 
associada à obstrução intestinal. E uma ultrassonografia com distensão de alças de 
delgado e aerobilia fecham o diagnóstico de íleo biliar. O tratamento é cirúrgico, ou 
seja, laparotomia, enterotomia com retirada do cálculo e colecistectomia com 
fechamento da fístula. 
c) Doença inflamatória intestinal ileocolônica; ressecção do íleo terminal e 
cólonascendente, e iniciar corticóide 
Incorreta a alternativa “c”, porque a doença inflamatória intestinal até pode se 
apresentar com um quadro de obstrução intestinal, não sendo o mais comum, mas 
não cursa com aerobilia e espessamento da vesícula biliar. 
d) Neoplasia de ângulo hepático do cólon; hemicolectomia direita 
Incorreta a alternativa “d”, porque uma neoplasia de cólon direito pode se apresentar 
com um quadro de obstrução intestinal. Mas não apresentaria espessamento de 
vesícula biliar e aerobilia. 
Questão 31/100:Ref: 4000117636 
Uma paciente de 28 anos refere dor abdominal há cerca de 12 horas. A dor é difusa e 
acompanhada de náuseas, vômitos e distensão abdominal. Nega febre. Está 
desidratada (+/4+) e muito descorada (3+/4+). O abdome está distendido e é maciço à 
percussão. Não se auscultam ruídos hidroaéreos. O toque retal não denota lesões e 
evidencia fezes na ampola retal. P = 120 bpm, PA = 100 x 80 mmHg, IMC = 35 kg/m². 
A paciente está em uso de anticoagulante oral, por trombose de membro inferior 
direito, há 3 meses. A hipótese diagnóstica mais provável é abdome agudo: 
a) Hemorrágico. 
Correta a alternativa “a”: Nossa principal hipótese diagnóstica é um abdome agudo 
hemorrágico, principalmente pelo quadro de dor abdominal difusa, associada à 
taquicardia, macicez à percussão (significa líquido livre na cavidade peritoneal) e o 
histórico de uso de anticoagulantes. Em uma paciente jovem, em idade fértil, as 
principais hipóteses seriam uma gravidez ectópica rota ou cisto ovariano roto. 
b) Obstrutivo. 
Incorreta a alternativa “b”: O quadro clínico sugestivo de um abdome agudo obstrutivo 
é a presença de dor e distensão abdominal, vômitos, parada de eliminação de fezes e 
flatos, e ampola retal vazia ao toque. À percussão observamos timpanismo devido a 
distensão gasosa. 
c) Perfurativo. 
Incorreta a alternativa “c”: O quadro clínico sugestivo de um abdome agudo perfurativo 
é a presença de dor abdominal súbita e de forte intensidade no abdome superior. Ao 
exame físico o abdome está tenso, “em tábua”, com sinais de peritonite difusa. 
Podemos encontrar o sinal de Jobert, que seria a presença de timpanismo à 
percussão do hipocôndrio direito ao invés da macicez hepática, indicativo de 
pneumoperitônio. A principal causa é a doença ulcerosa péptica perfurada. 
d) Vascular. 
Incorreta a alternativa “d”: O abdome agudo vascular ou isquemia mesentérica ocorre 
principalmente em pacientes idosos e decorre de uma obstrução ao suprimento 
sanguíneo intestinal, sendo as causas mais comuns a embolia e trombose da artéria 
mesentérica superior. A clínica apresentada é dor abdominal difusa e de forte 
intensidade, com exame físico desproporcional. Além da faixa etária não ser 
condizente, a paciente estava em uso de anticoagulantes, o que afasta a hipótese de 
um abdome agudo vascular. 
e) Inflamatório. 
Incorreta a alternativa “e”: A principal causa de abdome agudo inflamatório nesta faixa 
etária é a apendicite aguda. Outras hipóteses seriam patologias ginecológicas como 
Doença inflamatória pélvica (DIP) e abscesso tubo-ovariano. A clínica apresentada 
normalmente é dor abdominal inferior, com sinais de peritonite localizada, associada à 
febre e leucocitose. Na DIP pode referir leucorreia e dispareunia. 
Questão 32/100:Ref: 4000001717 
Paciente feminina, 84 anos, deu entrada na UPA com queixas de dor abnominal 
difusa, tipo cólicas e vômitos com evolução de 48h. Há 24h com parada de eliminação 
de fezes e flatos. Solicitaram, RX de abdome em pé e deitado, que demostrou 
distensão difusa de delgado e de todo cólon. Com base apenas nesses dados, como 
diferenciar uma obstrução mecânica de um íleo metabólico? 
a) Verificar se há macicez móvel; 
Incorreta a alternativa “a”: Uma macicez móvel é um sinal de ascite e não de 
obstrução intestinal. Quando o paciente está em decúbito dorsal o líquido acumula-se 
na região lateral do abdome, revelando timpanismo na região anterior, quando o 
paciente está em decúbito lateral, o líquido desloca-se para o mesmo lado, onde fica 
maciço e a região acima fica timpânica (Círculo de Skoda). 
 
b) Realizar toque retal; 
Correta a alternativa “b”: Realizar o toque retal é mandatório no exame físico de uma 
suspeita de obstrução intestinal. É possível diagnosticar fecaloma, neoplasia obstrutiva 
de reto médio/baixo, presença de corpos estranhos, o que auxilia no diagnóstico 
diferencial de uma obstrução mecânica da funcional. 
 
c) Avaliar se o Sinal de Joubert é positivo; 
Incorreta a alternativa “c”: O Sinal de Jobert é a presença de timpanismo à percussão 
do hopocôndrio direito, ao invés da macicez hepática. Significa pneumoperitônio, ou 
seja, um indicativo de perfuração de víscera oca. 
 
d) Realizar tonometria do suco gástrico. 
Incorreta a alternativa “d”: A tonometria gástrica descreve a medição do dióxido de 
carbono (CO₂) no interior do estômago, a fim deavaliar o grau de fluxo sanguíneo 
para o estômago e intestino. Pouco utilizado na prática. 
 
Questão 33/100:Ref: 4000123455 
Considere as assertivas abaixo sobre apendicite aguda em mulheres na faixa etária 
fértil. 
 
I - O diagnóstico diferencial nesse subgrupo de pacientes é mais abrangente, sendo 
particularmente desafiador no que se refere à doença inflamatória pélvica. 
 
II. - Dor à mobilização do colo uterino ao exame ginecológico exclui o diagnóstico de 
apendicite. 
 
III. - Em relação à apendicectomia aberta, a laparoscópica tem a vantagem de permitir 
uma melhor avaliação dos órgãos pélvicos nesse cenário. 
 
Quais são corretas? 
a) Apenas I 
b) Apenas II 
c) Apenas III 
d) Apenas I e III 
e) I, II e III 
Questão 34/100:Ref: 4000072926 
Paciente de 62 anos apresenta quadro súbito de dor intensa localizada no andar 
superior do abdome, seguida de tentativas recorrentes de vômito, porém com 
eliminação de pouca quantidade de secreção gástrica. A palpação abdominal é 
dolorosa em epigástrio, sem dor à descompressão. Várias tentativas de introduzir um 
cateter nasogástrico além do nível inferior do esôfago foram mal-sucedidas. O 
diagnóstico mais provável nesse caso é: 
a) Volvo gástrico. 
Correta a letra A: O volvo gástrico é uma condição incomum. A torção ocorre ao longo 
do eixo longitudinal do estômago (organoaxial) em cerca de dois terços dos casos e ao 
longo do eixo vertical (mesenteroaxial) no terço restante. Os principais sintomas na 
apresentação são dores abdominais que tem início súbito, distensão, vômitos e 
hemorragia digestiva alta. O início súbito de dores em abdome superior 
constantes e graves, náusea recorrente com produção de pouco vômito, e a 
incapacidade de passar um tubo nasogástrico constitui a tríade de Borchardt. O 
tratamento é cirúrgico. 
b) Esofagite aguda. 
Errada a letra B: Na esofagite aguda, não teríamos motivo para não conseguirmos 
passar um cateter nasogástrico para o estômago. 
c) Úlcera perfurada. 
Errado a letra C: Na úlcera perfurada teríamos um quadro de peritonite, com dor a 
descompressão brusca, o que não é observado no enunciado. 
d) Laceração esofagiana. 
Errada a letra D: Na laceração esofagiana (Mallory-Weiss), temos um quadro de 
hemorragia digestiva alta auto-limitada. 
Questão 35/100:Ref: 4000017602 
Um jovem de 19 anos retorna à UPA após 8 horas do primeiro atendimento, com 
persistência de dor abdominal, antes tratada com analgésico endovenoso. No 
momento, queixa-se de dor periumbilical com predominância à direita, náuseas e 
anorexia. Em sua avaliação, observam-se os achados de leve sensibilidade à 
descompressão em fossa ilíaca direita, temperatura = 37,8°C, sinais de Dunphy e do 
obturador positivos. Laboratório com Hb = 11,7 g/dl, leucócitos = 11.840/mm³ e 7% de 
bastões. O paciente realizou ultrassonografia abdominal que foi prejudicada pela 
presença gasosa e descreve pouco líquido livre em pelve. Qual a conduta a ser 
tomada? 
a) Iniciar protocolo de tratamento clínico de apendicite aguda. 
Incorreta a alternativa “a”: Apesar de alguns autores defenderem o tratamento clínico 
com o uso de antibióticos para a apendicite aguda não complicada, ainda não há 
consenso sobre esta conduta. O tratamento padrão da apendicite aguda não 
complicada é a apendicectomia, de preferência por laparoscopia. 
b) Indicar tratamento cirúrgico para realização da apendicectomia. 
Correta a alternativa “b”: Nosso paciente apresenta diagnóstico clínico de apendicite 
aguda, o suficiente para se indicar o tratamento cirúrgico, ou seja, a apendicectomia, 
sem a necessidade de nenhum exame de imagem. 
c) Transferir para realização de tomografia abdominal sem contraste. 
Incorreta a alternativa “c”: A tomografia computadorizada de abdome COM contraste 
endovenoso é considerada o melhor exame para o diagnóstico de apendicite aguda, 
apresenta alta sensibilidade (90-100%) e especificidade (91-99%). Mas está reservado 
para casos duvidosos, ou com maior tempo de evolução e possíveis complicações, 
como abscesso intracavitário. 
d) Analgesia e antibiótico venoso, repetir o ultrassom com 8 a 12 horas. 
Incorreta a alternativa “d”: Nosso paciente já tem indicação de apendicectomia, não há 
necessidade de repetir nenhum exame. 
Questão 36/100:Ref: 4000009785 
Paciente de 20 anos, sexo feminino vai a um pronto atendimento com queixa de dor 
abdominal, que no início era na região epigástrica, depois na região umbilical e agora 
no quadrante inferior direito. Associada à anorexia, náuseas e, vômitos e febre (37ºC). 
Nega atraso menstrual e leucorreia. Ao exame físico: abdome com RHA diminuídos, 
doloroso à palpação superficial e profunda, espasmo muscular e descompressão 
brusca dolorosa no quadrante inferior direito. O hemograma com leucocitose (15.5000 
células/mm³) com desvio para a esquerda, sem outras alterações laboratoriais. Diante 
deste quadro, qual a hipótese diagnóstica principal, conduta propedêutica e 
terapêutica? (VER IMAGEM) 
 
 
a) DIPA, toque vaginal, antibioticoterapia. 
Incorreta a alternativa “a”: A ausência de leucorréia fala contra o diagnóstico de DIPA. 
E para este diagnóstico é necessário, além do toque vaginal, um exame especular. O 
tratamento da DIPA se faz com antibióticos. 
b) Intussuscepção, toque retal e ressecção intestinal. 
Incorreta a alternativa “b”: A intussuscepção é mais comum em crianças. No adulto, a 
clínica apresentada é dor abdominal intermitente que pode evoluir para sintomas 
típicos de obstrução intestinal como náusea, vômito e constipação. Podem apresentar 
melena ou hematoquezia. O diagnóstico não é feito por toque retal e sim com exames 
de imagem como a ultrassonografia ou tomografia onde é visualizada uma imagem 
“em alvo”. O tratamento é cirúrgico com ressecção intestinal do segmento acometido. 
Não há indicação de tentativa de redução por enema como nas crianças. 
c) Diverticulite de Meckel, estudo radiológico e diverticulectomia. 
Incorreta a alternativa “c”: O divertículo de Meckel é a anomalia congênita mais 
comum do trato gastrointestinal, é um remanescente do ducto onfalomesentérico 
levando à formação de um divertículo verdadeiro do intestino delgado (contém todas 
as camadas da parede do intestino). Surgem da superfície antimesentérica e está 
localizado no intestino delgado a aproximadamente um metro da válvula ileocecal. 
Geralmente é assintomático, mas pode causar sangramento retal indolor (complicação 
mais comum na criança), devido a presença de mucosa gástrica ectópica. Também 
pode apresentar inflamação (quadro clínico muito semelhante à apendicite aguda) e 
obstrução intestinal (complicação mais comum no adulto). Devemos estar atentos a 
esse diagnóstico principalmente em crianças pré-escolares e, se no intraoperatório for 
evidenciada uma diverticulite de Meckel, ele pode ser ressecado por diverticulectomia 
simples (excisão do divertículo em sua base) ou por ressecção segmentar do intestino 
delgado e anastomose primária. 
d) Apendicite aguda, ultrassonografia e apendicectomia. 
Correta a alternativa “d”: Nossa principal hipótese diagnóstica é uma apendicite aguda 
e o tratamento de escolha é a apendicectomia se confirmada pela ultrassonografia ou 
tomografia. 
e) 
Doença de Crohn, estudo radiológico contrastado e sulfassalazina. 
Incorreta a alternativa “e”: Uma exacerbação aguda da doença de Crohn pode 
apresentar sintomas semelhantes à apendicite, principalmente quando localizada no 
íleo distal. A incidência da Doença de Crohn é maior em adultos jovens, entre 20 e 30 
anos, e geralmente apresentam sintomas prévios como fadiga, diarreia prolongada 
com dor abdominal (com ou sem sangue), perda de peso e febre. 
Questão 37/100:Ref: 4000082450 
Considerando a causa mais frequente de abdome agudo obstrutivo em adultos, qual 
dos achados abaixo é esperado no exame físico? 
a) Circulação colateral proeminente. 
A) Errada. Circulação colateral proeminenteme faz pensar em pacientes com 
hipertensão portal ou outras causas de alteração vascular... Não cabe aqui como 
resposta. 
b) Sinal de Sister Mary-Joseph. 
B) Errada. Sinal de Sister Mary-Joseph é um nódulo umbilical sugestivo de doença 
maligna, como correlato de carcinomatose peritoneal. A neoplasia maligna é a terceira 
causa mais comum de obstrução no adulto. 
c) Cicatriz cirúrgica abdominal. 
C) Correta. As bridas/aderências pós-operatórias são a principal causa de abdome 
agudo obstrutivo do adulto. A conduta inicial é não cirúrgica, ou seja, devemos iniciar 
com hidratação venosa, descompressão gástrica (com cateter nasogástrico) e jejum. A 
não resolução do quadro em até 48 horas deve nos alertar para a possibilidade de 
cirurgia, com o risco da obstrução evoluir com isquemia e necrose, evoluindo para um 
quadro de abdome agudo perfurativo. 
d) Massa palpável em fossa ilíaca direita. 
D) Errada. A neoplasia é a terceira causa mais comum de abdome agudo obstrutivo. 
Questão 38/100:Ref: 4000020029 
Em relação a imagem abaixo podemos afirmar: 
 
 
a) Trata-se de um volvo de sigmoide. 
Correta a alternativa “a”: A imagem é típica de um volvo de sigmoide que corresponde 
ao cólon sigmoide dilatado que se estende da pelve até o quadrante superior direito. 
Pode ser visualizado um nível hidroaéreo no cólon dilatado, e quase sempre há 
ausência de ar no reto. 
 
b) A colonoscopia está contra-indicada nesses casos. 
Incorreta a alternativa “b”: O tratamento de escolha para o volvo de sigmoide, sem 
sinais de complicações como isquemia ou perfuração, é a colonoscopia 
descompressiva. 
 
c) Trata-se de um tumor de reto obstrutivo. 
Incorreta a alternativa “c”: A imagem é típica de volvo. Uma neoplasia de reto 
obstrutiva geralmente apresenta dilatação colônica com um “stop” no local do tumor, 
sem ar na ampola retal. 
 
d) A tomografia é o melhor exame para elucidação do diagnóstico. 
Incorreta a alternativa “d”: A tomografia só está indicada quando há dúvida 
diagnóstica. A imagem apresentada é típica de um volvo de sigmoide, o suficiente 
para realizar o tratamento. 
Gabarito: correta a alternativa “a” 
 
Questão 39/100:Ref: 4000002191 
Qual a contraindicação absoluta à videolaparoscopia? 
a) Doença cardíaca. 
Errada a letra A: contraindicação relativa. Pacientes com doença cardíaca 
compensada ou de baixo risco podem se submeter a tratamento laparoscópico. 
b) Abdome agudo obstrutivo. 
Errada a letra B: Apesar da dificuldade técnica, não constitui contraindicação. 
c) Abdome agudo em gestante. 
Errada a letra C: Apesar da dificuldade técnica, não constitui contraindicação. 
d) Ferimento penetrante abdominal. 
Errada a letra D: Se paciente estável hemodinamicamente, não constitui 
contraindicação absoluta. 
e) Diverticulite perfurada com instabilidade hemodinâmica. 
Correta a letra E: A palavra-chave aqui é INSTABILIDADE HEMODINÂMICA = 
CONTRAINDICAÇÃO ABSOLUTA. Perfeito. 
Questão 40/100:Ref: 4000137318 
Paciente de 48 anos, diabética tipo 2, tabagista, com diagnóstico de neoplasia de 
mama esquerda, submetida a tratamento cirúrgico (mastectomia radical e 
linfadenectomia) e quimioterapia adjuvante há 6 meses. Durante o tratamento 
quimioterápico, apresentou importante perda ponderal, aproximadamente 25 kg, sendo 
o seu peso atual apenas 43 kg. Comparece ao Pronto-Socorro com queixa de dor 
abdominal em região epigástrica, sensação de plenitude pós-prandial, saciedade 
precoce, anorexia, náuseas e vômitos biliares. Esses sintomas eram esporádicos, 
porém tornaram-se mais intensos nos últimos três dias. Refere alívio da dor ao 
assumir a posição genupeitoral. Ao exame físico: emagrecida, descorada ++/4, 
desidratada ++/4, eupneica, afebril. Ausculta pulmonar e cardíaca sem alterações. FC: 
102 bpm, PA: 100 x 60 mmHg, FR: 18 irpm. Abdome escavado, flácido, pouco 
doloroso e distendido no andar superior do abdome, sem massas palpáveis, RHA 
presentes. Exames laboratoriais: Hb: 9,7 g/dL; Leuco: 10,50 mil/mm³ (sem desvio à 
esquerda); PCR: 15 mg/dL; K: 3,0 mmol/L, Creatinina: 1,22 mg/dl; Ureia: 34 mg/dl. 
Gasometria compatível com alcalose metabólica. Após passagem de sonda 
nasogástrica, hidratação endovenosa e início da correção dos distúrbios 
hidroeletrolíticos e ácido-básicos, foi realizada tomografia contrastada de abdome 
(imagem a seguir). 
 
 
 
Em relação ao caso, qual é o provável diagnóstico e o respectivo tratamento? 
a) Volvo gástrico, distorção e gastropexia endoscópica. 
Incorreta a alternativa A: A tríade clássica do volvo gástrico agudo, denominada tríade 
de Borchardt, presente em até 70% dos pacientes, consiste em dor súbita e intensa no 
abdome superior ou no tórax, associada a vômitos severos, claros ou regurgitação, e 
incapacidade de passar uma sonda nasogástrica. Note que a paciente apresenta 
vômitos biliosos e foi realizada sondagem nasogástrica sem intercorrências. Além 
disso, a tomografia no volvo gástrico mostraria uma posição anormal do estômago, 
podendo ser intratorácica, bem como anormalidades anatômicas associadas, como 
defeitos diafragmáticos. 
 
VOLVO GÁSTRICO ORGANOAXIAL 
 
 
b) Síndrome de Bouveret, endoscopia digestiva alta e litotripsia. 
Incorreta a alternativa B: A Síndrome de Bouveret é uma complicação rara da 
colecistite aguda e consiste na impactação de um cálculo biliar grande (> 2,5 cm) no 
duodeno ou no canal pilórico, decorrente de uma fístula colecistoduodenal. Os 
sintomas apresentados são: início abrupto de dor epigástrica, náuseas e vômitos. O 
tratamento de escolha é a litotripsia endoscópica do cálculo, ficando o tratamento 
cirúrgico reservado para falha do tratamento endoscópico. Na tomografia apresentada, 
não há imagem compatível com obstrução duodenal por cálculo biliar. 
 
 
c) Síndrome de Wilkie, duodenojejunostomia. 
Correta a alternativa C: Como foi explicado anteriormente, a sintomatologia e a 
imagem tomográfica apresentada são compatíveis com a Síndrome de Wilkie. E a 
duodenojejunostomia é o tratamento de escolha para essa Síndrome, pois oferece 
melhores resultados. 
d) Gastroparesia diabética, tratamento clínico com controle glicêmico, mudanças 
dietéticas e procinéticos. 
Incorreta a alternativa D: A história clínica e a imagem tomográfica demonstrando um 
afilamento duodenal na sua passagem pela artéria mesentérica superior, com 
consequente dilatação duodenal e gástrica, falam contra o diagnóstico de uma 
gastroparesia diabética. 
e) Estenose pré-pilórica por doença ulcerosa péptica, antrectomia, vagotomia 
troncular e reconstrução a Billroth II. 
Incorreta a alternativa E: Os sintomas digestivos apresentados podem estar presentes 
em uma obstrução pilórica por doença ulcerosa péptica, mas não tem relação com a 
perda ponderal importante e os exames radiológicos demonstrariam apenas uma 
dilatação gástrica e não duodenal. O diagnóstico de estenose pilórica é confirmado 
pela endoscopia digestiva alta (lembrar de biopsiar a úlcera, para Fístula colecisto 
duodenal com passagem de cálculo biliar. excluir neoplasia), e o tratamento cirúrgico 
para úlceras tipo III (pré-pilória, com hipercloridria) consiste em antrectomia, vagotomia 
troncular e reconstrução do trânsito, que pode ser feita por Billroth I, II ou Y de Roux. 
 
 
 
 
Questão 41/100:Ref: 4000116479 
O médico está tratando uma paciente com colite neutropênica. Uma tomografia de 
controle revela a presença de pneumatose intestinal. O doente está em ventilação 
espontânea. Não há hipotensão, sinais de peritonite, insuficiência renal. O fator 
preditivo que mais indica a necessidade de intervenção cirúrgica é: 
a) idade > 60. 
A idade não é um fator preditivo de necessidade de intervenção cirúrgica. 
b) gás na veia porta. 
Gás na veia porta é um sinal de alarme; no entanto, nos pacientes assintomáticos, a 
presença de gás na veia porta não é indicação absoluta de cirurgia. 
c) se estiver usando corticoide. 
O usode corticoide não é fator preditivo de necessidade de intervenção cirúrgica. 
d) lesão pulmonar aguda. 
A lesão pulmonar aguda não é fator preditivo de necessidade de intervenção cirúrgica 
e) lactato > 2 mmol/L. 
Lactato > 2mmol e acidose metabólica (pH arterial <7,3, HCO3 <20 mmol / L) são os 
principais fatores preditivos de necessidade de intervenção cirúrgica. 
Questão 42/100:Ref: 4000037857 
Paciente internada com diagnóstico de colelitíase apresentando-se ictérica, com dor 
abdominal e febre. Após 24 horas, passou a apresentar hipotensão e confusão mental. 
Qual é a melhor conduta? 
a) Provável colangite, que deve ser tratada com antibioticoterapia de amplo 
espectro e CPRE. 
Correta a alternativa “a”: Nossa principal hipótese diagnóstica é uma colangite aguda e 
como a paciente está instável, exige tratamento de urgência, ou seja, drenagem 
endoscópica da via biliar (Colangiopancreatografia retrógrada endoscópica - CPRE). 
b) Trata-se de um quadro de colecistite aguda, devendo-se realizar colecistectomia 
laparoscópica o quanto antes. 
Incorreta a alternativa “b”: A colecistite aguda pode até apresentar uma icterícia 
discreta, porém não é comum. E se fosse uma colecistite aguda em uma paciente 
séptica e instável, a conduta seria uma drenagem percutânea da vesícula biliar, uma 
colecistostomia e não a colecistectomia. 
c) Provável quadro de pacreatite aguda grave, devendo-se realizar tomografia de 
abdome, dieta zero e encaminhar à unidade de terapia intensiva. 
Incorreta a alternativa “c”: A dor típica da pancreatite aguda é uma dor de forte 
intensidade em abdome superior, com irradiação para o dorso, em “faixa”, geralmente 
acompanhada de vômitos. A principal causa é a litíase biliar. Não costuma apresentar 
febre e icterícia importante. O tratamento a princípio é clínico, 
 
com medidas de suporte, ou seja, jejum, reposição volêmica, correção dos distúrbios 
hidroeletrolíticos e controle da dor. Lembrando que não há indicação de antibióticos 
profiláticos. Certamente nossa paciente apresenta um quadro séptico grave e 
necessita de UTI. 
d) Provável quadro de colangite, devendo-se iniciar antibioticoterapia de amplo 
espectro, tomografia de abdome e encaminhar à unidade de terapia intensiva. 
Incorreta a alternativa “d”: A presença de instabilidade é contraindicação à realização 
de tomografia. Além disso, a paciente necessita de drenagem da via biliar de urgência! 
Questão 43/100:Ref: 4000021661 
Paciente de 53 anos, admitido em pronto-socorro por vômitos há 3 dias, associado à 
dor abdominal importante, em cólicas, que vem se tornando progressiva. Nega febre. 
Queixa-se de hiporexia. Nega sintomas urinários. Ao exame físico, apresenta-se em 
regular estado geral, desidratado, discretamente taquicárdico, com exame físico 
cardiopulmonar normal. Ruídos reduzidos em todo o abdome, doloroso difusamente, 
distendido, sem sinais de irritação peritoneal. Foi submetido à radiografia abaixo, com 
achado pouco comum destacado pela seta. Hemograma com discreta leucocitose, 
função renal normal. Análise de exame de urina normal. A principal hipótese 
diagnóstica é: 
 
 
a) Volvo de sigmóide. 
Incorreta a alternativa “a”: O volvo de sigmóide é causa de obstrução intestinal baixa, 
que acomete principalmente pacientes idosos, com megacólon e constipação crônica. 
O sinal radiológico típico é denominado “sinal do U invertido” ou “sinal do grão de 
café”, que corresponde ao cólon sigmoide dilatado que se estende da pelve até o 
quadrante superior direito. Geralmente há ausência de ar na ampola retal. 
 
 
 
Sinal do" grão de café” 
b) Úlcera perfurada. 
Incorreta a alternativa “b”: A úlcera gástrica perfurada é a principal causa de abdome 
agudo perfurativo. Se manifesta com dor epigástrica súbita e de forte intensidade e 
abdome tenso, “em tábua”. O sinal radiológico clássico do abdome agudo perfurativo é 
o pneumoperitônio. 
 
 
c) Íleo Biliar. 
Correta a alternativa “c”: O íleo biliar é uma complicação rara da litíase vesicular que 
ocorre com uma frequência de 0,3-0,5% dos casos e 2 a 3% na presença de 
colecistite aguda. É responsável por apenas 1 a 4% das obstruções intestinais. 
Acomete principalmente pacientes do sexo feminino e idosos. A maioria dos casos, até 
90%, apresenta a Síndrome e Mirizzi coexistente. 
 
 
Se caracteriza pela impactação de um ou mais cálculos grandes, geralmente maior 
que 2,5 cm, no intestino delgado, decorrente da passagem através de uma fístula 
colecistoduodenal, o qual impacta no íleo terminal (local mais comum da obstrução), 
próximo à válvula ileocecal. Causa um quadro de obstrução intestinal alta com dor e 
distensão abdominal associada a vômitos biliosos. 
Raramente o cálculo biliar é impactado dentro do canal pilórico ou duodeno, causando 
obstrução da saída gástrica (Síndrome de Bouveret). Nestes casos, os sintomas 
apresentados são início abrupto de dor epigástrica, náuseas e vômitos. 
O diagnóstico do íleo biliar é confirmado por exames de imagem, sendo a tomografia o 
exame de escolha. Os principais achados incluem: 
 
Espessamento da parede da vesícula biliar 
Pneumobilia (aerobilia) – 30 a 60% dos pacientes, é um achado inespecífico. 
Padrão de obstrução intestinal alta (distensão de alças, níveis hidroaéreos) 
Cálculo biliar > 2,5 cm no íleo terminal 
Tríade de Riegler: obstrução de delgado, cálculos biliares ectópicos e pneumobilia 
 
O tratamento é cirúrgico, laparotomia e enterotomia e retirada do cálculo. Em 
pacientes de baixo risco, devemos acrescentar o procedimento íleobiliar 
(colecistectomia e fechamento da fístula). 
d) Ureterolitíase. 
Incorreta a alternativa “d”: A dor da ureterolitíase é de forte intensidade, aguda, em 
região lombar e/ou flanco, geralmente acompanhada de vômitos. A radiografia simples 
de abdome pode evidenciar cálculos renais, pois 85 a 90% são radiopacos. Mas o 
padrão de obstrução intestinal alta, o tamanho do cálculo (3 a 4 cm) e a presença de 
pneumobilia falam contra o diagnóstico de ureterolitíase. 
Questão 44/100:Ref: 4000041685 
Dentre as complicações abaixo todas podem ser devido à colecistite aguda EXCETO: 
a) 
Pancreatite aguda. 
Incorreta a alternativa “a”: A pancreatite aguda de origem biliar (mais comum) é uma 
complicação da colelitíase, geralmente na presença de microcálculos que migram para 
via biliar principal e se impactam temporariamente no esfíncter de Oddi. 
b) 
Perfuração com formação de abscesso. 
Corretas as alternativas “b”, “c” e “d”: Essas são possíveis complicações da colecistite 
aguda. Lembrando que o melhor exame para o diagnóstico das complicações é a 
tomografia computadorizada. 
c) 
Fístula colecistoduodenal. 
d) 
Íleo biliar. 
Questão 45/100:Ref: 4000088357 
Paciente 78 anos, chega a emergência com quadro de dor abdominal intensa e 
constante no abdome superior, regurgitações com pouco vômito e insucesso de 
sondagem gástrica (tríade de Borchardt). RX e TC do tórax revelaram víscera com gás 
no tórax. Qual o diagnóstico provável? 
a) Hérnia de hiato estrangulada. 
Incorreta a alternativa “a”: A hérnia de hiato pode ser: 
 
Por deslizamento – Tipo I: ocorre um deslocamento da junção gastroesofágica (GE) 
acima do diafragma. O estômago permanece em seu alinhamento longitudinal normal 
e o fundo permanece abaixo da junção GE. 
 
Hérnias paraesofágicas: é uma hérnia verdadeira com um saco herniário e é 
caracterizada por um deslocamento para cima do fundo gástrico através de um defeito 
na membrana frenoesofágica. Pode ser tipo II, III ou IV: 
 
●Tipo II resulta de um defeito localizado na membrana frenoesofágica, onde o fundo 
gástrico serve como um ponto principal da hérnia, enquanto a junção GE permanece 
fixa à fáscia pré-aórtica e ao ligamento arqueado mediano 
●Tipo III têm elementos de ambas as hérnias do tipo I e II e são caracterizadas pela 
junção GE e pela hérnia do fundo através do hiato. O fundo fica acima da junção

Continue navegando