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RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO II Ana Paula Sigas Mello Dr. Luis Paulo Arena Alves Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Curso de Bacharelado em Serviço Social (SES0892) – Estágio II 05/12/2021 1 INTRODUÇÃO O proposto trabalho norteará quanto ao projeto de intervenção que será aplicado no próximo semestre de 2022/1 no campo de estágio no qual estou inserida na Fundação Fé e Alegria do Brasil, e traz a temática mães solo, chefe de família, e evasão escolar: As contribuições do Serviço Social para a realidade escolar. A área de concentração e o campo de estágio é no Serviço de convivência e fortalecimento de vínculos-SCFV, a instituição surge no âmbito de suprir as necessidades da região atendida pela Fé e Alegria. Demonstro no sucinto relatório a análise do processo de trabalho e a escolha do tema a ser trabalhada, a motivação e os objetivos a serem alcançados com o proposto trabalho acadêmico. Por conseguinte, discorrei sobre processo de inserção do trabalho profissional em serviço social no estágio obrigatório curricular II. Ressalto as atividades relevantes que foram trabalhadas em conjunto com a supervisora de estágio. A equipe técnica realiza atividades abordando temas pertinentes a cada grupo que são divididos Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos – SCFV para Crianças e Adolescentes de 06 a 15 anos e SCFV para Adolescentes e Jovens de 15 a 17 anos. No decorrer, demostro a importância da avaliação do processo de supervisão no campo de aprendizagem pois o estágio é fundamental e de grande importância na formação acadêmica. Faço também uma autoavaliação pois possibilita e auxilia na motivação da busca do aprender, construir, analisar e criar formas de pensar. A metodologia a ser seguida é criar vínculos, compreender e auxiliar as famílias nas problemáticas existentes. Fazer com que as famílias conheçam mais sobre direitos e deveres da criança. Quanto ao trabalho com as mães a intencionalidade é construir uma teia gigante baseada na força, na perseverança, mostrar o quanto coragem de ser autêntica é importante. 2 Como ferramenta de sustentação foram utilizadas citações de autores com mais experiência, embasando o conteúdo, direcionando o leitor a compreensão de cada tópico. 2. RELATO E ANÁLISE DO PROCESSO DE TRABALHO A prática do fazer profissional do assistente social acontece por determinadas questões sociais onde seu trabalho se define a partir da identificação do objeto que sofrera a ação, ou seja, a questão social que é o centro do serviço social. A motivação em desenvolver esse projeto nessa instituição foi na tentativa de contribuir para o fortalecimento de vínculos entre as famílias, sabendo que grande parte dos usuários atendidos pela Fé e Alegria são mães solos, chefes de família, e por consequência acabam se ausentando na vida escolar dos seus filhos o que gera a defasagem escolar ou evasão em grande parte dos casos analisados. A escolha do tema “mães solo, chefe de família, e evasão escolar: As contribuições do Serviço Social para a realidade escolar” deu-se devido ao aumento da defasagem escolar nesse momento pandêmico que assola a humanidade. Segundo entrevista feita pelo site ACINH com a Secretária de Educação do Rio Grande do Sul Raquel Figueiredo Alessandri Teixeira foi taxativa: “Após um ano e meio de escolas fechadas, não há mais tempo a perder. A pandemia agravou a defasagem de aprendizagem do RS, que em 14 anos (2007-2021) caiu da 3ª para a 15ª posição no ranking da educação pública no país”. Seguindo este raciocínio, percebe-se que os sujeitos sociais inseridos no projeto sofreram com as escolas fechadas e muitos sequer pensam em retornar aos estudos. Desta forma, temos o dever de fazer um resgate desses edu1cados e a conscientização com as famílias, mas, não menos importante, e em contrapartida encontrar soluções e dar suporte a essas mães que necessitam deixar seus filhos para trabalhar. No entanto, os grupos são divididos por faixa etária de acordo com as normativas prevista dentro do SUAS, entanto, o SCFV2 é um serviço da proteção 1 Na Fundação Fé e Alegria do Brasil de Porto Alegre se utiliza o termo educando em menção aos usuários atendidos. 2 ainda se utiliza na Fé e Alegria os termos Projeto e Trabalho educativo para separar os grupos atendidos dentro do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos. 3 social básica. Dentro dessas divisões foi percebido que o maior índice de evasão e defasagem escolar é dos educandos que estão inseridos no SCFV para Adolescentes e Jovens de 15 a 17 anos. Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos – SCFV para Crianças e Adolescentes de 06 a 15 anos Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos – SCFV para Adolescentes e Jovens de 15 a 17 anos. Público-alvo: Crianças 6 a 14 anos Público-alvo: Adolescentes de 15 a 17 anos Atividades: Esportes, Oficinas Artísticas, Culturais, De Informática e Construção de Projeto de Vida. Atividades: Orientação Pedagógica, Construção de Projeto de Vida, Atividades de Formação e Trabalha-se o preparo para encaminhamento ao Mercado de Trabalho. Fonte: autora (2021). Nesse estágio II percebe-se que há muito o que se fazer para que a realidade dessas famílias mude e, principalmente, que não normalizem o abandono escolar, pois foi identificado que a evasão escolar acontece no momento que em que as crianças saem em busca de trabalho informal para auxiliam suas mães a garantir uma refeição diária e com a pandemia que assolou a humanidade a evasão escolar aumentou em consequência a esse cenário. Por outro lado, temos as mães solos que são julgadas, não recebem apoio, lutam sozinhas para criar seus filhos, e ainda precisam compensar no orçamento familiar. E o problema não para pôr aí, além de todos os desafios para cuidar de uma criança sozinha as usuárias enfrentam as cobranças sociais, pois é, a sociedade julga, pressiona, faz essas mães acreditarem que talvez seus filhos não sejam “tão feliz” porque crescer sem o pai não é bom. Mediante ao exposto, fica evidente que precisamos promover e construir uma teia gigante baseada na força, na perseverança, mostrar o quanto coragem é importante, demostrar também de maneira compassiva que sim, existem imperfeições e elas estão ali para serem trabalhadas. 2.1 PROCESSO DE INSERÇÃO E ATIVIDADES REALIZADAS No processo de inserção do trabalho profissional em serviço social, no que se refere, especificamente, ao estágio obrigatório curricular, tem como referência a Lei 8.662/1993 que regulamenta a profissão, e se ganha um espaço na vida acadêmica, 4 tendo em vista que é considerado um local de ensino-aprendizagem que se configura a partir da inserção do aluno no espaço socioinstitucional. Vale ressaltar as atividades relevantes que foram trabalhadas em conjunto com a supervisora de estágio: • Entrevistas. • Visitas Domiciliares. • Acolhimento de usuários encaminhados pelo CRAS. • Orientação. • Escuta ativa. • Matrículas e Rematrículas. O estágio II foi de grande relevância, pois estabeleceu a teoria e a prática, oportunizou o conhecimento do fazer profissional e sua práxis, que por consequência contribuiu para formação acadêmica. No Processo de estágio II na Fundação Fé e Alegria do Brasil-Porto Alegre, a recepção pela coordenadora e demais funcionários foi dada de maneira calorosa, a partir daí ocorrem as trocas de informações e conhecimentos. 2.2 AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE SUPERVISÃO O estágio é o local onde efetivamos a prática, técnica, as regras e princípios, e o papel do supervisor é auxiliar na formação profissional ensinando a prática do fazer e de reproduzir o conhecimento adquirido no enfrentamento das questões sociais. Segundo Buriolla “(…) Supervisão em Serviço Social pode ser considerada como o processo deformação de matriz de identidade profissional(...)no sentindo de preparação para a vida profissional, de estar pinçando as coisas do cotidiano profissional, do dia a dia, onde nós vamos sempre discutindo com o aluno as coisas relativas ao que se faz no Serviço Social”. BURIOLLA, 1996, p. 28) Portanto, a atuação do estagiário vivenciando e acompanhando atividades profissional do supervisor de campo lhe darão a bagagem e o conhecimento metodológico para posteriormente utilizar. 5 No entanto, o estágio é de extrema importância na formação acadêmica do aluno de serviço social, é momento único de aprendizagem, podendo sempre refletir sobre o fazer profissional, ter uma visão crítica das relações existentes no campo institucional, sempre norteado pela supervisão. 2.2.1 Auto-Avaliação Primordialmente é preciso nortear o quanto foi importante as observações e interações de atividades no campo de estágio foi essencial para compreender e apreender o cotidiano profissional. O que consequentemente ocasionou no conhecer do domínio dos instrumentais teórico e prático da metodologia na execução da prática profissional do Assistente Social com a observação. Diante disso, um profissional comprometido leva o estagiário de serviço social a um direcionamento ético e político da profissão, nesse contexto, entende que existem grandes desafios, que envolve a compreensão da teoria e sua articulação com a prática, pois nem sempre se consegue seguir o plano de atendimento proposto, cada dia é um dia, cada criança é uma, existem particularidades que necessitam um olhar especial para cada usuário. Segundo Buriolla A supervisão é um “processo educativo”, onde o supervisor e o supervisionado aprendem em conjunto, onde há a torca, o debate. Existe a preocupação de a prática profissional estar respaldada em um a teoria, e de a visão da unidade teoria-prática, na ação supervisora. (BURIOLLA, 2003, p. 64) A autoavaliação possibilita e auxilia na motivação da busca do aprender, construir, analisar e criar formas de pensar, observando sempre toda atuação executada no campo de estágio que se faz totalmente com princípios éticos, aplicando condutas metodológicas pertinentes ao serviço social. 2.2.2 Avaliação das Condições Institucionais Diante dessas informações adquiridas por meio desta pesquisa, pode-se perceber que a infraestrutura da Fundação Fé e Alegria de Porto Alegre estão adequadas as normas exigidas pelo Ministério do Desenvolvimento Social- MDS. 6 Portanto a estrutura do prédio está dentro dos padrões de arquitetura solicitado, garantindo a acessibilidade de todos os usuários. 2.2.3 Avaliação da Dinâmica De Supervisão A assistente social Silmara Duarte Sales como supervisora e orientadora de campo de estágio II é de uma excelência que não há precedente, é criativa, dinâmica, vivi o serviço social. Motiva constantemente e não romantiza a profissão, utiliza as ferramentas técnico operativa necessária para promover ações sociais como entrevistas, visitas domiciliares, entende a real necessidade de cada usuário atendido pela Fé e Alegria. Buriolla (2003) comenta que a importância do professor, supervisor de campo e supervisor acadêmico é ímpar, pois a figura deles contribuirá para “direcionar” um novo profissional que, na maioria das vezes, será influenciado por eles. Em suma, o supervisor de campo é o mentor do estagiário, passa todos os ensinamentos e norteia quanto a prática profissional. 3 CONCLUSÃO Diante das considerações apresentadas nesse relatório de estágio supervisionado II onde discorro sobre meu projeto de intervenção que será aplicado em 2022/1, finalizo com uma reflexão, a prática profissional que o estagiário em serviço social adquire através da escuta ativa, olhar crítico e entendimento sobre todos os instrumentais técnicos operativos. Trago aqui em consideração, que mesmo em meio as dificuldades, a supervisora de campo foi essenciais para a clareza do exercício profissional. Ainda segundo nessa lógica, a escolha do tema “mães solo, chefe de família, e evasão escolar: As contribuições do Serviço Social para a realidade escolar”, inegavelmente, não aconteceria sem o suporte da equipe técnica com o olhar atento, sempre buscando fortalecer os vínculos com as famílias atendidas, para que a relação com os usuários sempre esteja fortalecida o que ocasiona uma maior integração das crianças no SCFV e na escola, trazendo condições favoráveis a ações de prevenção ou de enfrentamento das questões sociais. 7 Por fim, através do levantamento de demanda e do projeto de intervenção foi possível ter um entendimento de todas problemáticas atendida pela Fé e Alegria do Brasil. O serviço social, infelizmente, como em qualquer outra área tem suas dificuldades e vem acarretado pelos desafios existentes na Política de Assistência Social, onde se reflete na rede de apoio, visto que o contato com ela acontece em momento real. E sob essas mesmas perspectivas é importante salientar que nenhuma demanda que chega à fundação é resolvida. Todas são finalizadas no CRAS, entretanto a demanda continuará necessitando de acompanhamento de todos os profissionais que compõe a equipe multidisciplinar da rede de apoio, sendo esse o maior motivo para que o serviço social na Fundação Fé e Alegria ocorra de forma efetiva e bem alinhada em seus encaminhamentos. Espera-se então que o referido estudo possa ser capaz de trazer clareza nos instrumentos utilizados pela assistente social e equipe técnica, pois, na verdade, o que importa é a garantia de direitos. REFERÊNCIAS ______. LEI Nº 12.435, DE 6 DE JULHO DE 2011. Dispõe sobre a organização da Assistência Social. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12435.htm BURIOLLA, Marta Alice Feiten..Supervisão em serviço social: o supervisor, sua relação e seus papéis. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2003. BURIOLLA, Marta Alice Feiten. Supervisão em Serviço Social O Supervisor, sua relação e seus papéis. 2. ed. São Paulo, 1996. GBM Comunicação. Secretária de educação do RS afirma que pandemia agravou defasagem e não há mais tempo a perder. Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha: Associação Comercial, Industrial e de Serviços, 2021. Disponível em: http://www.acinh.com.br/noticia/secretaria-de-educacao-do-rs-afirma-que-pandemia- agravou-defasagem-e-nao-ha-mais-tempo-a-perder http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2012.435-2011?OpenDocument http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12435.htm http://www.acinh.com.br/noticia/secretaria-de-educacao-do-rs-afirma-que-pandemia-agravou-defasagem-e-nao-ha-mais-tempo-a-perder http://www.acinh.com.br/noticia/secretaria-de-educacao-do-rs-afirma-que-pandemia-agravou-defasagem-e-nao-ha-mais-tempo-a-perder
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