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PLANEJAMENTO E GESTÃO ESTRATÉGICA Professor: Dr. Ricardo César Alves Gestão Estratégica A gestão estratégica como elemento integrador das áreas funcionais das organizações; Etapas da Administração Estratégica Afinal, o que é Estratégia? O conceito de estratégia O termo tem sido usado ao longo dos anos de várias maneiras, em diversos contextos, do âmbito militar aos negócios passando pelos esportes, como o xadrez. O verbo grego “stratego” significa “planejar a destruição dos inimigos em razão do uso eficaz dos recursos”. “Estratégia empresarial consiste em uma série de atos, selecionados de acordo com uma situação concreta, que a empresa executa”. (Von Neumann e Morgenstern, 1947) “A estratégia requer que os gerentes analisem sua situação presente e a modifiquem, caso necessário”. (Peter Drucker em The practice of management, 1954) O conceito de estratégia “Estratégia como o elemento que determina as metas básicas a longo prazo de uma empresa, assim como o curso de ação adotado e a alocação dos recursos necessários para alcançar tais metas”. (Chandler em Strategy and structure, 1962) “Um elo condutor entre as atividades da empresa e os produtos/mercados”. (Ansoff, 1965) O conceito de estratégia Conceito de estratégia Peter Drucker: estratégia é uma perspectiva, uma maneira em que a empresa responde as seguintes perguntas: � O que é nossa empresa? � O que ela deveria ser? � Qual é sua missão, seus objetivos? � Qual é sua relação com o mercado, com seus recursos, com a criatividade, com o lucro, a formação de pessoal e com a responsabilidade social? Conceito de estratégia � Igor Ansoff: é o fio condutor entre o passado e o presente; � Michael Porter: é manobra para atingir uma vantagem competitiva, pelo bom posicionamento da empresa em um setor econômico na qual se insere, graças ao bom conhecimento da cadeia de valor; � Dijalma P. Rebouças Oliveira: ligação e ajustamento da empresa ao seu ambiente. “A estratégia representa um padrão de objetivos, propósitos ou metas, assim como as políticas e os planos fundamentais para alcançar estas metas, apresentados de forma que permitam a definição da atividade a que se dedica(rá) a empresa e que tipo de empresa se é ou será”. (Andrews et al.,1969) O conceito de estratégia O conceito de estratégia � “Estratégia, na verdade, é uma dessas palavras que as pessoas definem de um jeito e usam de forma diferente, sem perceber a diferença" (MINTZBERG, 2001: 186) O conceito de estratégia A “estratégia” ajuda a ordenar e alocar os recursos de uma organização para uma postura singular e viável, com base em suas competências e deficiências internas, nas mudanças no ambiente (antecipadas) e ações realizadas pelos concorrentes. Critérios para estratégia eficiente • Metas claras, decisivas e diretas – metas específicas modificam-se no “calor”da competição, mas as metas estratégicas precisam se manter claras para proporcionar continuidade e coesão • Mantendo a iniciativa – é preciso estabelecer o ritmo e determinar o curso dos eventos em vez de apenas reagir contra eles • Liderança coordenada e comprometida • Concentração – as ações devem se concentrar naquilo que tornará a organização “superior” (aos olhos do mercado) em relação aos concorrentes O conceito de estratégia Critérios para estratégia eficiente • Flexibilidade – a estratégia deve “reservar” propositalmente recursos para manobra • Surpresa – a estratégia faz uso da velocidade, do segredo e da inteligência para “atacar” o oponente despreparado e exposto em momentos inesperados • Segurança – a estratégia garante bases de recursos vitais para a organização continuar no “jogo”, desenvolve sistemas de inteligência para evitar surpresas O conceito de estratégia • Constantes mudanças no meio ambiente • Necessidade de antecipar situações desejadas • Necessidade de adaptação organizacional Quanto maior a turbulência, mais essenciais são o radar (para “ver antes”) e a bússola ou “plano de vôo” (para “orientar o rumo”) Por que “estrategizar”? Onde estamos? “Presente” Aonde e quando pretendemos chegar? “Futuro” A melhor maneira de evoluir do “Presente” para o “Futuro” Por que “estrategizar”? Para que serve a estratégia? • Estratégia como trilha � direção a seguir no ambiente competitivo • Estratégia como âncora � referência, segurança e estabilidade • Estratégia para eliminar incertezas e solucionar conflitos • Estratégia como referencial para os processos cotidianos de tomada de decisão • Estratégia como foco de atuação e disciplina • A estratégia aproxima e compatibiliza • os objetivos de curto e longo prazo • as diferentes áreas funcionais • as atividades geradoras e consumidoras de recursos Para que serve a estratégia? • A estratégia contribui para a formação da identidade e da cultura organizacional • comunicação e socialização • conceitos, valores, ideais e visões de futuro • bases para uma linguagem organizacional • um código de discurso e conduta • Define as competências essenciais da empresa e do sistema de atividades • Gera tensões criativas, propulsoras diretas de mudanças • Orienta a aprendizagem organizacional Para que serve a estratégia? • A estratégia conduz a elaboração do futuro • Auxilia a lidar com a sobrecarga de informações - estratégia como filtro Estratégias deliberadas e emergentes (Minztberg) Estratégias Emergentes Estratégias Não realizadas Mintzberg - Escolas de estratégia - MINTZBERG, H.; AHLSTRAND, B.; LAMPEL, J. Safári de estratégia. Porto Alegre: Bookman, 2000. 1) Escola do Design 2) Escola do Planejamento 3) Escola do Posicionamento 4) Escola Empreendedora 5) Escola Cognitiva 6) Escola do Aprendizado 7) Escola do Poder 8) Escola Cultural 9) Escola Ambiental 10 ) Escola da Configuração As 10 Escolas da Estratégia Design: a formação de estratégias como um processo de concepção - A formação da estratégia é um processo deliberado de pensamento consciente. - A ação deve fluir da razão: estratégias eficazes derivam de um processo de pensamento humano rigidamente controlado. - A responsabilidade por esse controle e essa percepção deve ser do executivo principal: essa pessoa é o estrategista. - As estratégias devem ser únicas, explícitas e simples: as melhores resultam de um processo de design individual. - Somente depois de totalmente formulada é que a estratégia pode ser implementadas. Planejamento: a formação de estratégias como um processo formal - As estratégias devem resultar de um processo controlado e consciente de planejamento formal, estruturado em etapas distintas, apoiado em técnicas e coordenado por listas de verificação. - O executivo principal é responsável por todo o processo. - Atribui-se aos planejadores – muitas vezes dispostos em departamentos de planejamento estratégico - a responsabilidade por sua execução. - Estratégias implementadas por meio da atenção detalhada a objetivos, orçamentos, programas e planos operacionais. As 10 Escolas da Estratégia Posicionamento: a formação de estratégias como um processo analítico - Estratégia como uma posição genérica, especificamente comum e identificável no mercado competitivo. - Formulação como a seleção de posições com base em cálculos analíticos. - Os analistas desempenham um papel importante nesse processo, passando os resultados de seus cálculos aos gerentes que controlam as opções. - A estrutura do mercado dirige as estratégias de posicionamento deliberado (Estrutura-Conduta- Desempenho). - As estratégias saem deste processo totalmente desenvolvidas para serem articuladas e implementadas. As 10 Escolas da Estratégia Empreendedora: a formação de estratégias como um processo visionário - A estratégia existe na mente do líder como perspectiva, assim como um senso de direção de longo prazo e uma visão do futuro da organização. - O processo de formação da estratégia é semi- consciente, enraizado na experiênciae na intuição do empreendedor, quer ele conceba a estratégia ou adote modelos e os interiorize em seu próprio comportamento. - O líder promove a visão de forma decidida, até mesmo obsessiva, controlando a implementação para ser capaz de reformular aspectos específicos, caso necessário. - A estratégia empreendedora é, ao mesmo tempo, deliberada e emergente: deliberada em suas linhas amplas e seu senso de direção, emergente em seus detalhes para que estes possam ser adaptados durante o seu curso. As 10 Escolas da Estratégia Cognitiva: a formação de estratégias como um processo mental - Trata a estratégia do ponto de vista dos processos mentais envolvidos na sua elaboração e implementação. - A formação de estratégia é um processo cognitivo que tem lugar na mente do estrategista. - As estratégias emergem como perspectivas, na forma de conceitos, mapas, esquemas e molduras, que dão forma à maneira pela qual as pessoas lidam com informações vindas do ambiente. - Essas informações fluem através de todos os tipos de filtros deturpadores, antes de serem decodificadas pelos mapas cognitivos. As 10 Escolas da Estratégia Aprendizado: a formação de estratégias como um processo emergente - Considera a administração estratégica como um processo de aprendizado ao longo do tempo. - Embora o líder deva aprender é, em essência, o sistema coletivo que aprende. - Esta escola considera que há muitos estrategistas em potencial nas organizações - novas iniciativas estratégicas podem ser tomadas por qualquer um que tenha capacidade e recursos para aprender. - As estratégias podem surgir em todos os lugares e de maneira incomum. - As iniciativas bem sucedidas criam correntes de experiências que podem convergir para padrões tornando-se estratégias emergentes. Uma vez reconhecidas, estas podem transformar-se em formalmente deliberadas. - Assim, o papel da liderança passa a ser de não conceber previamente as estratégias, mas de gerenciar o processo de aprendizado estratégico, do qual novas estratégias podem derivar. As 10 Escolas da Estratégia Poder: a formação de estratégias como um processo de negociação - Chama a atenção para os interesses e as negociações por trás da elaboração das estratégias das empresas. - A formação de estratégia como um processo aberto de influência para negociar estratégias favoráveis a determinados interesses - o jogo político está em todas as organizações e influencia a estratégia adotada. - A formulação da estratégia é um processo que além de cognitivo e de aprendizagem, também é fruto de negociação e concessões. - A escola de poder defende a maior compreensão do papel de indivíduos organizados ou não na formulação ou reformulação de comportamentos. A estratégia oriunda deste processo não é a melhor ou possível, mas reflete os interesses dos grupos mais poderosos da organização. - As estratégias resultantes tendem a ser emergentes e assumem mais a forma de posições e meios de iludir do que de perspectivas. As 10 Escolas da Estratégia Cultural: a formação de estratégias como um processo coletivo - A formação de estratégias é um processo de interação social, baseado nas crenças e nas interpretações comuns aos membros de uma organização. - Os indivíduos adquirem essas crenças através de um processo de aculturação ou socialização que é, em grande parte, tácito e não verbal, embora seja, às vezes, reforçado por uma doutrina mais formal. - Como decorrência deste fato, a estratégia assume a forma de uma perspectiva enraizada em intenções coletivas (não necessariamente explicadas) e refletida nos padrões pelos quais os recursos ou capacidades da organização são protegidos e empregados em prol de sua vantagem competitiva. - A estratégia, portanto, é melhor definida como deliberada, ainda que não seja plenamente consciente. - A cultura é um agente de perpetuação da estratégia existente e dificilmente propõe soluções arrojadas. As 10 Escolas da Estratégia Ambiental: a formação de estratégias como um processo reativo - Enfatiza o papel determinante do ambiente nas estratégias das empresas – o ambiente externo assume o comando e dita as regras. - A formação da estratégia se dá por reações a um ambiente que estabelece regras – adaptar ou morrer. - A liderança torna-se, portanto, um elemento passivo cujo principal propósito é interpretar o ambiente para promover a adaptação organizacional. - As organizações tendem a se agrupar em nichos distintos do grupo ecológico, posições nas quais permanecem até que os recursos se tornem escassos ou as condições demasiadamente hostis, momento em que deixam de existir. As 10 Escolas da Estratégia Configuração: estratégias como um processo de transformação - Integra, de certa maneira, os pressupostos das demais escolas, pois apresenta a organização e os recursos e meios que a cercam, como estados de configuração e a geração das estratégias, como um processo de transformação. - Uma organização pode ser caracterizada como um tipo de configuração estável com características que dão a ela uma forma adequada a determinado contexto. Isto faz com que ela adote certos comportamentos que dão origem a um determinado conjunto de estratégias. - Sob esta visão, a chave para a administração estratégica seria sustentar a estabilidade ou, no mínimo, mudanças estratégicas adaptáveis a maior parte do tempo, mas reconhecendo periodicamente a necessidade de transformação e gerenciando estes processos de ruptura sem comprometer a organização. - O processo de geração de estratégias pode se dar por concepção conceitual ou planejamento formal, por análises sistemáticas ou visão estratégica, por aprendizado cooperativo ou politicagem competitiva, focalizando a cognição individual, a socialização coletiva ou a simples resposta às forças do ambiente. As 10 Escolas da Estratégia Competitividade Empresarial e Estratégias Organizacionais Competitividade pode ser definida como ... “... a capacidade da empresa formular e implementar estratégias concorrenciais, que lhe permitam ampliar ou conservar, de forma duradoura, uma posição sustentável no mercado.” Conceitos importantes • Capacitação • Estratégia • Concorrência Competitividade - uma definição Ampliando a definição de competitividade • O desempenho competitivo é determinado pelas capacitações acumuladas na empresa; • capacitação = estoque de recursos � tangíveis e intangíveis. • as capacitações não são homogêneas e estão em constante mutação; • novas capacitações são incorporadas de acordo com as escolhas feitas pela empresa e expressam as estratégias competitivas adotadas. Competitividade - uma definição Estratégia < > Capacitação • Via de mão dupla � estratégia permite/procura ampliar capacitação, mas . . � a capacitação acumulada restringe a escolha estratégica • Problema - hiato entre capacitações existentes e desejadas (ou exigidas, o que é ainda pior . . .) Competitividade - uma definição Não estamos sós . . . Análises de competitividade devem levar em conta simultaneamente - e com o devido peso - as empresas, o setor e as condições política-econômica-social. No entanto . . . “O desempenho alcançado, as estratégias praticadas e a capacitação acumulada não dependem exclusivamente das condutas adotadas pelas empresas.” (Ferraz et al, 1997) Competitividade - uma definição O padrão de concorrência é influenciado • pelas características do macroambiente onde as empresas estão inseridas (economia, política-regulação, infra-estrutura, sistema financeiro) - competitividade sistêmica; • pelas características estruturais e comportamentais do ambiente competitivo das empresas (setor/mercado de atuação) - competitividade estrutural; • pela busca constante das empresas individuais em adotar estratégias para vencer a concorrência - competitividade empresarial Competitividade - uma definição Sendo assim, temos que . . . • avaliar competitividade requer aprofundar o estudo das vantagens competitivas; • as vantagens competitivassão construídas a partir de diversas fontes (logística, imagem - marca, diferenciação, preço, qualidade, atendimento); • as vantagens competitivas têm importância variável e diferentes graus de oportunidade; • cada empresa é parte integrante de um sistema político- econômico-social que favorece ou restringe a realização do seu potencial competitivo. Competitividade - uma definição Competitividade - fatores determinantes Produção Inovação Infra-estrutura Leis e regulamentos Fonte: Made in Brazil, 1997 • Fatores sistêmicos � sobre os quais a empresa detém escassa ou nenhuma possibilidade de intervir (?) � referentes às externalidades • Fatores estruturais � sobre os quais a capacidade de intervenção da empresa é limitada � referentes ao setor/ramo/indústria • Fatores empresariais � sobre os quais a empresa detém poder de decisão � internos à empresa Competitividade - fatores determinantes Concorrentes na Indústria Novos Entrantes Fornecedores Compradores Produtos Substitutos Ameaça de novos entrantes Ameaça de produtos substitutos Poder de negociação dos fornecedores Poder de negociação dos compradores A análise estrutural de indústrias – As 05 forças do Porter 1)_ Ameaça de novos entrantes • nova empresa = nova capacidade, desejo de ganhar mercado e recursos extras; • os preços podem cair, os custos podem ser inflacionados, a participação no mercado diminui = menor rentabilidade; • a ameaça de entrada depende das barreiras de entrada e da expectativa dos entrantes em relação à reação dos concorrentes; A análise estrutural de indústrias 2)_ Rivalidade entre os concorrentes existentes • forma corriqueira de disputa por posição = concorrência de preços, batalhas de publicidade, introdução de novos produtos, aumento dos serviços prestados, maiores garantias ao cliente; • movimentos e contra-movimentos das empresas - ação e reação em busca de oportunidades; • a rivalidade intensa está relacionada com a presença de vários fatores . . . A análise estrutural de indústrias 3)_ Produtos substitutos • os substitutos reduzem os retornos colocando um teto nos preços; • produtos substitutos - produtos que podem desempenhar a mesma função; • Alguns exemplos • Construção civil - aço ou concreto • Segurança - guardas ou sistemas eletrônicos • Energia - elétrica ou gás natural • Presente - flores ou chocolate A análise estrutural de indústrias 4)_ Poder de negociação dos compradores • os compradores competem com as empresas . . . � Forçando os preços para baixo � Barganhando por melhor qualidade e/ou mais serviços � Jogando os concorrentes uns contra os outros • O poder dos compradores depende de características quanto à sua situação no mercado e da importância relativa de suas compras. A análise estrutural de indústrias 5)_ Poder de negociação dos fornecedores • os fornecedores competem com as empresas . . . � Forçando os preços para cima � Barganhando por menor qualidade e/ou menos serviços • os fornecedores podem corroer os lucros de empresas incapazes de repassar os custos em seus próprios preços. A análise estrutural de indústrias Como posicionar a empresa de modo que suas capacidades proporcionem a melhor “defesa” contra o conjunto existente de forças competitivas? Como influenciar o equilíbrio de forças através de movimentos estratégicos e melhorar a posição relativa da empresa? Como antecipar as mudanças nos fatores básicos das forças e responder a elas, ou seja, escolher a estratégia apropriada ao novo equilíbrio competitivo antes dos rivais? A análise estrutural de indústrias
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