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09/09/2022 1 Microbiologia Clínica – Cocos Gram- positivos PROF. DR. ANDREI SIQUEIRA CGP Há dois gêneros de cocos gram-positivos de importância médica: Staphylococcus e Streptococcus. Dois dos mais importantes patógenos de humanos, Staphylococcus aureus e Streptococcus pyogenes. Microscopicamente, os estafilococos apresentam-se como agrupamentos semelhantes a cachos de uvas, enquanto os estreptococos formam cadeias. Bioquimicamente, os estafilococos produzem catalase, ao contrário dos estreptococos. 09/09/2022 2 Staphylococcus Staphylococcus Staphylococcus aureus causa abscessos, várias infecções piogênicas (p. ex., endocardite, artrite séptica e osteomielite), intoxicação alimentar, síndrome da pele escaldada e síndrome do choque tóxico. O organismo é uma das causas mais comuns de pneumonia hospitalar, septicemia, e infecções de feridas cirúrgicas. É uma importante causa de infecções cutâneas, como foliculite, celulite e impetigo. Staphylococcus epidermidis pode causar endocardite e infecções em articulações prostéticas. Staphylococcus saprophyticus causa infecções do trato urinário. A síndrome de Kawasaki é uma doença de etiologia desconhecida, que pode ser causada por determinadas linhagens de S. aureus. 09/09/2022 3 Staphylococcus Staphylococcus 09/09/2022 4 Staphylococcus Staphylococcus aureus Mais de 90% das linhagens de S. aureus contêm plasmídeos que codificam β-lactamase, a enzima que degrada diversas penicilinas, mas não todas. Algumas linhagens de S. aureus são resistentes às penicilinas resistentes à β-lactamase, como meticilina e nafcilina, devido a alterações na proteína de ligação à penicilina de sua membrana celular. Essas linhagens são comumente conhecidas como S. aureus resistentes à meticilina (MRSA, do inglês, methicillin- resistant S. aureus) ou S. aureus resistentes à nafcilina (NRSA, do inglês, nafcillin-resistant S. aureus). 09/09/2022 5 Staphylococcus aureus Staphylococcus 09/09/2022 6 Staphylococcus aureus A proteína A é a principal proteína da parede celular. Ela corresponde a um importante fator de virulência, uma vez que se liga à porção Fc da IgG no sítio de ligação do complemento, impedindo, assim, a ativação do complemento. Como consequência, não há produção de C3b, e a opsonização e a fagocitose dos organismos são significativamente reduzidas. A proteína A é utilizada em determinados testes no laboratório clínico porque se liga à IgG e forma um “coaglutinado” com complexos antígeno-anticorpo. Os estafilococos coagulase-negativos não produzem a proteína A. Staphylococcus aureus 09/09/2022 7 Patogênese Fatores de Virulência 1. A enterotoxina causa intoxicação alimentar, caracterizada por vômito proeminente e diarreia aquosa não sanguinolenta; 2. A toxina da síndrome do choque tóxico (TSST causa choque tóxico, especialmente em mulheres menstruadas fazendo uso de absorvente higiênico interno, ou em indivíduos apresentando infecções de ferimentos; 3. A esfoliatina causa a síndrome da “pele escaldada” em crianças. 4. Várias toxinas podem matar leucócitos (leucocidinas) e causam necrose de tecidos in vivo. Dentre elas, uma das mais importantes é a toxina alfa, que provoca intensa necrose de pele e hemólise; 5. As enzimas incluem coagulase, fibrinolisina, hialuronidase, proteases, nucleases e lipases. 09/09/2022 8 Staphylococcus epidermidis e Staphylococcus saprophyticus Contrariamente a S. aureus, estes dois estafilococos coagulase-negativos não produzem exotoxinas. Assim, não causam intoxicação alimentar ou síndrome do choque tóxico, mas causam infecções piogênicas. Por exemplo, S. epidermidis é uma importante causa de infecções piogênicas em implantes prostéticos, como válvulas cardíacas e articulações de quadril. Quadros Clínicos 09/09/2022 9 Quadros Clínicos Quadros Clínicos 09/09/2022 10 Quadros Clínicos Quadros Clínicos 09/09/2022 11 Quadros Clínicos Quadros Clínicos A síndrome de Kawasaki (SK) é uma doença de etiologia desconhecida, discutida aqui por várias de suas características assemelharem- se à síndrome do choque tóxico causada pelos superantígenos de S. aureus (e S. pyogenes). A SK é uma vasculite envolvendo artérias pequenas e médias, especialmente as artérias coronárias. 09/09/2022 12 Tratamento Nos Estados Unidos, 90% ou mais das linhagens de S. aureus são resistentes à penicilina G. A maioria dessas linhagens produz β-lactamase. Esses organismos podem ser tratados com penicilinas resistentes à β-lactamase, por exemplo, nafcilina ou cloxacilina, algumas cefalosporinas e vancomicina. O tratamento com a combinação de penicilina sensível à β- lactamase, por exemplo, amoxicilina, e inibidor de β-lactamase, por exemplo, ácido clavulânico, é também útil. Streptococcus 09/09/2022 13 Streptococcus Os estreptococos causam uma ampla variedade de infecções. S. pyogenes (um estreptococo do grupo A) é a principal causa bacteriana de faringite e celulite. É uma importante causa de impetigo, fasciite necrosante, e síndrome do choque tóxico estreptocóccico. Também é o fator incitador de duas importantes doenças imunológicas, a febre reumática e a glomerulonefrite aguda. Streptococcus agalactiae (estreptococo do grupo B) é a principal causa de sépsis e meningite neonatais. Streptococcus 09/09/2022 14 Streptococcus Streptococcus Os estreptococos beta-hemolíticos são organizados em grupos de A-U (conhecidos como grupos de Lancefield) com base nas diferenças antigênicas do carboidrato C. No laboratório clínico, o grupo é determinado por meio de testes de precipitina com antissoros específicos ou por imunofluorescência. 09/09/2022 15 Streptococcus Os estreptococos do grupo A (S. pyogenes) estão entre os mais importantes patógenos de humanos. Eles são a causa bacteriana mais frequente de faringite e uma causa muito comum de infecções de pele. Aderem ao epitélio da faringe por meio de pili revestidos por ácido lipoteicoico e proteína M. Streptococcus Os estreptococos do grupo B (S. agalactiae) colonizam o trato genital de algumas mulheres e podem causar meningite e sépsis neonatais. São usualmente resistentes à bacitracina e hidrolisam (clivam) hipurato, um importante critério diagnóstico. 09/09/2022 16 Streptococcus Os pneumococos causam pneumonia, bacteriemia, meningite e infecções do trato respiratório superior, como otite média e sinusite. Os pneumococos são a causa mais comum de pneumonia adquirida na comunidade, meningite, sépsis em indivíduos esplenectomizados, otite média e sinusite. Os pneumococos são cocos gram-positivos em forma de lança, arranjados em pares (diplococos) ou cadeias curtas. Os pneumococos possuem cápsulas polissacarídicas, havendo mais de 85 tipos antigenicamente distintos. Diante do antissoro tipo-específico, as cápsulas sofrem intumescimento (reação de Quellung), processo que pode ser utilizado para identificar o tipo. Streptococcus 09/09/2022 17 Enterococcus Os estreptococos do grupo D incluem os enterococos (p. ex., Enterococcus faecalis e Enterococcus faecium) e os não enterococos (p. ex., S. bovis). Os enterococos são membros da microbiota normal do cólon, caracterizando-se por sua capacidade de causar infecções urinárias, biliares e cardiovasculares. Streptococcus 09/09/2022 18 Streptococcus Os estreptococos do grupo A (S. pyogenes) causam doença por três mecanismos: (1) inflamação piogênica, induzida localmente no sítio dos organismos no tecido, (2) produção de exotoxina, que pode causar sintomas sistêmicos disseminados em regiões corporais onde não há organismos e (3) imunológico, que ocorre quando o anticorpo contra um componente do organismo reage de forma cruzada com o tecido normal ou forma complexos imunes que danificam o tecido normal. Streptococcus 09/09/2022 19 Streptococcus S. pyogenes causa três tipos de doenças: (1) doenças piogênicas, como faringite e celulite; (2) doenças toxigênicas, como escarlatina e síndrome do choque tóxico;e (3) doenças imunológicas, como febre reumática e glomerulonefrite aguda. A febre reumática deve-se a uma reação imunológica entre anticorpos contra certas proteínas M estreptocócicas que reagem de forma cruzada com antígenos dos tecidos articulares, cardíacos e cerebrais. Streptococcus 09/09/2022 20 Streptococcus A proteína M é o fator de virulência mais importante e determina o tipo dos estreptococos beta-hemolíticos do grupo A. Ela se projeta a partir da superfície externa da célula e interfere com a ingestão por fagócitos, ou seja, é antifagocitária. Anticorpos contra a proteína M conferem imunidade tipo- específica. Existem aproximadamente 80 sorotipos com base na proteína M, o que explica a possibilidade de ocorrência de múltiplas infecções por S. pyogenes. Streptococcus 09/09/2022 21 Streptococcus 1. A toxina eritrogênica causa a erupção da escarlatina. Seu mecanismo de ação é similar àquele da toxina da síndrome do choque tóxico (TSST) de S. aureus; isto é, atua como superantígeno; 2. A estreptolisina O é uma hemolisina inativada por oxidação; 3. A estreptolisina S é uma hemolisina que não é inativada pelo oxigênio; 4. A exotoxina A piogênica é a toxina responsável pela maioria dos casos da síndrome de choque tóxico por estreptococos; 5. A exotoxina B é uma protease que destrói rapidamente os tecidos, sendo produzida em grandes quantidades por linhagens de S. pyogenes. Tratamento Todos os estreptococos do grupo A são suscetíveis à penicilina G, mas os pacientes acometidos por febre reumática ou GNA não são beneficiados pelo tratamento com penicilina após a manifestação. Em infecções brandas por estreptococos do grupo A, a penicilina V oral pode ser utilizada. O fármaco de escolha para infecções por estreptococos do grupo B correspondem à penicilina G ou à ampicilina. Algumas linhagens podem requerer doses mais elevadas de penicilina G, ou uma combinação de penicilina G e um aminoglicosídeo, para erradicar o organismo. 09/09/2022 22 Resumo Resumo 09/09/2022 23 Resumo Resumo 09/09/2022 24 Resumo OBRIGADO! PROF. DR ANDREI SIQUEIRA
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