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COCOS PIOGÊNICOS Disciplina: Microbiologia Clínica Aluno: Jonas Lira do Nascimento Streptococcus CARACTERÍSTICAS GERAIS ● São cocos gram positivos em cadeia; ● Podem aparecer como diplococos; ● Facultativos; ● Imóveis; ● Com ou sem cápsula; ● Não esporulados; ● Exigentes nutricionalmente. Só crescem na presença de sangue, como colônias puntiformes; ● Um dos critérios mais importantes para sua identificação é o tipo de hemólise. α-hemolíticos ● Formam zona de hemólise verde ao redor das colônias como resultado de uma lise incompleta das hemácias no ágar. β-hemolíticos ● Formam zona clara ao redor das colônias, mostrando a ocorrência de lise completa das hemácias. Podem ser principalmente dos grupos A, B e D. ● São mais patogênicos. γ-hemolíticos ● Não formam zona de hemólise entre as colônias. ESTRUTURA CELULAR DOS BETA-HEMOLÍTICOS ● Peptideoglicana; ● Carboidrato de grupo: determina o grupo dos Streptococcus β-hemolíticos ● Os grupos vão de A – U, de acordo com as diferenças antigênicas do carboidrato. Proteína M ● Determina o tipo de Streptococcus β-hemolítico do grupo A; ● Existem aproximadamente 80 sorotipos baseados na proteína M. 1 Cápsula ● Muitas cepas possuem cápsula de ácido hialurônico antifagocítica. CLASSIFICAÇÃO (LANCEFIELD) Streptococcus beta-hemolíticos: causam hemólise total. ● Os Estreptococos estão divididos em mais de 20 grupos diferentes (de A-H e de K-T), que podem conter apenas uma espécie ou várias. Os principais grupos de Estreptococos beta hemolíticos são: ● Streptococcus β-hemolíticos de grupo A; ● Streptococcus β-hemolíticos de grupo B; ● Streptococcus β-hemolíticos de grupo D. 1. Streptococcus β-hemolíticos de grupo A ● Principal representante: Streptococcus pyogenes; ● Causam faringite associada à amigdalite, sinusite, otite (principal foco). ● Se a infecção não for tratada (penicilina G), a recuperação espontânea ocorre em 10 dias. Entretanto, a amigdalite pode se agravar, ocasionando otite, sinusite, meningite ou desencadear doenças pós estreptocócicas semanas depois. ● Outras infecções locais causadas por Streptococcus pyogenes: o Piodermite; o Endocardite; o Impetigo (crostoso) – O mais comum é ter início por Estreptococo seguido por glomerulonefrite. o Erisipela; o Escarlatina; o Infecção Puerperal – Essa infecção ocorre quando as bactérias infectam o útero e as áreas circundantes após o parto de uma mulher. Também é conhecida como infecção pós-parto. o Meningite; o Septicemia. 2. Streptococcus β-hemolíticos de grupo B ● Principal representante: Streptococcus agalactiae; ● São saprófitas do trato genital feminino; ● Causam septicemia e meningite em neonatos. 3. Streptococcus β-hemolíticos de grupo D ● Fazem parte da microbiota intestinal; 2 ● São cocos gram positivos; ● Podem apresentar hemólise alfa, às vezes; Classificam-se em: a) Enterococcus (Streptococcus faecalis e faecium): ❏ Podem causar infecções do trato urinário, especialmente em pacientes hospitalizados; ❏ Introdução de cateteres nas vias urinárias e instrumentos do trato urinário são importantes fatores de predisposição. ❏ Os Enterococcus podem também causar endocardites, principalmente em pacientes que se submetam à cirurgias gastrintestinais ou das vias urinárias ou instrumentação. b) Não enterococcus (Streptococcus bovis e equinus): ❏ Raramente causam infecções em humanos * Streptococcus α-hemolíticos ● Geralmente todos são da microbiota do trato respiratório superior; ● Os principais representantes do grupo são: a) Streptococcus viridans (S. mutans, sanguis, salivaris, mitis): ❏ Os S. mutans são causadores das cáries dentárias; ❏ S. mutans podem causar endocardite. Eles entram na corrente sanguínea tipicamente após uma cirurgia dental; ❏ Também podem causar abscessos cerebrais frequentemente em combinação com anaeróbios da boca. b) Streptococcus pneumoniae (pneumococos): ❏ Os pneumococos podem causar pneumonia, bacteremia, meningite e infecções do trato respiratório superior como otites e sinusites; ❏ Os pneumococos são a causa mais comum de pneumonias comunitárias, meningites e sepse em indivíduos esplenectomizados, otites médias e sinusites. VIRULÊNCIA Os estreptococos beta hemolíticos do grupo A causam doença por 3 mecanismos principais: 1. Inflamação piogênica Produzem 2 importantes enzimas relacionadas com inflamação: 3 Hialuronidase: ● Degrada o ácido hialurônico que é uma substância matriz do tecido conjuntivo; ● Facilita a disseminação rápida de S. pyogenes nas infecções de pele (celulite). Estreptoquinase (fibrinolisina): ● Ativa o plasminogênio para a formação de plasmina que dissolve a fibrina de coágulos, trombos e êmbolos; ● Pode ser usada para lisar trombos em artérias coronárias de pacientes com ataques do coração. Pode atuar como medicamentos trombolíticos. 2. Produção de exotoxina Estreptolisina O ● É uma hemolisina. Induz a formação de anticorpo no paciente (é antigênica); ● O anticorpo é denominado ASLO ou ASO (anti-estreptolisina O). O título desse anticorpo no soro pode ser importante no diagnóstico de febre reumática. Exotoxina A pirogênica ● É responsável pela síndrome do choque tóxico estreptocócica. Exotoxina B ● É uma protease que destrói rapidamente tecidos e é produzida em grandes quantidades pelas cepas S. pyogenes que causam fasciíte necrosante. ● A fasciíte necrosante é uma infecção inflamatória bacteriana grave, rapidamente progressiva que afeta as fáscias musculares e que resulta na necrose secundária dos tecidos subcutâneos. A bactéria é conhecida como “bactéria comedora de carne”. Toxina eritrogênica ● Causa erupções e febre escarlate (escarlatina); ● Ocorre após infecção de orofaringe; ● A toxina eritrogênica é produzida por determinadas cepas de S. pyogenes lisogenizadas por um bacteriófago que carrega o gene que codifica a toxina; ● A injeção de uma dose de teste cutâneo de toxina eritrogênica (teste de Dick) promove um resultado positivo em pessoas que não produziram a antitoxina (aparecimento de edema e eritema após 8-24h). ○ Se der positivo: não possui toxina; 3. Mecanismo Imunológico É caracterizado pelas doenças pós-estreptocócicas (não supurativas) 4 ● Ocorrem após um período de latência de 2-4 semanas após uma infecção aguda por Estreptococos; ● São decorrentes de uma resposta imunológica às proteínas M estreptocócicas que dão uma reação cruzada com os tecidos humanos. DOENÇAS PÓS-ESTREPTOCÓCICAS 1. Febre reumática ● Precedida por infecção respiratória, normalmente amigdalite ou faringite; ● Resultante de reações cruzadas entre antígenos estreptocócicos, e os das articulações e tecidos cardíacos ● Artrite reumatóide ❏ Caracterizada por febre, poliartrite migratória e cardite; ❏ A cardite danifica os tecidos do miocárdio e endocárdio, especialmente as válvulas mitral e aórtica. 2. Glomérulo nefrite ● É uma inflamação do glomérulo renal que é a unidade funcional do rim responsável pela filtração do sangue e formação da urina; ● As principais manifestações clínicas são: hipertensão, edema da face e dos calcanhares e urina “esfumaçada” (devido à presença de hemácias). Os títulos de ASLO (anti-estreptolisina O) são elevados em ambas as patologias (acima de 400mg/mL). 5
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