Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PROFESSORA Dra. Alessandra de Castro Barros Marassi Mercado da Comunicação ACESSE AQUI O SEU LIVRO NA VERSÃO DIGITAL! EXPEDIENTE Coordenador(a) de Conteúdo Fernanda Gabriela de Andrade Coutinho Projeto Gráfico e Capa André Morais, Arthur Cantareli e Matheus Silva Editoração Flávia Thaís Pedroso Design Educacional Lucio Carlos Ferrarese Curadoria Fernanda Feitoza de Brito Revisão Textual Érica Fernanda Ortega Ilustração Welington Oliveira Fotos Shutterstock DIREÇÃO UNICESUMAR NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Cursos Híbridos Fabricio Ricardo Lazilha Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria de Design Educacional Paula R. dos Santos Ferreira Head de Graduação Marcia de Souza Head de Metodologias Ativas Thuinie M.Vilela Daros Head de Recursos Digitais e Multimídia Fernanda S. de Oliveira Mello Gerência de Planejamento Jislaine C. da Silva Gerência de Design Educacional Guilherme G. Leal Clauman Gerência de Tecnologia Educacional Marcio A. Wecker Gerência de Produção Digital e Recursos Educacionais Digitais Diogo R. Garcia Supervisora de Produção Digital Daniele Correia Supervisora de Design Educacional e Curadoria Indiara Beltrame Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Impresso por: Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679 C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância. MARASSI, Alessandra de Castro Barros. Mercado da Comunicação. Alessandra de Castro Barros Marassi. Maringá - PR: Unicesumar, 2022. 160 p. ISBN 978-65-5615-907-2 “Graduação - EaD”. 1. Comunicação 2. Mercado 3. Jornalismo. 4. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 302.2 FICHA CATALOGRÁFICA Reitor Wilson de Matos Silva A UniCesumar celebra os seus 30 anos de história avançando a cada dia. Agora, enquanto Universidade, ampliamos a nossa autonomia e trabalhamos diaria- mente para que nossa educação à distância continue como uma das melhores do Brasil. Atuamos sobre quatro pilares que consolidam a visão abrangente do que é o conhecimento para nós: o intelectual, o profissional, o emocional e o espiritual. A nossa missão é a de “Promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, for- mando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária”. Neste sentido, a UniCesumar tem um gênio impor- tante para o cumprimento integral desta missão: o coletivo. São os nossos professores e equipe que produzem a cada dia uma inovação, uma transforma- ção na forma de pensar e de aprender. É assim que fazemos juntos um novo conhecimento diariamente. São mais de 800 títulos de livros didáticos como este produzidos anualmente, com a distribuição de mais de 2 milhões de exemplares gratuitamente para nos- sos acadêmicos. Estamos presentes em mais de 700 polos EAD e cinco campi: Maringá, Curitiba, Londrina, Ponta Grossa e Corumbá, o que nos posiciona entre os 10 maiores grupos educacionais do país. Aprendemos e escrevemos juntos esta belíssima história da jornada do conhecimento. Mário Quin- tana diz que “Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas”. Seja bem-vindo à oportu- nidade de fazer a sua mudança! Tudo isso para honrarmos a nossa missão, que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Alessandra de Castro Barros Marassi Nasci em São Paulo, e desde muito jovem já me identifi- cava com a comunicação. Isso sempre foi muito presen- te, e por isso não tive dúvidas em ingressar no curso de Comunicação Social. Na época da faculdade, tive um pro- fessor que nos incentivava a observar o comportamen- to de consumo das pessoas em diversos lugares, como supermercados e shoppings. Eu simplesmente adorei a experiência imersiva, pois pude compreender os motivos que influenciam na decisão de compra. Isso ficou marca- do em mim, e dali para frente meus estudos e pesquisas estiveram voltados às práticas de consumo. Ainda jovem, surgiu para mim a oportunidade de traba- lhar como assistente numa agência, que tinha como foco principal desenvolver ações de comunicação para grandes marcas, especialmente no ambiente digital. Foi, então, quando me apaixonei pelo Marketing Digital e, principal- mente, pelo planejamento da comunicação neste ambiente. E durante muitos anos continuei me especializando nes- ta área, mas meu maior desafio foi na agência Wunderman, quando entrei para trabalhar como Gerente de Atendimento América Latina para a marca NOKIA. Com isso tive a oportu- nidade de vivenciar uma experiência internacional, cuidando das campanhas digitais da marca que ocorriam na Colôm- bia, Venezuela, Uruguai, Argentina e Chile, além do Brasil. Essa experiência despertou em mim mais um hobby: via- jar e conhecer outras culturas mundo afora. Meus pais sem- pre me diziam para viajar sempre que possível, pois é uma experiência única de aprendizado e de vida. Grande abraço! Curriculo lates: http://lattes.cnpq.br/7770437150083828 https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/14552 Seja bem-vindo(a) à disciplina Mercado na comunicação! Você saberia dizer em poucas palavras como funciona o mercado da comunicação? Essa disciplina traz um apanhado geral sobre o tema, apresentando as caracte- rísticas e tendências dessa área a fim de contribuir para a sua formação profissional. Com isso, é importante que você construa o conhecimento tanto sobre as dinâmicas atuais do mercado da comunicação quanto entender de que forma você pode atuar e aplicar esses conhecimentos na sua vida profissional, mantendo-se atualizado sobre as constantes transformações. Compreendendo um pouco sobre essa disciplina e sua importância, eu lhe convido a fazer um breve exercício mental a partir da reflexão: de que forma a vida em socie- dade é influenciada pela dinâmica do mercado da comunicação? Em quais áreas da nossa vida somos diretamente impactados pela produção, disseminação e consumo promovidos pela área? A partir dos questionamentos colocados, você deve ter pensado nos avanços tecno- lógicos do mercado da comunicação, que hoje envolve uma multiplicidade de possibili- dades de interações – por meio das redes sociais; formatos das produções publicitárias cada vez mais criativas e que permitem um diálogo mais interativo, que influenciam em nosso dia a dia (principalmente nos modos de consumo); ou mesmo como o jornalismo foi transformado pela internet e, claro, pelas mídias digitais. A disciplina Mercado da Comunicação está dividida em cinco unidades que apre- sentamos a você a seguir. A Unidade 1 tem como foco a comunicação e a indústria cultural. Veja que logo no início da disciplina você terá contato com conteúdos voltados à cultura de massa desde a Escola de Frankfurt até a atualidade. Para compreender o mercado da comunicação, é necessário abordar a evolução dos meios de comunicação de massa e sua relação com a produção de bens culturais e como estão presentes hoje no nosso dia a dia. Você saberia dizer que bens culturais são esses? E quais deles você consome? É possível que você tenha se lembrado dos filmes da Marvel ou nos personagens de trilogias famosas, não é mesmo? Até aqui ok, mas quais são os impactos disso na comunicação e na cultura? MERCADO DA COMUNICAÇÃO Na Unidade 2, intitulada Mercado daComunicação, são apresentadas como fun- cionam as agências de comunicação incluindo exemplos de organograma e principais profissionais e áreas internas. São apresentadas as seguintes agências: de publicidade e propaganda, assessoria de imprensa, agências de mídias sociais e agências de notí- cias com foco no jornalismo. Aborda, ainda, as transformações profissionais, ou seja, quais são as habilidades que os profissionais dessas áreas devem apresentar para serem absorvidos pelas empresas de comunicação. Ficou curioso? Então aproveite essa unidade em seus estudos! Já na Unidade 3 são apresentadas as especificidades dos novos veículos de mídia, passando pelas características da mídia exterior ou OOH (Out Of Home), pela TV aberta e TV paga, pela Internet, Rádio, Mídia Impressa e Cinema. Mas atenção! O objetivo da unidade é também apresentar a evolução dos veículos de mídia que estão cada vez mais equipados com tecnologias inteligentes para a segmentação de públicos e a en- trega de anúncios de maneira mais efetiva. Um desses sistemas inteligentes é a mídia programática e a inteligência artificial. Em seguida, temos a Unidade 4, que tem como foco a Comunicação Digital em que são abordadas todas as características específicas dessa categoria. Nesta unidade, você terá uma ampla visão do que envolve a comunicação em ambientes digitais passando pelos conceitos da comunicação digital e seus principais pilares. São abordadas ainda: as diversas formas de relacionamentos com os públicos; as estratégias de comunicação digital nas plataformas de comunicação; e, por fim, a relação dos algoritmos e seu papel nas estratégias comunicacionais digitais. E por fim, a Unidade 5 tem como objetivo abordar a globalização da comunicação e todos os impactos que a globalização gerou para a área. A unidade apresenta o con- texto histórico da globalização e faz uma relação desse fenômeno com as empresas que querem expandir suas atividades para outros mercados. Nesse sentido, precisam mudar suas campanhas publicitárias a fim de se tornarem ainda mais globais. Ao final da disciplina, você terá os conhecimentos necessários para aprimorar a for- mação acadêmica e profissional. Por isso, é importante que você participe ativamente da disciplina, realizando todas as atividades e exercícios propostos, a fim de trazer a segurança de que você desenvolveu competências e habilidades para trabalhar com qualidade na área que desejar. Bons estudos! IMERSÃO RECURSOS DE Ao longo do livro, você será convida- do(a) a refletir, questionar e trans- formar. Aproveite este momento. PENSANDO JUNTOS NOVAS DESCOBERTAS Enquanto estuda, você pode aces- sar conteúdos online que amplia- ram a discussão sobre os assuntos de maneira interativa usando a tec- nologia a seu favor. Sempre que encontrar esse ícone, esteja conectado à internet e inicie o aplicativo Unicesumar Experien- ce. Aproxime seu dispositivo móvel da página indicada e veja os recur- sos em Realidade Aumentada. Ex- plore as ferramentas do App para saber das possibilidades de intera- ção de cada objeto. REALIDADE AUMENTADA Uma dose extra de conhecimento é sempre bem-vinda. Posicionando seu leitor de QRCode sobre o códi- go, você terá acesso aos vídeos que complementam o assunto discutido. PÍLULA DE APRENDIZAGEM OLHAR CONCEITUAL Neste elemento, você encontrará di- versas informações que serão apre- sentadas na forma de infográficos, esquemas e fluxogramas os quais te ajudarão no entendimento do con- teúdo de forma rápida e clara Professores especialistas e convi- dados, ampliando as discussões sobre os temas. RODA DE CONVERSA EXPLORANDO IDEIAS Com este elemento, você terá a oportunidade de explorar termos e palavras-chave do assunto discu- tido, de forma mais objetiva. Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos on-line. O download do aplicativo está disponível nas plataformas: Google Play App Store https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3881 APRENDIZAGEM CAMINHOS DE 1 2 3 4 5 A COMUNICAÇÃO E A INDÚSTRIA CULTURAL 11 O MERCADO DA COMUNICAÇÃO 41 69 ESPECIFICIDADES DOS NOVOS VEÍCULOS E MÍDIA 99 COMUNICAÇÃO DIGITAL 125 O LOCAL E O GLOBAL: TENDÊNCIAS EM COMUNICAÇÃO 1A Comunicação e a Indústria Cultural Dra. Alessandra de Castro Barros Marassi Na Unidade 1, você terá a oportunidade de conhecer o conceito da indústria cultural. Irá refletir sobre os processos de produção e dis- tribuição de itens da cultura e quais foram as transformações que os meios de comunicação sofreram com o passar dos anos até os dias atuais, principalmente quando falamos da cultura de massa que integra o sistema capitalista inserido em nossa sociedade. Vamos re- fletir sobre o que são os bens culturais, quais produtos compõem a indústria cultural e, principalmente, quais são os objetivos merca- dológicos presentes neste cenário. Para abordar todos esses temas, apresentaremos a você os principais pensadores da Indústria Cultural pautados na Escola de Frankfurt. Vamos aquecer os motores e colocar a mão na massa? UNIDADE 1 12 Você notou quantas séries, filmes e outros produtos audiovisuais são disponibi- lizados ao público e o quanto isso tem aumentado nos últimos anos? Frequente- mente novas séries são lançadas em plataformas de streaming, bem como grandes produtores do cinema como Marvel, Disney ou Warner lançam novos filmes todos os anos. Isso apenas para citar alguns exemplos, sem considerar outras categorias de entretenimento como as novelas e as edições anuais dos programas de confinamento de personalidades e celebridades para observação do convívio veiculados nos canais da TV aberta. Enquanto consumidores, aguardamos os novos lançamentos, pesquisamos quais são as novidades previstas e acompanhamos as datas de estreia comunica- das nos meios de comunicação. Mais do que isso, por vezes, consumimos vários outros itens relacionados aos lançamentos. As mídias, os veículos, as inovações tecnológicas da comunicação e, claro, a sociedade desempenham um papel fundamental no mercado da comunicação. Analise o seu dia a dia e observe como você é impactado por inúmeros anúncios e informações com objetivo de consumo. Para entender todo esse mecanismo, vamos abordar vários temas fundamen- tais: como os conceitos da indústria cultural e da cultura de massa, as práticas de consumo, o papel dos veículos de comunicação e das mídias, o relacionamento com os públicos, estratégias de comunicação no ambiente digital e as tendências globais da área da comunicação. Veja que tudo isso está diretamente conectado com os aspectos da cultura. Então, você pode estar se perguntando: mas o que isso tem a ver com a cultura? São várias as definições de cultura, mas podemos nos ater à definição de um conjunto de comportamentos, hábitos, comidas ou crenças de uma civilização. As criações artísticas também fazem parte da cultura. E pensando nas produ- ções artísticas e culturais, você já parou para pensar em como tais produções geram lucro para as empresas a partir da geração de hábitos de consumo na sociedade capitalista? Podemos resgatar na memória quantos produtos foram criados em torno da trilogia Harry Potter ou mesmo do Star Wars e Avatar, não é mesmo? A geração de receita vai desde a venda de ingressos nas bilheterias do cinema até roupas, brinquedos, atrações em parques de diversões, e a lista é enorme. Parece muita coisa, não? Não se preocupe, tenho certeza que esse livro irá te ajudar a compreender o mercado da comunicação de modo que possa utilizar os conhecimentos na sua atuação profissional. 13 Com base nestas provocações, eu lhe convido à ação! Ao finalizar seus estudos nesta unidade, você será capaz de compreender como a Indústria Cultural trans- formou nossa relação com a arte e com a produção cultural nos impulsionando ao consumo. Vamos iniciar nossa reflexão a partir do próprio termo “indústria” queestá re- lacionado à massificação ou produção de produtos culturais em larga escala. Para isso voltemos um pouco no tempo. No período da Segunda Revolução Industrial (1850-1945), o setor das telecomunicações sofreu enormes avanços e com eles surgiram novos meios de comunicação, por exemplo, o rádio e a imprensa, que se consolidaram como dois dos primeiros meios de comunicação de massa. O conceito da Indústria Cultural está ligado à concepção da indústria que tem a cultura como seu principal produto de consumo, com alta capacidade de geração de lucro, e assim, movimentar a economia de diversos setores como a música, o cinema, o teatro, a literatura e o entretenimento. O termo “indústria cultural” foi criado e apresentado em 1947 pelos filósofos Theodor Adorno e Max Horkheimer, considerados os dois grandes pensadores da Escola de Frankfurt; e lançado no livro Dialética do esclarecimento (1947), em que apresentam a ideia da produção de cultura em larga escala, ou seja, de forma industrial com foco no consumo e na geração de lucro. Descrição da Imagem: a imagem apresenta parte do corpo de uma pessoa sentada, a partir dos braços e pernas, na posição quase deitada. Está segurando um tablet na horizontal, em cuja tela está uma cena do filme Avatar - onde duas personagens, uma mulher à frente e um homem ao lado esquerdo, ambos de cor azul e cabelos negros, estão em uma selva. O homem segura um arco esticado para a esquerda da imagem, enquanto a mulher aproxima o rosto ao dele para ver onde ele está mirando, à es- querda. Ao fundo da imagem onde a pessoa dei- tada está, há uma janela e um vaso de plantas. Figura 1 - Filme Avatar UNICESUMAR UNIDADE 1 14 Uma das abordagens da indústria cultural é que ela massificou a produção da cultura e passou a tratá-la como mercadoria. Mas o que isso significa na prática? Na indústria cultural, entende-se que os aspectos da cultura podem ser utilizados como forma de mercadoria, portanto como consumo e que tenha a possibilidade de gerar rentabilidade financeira para instituições. Essa afirmação está pautada na ideia de que os consumidores se adaptam facilmente ao que lhes é apresentado pelos meios de comunicação. Para exercitar o que falamos até aqui, eu lhe convido a realizar uma pesquisa on-line sobre a produção do filme Indiana Jones. Com base no seu levantamento, responda à questão: quais são as razões pelas quais a franquia está entre as de maior sucesso no cinema? Escreva três motivos pelos quais ela teve tanto sucesso. Que tal refletir sobre os dados que você coletou? Você deve ter se deparado com informações de que os filmes da franquia Indiana Jones estão entre os filmes que mais geraram resultados financeiros aos seus produtores. Podemos imaginar que isso acontece muito em relação ao imaginário das pessoas sobre o persona- gem interpretado pelo ator Harrison Ford. Um mundo cheio de aventuras onde o arqueólogo enfrenta uma série de desafios em busca de artefatos históricos. Todo esse cenário conquistou o público e, a partir dos filmes e do seu sucesso, foram criados uma infinidade de subprodutos culturais como bonecos, fantasias, desenho animado, figurinhas e atrações em parques de diversão. Podemos, então, afirmar que os filmes da franquia Indiana Jones se tornaram uma ferramenta de lucratividade utilizada para fomentar o consumo a cada novo lançamento. E é um ótimo exemplo do que Theodor Adorno e Max Horkheimer classificam como massificação da produção na indústria cultural. DIÁRIO DE BORDO 15 Descrição da Imagem: a imagem apresenta um conjunto de 2 produtos da franquia do filme Indiana Jones. O primeiro produto, à esquerda, é um boneco do personagem principal do filme Indiana Jones, no formato do brinquedo LEGO. O boneco é pequeno e apresentado com um chapéu de aba larga na cor marrom, camisa social cinza e uma jaqueta marrom por cima, calça cáqui social com cinto marrom e uma arma na cintura. O boneco veste também uma bolsa tiracolo marrom. O segundo produto é o chapéu clássico do personagem, de aba larga e na cor marrom. Seu tamanho é para uso de uma pessoa adulta, como parte da fantasia. Figura 2 - Produtos do filme Indiana Jones Agora, utilize seu Diário de Bordo para registrar as informações do exercício que realizou. Que tal ampliar o radar e buscar casos no ramo da produção de novelas, séries ou mesmo da música? UNICESUMAR UNIDADE 1 16 A indústria Cultural e a cultura de massa Em 1923, na Alemanha, os filósofos e pensadores da sociedade Theodor Adorno (1895-1969) e Max Horkheimer (1895-1973) fundaram o Instituto de Pesquisa Social de Frankfurt, que mais tarde teve seu nome alterado para Escola de Frank- furt e hoje é conhecida como a Universidade de Frankfurt. Na época da Segunda Guerra Mundial, estes dois pensadores entenderam que seria importante pensar em como a cultura estava sendo transformada em mercadoria a fim de gerar lu- cro e quais seriam os impactos desse fato na sociedade. Com base nisso, ambos cunharam o termo Indústria Cultural. Descrição da Imagem: a imagem apresenta uma foto em preto e branco dos autores Max Horkheimer, posicionado à esquerda, e Theo- dor Adorno, posicionado à direita. Na foto, am- bos usam óculos, terno escuro e gravata. Estão de frente uma ao outro e aparecem da cintura para cima. Os dois estão sorrindo e dando as mãos em um ato de cumprimento amistoso. A imagem acontece na área externa de uma propriedade, aparentemente em um jardim. Max Horkheimer, à esquerda, é careca no topo e com cabelos cinza-claro e curtos dos lados da cabeça, está levemente curvado, tem orelhas grandes e um nariz também grande, esboçan- do um sorriso aberto e bochechas salientes. Theodor Adorno, à direita, também é careca no topo e com cabelos brancos e curtos dos lados da cabeça, está de pé ereto, tem orelhas medianas e um nariz pequeno, esboçando um sorriso fechado. Ao fundo, no meio dos dois, também aparece um terceiro homem, de ter- no, gravata, óculos e cabelos claros e curtos. Figura 3 - Max Horkheimer e Theodor Adorno Fonte: Wikimedia ([2022], on-line). A Escola de Frankfurt abarca também outros pensadores importantes da so- ciologia e da filosofia como Walter Benjamin, Herbert Marcuse, Erich Fromm, Jürgen Habermas, dentre outros. Em épocas distintas, também existiram outros pensadores que focaram suas pesquisas em torno da Teoria Crítica da Sociedade, 17 cujo objetivo era analisar as características específicas da Cultura de Massa, que discutiremos mais adiante. Os estudos dos pensadores da Escola de Frankfurt estavam pautados na Teo- ria Marxista a fim de compreender os impactos do capitalismo na sociedade, e para isso direcionaram seu olhar para as formas de reprodução técnica para es- tímulo ao consumo e oferta de entretenimento. Neste sentido, a principal crítica que Adorno e Horkheimer fazem é que a massificação ou a produção em massa de bens culturais causam uma perda da arte, pois para estimular o consumo de um número maior de pessoas, há a necessidade de padronização da produção, ou seja, entregar mais do mesmo. Podemos notar isso na produção dos programas de TV – como novelas, por exemplo –, do rádio e também do cinema, com roteiros de filmes similares (bandido, herói, lutas e êxitos pessoais etc.). Para Adorno e Horkheimer (1947, p. 113-117): “ O cinema e o rádio não precisam mais se apresentar como arte. A verdade é de que não passam de um negócio, eles a utilizam como uma ideologia destinada a legitimar o lixo que propositalmente produzem. Eles se definem a si mesmos como indústrias, e as cifras publicadas dos rendimentos de seus directores gerais suprimem toda dúvida quanto à necessidade social de seus produtos. A indústria cultural tem algumas características: ■ Padronização: é necessário padronizar a produção para a larga escala; ■ Baixo nível do conteúdo: pouco estímulo reflexivo, com objetivo de manu- tenção do pensamento dominante (o público escolhe sempre entre as mes- mas opções que lhe sãooferecidas, dando a ilusão de liberdade de escolha); ■ Banalização da barbárie: utilização do sofrimento alheio, de situações trágicas e de outros elementos de alto impacto para fins de audiência e, portanto, geração de lucro; ■ Lazer como consumo: transformação dos momentos de lazer em consu- mo. Consumo de experiência, de entretenimento, de informação. Para apresentar um exemplo de padronização, você lembra do conceito da indústria automobilística de Henry Ford? Em sua autobiografia Minha vida, minha obra UNICESUMAR UNIDADE 1 18 (2018), Henry Ford (1863-1947) disse: “O cliente pode ter o carro na cor que quiser, contanto que seja preto”. Isso porque a tinta preta era a mais barata e secava mais rápido, permitindo assim uma produção em larga escala mais rápida e rentável. Na obra Dialética do Esclarecimento (1985), Adorno e Horkheimer apre- sentam o termo da razão instrumental, que está ligado à ideia de que a razão se tornou um instrumento de dominação, e ela não existe em prol do esclarecimento da população. É a partir desse pensamento, ou seja, de não estimular a população a pensar, que se produz um conteúdo de baixo nível “intelectual”, mas com alto nível de interesse na geração de lucro, o que então caminha para a manipulação da sociedade como um todo. Como se daria essa manipulação? Para Adorno e Horkheimer (1985), a indústria cultural passa a ilusão que as pessoas têm a li- berdade de escolher o que consumir como informação, entretenimento e cultura. No entanto, essa escolha só é possível de acontecer dentre as opções de oferta que são disponibilizadas ao público. Essa ideia vai desde o conteúdo que é produzido até as opções de meios disponíveis. Vamos entender melhor tudo isso. Pense que o consumidor até pode escolher qual estação de rádio vai escutar, mas somente pode escolher dentre as que lhe são disponibilizadas. Se quisesse, na época, escutar músicas ou notícias de rádios de outros países ou em outros idiomas, não teria essa possibilidade. O mesmo acontecia para os jornais, programas de TV e qualquer outro tipo de produção. Por isso se fala na ilusão da liberdade de escolha e da manipulação. Para exemplificar a banalização da barbárie, podemos citar apenas três séries dentre tantas outras, os exemplos: Dexter (2006) que conta a vida de um serial killer; Game of Thrones produzida pela HBO (2011); e a How to get away with murder (2014), em que fica explícito como a indústria cultural utiliza da violência como espetáculo e manipulação com objetivos exclusivamente mercadológicos. Este exemplo vai de encontro com a crítica de Adorno e Horkheimer (1985) sobre a produção do que eles classificam como “lixo cultural”, e que manipula o comportamento sobre a indiferença das pessoas frente à morte e o sofrimento alheio quase como a normalização de atos violentos como instrumento para impressionar a audiência. Você já deve ter escutado que tragédias atraem mais a atenção das pessoas. Essa constatação foi muito bem representada no filme O Abutre (2014) em que o ator e protagonista Jake Gyllenhaal interpreta um homem desempregado que encontra uma oportunidade de ganhar dinheiro com a produção de fotos 19 de assaltos, assassinatos, acidentes trágicos e imagens impactantes das vítimas, que são vendidas para um canal de TV dos EUA. O filme retrata como pessoas como ele e veículos de comunicação de massa sobrevivem da desgraça alheia. E no último exemplo do lazer como consumo, podemos compreender que o lazer também passa a ser uma mercadoria monetizada para geração de riqueza. Veja que o pensamento de Adorno e Horkheimer são válidos desde aque- la época até os dias atuais. Os novos meios de produção técnica dos meios de comunicação permitiram a difusão em larga escala da informação a partir da fotografia, TV, rádio, jornal e o cinema. Esta difusão impactou diretamente o consumo, gerando o consumismo. Já entendemos que a indústria cultural transforma a cultura em mercadoria, e que a industrialização de produtos culturais submeteu as produções a certos critérios que tornam obrigatórios os objetivos de suprir as necessidades do con- sumidor, tornando a cultura um produto consumível e descartável e que tenha potencial de expansão para outros itens consumíveis. Por exemplo: um filme deve ter capacidade de gerar outros itens de consumo para alimentar a indústria de livros, da música, de programas de TV, dos games e várias outras, obedecendo, assim, o princípio de lucro do mercado da comunicação. A industrialização da cultura foi minuciosamente pensada para envolver o con- sumidor e a sociedade de modo que o que as pessoas vissem no filme fosse um re- trato da vida cotidiana. Assim, Adorno e Horkheimer (1985, p. 59) observaram que: “ O mundo inteiro é forçado a passar pelo filtro da indústria cultural. A velha experiência do espectador de cinema, que percebe a rua como um prolongamento do filme que acabou de ver, porque este pretende ele próprio reproduzir rigorosamente o mundo da percep- ção quotidiana, tornou-se a norma da produção. Na prática, os autores entenderam que, quanto maior fosse a perfeição com que suas técnicas duplicam os objetos empíricos, mais fácil se reforçaria a ilusão de que o mundo exterior é o prolongamento do mundo apresentado no filme. Adorno e Horkheimer entenderam que a padronização é fundamental para os processos de produção técnica de bens culturais. Produz-se mais do mesmo com a ilusão da diferenciação. UNICESUMAR UNIDADE 1 20 “ O facto de que milhões de pessoas participam dessa indústria im-poria métodos de reprodução que, por sua vez, tornam inevitável a disseminação de bens padronizados para a satisfação de necessida- des iguais (ADORNO; HORKHEIMER, 1947, p. 57). Vamos aproximar esse ponto aos nossos dias atuais. Para isso, temos como exem- plo a produção dos programas BBB da Rede Globo e A Fazenda da Rede Record. Observem que, em ambas as produções, a estrutura e mecânica do jogo são bem similares – apesar do roteiro, cenário e nomes das atividades serem distintas, mas com significados iguais como: líder x fazendeiro ou paredão x roça. Este exemplo vai de encontro com o que Adorno e Horkheimer afirmam: que a diferenciação é uma mera aparência para causar a sensação de concorrência ou mesmo de opção de con- sumo, visto que alto grau de diferenciação seria inviável no processo de produção: “ As distinções enfáticas que se fazem entre os filmes das categorias A e B, ou entre as histórias publicadas em revistas de diferentes preços, têm menos a ver com seu conteúdo do que com sua utilidade para a classificação, organização e computação estatística dos consumi- dores. Para todos algo está previsto; para que ninguém escape, as distinções são acentuadas e difundidas (ADORNO; HORKHEI- MER, 1985, p. 58). Desse modo, reafirma-se a ideia dos autores que “os próprios meios técnicos tendem cada vez mais a se uniformizar”. Para eles, há uma sintetização da televisão, rádio e do cinema a ponto de se chegar a um empobrecimento dos materiais estéticos dos produtos da indústria cultural (ADORNO; HORKHEIMER, 1985, p. 58). Ok, até aqui entendemos o conceito da Indústria Cultural, mas qual é a relação entre a Indústria Cultural e a Cultura de Massa? Vamos lá: a Cultura de Massa é um produto da indústria cultural e tem como intuito atingir a massa social, ou seja, disseminar produtos culturais para o maior número de pessoas de uma sociedade. Assim, a cultura de massa pode ser compreendida como uma forma de propaganda, meio de divulgação e de venda de tudo o que é produzido pela indústria cultural, fomentando a lógica do consumo capitalista. 21 Voltando ao exemplo dos realities shows, é de conhecimento da audiência (público que consome essa programação) que as pessoas selecionadas para in- tegrar o programa são previamente preparadas a fim de se adequarem ao estilo, formato e ao que o público espera ver. Essa constatação vai de encontro com o entendimento de Adorno e Horkheimer (1947)de que os produtos da Indústria Cultural já são produtos muito antes até mesmo de serem apresentados ao públi- co para o consumo. “Os talentos já pertencem à indústria muito antes de serem apresentados por ela: de outro modo não se integrariam tão fervorosamente” (ADORNO; HORKHEIMER, 1947, p. 57). Nesse sentido, a cultura de massa ou mass media é discutida pela Teoria Crítica que nasceu também na Escola de Frankfurt como uma oposição à tra- dição racionalista, ou seja, baseia-se na ideia de que o uso da razão em um ní- vel mais extremo não era capaz de gerar mais progresso da sociedade. Assim, a Teoria Crítica chega como uma forma de negação da noção de cultura proposta pelas análises sociológicas tradicionais e pode ser definida, sem profundidade, como o entendimento da diferenciação de “como as coisas são” de “como as coisas deveriam ser”, reforçando a ideia de que os “homens não são meros resultados do processo histórico, mas são também agentes desse processo” (CARNAÚBA, 2010). Não há, então, uma separação entre o indivíduo e a sociedade. Bem, sendo a cultura de massa um produto da indústria cultural, ela estabe- lece alguns gêneros de produção de cultura como comédias, romances, drama, terror e oferecem à população a partir de uma produção rasa e que leva a um consumo que não exige uma reflexão mais aprofundada do conteúdo. Além disso, a cultura de massa também reproduz alguns estereótipos que, de maneira negati- va, inibem a formação do pensamento crítico social, ou seja, não há um estímulo para que as pessoas pensem sobre o que elas acham sobre determinados pontos ou situações da vida. Em contrapartida ao conceito de massificação da produção, e na mesma épo- ca da Escola de Frankfurt, não podemos deixar de abordar a Teoria da Repro- dutibilidade Técnica de Walter Benjamin (1892-1940). Em sua obra intitulada A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica (1936), ele apresenta o conceito de aura das obras de arte. UNICESUMAR UNIDADE 1 22 NOVAS DESCOBERTAS Título: A obra de arte na época da reprodutibilidade técnica Autor: Walter Benjamin Editora: Zouk Sinopse: trata-se de um ensaio publicado em 1936 pelo crítico de cul- tura e filósofo Walter Benjamin em que ele analisa as mudanças da modernidade a partir da fotografia e do cinema, que transformaram o status da obra de arte, extraindo o que ele chama de “aura”, uma característica que mostra sua singularidade. Comentário: quer saber mais sobre o conceito de reprodutibilidade técnica? Faço o convite para a leitura do livro de Walter Benjamin, que tinha um estilo de produção textual mais voltado aos ensaios. O autor apresenta suas ideias de maneira bem objetiva, o que o torna ainda mais interessante. A obra de Walter Benjamin é essencial para os estudos culturais, principalmente no que tange a inserção da técnica, no século XIX, a partir da fotografia e do cinema e como isso mudou nossa relação com a arte: antes únicas e depois reproduzidas em massa. Descrição da Imagem: a imagem apresenta o famoso quadro do pintor Leonardo Da Vinci, a Mona Lisa. A obra está exposta no Museu do Louvre de Paris, na França. É observada por um grupo de aproximada- mente sete turistas, homens e mulheres vestidos com roupas de frio de cores variadas, posicionados bem em frente ao quadro. Os turistas estão com seus celulares erguidos para tirar fotos da obra. Figura 4 - Quadro de Mona Lisa no Museu do Louvre 23 O que seria a aura de uma obra? Para Walter Benjamin, o conceito de repro- dutibilidade (possibilidade de reprodução) de uma obra passa a ser possível a partir, na época, da fotografia e do cinema. Por exemplo, imagine uma fotografia ou desenho do famoso quadro da Mona Lisa (Leonardo da Vinci, 1503) e que essa foto tenha sido enviada por Whatsapp para uma série de pessoas. Neste exemplo hipotético, a obra foi reproduzida inúmeras vezes por pessoas e dis- positivos diferentes e disseminada para várias outras pessoas que não estavam presencialmente no museu do Louvre. A imagem abaixo representa muito bem o que falamos, não é mesmo? Há, então, uma infinidade de outras possibilidades de reprodutibilidade da arte e da cultura, por meio de desenhos, grafites, adaptações de livros para filmes e vice-versa, fotografia, a própria pintura, entre tantas outras. Ainda no exemplo do quadro da Mona Lisa, veja a imagem a seguir: Descrição da Imagem: a imagem apresenta duas fotos diferentes do quadro da Mona Lisa, sendo o primeiro (da esquerda) uma foto da obra original do quadro, apresentando uma mulher de meia idade, expressão facial serena, pele branca, cabelos castanhos compridos e lisos divididos ao meio. Veste um vestido preto com decote e manga comprida. Possui também um manto escuro sobre o ombro esquerdo. Seus braços estão cruzados, apoiando o esquerdo no apoio da cadeira em que está sentada. Ao fundo, há uma paisagem vegetal. Já a segunda imagem à direita, também da obra, é apresentada com as mesmas características, porém em forma de desenho ou ilustração. Nesta segunda imagem, a mulher (Mona Lisa) está usando máscara médica facial cinza, parecida com as usadas em hospitais e em tempos de pandemia. Figura 5 - Duas imagens do quadro de Mona Lisa UNICESUMAR UNIDADE 1 24 Observe que aqui a reprodução é apresentada em forma de desenho, ou seja, uma cópia desenhada do quadro e adaptada aos nossos dias atuais, pois na imagem a Mona Lisa está usando uma máscara no rosto. A análise de Benjamin sobre a aura da obra é abordada por Bráulio Araújo em seu artigo O conceito de aura, de Walter Benjamin, e a indústria cultural em que ele diz: “ Benjamin analisa de qual forma as possibilidades trazidas por essas técnicas, em especial, a reprodutibilidade das obras de arte, provo-cam alterações na produção e recepção da obra de arte e redimen- sionam o papel desta na sociedade. O principal elemento de seu texto é a tese de a reprodutibilidade técnica provocar a superação do caráter aurático da obra de arte. A autenticidade e unicidade dão lugar à existência serial e à natureza aberta e fragmentária da obra de arte (ARAÚJO, 2010, p. 123). O pesquisador e professor Luís Mauro Sá Martino afirma que “A obra de arte sempre pôde ser reproduzida, porém no século 19, isso era feito de forma muito reduzida” (MARTINO, 2014), por isso a obra que não fosse reproduzida teria o que Walter Benjamin (1936) chama de purismo, ou seja, uma particularidade que a tornava única ou singular. Assim, toda obra de arte teria a sua “aura”, portanto tem sua autenticidade. Quando surge a possibilidade de reprodutibilidade técnica das obras de arte, acontece uma superação do caráter aurático da obra de arte. A autenticidade e unicidade dão lugar à existência serial e à natureza aberta e fragmentária da obra de arte (ARAÚJO, 2010). Imagine você, por um momento, a figura de Walter Benjamin, apresentando este pensamento contrário à padronização aos dos demais pensadores da Esco- la de Frankfurt. Benjamin entendia que a forma como o cinema estava sendo produzido naquela época, reforçava o conceito da reprodutibilidade técnica, ou seja, aquela obra de arte cinematográfica única poderia ser reproduzida e levada para mais pessoas. 25 Se pensarmos nos dias de hoje, a internet tem exatamente esta mesma ca- racterística. Muitos conteúdos originais são reproduzidos e entregues para um volume enorme de pessoas conectadas. Ou ainda, a internet permite que você possa visitar um museu localizado em outro país e apreciar um quadro famoso. Mais ainda, a internet permite que pessoas façam suas próprias criações de filmes, músicas e tantas outras categorias de arte. Com isso, podemos afirmar que a todo momento estamos consumindo pro- dutos culturais. E o acesso a eles também sofreu mudanças. Antes nós íamos até esses produtos e hoje, com o advento da internet, esses produtos chegam até nós por meios de diversos canais, como o próprio celular. Indústria Cultural, alienação e consumo A cultura de massa está totalmenteligada ao consumo, não podendo ser desconec- tada dele. Os produtos da cultura de massa são feitos com o objetivo de estimular o consumo. Na indústria cultural, os meios de comunicação se responsabilizaram por ampliar a lógica de que, para ser feliz, é necessário consumir (ALVES, 2019). UNICESUMAR UNIDADE 1 26 Agora que chegou até aqui, eu lhe convido a ouvir o pod- cast com o tema: “Comportamento de consumo cultural no século 21”. É só dar o play! O conceito de consumo também mudou com o passar dos anos. O ato de consu- mir não está mais ligado exclusivamente à compra ou a uma transação financeira, mas também está ligado ao uso, ao acesso e às experiências, ou seja, ouvir uma música, ver um vídeo na internet, ler uma notícia ou apenas indicar um livro a um amigo são também ações inseridas na definição de consumo. Do ponto de vista da padronização fomentada pela Indústria Cultural, as experiências de con- sumo também passam pelo processo de homogeneização gerando esse mesmo efeito nos consumidores. Mas o que isso quer dizer? Bem, se há massificação da cultura e produção de bens que devem agradar a uma grande parcela da popu- lação, entende-se que todos devem consumir produtos similares, tendo desejos e comportamentos similares. A lógica do consumo prevê que o indivíduo deve consumir de forma cons- tante. As propagandas são responsáveis por criar o desejo do produto e desempe- nham o papel de trazer sempre alguma opção “nova” a ser consumida. Na Indús- tria Cultural, não preza pela qualidade do produto e quase nunca apresenta algo verdadeiramente novo, visto que o consumidor, ainda que espere mais, mostra-se mais suscetível àquilo que já conhece. “ Adorno e Horkheimer (1947) criticam o consumo do inútil quando dizem que o consumidor tende a receber e aceitar tais conteúdos, baseado na promessa feita pelos produtores de forma intrínseca de que seus desejos serão completamente satisfeitos quando esses produtos forem consumidos. A sociedade em geral estaria em uma lógica de consumo contínuo baseada nas promessas propagandas, que ao final só visam o lucro. Por outro lado, o consumidor está acostumado a esperar por mais destes produtos, tornando-se “refém” desta indústria (LUCAS; PAZ, 2018). 27 Você já escutou dos seus amigos esta frase? “Se você não acompanhou tal programação da TV, possivelmente ficará fora das conversas de bar com seus amigos”. Ou ainda, “So- mente eu não assisti a série Game of Thrones? Sinto-me fora do mundo”. Sim, o estímulo ao consumo envolve a sociedade de tal maneira que pode afetar a sensação de pertenci- mento do indivíduo em determinado grupo social. PENSANDO JUNTOS A sociedade de consumo é, então, alimentada pelos produtos gerados pela indús- tria, gerando na população a necessidade de consumidor cada vez mais produtos, informação e ideias. E para propagar essa necessidade, a sociedade de consumo se utiliza dos meios de comunicação. O papel dos meios de comunicação de massa como a TV, o rádio, os jornais e, hoje, a internet, é propagar e vender tudo aquilo que é produzido pela indústria. Para isso, trabalham com a propaganda e anunciam inúmeras promoções, apre- sentação de novos produtos, oferecem ofertas vinculadas às datas comemorativas a fim de despertar o desejo de compra, estimulando cada vez mais o consumo e como consequência tornando os indivíduos mais alienados, ou seja, sem pensar criticamente se ele precisa realmente daquele produto. Os meios de comunicação de massa, pela capacidade de alcançar uma enor- me fatia da população, acabam também por angariar poder. Estamos falando do poder de informar, envolver, vender e até mesmo manipular. NOVAS DESCOBERTAS Recomendo a leitura da matéria “Mídia e poder na sociedade do espetáculo” do autor Cláudio Novaes Pinto Coelho, publicada na Revista Cult, em que ele faz uma leitura em torno do poder dos meios de comunicação. Acesse o QR Code. UNICESUMAR UNIDADE 1 28 Neste sentido, o autor apresenta a seguinte provocação: “ É preciso distinguir quais meios de comunicação possuem poder e que tipo de poder exercem. Não há dúvida de que conglomerados empresariais como as Organizações Globo, no contexto brasileiro, e a News Corporation, de Rudolph Murdoch, no contexto mundial, são exemplos de instituições poderosas, que movimentam enorme quantidade de capital, influenciam comportamentos individuais e coletivos e agem politicamente, defendendo seus próprios interesses e os interesses da sociedade capitalista de modo geral. De forma alguma essas empresas podem ser consideradas como fazendo parte de uma mesma instituição social, com todos aqueles que são produ- tores de mensagens e utilizam algum tipo de recurso tecnológico. Sobre a discussão do poder dos meios de comunicação, não podemos deixar de lado a internet e principalmente o dispositivo de comunicação e interação: o celular. Com a chegada da internet e dos smartphones conectados, o poder exercido pelos meios de comunicação é deslocado do sofá (quando se assistia ao Jornal Nacional com a família) para as mãos dos usuários. Mas de que poder estamos falando? Essa provocação vai de encontro com o que Adorno e Horkheimer definem como alienação. O conceito de alienação está ligado à indústria cultural, porém, para os pensadores, a alienação é um fenômeno antigo oriundo do entrelaçamento de mito, dominação e trabalho. 29 Para Adorno e Horkheimer (1947, p. 7): “ O mito converte-se em esclarecimento, e a natureza em mera objec-tividade. O preço que os homens pagam pelo aumento de seu poder é a alienação daquilo sobre o que exercem o poder. O esclarecimento comporta-se com as coisas como o ditador se comporta com os homens. Este conhece-os na medida em que pode manipulá-los. Bem, a maior parte das nossas atividades cotidianas migraram para os aplicativos de celular, que vão desde as conversas até transações financeiras ou consultas médicas, tornando-nos ainda mais dependentes deste dispositivo. NOVAS DESCOBERTAS Veja como o pensamento de Adorno e Horkheimer são válidos nos nossos dias atuais. Acesse o QR Code da entrevista que o filósofo Sul-Coreano, Byung-Chul Han, concedeu para o jornal on-line El País sobre nossa relação com o celular e as mídias digitais. E com isso, segundo Adorno e Horkheimer (1947), seguimos em uma sociedade alienada, dominada, altamente consumista e, por consequência, apresentando patologias psicológicas como depressão. A falsa sensação de satisfação gerada pelo consumo morre na medida que acreditamos que precisamos comprar mais. Para abordar os impactos que a indústria cultural causou no jornalismo e na imprensa brasileira, recorremos à pesquisa da socióloga Gisela Taschner (1987 e 1992) em que ela discute a subordinação do jornalismo na lógica da indústria cul- tural, tendo como objeto o conglomerado da imprensa conhecido como Grupo Folhas. A pesquisa é descrita no artigo “A subordinação do jornalismo à lógica capitalista da indústria cultura”, de autoria de Virgínia Fonseca, publicado em 2002 na Revista FAMECOS, em que ela compreende que “as notícias, as infor- mações, são concebidas integralmente como mercadorias, não apenas porque são produzidas com o emprego de técnicas próprias da indústria cultural, mas também porque estão sujeitas à sua lógica” (FONSECA, 2002, p. 132). UNICESUMAR UNIDADE 1 30 A pesquisa de Taschner descrita por Fonseca (2002) apresenta uma interes- sante relação entre a empresa (O Estado de S. Paulo) com seu produto, o jornal, este que nas décadas de 60 e 70 ainda não era dominado pela sua empresa. “ O Estado de São Paulo, ao mesmo tempo em que pretendia cons-truir uma organização sólida, nascia vinculado à luta política, apro-ximando-se, nesse sentido, do que se poderia chamar de um jornal de causa; ou seja, nascera para defender uma determinada linha editorial, um determinado tipo de conteúdo. Este era o pressuposto. A organização empresarial era o arcabouço material para se realizar o objetivo político. Não era um jornalpara dar lucro independen- temente do tipo de mensagem que faria (FONSECA, 2002, p. 133). Com o passar dos anos, a notícia se transformou em uma mercadoria lucrativa e também uma ferramenta de manipulação social e política. NOVAS DESCOBERTAS Título: O Abutre Ano: 2014 Sinopse: Louis Bloom, um rapaz desesperado para encontrar um emprego, descobre que pode atuar no mundo do jornalismo criminal independente de Los Angeles. Seu trabalho é fazer registros fotográ- ficos de acidentes, assassinatos e outras tragédias para vender as imagens para um canal de TV e outros veículos de comunicação interessados. Comentário: o filme O Abutre (2014) é uma ótima pedida para ilustrar o que falamos anteriormente sobre a banalização da barbárie. O que é retratado no filme mostra a ânsia por dinheiro de quem produz conteúdo violento a partir da venda de imagens, quanto de audiência e lucro por parte dos meios de comunicação. Esta constatação não difere muito de como acontecia nas décadas de 20 e 30 para os dias atuais. Lembra do que houve com a morte da Lady Diana (princesa que integrou a família real britânica a partir da con- cretização de seu casamento com o Príncipe Charles)? Recomendo que você assista o filme. 31 OLHAR CONCEITUAL Indústria Cultural Escola de Frankfurt O Conceito O conceito da indústria Cultural foi criado pelos filósofos Theodor Adorno e Max Horkheimer, considerados os dois grandes pensadores da Escola de Frankfurt; e lançado no livro Dialética do esclarecimento (1947). A Cultura de Massa Trata-se de um produto da indústria cultural e tem como intuito atingir a massa social, ou seja, disseminar produtos culturais para o maior número de pessoas de uma sociedade. O consumo A indústria cultural fomenta a lógica do consumo pautada no capitalismo. Há um objetivo claro em estimular as pessoas a consumirem cada vez mais a partir da ideia de que para ser feliz é preciso consumir. A Cultura como mercadoria A indústria Cultural massificou a produção da cultura e a transformou em mercadoria. Compreende que os aspectos da cultura podem ser comercializados como mercadoria, fomentando o consumo e a rentabilidade financeira das instituições. Os produtos culturais São exemplos de produtos da indústria cultural filmes, programas de TV, telenovelas, campeonatos esportivos, shows musicais, programas de rádio, livros, discos e tudo o que mais se possa produzir a partir da cultural. A internet potencializou o consumo a partir da palma da mão dos consumidores. UNICESUMAR UNIDADE 1 32 Tudo que falamos até aqui pode ser analisado no infográfico. Nele você tem um resumo geral dos conceitos da Indústria Cultural e sua relação com a Cultura de massa e o consumo. Todos estes conceitos estão interligados e atuam como uma engrenagem no mercado da comunicação, considerando que o principal objetivo da indústria cultural é a transformação da arte em mercadoria para fins mercadológicos. Isso desencadeia na cultura de massa que consome o que lhe é apresentado de forma padronizada e disseminada para uma grande parcela da população – a audiência. Todo esse mecanismo faz girar a lógica do capitalismo, o aumento da riqueza e o controle, dado que essa produção não estimula o pen- samento crítico sobre os fatores sociais. No infográfico, podemos ter uma ideia geral das características da Indústria Cultural e sua relação com a Cultura de massa e o consumo. Todos estes elementos estão interligados considerando que o principal objetivo da indústria cultural é a transformação da arte em mercadoria para fins mercadológicos. Isso desencadeia na cultura de massa que consome o que lhe é apresentado de forma padronizada e disseminada para uma grande parcela da população – a audiência. Todo esse mecanismo faz girar a lógica do capitalismo, o aumento da riqueza e o controle, dado que essa produção não estimula o pensamento crítico sobre os fatores sociais. Vamos explorar um pouco mais a lógica do consumo? Já ouviu falar no termo obsolescência programada? Bem, este termo consiste na ideia de que a indústria insere seus produtos no mercado com um tempo de vida ou de uso predetermi- nado, e quase sempre curto. Isso ocorre por duas razões: uma delas é abrir espaço para a entrada de novos modelos e a outra é tornar o produto obsoleto a partir de um determinado tempo para fazer com que os consumidores sejam obrigados a comprar modelos mais atuais. Nesta lógica da obsolescência, há ainda uma outra categoria: a obsolescência perceptiva, que diz respeito à percepção dos consumidores sobre um produto estar ultrapassado em comparação ao design de novos produtos. Essa dinâmica mercadológica de consumo também é aplicada para vários outros setores da eco- nomia: veículos, computadores pessoais, televisores, geladeiras, fogões, máquinas de lavar e mais uma infinidade de produtos. Você já pensou se estivesse utilizando, nos dias de hoje, um aparelho de celular que não tenha tecnologia para suportar o aplicativo do WhatsApp? 33 Descrição da Imagem: a imagem apresenta dois aparelhos de celular. O da esquerda é um modelo bem antigo da marca Nokia, na cor cinza, com um teclado de botões físicos e uma tela pequena. O segundo aparelho, à direita, é um modelo de iPhone, mais fino, com a tela grande e preta, na maior parte do apa- relho, e apresentando o botão iniciar no meio da parte inferior da tela. Figura 6 - Aparelhos de celular Observe que na imagem apresentada temos o conhecido exemplo da evolução dos modelos de aparelho de celular. À medida que novos modelos são lançados, o novo design transmite a ideia de inovação como a retirada do botão iniciar ou ainda o tamanho, peso e espessura do aparelho. Essa ideia está vinculada também com o que falamos sobre a obsolescência percebida. NOVAS DESCOBERTAS Título: Consumo e sociedade: um olhar para a comunicação e as prá- ticas de consumo Autor: Elizeu Barroso Alves Editora: Intersaberes Sinopse: o livro aborda as diversas práticas de consumo e sua rela- ção com a sociedade. A obra é bem completa e apresenta uma transforma- ção no conceito de consumo nos dias atuais. Comentário: para aprofundar mais as práticas de consumo, indico o livro do Elizeu Barroso Alves: Consumo e sociedade: um olhar para a comunicação e as práticas de consumo, publicado pela Editora Intersaberes e disponível na biblioteca da Unicesumar. UNICESUMAR UNIDADE 1 34 O consumo na contemporaneidade está muito ligado ao conceito de obsoles- cência programada que falamos anteriormente. Essa questão é delicada pelo seu objetivo de incentivo ao consumo, aumento da produção de produtos e a sus- tentabilidade do planeta. A obsolescência programada está na contramão do que conhecemos de consumo consciente, ou seja, aquele consumo sustentável que é feito sempre baseado nos impactos que ele causa no meio ambiente. NOVAS DESCOBERTAS Sobre o conceito de obsolescência programada, recomendo que você assis- ta ao vídeo de lançamento do Iphone 13 feito pela Apple – ative as legendas em português. Analise os argumentos de venda da empresa sobre as novas funcionalidades altamente tecnológicas que o aparelho possui, bem como o apelo visual e gráfico do vídeo para despertar o desejo dos consumidores. Tudo isso que vimos até aqui deu para ter uma clara ideia de como a indústria cultural impactou a sociedade por meio da produção de bens, da comunicação e do consumo. E estas transformações se mantêm ativas até nossos dias atuais, ainda que já existam movimentos que incentivam a diferenciação, o consumo sustentável e a cultura. Concluindo em um resumo dos conceitos que abordamos até aqui, a massi- ficação dos produtos culturais foi impulsionada pelas tecnologias, permitindo o acesso a estes produtos por meio de dispositivos conectados à internet. Para você, a Netflix é um meio de comunicação ou uma empresa de streaming? As fun- ções foram entrelaçadas e isso mudou completamente nosso comportamento de consumo cultural. A indústria cultural, como falamos, mercantilizoua cultura para geração de riqueza e lucros. Com a implementação da tecnologia nos meios de comunicação, potencializou ainda mais esse conceito de mercantilização da 35 cultura. Empresas provedoras de serviços de streaming aumentaram o número de assinaturas e, portanto, de faturamento. A lucratividade gerada pela indústria cultural gerada pelas tecnologias é evi- denciada pelo surgimento de várias outras empresas que decidiram investir neste setor, como: a Amazon com o serviço Amazon Prime Video; a empresa Disney com o serviço Disney Plus; e a Rede Globo de televisão com o Globo Play, apenas para citar algumas. Isso corrobora com o objetivo de transformar a cultura em mercadoria, muito pautado na indústria cultural. Além do cinema e da televisão, as produções do jornalismo, do rádio e da publicidade também foram afetadas tanto pela lógica da indústria cultural quanto pelas tecnologias. Tomando como base o jornalismo, o conceito de pa- dronização é demonstrado na estética das páginas de jornais on-line, nas edi- torias (Política, Entretenimento, Esportes, Mundo etc.) e na própria construção textual das notícias. Observe que, quando algo acontece, vários jornais noticiam aquele mesmo acontecimento de tal modo a torná-lo atraente para as audiências. A notícia vira produto de consumo. O conceito de banalização da violência não é atribuído somente ao cinema. Também é muito presente nas produções jornalísticas, dado que as notícias que informam sobre mortes, acidentes ou catástrofes, por sua característica sensa- cionalista, chocam a população gerando mais audiência e, portanto, mais lucro. Vamos resgatar o exercício que você desenvolveu em seu experimento? Bem, se conectarmos os conceitos apresentados aos resultados que encontrou em sua pesquisa, é possível compreender a concretização da transformação da cultura em mercadoria para fins de lucratividade. No caso da saga Indiana Jones, houve uma considerável produção de produtos culturais que geraram lucro aos produtores da franquia, a começar pelo faturamento das bilheterias de cada um dos filmes e se- guindo para a venda de brinquedos, roupas e demais acessórios vinculados ao filme. UNICESUMAR 36 Sobre os conceitos abordados nesta unidade, teste seus conhecimentos responden- do às questões a seguir e, em seguida, confira seu desempenho. Vamos lá? 1. Vimos que, para Byung-Chul Han, “o celular é um instrumento de dominação. Age como um rosário”. Dentre várias críticas ao hiperconsumismo, o narcisismo e ao exibicionismo presente nas redes sociais, o que deveria ser uma ferramenta de co- municação e interação, passou a ser algo que nos mantém presos. Han reivindica, ainda, uma recuperação do contato íntimo com a cotidianidade (FANJUL, S. C. Byun- g-Chul Han: “O celular é um instrumento de dominação. Age como um rosário”. El País, out. 2021. Disponível em: https://brasil.elpais.com/cultura/2021-10-09/byun- g-chul-han-o-celular-e-um-instrumento-de-dominacao-age-como-um-rosario.html. Acesso em: 31 mar. 2022.) Considerando o texto dado, e segundo tanto o pensamento de Byung-Chul Han (2021), quanto a ideia de alienação de Adorno e Horkheimer (1947): I - Não é a técnica que deve nos dominar e sim nós é que deveríamos dominar a técnica. II - A necessidade dos indivíduos em consumir, sem um pensamento crítico prévio, é um ingrediente vital para a dominação. III - Os meios de comunicação fomentam os modos de alienação. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) II e III apenas. d) III, apenas. e) Todas estão corretas. https://brasil.elpais.com/cultura/2021-10-09/byung-chul-han-o-celular-e-um-instrumento-de-dominacao- https://brasil.elpais.com/cultura/2021-10-09/byung-chul-han-o-celular-e-um-instrumento-de-dominacao- 37 Descrição da Imagem: a imagem se trata de uma história em quadrinhos. A tirinha é constituída por sete quadros, sendo três na parte superior e quatro na parte inferior. O primeiro quadro superior à esquerda apresenta o desenho de um televisor preto. A tela da TV tem o rosto de um rapaz loiro utili- zando um aparelho de barbear azul. Ainda nesse quadro, há um balão com o seguinte texto: “Fazer a barba com este barbeador é um luxo”. O segundo quadro superior ao meio apresenta a imagem de um pato preto com bico laranja grande, à esquerda e abaixo, em frente à TV, à direita e acima, assistindo o comercial do barbeador. Neste quadro, a TV está em cima de um móvel e em sua tela com fundo amarelo tem a imagem do barbeador e uma mão fechada com o dedão levantado, fazendo o sinal de joinha. Da TV sai um balão com o seguinte texto: “O melhor do mercado!”. Do rosto do pato que está assistindo sai um balão com o texto “Eu preciso ter isso!”. O terceiro quadro superior à direita apresenta o pato, ao lado esquerdo e olhando para a direita, ao lado de um balcão, com as mãos colocadas em cima do balcão e um sorriso no rosto. Do outro lado do balcão, há o desenho de um vendedor com os braços cruzados: ele é careca, de cabelos escuros, com barba curta, nariz grande e redondo, camisa azul, gravata amarela e uma expressão de leve surpresa no rosto. Do pato, sai um balão com o texto: “Eu gostaria de uma bateria, uma lâmpada e esse barbeador da propaganda”. O primeiro quadro infe- rior da esquerda apresenta o pato em corpo inteiro, visto de frente, com o corpo voltado para frente e olhando para a direita, para um espelho de parede oval, segurando o barbeador que está ligado na mão direita. Do pato sai o balão com o texto: “Eu consegui. E isso é só meu!”. O segundo quadro inferior do meio apresenta o pato já utilizando o barbeador, colocando ao rosto pelo lado esquerdo, e o barbeador puxando o rosto do pato, e dele sai o balão com o texto: “AI!”. O terceiro quadro inferior do meio apresenta somente a cabeça do pato, com os braços dele se movimentando rapidamente ao redor da cabeça, juntamente a vários aparelhos de barbear. O pato está de boca aberta e com uma expressão surpresa e desesperada, falando o texto “SOCORRO!”. Por fim, o último quadro inferior da direita apresenta somente a cabeça do pato, com várias falhas no cabelo e ele com a mão esquerda segurando o telefone. Neste quadro, há o balão com o texto: “Não, não. Eu não vou ao cinema com você amanhã. Depois de amanhã também não será possível”. Figura 1 - Tirinha 2. Analise a imagem e relacione com o texto abaixo: FAZER A BARBA COM ESTE BARBEADOR É UM LUXO. O MELHOR DO MERCADO! EU PRECISO TER ISSO! Eu gostaria de uma bateria, uma lâmpada e esse barbeador da propaganda. Eu consegui. E isso é só meu! AI! Não, não. Eu não vou com você ao cinema amanhã. Depois de amanhã também não será possível. 38 Theodor Adorno e Max Horkheimer entendiam que a indústria cultural atingia seu objetivo de gerar dependência e alienação nas pessoas a partir dos anúncios que divulgava nos meios de comunicação, seduzindo as massas para o consumo das mer- cadorias culturais que, por vezes, não havia necessidade (ADORNO, T.; HORKHEIMER, M. A indústria cultural – o iluminismo como mistificação das massas. In: Indústria cultural e sociedade. São Paulo: Paz e Terra, 2002). Considerando a imagem e o texto dado, e segundo o pensamento de Adorno e Horkheimer, é correto afirmar que: I - A indústria cultural faz com que os indivíduos percam sua racionalidade. II - A indústria cultural promove nos indivíduos uma falsa sensação de satisfação que impede de ter uma visão crítica. III - A indústria cultural se utiliza de padrões que se repetem com o propósito de formar uma estética voltada ao consumismo e à alienação. IV - A indústria cultural estimula necessidades próprias do sistema capitalista, levan- do os indivíduos a praticar o consumo incessante. É correto o que se afirma em: a) I, II, III e IV. b) III e IV, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I e IV, apenas. 39 3. A respeito dos impactos da indústria cultural no jornalismo, leia o texto abaixo para responder à questão: “Notícia é a informaçãotransformada em mercadoria com todos os seus apelos es- téticos, emocionais e sensacionais; para isso, a informação sofre um tratamento que a adapta às normas mercadológicas de generalização, padronização, simplificação e negação do subjetivismo. Além do mais, ela é um meio de manipulação ideológica de grupos de poder social e uma forma de poder político” (MARCONDES FILHO, 1989, p. 13 apud COSTA, B. C. G. da. Teoria Crítica e Estudos em Comunicação: Atualidade do Pensamento Frankfurtiano. IV Encontro dos Núcleos de Pesquisa da Intercom. Porto Alegre, set. 2004. Disponível em: http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/32 347220562670182727891350320639950348.pdf. Acesso em: 31 mar. 2022.) Considerando o texto dado, é correto dizer que: I - Na indústria cultural, a imprensa jornalística perde sua principal característica de informar a sociedade. II - A mercantilização da notícia é uma das dinâmicas de alienação social, sendo subordinada aos interesses dos conglomerados jornalísticos. III - Jornais da contemporaneidade parecem similares, repetem as mesmas infor- mações estetizadas. IV - Produtos jornalísticos conseguiram manter sua autonomia ficando fora da lógica da indústria cultural. Considerando o texto, é correto o que se afirma em: a) I e II apenas. b) II e III apenas. c) I, II e III apenas. d) III e IV apenas. e) IV apenas. http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/32347220562670182727891350320639950348.pdf http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/32347220562670182727891350320639950348.pdf 2O Mercado da Comunicação Dra. Alessandra de Castro Barros Marassi Na Unidade 2, você terá a oportunidade de conhecer os diferentes modelos das agências de comunicação, os seus segmentos e suas áreas de atuação. Também serão abordadas as características e estru- turas organizacionais internas destas agências e os fluxos de trabalho. Iremos detalhar o perfil dos profissionais que atuam nas agências de comunicação, bem como quais são as competências necessárias exi- gidas para atuar profissionalmente nelas. Ainda nesta unidade, tam- bém iremos abordar as transformações que ocorreram no mercado profissional e no mercado da comunicação no Brasil. Vamos colocar a mão na massa? UNIDADE 2 42 A grande questão, que surge na cabeça do profissional de comunicação que acaba de se formar, é como conquistar uma vaga em uma grande agência de comunicação, de publicidade, na redação de um importante jornal, ou em uma assessoria de imprensa. O que será exigido como competência, conhecimentos ou habilidades, não é mesmo? Já está consolidada a ideia de que a internet revolucionou o mercado da comu- nicação como um todo. Essa transformação vai desde: as formas de produção de conteúdo, notícias, informações e campanhas; passando pelas mudanças nas lin- guagens como áudio, vídeo e texto; e chegando até as formas de recepção, ou seja, o consumo da informação e do conteúdo, bem como as interações com esse conteúdo. A partir desse cenário, você já deve ter notado que a atuação profissional também foi impulsionada a inovar e a adotar novas competências. Isso ocorre a fim de ser capaz tanto de atuar quanto de entregar um produto comunicacional a altura do que o público espera, caso contrário, não conseguirá atingir a audiência esperada. E sabem que, no fim das contas, precisamos obter bons resultados no nosso trabalho como comunicadores. Bem, se isso passou pela sua cabeça, significa que você já entendeu que exis- tem especificidades que precisa conhecer muito bem, para aprimorar o seu perfil e se tornar um profissional desejado no mercado da comunicação. Mas não se preocupe, iremos apresentar alguns caminhos que você poderá escolher, inclusive se desejar empreender na comunicação, e então se preparar para seguir em frente. Vamos iniciar a reflexão a partir da seguinte pergunta: você já parou para pensar na enorme diversidade de agências que compõem o mercado da comuni- cação? Apenas para dar alguns exemplos, podemos refletir a partir de: segmentos; tamanhos; nacionais ou multinacionais; por foco na área de atuação (criação, planejamento, relações públicas, notícias, publicidade, mídias digitais, assessoria de imprensa, comunicação corporativa); ou mesmo as micro agências, criadas por empreendedores independentes. Para ter uma visão clara de onde atuar, é necessário compreender o perfil de cada uma delas e quais são suas exigências, o que esperam de um profissional. Por exemplo: uma agência de grande porte ou uma multinacional provavelmente deve atender clientes globais, ou seja, sediados em outros países. Neste caso, é 43 esperado que essas agências exijam algum domínio do idioma inglês para pos- sibilitar o atendimento, ou mesmo podem colocar como requisito habilidade com softwares ou tecnologias digitais para fins de produção de material gráfico. Outro exemplo que mostra a importância de se conhecer o perfil das agên- cias é: caso o profissional esteja buscando uma posição em uma assessoria de imprensa, espera-se que ele tenha contatos com as mídias para que seu trabalho seja bem executado. Veja, na imagem abaixo, um veículo de mídia publicitária externa atual, em que há possibilidade de veicular um anúncio digital, e até interativo, nas ruas das principais capitais. Descrição da Imagem: a imagem é uma foto que apresenta um display ou espaço de anúncio de mídia exterior que está posicionado na calçada de uma rua movimentada. Ao fundo, há borrões de carros, um branco à esquerda e um vermelho à direita, passando em alta velocidade da esquerda para a direita. Além deles, há árvores, postes e dois prédios comerciais do outro lado da rua, em outra quadra. A tela desse display apresenta a foto em preto e branco de um rapaz jovem de pele clara e barba curta escura, usando uma boina e camisa xadrez, que está se segurando no suporte dentro de um vagão do metrô, de pé, voltado para a direita da imagem. Em frente a essa imagem do rapaz, há um quadro menor centrali- zado na cor amarela semitransparente, com a palavra ADVERTISING escrita de cima para baixo, separada em sílabas AD-VER-TIS-ING. Figura 1 - Display de mídia exterior UNIDADE 2UNICESUMAR UNIDADE 2 44 Com as inúmeras possibilidades tecnológicas de produção de material jornalístico e publicitário, o público que antes apenas recebia a informação, assumindo o papel de mero consumidor, passa a produzir, adaptar e modificar o conteúdo, mudando sua condição para o que chamamos de consumidor produtor. Essa foi uma das grandes mudanças que o mercado da comunicação sofreu nos últimos anos. O consumo de informação deixa de ser unilateral e passa a ser multitela, co- nectada e em tempo real. Esse comportamento forçou os meios de comunicação a se reinventarem também. Vamos pôr a mão na massa? Para exercitar o que falamos até aqui, podemos ter como base essas mudanças que as tecnologias de comunicação ocasionaram na comunicação, por exemplo as redes sociais digitais, e fazer uma reflexão, a partir do objetivo principal que é a necessidade do consumidor. Nós, enquanto consumidores, temos nas nossas mãos múltiplas possibilidades de consumo e acesso à informação. Bem, a partir desse ponto de partida, eu lhe convido a realizar uma pesquisa na internet a fim de encontrar quais foram as mudanças ocorridas na área de jornalismo e/ ou na área de publicidade, com a chegada das redes sociais, e como as empresas precisaram se adaptar a este novo cenário tecnológico. Após o levantamento das informações, faça uma lista do que mudou para as três categorias de atores, sendo: 1- as agências; 2 - os profissionais e 3 - o público consumidor. O mercado como um todo, sobretudo o da comunicação, está cada vez mais competitivo tanto para os profissionais que buscam uma posição quanto para as agências que prospectam novos clientes e novos negócios. A partir dessa afirma- ção, eu lhe convido a refletir um pouco mais sobre essa competitividade e como você poderá atuar e se sobressair positivamente em sua áreade atuação profis- sional. Para isso, você pode levar em conta o que as empresas de comunicação estão buscando e que perfil profissional elas mais absorvem. Se pensarmos em uma engrenagem como analogia de funcionamento do mercado da comunicação, todos os pontos estão interligados e um não pode funcionar sem o outro. Partindo do ponto de vista do consumidor que detém o poder de decisão do que ele quer consumir e como isso ocorre, ele impulsiona a forma de como as agências devem produzir seus materiais a fim de se tornarem atraentes para este consumidor. Isso posto, seguimos para o perfil de profissional que estas agências precisam contratar para garantir uma entrega de qualidade, 45 relevante e que gere os resultados esperados. Poderíamos, então, fazer uma analo- gia do profissional de comunicação com o camaleão? Esse curioso animal possui uma incrível capacidade de adaptação de acordo com o ambiente que se encontra. Agora, utilize seu Diário de Bordo para registrar as informações do exercício que realizou. Que tal direcionar seus resultados para sua área de estudos? DIÁRIO DE BORDO Agora vamos falar um pouco sobre as agências de comunicação, suas áreas de atuação e o perfil dessas agências. A área de atuação é vasta e, devido a isso, pode-se encontrar diferentes estruturas de negócios na área da comunicação. Considerando esse fato, e dentre tantos modelos, selecionamos quatro segmentos no intuito de abranger os principais. São elas: as agências de publicidade, agências de notícias, assessoria de imprensa e agências de Marketing Digital. De acordo com Schmitz (2010, p. 59): “ Uma agência de comunicação presta serviços especializados: asses-soria de imprensa, organização de eventos, publicações, conteúdos digitais, comunicação interna etc. Os serviços são intangíveis e não ocorre transferência de propriedade. Por isso, são difíceis de pa- dronizar e necessitam de uma abordagem diferenciada. É preciso descrever cada serviço de forma objetiva: função, atributos, itens tecnológicos agregados e características especiais. UNIDADE 2UNICESUMAR UNIDADE 2 46 As agências de Publicidade e Propaganda são responsáveis pela pesquisa, planejamento, criação, produção e, por fim, pela veiculação de campanhas publi- citárias. Tais campanhas são distribuídas nos mais diversos veículos de mídia e podem adotar inúmeras abordagens de acordo com o briefing (resumo do pedido de trabalho) enviado pelo cliente. As campanhas produzidas pelas agências de publicidade e propaganda po- dem ter as seguintes abordagens: campanha institucional; branding (gestão da marca); lançamento de produtos e serviços; reforço de marca; posicionamento de marca; promoção e ofertas sazonais; reputação e imagem, entre outras. Quando pensamos no portfólio de serviços oferecidos pelas agências, “ As maiores brasileiras também agregam valor aos produtos. Por exem-plo, a par da assessoria de imprensa, desenvolvem serviços de mídia training, gestão de crise e mensuração de resultado. Estão capacitadas para os múltiplos serviços, com um diversificado portfólio. Além dos produtos básicos, oferecem soluções diferenciadas, como auditoria de imagem, pesquisa, consultoria etc. (SCHMITZ, 2010, p. 25). Veja a amplitude de serviços que podem atender muito bem as marcas, desde as menores até as empresas multinacionais. 47 Para compreender o fluxo interno de uma agência de publicidade e propaganda, faz-se necessário conhecer as áreas internas. Vamos lá? Atendimento: Responsável pelo relacionamento com o cliente. É o elo entre a agência e o cliente. Deve garantir que os dois lados estejam satisfeitos com o trabalho realizado: de um lado o cliente precisa receber um trabalho de qualidade e com os resultados esperados, e do outro lado a agência precisa rentabilizar com esse cliente. “ É comum se referir ao atendimento como a cara da agência. O que não deixa de ser verdade, já que ele representa a agência. O aten-dimento também é responsável por manter o cliente informado de como anda o serviço na agência, acompanhando, portanto, a execução nos demais departamentos (RODRIGUES, 2010, p. 67). O profissional de atendimento é quem recebe e complementa o briefing, compar- tilha com as equipes internas, acompanha o trabalho da criação, planejamento e mídia, apresenta os resultados e faz a gestão da conta como um todo. O profis- sional de atendimento também é conhecido como Account Manager, ou seja, o Gerente da Conta. O profissional de atendimento tem uma importante respon- sabilidade de manter o cliente da agência. De acordo com Schmitz (2010, p. 76): “ Além de conquistar, o mais importante para uma agência de comu-nicação é manter clientes. A perda de um deles deixa sequelas finan-ceiras e na estrutura. O segredo básico são as visitas periódicas, pro- gramadas ou inesperadas. Valem até aquelas visitas informais, para uma aproximação pessoal. É no dia a dia que a agência constrói a sua relação de confiança e lealdade, não permitindo que o cliente se sinta “mais um”. Neste relacionamento contínuo, descobrem-se as verda- Sobre o papel das marcas e sua relação com a publicidade, eu lhe convido a ouvir o podcast com o tema: “A importância da humanização das marcas em tempos pandêmicos”. É só dar o play! UNIDADE 2UNICESUMAR UNIDADE 2 48 deiras necessidades do cliente, credenciando a agência a participar das decisões estratégicas e propor ações inovadoras de comunicação. Planejamento: o profissional de planejamento é responsável por pensar em novas estratégias, tanto para os clientes existentes quanto para a prospecção de novas contas. Atua com pesquisa de mercado e do comportamento dos públicos de interesse, monta o planejamento e apresenta as estratégias acompanhadas dos resultados esperados e do investimento necessário. Em algumas agências, prin- cipalmente as menores, esse papel é desempenhado também pelo atendimento, que passa a ser chamado de Atendimento e Planejamento. Criação: a área de criação de uma agência é quase que o coração dela, pois é onde surgem as grandes ideias. É a área onde os diretores de arte, diretores de cria- ção e redatores irão criar os conceitos das campanhas, as identidades visuais das marcas, produtos, as peças de mídia e a mensagem que o cliente quer passar aos seus públicos a partir do briefing. Em geral, um Diretor de Arte, o DA, trabalha em conjunto com um redator, fato que chamamos de dupla, e ambos apresentam suas ideias ao diretor de criação – chefe da área. É nesta área que atuam também os designers gráficos, os fotógrafos, os ilustradores, animadores, ou seja, aquele profissional que cria a parte visual da comunicação. Eles traduzem as informações do briefing em uma campanha publicitária. Mídia: a área de mídia é responsável pela elaboração do plano de mídia para a veiculação da campanha criada. Mantém estreito relacionamento com os veículos de mídia, a fim de apresentar uma estratégia de mídia capaz de levar a campa- nha ao máximo de pessoas dentro do público-alvo selecionado. A área de mídia acompanha a performance das campanhas, gerencia a verba de mídia, elabora e apresenta os relatórios de resultados da campanha em cada um dos veículos utilizados. Em algumas agências, o departamento de mídia incorpora a equipe de mídias sociais digitais para realizar o monitoramento das campanhas. O de- partamento de mídia, portanto, além de negociar os espaços publicitários, é que recebe as peças da campanha enviadas pela criação e distribui para os veículos. Digital: Algumas agências de Publicidade possuem o departamento de Mí- dias Digitais, responsável por todas as estratégias e campanhas veiculadas nas 49 redes sociais. Esta área pode realizar o gerenciamento das mídias sociais de um cliente, produzindo conteúdo, publicando e fazendo toda a gestão da marca no ambiente digital. É aqui que trabalham os gerentes de mídias sociais, profissionais de performance, monitoramento e produção de conteúdo. Produção Gráfica: a área de produção
Compartilhar