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* INTRODUÇÃO: Agente infeccioso: Parasito capaz de produzir infecção (Hospedeiro = portador) Agente etiológico: Agente causador, origem da doença (Hospedeiro = doente) * SUCESSÃO DE EVENTOS PARA O DESENVOLVIMENTO DE QUADRO CLÍNICO: 1- Agente biológico e hospedeiro no mesmo contexto de tempo e espaço. 2- Contaminação → invasão do organismo 3- Infecção → Instalação e multiplicação do agente no hospedeiro. 4- Doença → Surgem os sinais e sintomas. * SUSCETÍVEL: Hospedeiro passível de sofrer infecção. * DOENÇA: Qualquer manifestação clínica ou estado mórbido resultante de alterações dos mecanismos reguladores da homeostasia. * CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS: - Fitozoonoses: Transmitidas dos vegetais para o homem. Ex.: Blastomicose - Zoonoses: Acometem os animais e o homem. Antropozoonoses: Dos animais ao homem. Ex.: Leishmanioses tegumentares. Zooantropozooneses: Do homem ao animal. Ex.: Cisticercoses Anfixenose: Entre o homem e os animais. Ex.: Leishmaniose visceral, doença de Chagas. - Antroponose: Transmitida ao homem a partir de um reservatório humano. Ex.: AIDS. * ORDEM CRONOLÓGICA: - Período pré-patente: Tempo desde a invasão da FI do parasita no hospedeiro até o aparecimento de ovos, larvas ou oocistos da geração seguinte. - Período de incubação: Tempo que transcorre desde a infecção até o surgimento dos primeiros sinais e sintomas. - Incidência: Frequência da doença num determinado período de tempo. - Prevalência: Número total de casos na população em um instante. * CADEIA EPIDEMIOLÓGICA: - Dinâmica de ocorrência e transmissão dos agentes no meio ambiente e entre os hospedeiros. Via de eliminação Porta de entrada Fonte de infecção Via de transmissão Suscetível Fonte de infecção (pessoa, animal, obj., subst..) Modalidades: - doentes - portadores - reservatórios Via de transmissão: - poeiras - água - ar - solo - fômites - alimentos - vetores - hospedeiros intermediários. * CICLO BIOLÓGICO: - Sucessão de eventos no decorrer do processo de transmissão e desenvolvimento dos agentes biológicos. - Etapas ou fases evolutivas dos agentes nos hospedeiros e ambiente = descrição do comportamento evolutivo dos parasitas. - 2 tipos: - Direto: Hospedeiro → Ambiente - Indireto: Hospedeiro Definitivo → Hospedeiro Intermediário * SISTEMA ECOLÓGICO ou ECOSSISTEMA ou BIOGEOCENOSE: - Unidade funcional representada por determinada área natural e o conjunto de todos os organismos que aí se desenvolvem. - Constituintes do ecossistema: 1- Biótipo ou Habitat → geossubstrato = características físicas, químicas, edáficas, topográficas, geográficas e climáticas (componentes inanimados) Parasitologia 2- Biocenose ou Biota → conjunto de espécies de seres vivos que ocupam o biótopo. * RELAÇÕES INTERESPECÍFICAS: - Inquilismo (ou parasitismo espacial): Espécie se beneficia de outra para fins de proteção ou abriga, sem prejudicar. Ex.: Peixe palhaço e anêmonas. - Foresia: Espécie se aproveita de outra para locomoção. Ex.: Rêmora e tubarão, craca e baleia. - Comensalismo: Espécie, comensal, se beneficia para fins de alimentação sem alterar na outra. Ex.: Peixe-piloto e tubarão (restos alimentares). - Protocooperação: Ambas se beneficiam da associação, embora possam viver independentemente dela. Ex.: Garça carrapateira e bovino. - Mutualismo ou simbiose: Associação permanente com dependência mútua. Ex.: Líquens (algas e fungos). - Esclavagismo: Espécie se aproveita de outra para fins de trabalho. Ex.: Formigas que capturam pupas para tê-las como operárias. - Predatismo: Predador ataca a presa para fins alimentares. Ex.: Carnívoros e herbívoros. - Parasitismo: Parasita se beneficia em detrimento do hospedeiro. - Parasitose: parasita é patogênico e causa danos ao hospedeiro sem sinal e sintoma. - Parasitíase: parasita é potencialmente patogênico, mas não causa danos ao hospedeiro. * PARASITA: - Organismo com finalidade de se alimentar, reproduzir ou completar seu ciclo vital, se aloja em outro ser de modo permanente ou temporário, produzindo certas reações. * CLASSIFICAÇÃO DOS PARASITAS: - Segundo o local do parasitismo: Endoparasitas: no interior do organismo. Ex.: helmintos. Ectoparasitas: na superfície corpórea. Ex.: piolhos, pulgas. - Segundo o tempo de duração do parasitismo: Periódicos: São parasitos em uma fase do desenvolvimento. Ex.: pulgas. Permanentes: Passam a vida no hospedeiro. Ex.: ácaros Demodex. Temporários: Somente parte do seu desenvolvimento no hospedeiro ou se utilizam dele periodicamente para alimentação ou abrigo. Intermitentes: procuram o hospedeiro para se alimentar. Ex.: mosquitos Simulidae Remitentes: permanecem no hospedeiro o tempo todo. Ex.: piolhos. - Segundo o número de espécies que podem servir de hospedeiro: Monófagos ou estenoxênicos: uma espécie hospedeira. Ex.: Taenia saginata. Polífagos: Várias espécies de hospedeiros. Ex.: Toxoplasma gondii. Oligoxênicos: Especificidade restrita. Ex.: Echinococcus granulosus. - Segundo o número de hospedeiros necessários: Monoxênicos: Requerem a existência do HD Ex.: Ascaris lumbricoides Heteroxênicos: Um HD e outro HI Ex.: Trypanossoma cruzi Autoxênicos: Único hospedeiro pode servir como HD e HI. Ex.: Taenia solium no homem. - Segundo a maior ou menos exigência à vida parasitária: Obrigatórios: em condições normais, necessita obrigatoriamente de um hospedeiro Ex.: Helmintos. Facultativos: Podem viver no hospedeiro ou em vida livre. Ex.: larvas de moscas Sarcophagidae. Acidental: Parasita outro hospedeiro que não o seu normal. Ex.: Dipylidium caninum em crianças. - Segundo o habitat: Normal: Parasita se encontra em determinado segmento, órgão ou tecido de seu hospedeiro e completa seu ciclo biológico. Errático: Ocorre fora de seu sítio natural, mas consegue sobreviver, embora possa não conseguir completar seu desenvolvimento. Extraviado: Ocorre em outro hospedeiro e fora de seu habitat. Ex.: Ancylostoma braziliense. * CLASSIFICAÇÃO DOS HOSPEDEIROS: - Obrigatório: único que oferece o parasita as condições necessárias ao seu desenvolvimento. Ex.: cão com dioctophyme. - Principal: condições ideiais ao parasita, que podem também atacar outras espécies não tão eficientes como hospedeiras. Ex.: Dirofilaria. - Definitivo: Proporciona ao parasita as condições para o desenvolvimento da sua fase adulta ou principal. - Intermediário: Necessário para o desenvolvimento das formas jovens do parasita. - Falso: Quando não é hospedeiro obrigatório do parasita, levando-o a encapsular-se. Ex.: Homem e dirofilaria. - Paratênico: No qual o parasita não sofre desenvolvimento, mas permanece encistado até que o hospedeiro definitivo o ingira. Ex.: rato no Toxocara canis. * CARACTERISTICAS DOS PARASITAS QUE FAVORECEM A SOBREVIVÊNCIA: - Infectividade: capacidade de se instalar no hospedeiro. - Patogenicidade: capacidade de determinar o aparecimento dos sintomas da doença. - Virulência: medida pela intensidade da manifestação clínica. - Resistência: capacidade do parasita em sobreviver fora do organismo do hospedeiro. - Persistência: capacidade do parasita de permanecer em uma população de hospedeiros. - Tropismo: capacidade de se deslocar em direção ao local que mantem sua sobrevivência tricostrongilus. * INTERAÇÃO HOSPEDEIRO-PARASITA: - Infecção: invasão e colonização do organismo hospedeiro por parasitos internos. Ex.: helmintos e protozoários. - Infestação: ataque ao organismo hospedeiro por parasitos externos, como os artrópodes. * CLASSIFICAÇÃO TAXONÔMICA DOS PARASITAS : Nematodas pulmonares * DYCTYOCAULUS VIVIPARUS: :- Hospedeiros: Bovinos, bubalinos, cervídeos. - Localização: Traquéia e brônquios.- Distribuição: Cosmopolita. - Identificação: Adultos - finos, esbranquiçados, Machos: bolsa copuladora sem lobos Gubernáculo + espículos Fêmeas: ovovivíparas Larvas: L1 com movimentos lentos Sensíveis à dessecação Viáveis a temperaturas amenas. - Ciclo evolutivo: monoxênico. - Patogenia: 1- Fase de penetração, larvas não chegaram aos pulmões. 2- Fase pré-patente: alveolite, bronquiolite, bronquite, tampões de cél. Inflamatórias nos bronquíolos, efisema intersticial + edema pulmonar. 3- Fase patente: bronquite parasitária com vermes + muco, pneumonia parasitária – ação de ovos e larvas persistem, enfisema intersticial + edema pulmonar. 4- Fase pós-patente: fibrose peribrônquica + bronquite parasitária pós-patente. - Sintomatologia: Tosse, dispneia, taquipneia, sialorreia, coriza, anorexia, pirexia, estertores/crepitações na ausculta. Infecções maciças → dispneia grave e óbito. Reagudização do quadro → 25% dos bezerros Adultos → acometidos de bronquite parasit. quando da primo-infecção. - Epidemiologia: Bezerros ao iniciar pastejo = mais suscetíveis Adultos = forte imunidade em áreas endêmicas. L3 sobrevivem no solo se enterrando no solo. Pequeno número de vermes adultos sobrevive no HD até o próximo período de pastejo. L4 permanece em hipobiose no sist. linfático. Fungo Pilobolus spp. auxilia na dispersão das L3 - Diagnóstico: Clinico: pela sintomatologia. Epidemiológico: época do ano + histórico do pastejo. Laboratorial: pesquisa de L1 – amostras fecais colhidas do reto (técnica de Baermann). * DYCTOCAULUS ARNFIELDI: - Hospedeiros: Asininos e equinos. - Localização: Traqueia, brônquios e bronquíolos. - Identificação: semelhante ao D. viviparus. - Ciclo evolutivo: difere do anterior em: Eclosão dos ovos com L1 ocorre no lobo fecal - Patogenia: Lesões no parênquima pulmonar com exsudato purulento + áreas de necrose ao redor dos vermes. - Sintomatologia: Raramente se observa Taqui/dispneia + estertores + tosse. - Epidemiologia: Equinos adquirem de asininos Fungos Pilobolus spp. podem atuar na dispersão das L3. - Diagnóstico: Pesquisa de L1 em amostras fecais. Detecção de eosinófilos no muco traqueal Diag. Terapêutico = confirmação com regressão da sintomatologia após o tratamento. - Controle: Separar equinos e asininos. * DYCTOCAULUS FILARIA: - Hospedeiros: ovinos e caprinos. - Ciclo evolutivo: semelhante ao D. viviparus - Patogenia: Lesões semelhantes ao D. viviparus Edema + enfisema pulmonar + infecção 2º - Sintomatologia: Raramente observada Tosse + dispneia + coriza + caquexia. - Epidemiologia: L3 resistentes no ambiente + adultos portadores Caprinos são mais suscetíveis que ovinos L4 podem permanecer hipobioticas nos pulmões. - Diagnóstico: Histórico + sintomas Pesquisa de L1. * GÊNERO METASTRONGYLUS: - Espécies: Metastrongylus apri M. pudendotectus M. salmi - Hospedeiros: suínos - His: minhocas - Localização: brônquios e bronquíolos - Identificação: nematódeos brancos e finos Ovos com L1. - Ciclo evolutivo: heteroxênico. - Patogenia: Áreas de hipertrofia muscular brônquica Hiperplasia linfoide peribrônquica Enfisema pulmonar Hipersecreção brônquica Lesões + severas nos lobos diafragmáticos Infecções secundárias (estafilocócica purulenta) - Sintomatologia: Infecções geralmente leves e assintomáticas Tosse, dispneia, coriza. - Epidemiologia: Sist. de criação modernos impedem a ocorrência. Nematódeos podem carrear vírus (?). - Diagnóstico: Clínico = sintomas Epidemiológico = histórico (criação a campo) Laboratorial = exame de fezes (técnica Flut.) * MUELLERIUS CAPILLARIS: - Hospedeiros: ovinos e caprinos - His: moluscos (caramujos) - Localização: alvéolos pulmonares. - Identificação: finos e castanhos Fêmeas ovovivíparas. - Ciclo evolutivo: - Patogenia: Pequenos nódulos próximos a superfície do parênquima pulmonar formados por adultos, ovos e larvas. - Sintomatologia: Raramente observada - Epidemiologia: M. capillaris – comum nos EUA, Grâ-Bretanha e Austrália. L1 sobrevive meses no bolo fecal L3 sobrevive no HI durante toda a sua vida HD não desenvolve imunidade eficiente. - Diagnostico: Exame de amostras fecais para L1 (método de Baermann). * OSLERUS OSLERI: - Superfamília Metastrongyloidea - Hospedeiros: cães domésticos e outros canídeos. - Localização: nódulos fibrosos na traqueia e brônquios. - Identificação: vermes finos, pálidos. - Ciclo evolutivo: - Patogenia: Surgem nódulos acinzentados contendo os vermes junto ao epitélio respiratório traqueal. - Sintomatologia: Infecções são geralmente assintomáticas Nódulos são considerados achados de necrópsia Podem surgir dificuldades respiratórias, tosse Casos clínicos geralmente ocorrem em cães de 6 a 12 meses. - Epidemiologia: FI = Cadela lactante. - Diagnóstico: Sinais clínicos Esfregaços de muco faríngeo Exames de fezes – téc. de flut. E de Baerman Brocoscopia – visualização dos nódulos e colheita de muco Exames radiográficos – detecta nódulos grandes. * AELUROSTRONGYLUS ABSTRUSUS: - Superfamília: Metastrongyloidea - HD: gatos - HI: Moluscos - Localização: parênquima pulmonar e pequenos bronquíolos - Identificação: vermes finos, encontrados em grupos e junto a ovos e larvas. - Ciclo evolutivo: - Patogenia: Baixa patogenicidade Infecções são assintomáticas Infecções graves são raras e apresentam nódulos pulmonares com centros caseosos Podem surgir granulomas a partir de alvéolos bloqueados por massas de vermes, ovos e larvas. Hipertrofia e hiperplasia da camada muscular das paredes dos bronquíolos, ductos alveolares e artérias pulmonares. Resolução do quadro é rápida. - Sintomas: Sinais inaparentes ou leves Tosse discreta crônica e espirros Dispneia discreta Produção de esputo mucoide. - Epidemiologia: Grande número de lesmas e caramujos podem servir de HI Ampla variedade de HP (somente transporte). Prevalência encontradas - Diagnóstico: Exames de fezes, por esfregaços, flutuação ou Baerman Exames de esfregaços faríngeos Exames radiográficos – revelam aumentam da densidade vascular e parenquimatosa focal * SYNGAMUS TRACHEA: - Superfamília Strongyloidea - Hospedeiro: Aves - Localização: traqueia - Identificação: Fêmea – grande, avermelhada. Macho – pequeno Ficam permanentemente em cópula, posicionados em Y. Possuem grandes cápsulas bucais com dente Ovo de formato elíptico, bioperculado - Ciclo evolutivo: - Patogenia: Mais importante em aves jovens Migração pulmonar – pneumonia Vermes adultos – traqueíte hemorrágica, aumento da produção de muco, oclusão das vias aéreas, dispneia. - Sintomatologia: Pneumonia pré-patente – dispneia, depressão. Vermes adultos + muco na traqueia – dispneia grave, meneios da cabeça, tosse, fraqueza, anemia, emaciação. - Epidemiologia: Perus são bastante suscetíveis Ovos resistentes no ambiente Participação dos HPs aumentando a longevidade das larvas Infecção comum em aves criadas extensivamente. - Diagnóstico: Sintomatologia + exame de fezes Necrópsia de casos selecionados (vermes fixos na mucosa da traqueia). Nematodas Gástricos: * SUPERFAMÍLIA TRICHOSTRONGYLOIDEA: - Características gerais: Pequeno, extremidade ant. = cápsula bucal vestigial Macho = bolsa copuladora, 2 espículos. Fêmeas – ovíparas - Alimentação: restos celulares, secreções, sangue. - Ovos: elípticos, casca dupla, fina, morulados. - Larvas: L3 = FI As L3 se acumulam nas gotas de orvalho estimuladas pelo hidro e fototropismo. - Ciclo biológico: * TRICOSTRONGILÍDEOS DO ABOMASO: * TRICHOSTRONGYLUS AXEI: - Morfologia: Sem capsulabucal Macho com espículos espessos Fêmea com cauda afilada - Hospedeiro: Ruminantes, suínos e equinos - Patogenia: Mudança do pH e aumento da permeabilidade da mucosa. Vermes invadem os espaços entre as glândulas gástricas Ocorrem lesões nodulares, que tendem a se fundir formando placas e lesões maiores. - Sintomatologia: Infecções maciças – perda de peso e diarreia Infecções leves – inapetência e diminuição do crescimento e do ganho de peso e fezes pastosas. * GÊNERO OSTERTAGIA: - Espécies/hospedeiros: Ostertagia ostertagi – bovinos O. circumcinta – ovinos e caprinos O. trifurcata – ovinos e caprinos - Morfologia: Vermes finos, acastanhados. Espículos – diferentes nas espécies Cápsula bucal pequena Macho com bolsa copuladora. - Ciclo evolutivo: - Patogenia: Destruição das glândulas gástricas Elevação do pH (2,0 para 7,0). Edema, hiperemia, necrose da mucosa Linfoadenomegalia regional Hipoalbuminemia, diarreia. - Sintomatologia: Em bezerros durante seu primeiro período de pastejo Diarreia aquosa profusa Anorexia Pelos arrepiados e opacos Anemia Edema submandibular Perda de peso (até 20% em 7/10 dias). - Epidemiologia: L3 podem sobreviver ao inverno no pasto As L3 que sobrevivem causam infecção subclínica e asseguram a contaminação da pastagem durante o resto do pastejo no local Besouros e minhocas (HP) parecem interferir com a sobrevivência das larvas no solo As L4 podem permanecer em estado de hipobiose se a temp. ambiental estiver baixa ou se período seco significativo a ponto de as L3 permanecerem no bolo fecal por um período maior. A infecção não desperta imunidade forte, de tal forma que os bovinos adultos desprotegidos são suscetíveis Durante o período peripuerperal ocorre baixa da imunidade, levando a ocorrência da doença em fêmeas após o parto. Nas regiões de clima subtropical com chuvas no inverno, ocorre acúmulo gradativo de larvas na pastagem durante a estação, ocorrendo surtos da doença no final do verão ou outono seguinte, devido a atuação das larvas hipobioticas - Diagnostico: . Sintomatologia Estação do ano e condições ambientais História do pastejo Exame de fezes – contagem de ovos nas fezes Exame pós-morte No caso de animais adultos, pode-se pesquisar a ocorrência de larvas no pasto. * GÊNERO HAEMONCHUS: - Espécies: Haemonchus contortus, H. placei e H. similis - Morfologia: Avermelhado em espiral Macho com bolsa copuladora com lobos assimétricos Fêmea com apêndice vulvar Cápsula bucal pequena com lanceta perfurante - Hospedeiros: Ruminantes - Ciclo evolutivo: Semelhante ao Ostertagia sp., com as seguintes diferenças: L3 se desenvolvem rápido no bolo fecal L5 apresentam a lanceta perfurante que lhes permite a obtenção de sangue dos vasos da mucosa Quando os adultos se movem livremente na superfície da mucosa - Patogenia: Hematofagia Aumento da eritropoiese, perda de Fe e proteínas Lesões hemorrágicas da mucosa Abomaso com conteúdo marrom Carcaça pálida e edematosa, anemia - Sintomatologia: Hemoncose aguda: anemia, edemas, letargia, melena, queda da lã, pode ter diarreia Hemoncose crônica: perda de peso progressiva, fraqueza, perda de peso, emagrecimento, inapetência. - Epidemiologia: Desenvolvimento dos estágios larvais no ambiente é ótimo em temperaturas e umidade relativamente altas. Não desenvolvem boa imunidade contra a infecção, de forma que ocorre contínua contaminação do pasto Ocorre hipobiose das L4 na estação seca As larvas são relativamente resistentes à dessecação e podem sobreviver por meses no pasto ou no bolo fecal. - Diagnostico: Histórico + sintomatologia Exame de fezes – contagem da OPG Necrópsia: lesões hemorrágicas na mucosa do abomaso, alterações medulares nos ossos longos, edemas, caquexia, mucosas hipocoradas, carcaça pálida. * FAMÍLIA SPUROIDEA: - Características gerais: Adultos na mucosa estomacal ou do esôfago Machos com cauda espiral Fêmeas ovovivíparas - Alimentação: tampões celulares, secreções. - Ovos: elípticas, casca dupla e fina - Larvas: L3 = FI. - Espécies e hospedeiros: Spirocerca lupi – canídeos Physaloptera praeputialis – canídeos Habronema muscae – equídeos Habronema micróstoma – equídeos Draschia megastoma – equídeos - Localização: estômago. - Ciclo biológico: * SPIROCERCA LUPI: - HD: Cão e ocasionalmente gatos. - HI: Besouros coprófagos - HP: Aves, repteis e roedores. - Localização: Larvas produzem lesões na parede da aorta Adultos são encontrados nas lesões granulomatosas da parede do esôfago e do estômago. - Identificação: Vermes adultos até 8cm, rósea, permanecendo enovelados no interior dos granulomas. - Ciclo evolutivo: - Patogenia: As larvas migratórias causam lesões na parede da aorta, o que pode levar à estenose ou ruptura. Granulomas parasitários podem levar a disfagia e vômitos (regurgitamento). Posteriormente pode se desenvolver um osteossarcoma esofágico, com metástases, também espondilose das vértebras torácicas e osteoartropatia pulmonar hipertrófica dos ossos longos, de etiologias desconhecidas. - Sintomatologia: Geralmente ausente, mesmo com formação do granuloma e das lesões da aorta. - Epidemiologia: Incidência alta (até 100%) em regiões endêmicas A infecção é facilitada pela variedade de HP - Diagnóstico: Pesquisa de ovos nas fezes ou vômitos Endoscopia e radiografia – para granulomas sem fístulas esofágicas. * PHYSALOPTERA PRAEPUTIALIS: - Identificação: Adultos com lábios triangulares na extremidade anterior Permanecem fixados na mucosa gástrica Apresenta um prepúcio anterior em ambos os sexos Machos com 2 espículos, sendo o esquerdo mais longo que o direito. - HD: cães e gatos - HI: besouros, baratas e grilos. - Localização: estomago (mucosa gástrica). - Ciclo evolutivo: típico de espirurídeo: Ovo com L1 eliminado com as fezes do HD Ovo ingerido pelo HI Desenvolvem-se L2 e L3 no HI HD ingere o HI Desenvolvem-se L4, L5 e adulto na mucosa estomacal. - Patogenia: Formam pequenas ulcerações nos pontos de fixação Alimentam-se de sangue, causando anemia Causam gastrite catarral - Sintomatologia: Emese Melena - Epidemiologia: Ocorrência depende da distribuição dos His - Diagnóstico: Exame coproparasitológico para pesquisa de ovos leves Necropsia verificando lesões no estomago. * GÊNERO HABRONEMA - Espécies: Habronema muscae Habronema microstoma - Identificação: Vermes brancos finos Macho com torção espiral na causa e 2 espículos desiguais, sem gubernáculo. - Localização: estomago. - HI: muscídeos - Ciclo evolutivo: Ovos embrionados eliminados pelas fezes ou há eclosão da larva no intestino do animal e as mesmas são eliminadas pelas fezes. Meio ambiente a larva L1 é ingerida pela larva da mosca que vive no estrume Desenvolvimento concomitante de larva e mosca. Duas semanas mais tarde temos a mosca adulta com a L3 Mosca deposita as larvas em ferimentos ocasionando a habronemose cutânea Deposição de larvas próximo a boca sendo deglutida pelos equinos: habronemose gástrica Mosca morta em água de bebida ou alimento. - Patogenia: Adultos no estomago podem causar gastrite catarral, com excesso de produção de muco A habronemose cutânea causa lesões granulomatosas também chamadas “feridas de verão”, que ocorrem devido a invasão de feridas por L3. A invasão dos olhos pelas larvas causa conjuntivite persistente com espessamento nodular e ulceração das pálpebras, principalmente no canto medial As larvas podem causar pequenos abcessos pulmonares Os parasitas de habronema são encontradas livres na mucosa do estômago e envoltos por secreção mucoide. - Sintomatologia: Geralmente ausente na habronemose gástrica A habronemose cutânea é mais comum em áreas do corpo mais sujeitas a traumatismos eocorre com maior frequência nos meses mais quentes e chuvosos. Ocorre inicialmente intenso prurido seguido de lesão granulomatosa que não cicatriza e se projeta acima do nível da pele ao redor. - Epidemiologia: Lesões cutâneas tem sua sazonalidade relacionada à incidência e a atividade dos vetores muscídeos. - Diagnostico: Habronemose cutânea: achado dos granulomas cutâneos avermelhados e não- cicatrizantes. As larvas podem ser encontradas nas lesões. Infecção gástrica é de difícil diagnostico: ovos e larvas de Habronema não são facilmente demonstráveis pelas técnicas de rotina. Raspado das lesões para encontro de larvas Biopsias da área de lesão. * DRASCHIA MEGASTOMA: - Ciclo evolutivo: semelhante ao Habronema sp. - Patogenia: Vermes vivem em colônias, ao redor das quais formam-se grandes lesões nodulares que podem interferir mecanicamente com as funções estomacais se ocorrer a projeção das mesmas para a luz do estômago. - Encontrados envoltos por exsudato esverdeado no interior de nódulos submucoso multioculares exofíticos esféricos ou ovalados. Nematodas do Intestino Delgado de Carnívoros: * GÊNERO TOXOCARA: - Espécies/hospedeiros: Toxocara canis - canídeos Toxocara cati – canídeos Toxocara leonina – canídeos e felídeos - Identificação: Grande Extremidade ant. = abertura bucal rodeada por 3 lábios Asa cervical Machos: cauda afiliada com 1 espiculo T. canis macho: apêndice cuticular na cauda. Fêmeas: ovíparas - Alimentação: quimo (bolo alimentar) - Ciclo biológico: - Ciclo de vida: 1- Ovos não embrionados eliminados nas fezes 2- Tornam-se embrionados 3- Ingeridos pelo cão e eclodem no ID 4- Oncosfera no pulmão e brônquios 5- Estágios encistados são reativados no final da gestação infectam filhotes TM ou TP. 6- Vermes adultos ID filhotes 7- Ingestão do HP larvas encistam em vários tecidos 8- Cães ingerem HP - Patogenia: Lesões mecânicas: Destruição do epitélio int. – diarreia de origem osmótica + inflamatória Obstrução da luz do intestino delgado Retenção de gases e líquidos – distensão abdominal Perfuração da parede intestinal Obstrução do ducto colédoco – icterícia obstrutiva Disfunção da motilidade intestinal – intussuscepção de segmento de alça. Estágios larvais em infecções maciças – pneumonia às vezes edema pulmonar. Pequenas hemorragias imperceptíveis Filhotes – podem nascer com disfunções pulmonares. Óbito com 1 a 3 dias após parto. Vermes adultos – espoliação do quimo, absorvendo vitaminas, sais minerais. Causam enterite mucoide e catarral Pode haver oclusão total ou parcial do intestino e perfuração com peritonite Bloqueio do ducto biliar - Sintomatologia: Infecções leves a moderadas: Aumento do volume abdominal Diminuição do crescimento Diarreia Migração larval – não causa sinais clínicos importantes Vermes adultos são expelidos pelo vomito ou fezes Pelos ásperos e sem brilho Anemia, emaciação Infecções maciças: Lesão pulmonar – tosse, taquipneia e corrimento nasal sero-mucoso Óbito de filhotes, o que pode ocorrer poucos dias após o nascimento devido à infecção TP. Sinais neurológicos – convulsões (pode estar relacionado as larvas que alcançam o SNC ou subt. Toxicas do parasita) Gatos exibem a terceira pálpebra quando desidratam - Epidemiologia: Infecção é mais prevalente em cães e gatos < 6 meses Extensa distribuição da infecção e alta prevalência: Vermes machos – altamente fecundas Ovos – altamente resistentes às condições ambientais adversas Cadelas – reservatório – L2 na musculatura estriada Larvas nestes locais são insensíveis à maioria dos anti-helminticos - Diagnósticos: Clínico – sintomas respiratórios Sintomatologia digestiva Epidemiologico – idade dos animais, histórico de amamentação Parasitologico – exame coproparasitológico: Willis/Sheater Necroscópico: recém-nascidos – lesões pulmonares Filhotes – lesões em alças intestinais. (larva ocular no humano) * GÊNERO ANCYLOSTOMA: - Espécies/hospedeiros: Ancylostoma caninum – cão e raposa A. tubaeforme – gato A. braziliense – cãe e gato - Identificação: Normalmente permanecem em posição de gancho Cápsula bucal grande com dentes marginais Fêmea: bolsa copuladora, 2 espículos - Ciclo biológico: - Patogenia: - Epidemiologia: Regiões endêmicas – doença é mais comum em cães < de 1 ano. Cães mais velhos – imunidade é despertada por infecções subclínicas sicessivas Infecção TM pode desencadear a doença em filhotes lactentes criados em ambiente descontaminado e amamentados por uma cadela que pode ter sido tratada com um anti-helmintico e tem uma contagem de ovos nas fezes negativa. Áreas com terra ou gramados – oferecem umidade e proteção contra a luz solar, locais onde as larvas podem sobreviver por várias semanas. O mesmo pode ocorrer em canis mal higienizados. - Diagnóstico: Clinico: sinais e sintomas Epidemiológico: moradia, manejo, áreas de terra/areia Parasitologico: exame de fezes, necropsia – encontro de helmintos adultos in situ Exames hematológicos OBS.: Lembrar que cães lactentes podem apresentar sintomatologia grave antes que sejam detectados ovos nas fezes. A presença de alguns ovos de ancilóstomos nas fezes indica a infecção, mas não necessariamente que possíveis sinais sejam devidos aos vermes. (bicho geográfico no homem.) * GÊNERO STRONGYLOIDES: - Identificação: pequenos Adultos: só fêmeas Possuem esôfago longo Ovovivíparas - Alimentação: tampões celulares e secreções. - Ovos: elípticos, casca dupla e fina, larvados (com L1) Cães e gatos podem eliminar L1 nas fezes L3 = FI - Ciclo biológico: - Patogenia: L3 – penetração cutânea – reação eritematosa – pododermatite Migração pulmonar – focos hemorrágicos na superfície dos pulmões (necropsia). Fêmeas adultas – inflamação, edema e erosão do epitélio do ID. - Epidemiologia: L3 – não são encapsuladas e por isso não resistem às condições ambientais extremas São favorecidas por calor moderado e umidade Infecção TP e principalmente TM - mãe = reservatório.