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PROPEDÊUTICA FÍSICA DO TÓRAX – PULMÃO – REPIRATÓRIO BEATRIZ DE QUEIROZ TXXXI • ANATOMIA E FISIOLOGIA ü Eixo vertical Pratique a contagem das costelas e dos espaços intercostais. O ângulo do esterno (também denominado ângulo de Louis) é a melhor referência: para encontrá-lo, posicione seu dedo na curvatura oca da incisura supraesternal e, em seguida, deslize-o para baixo aproximadamente 5 cm, para identificar a crista óssea horizontal que une o manúbrio ao corpo do esterno. Depois, movimente seu dedo lateralmente e identifique a 2a costela e a cartilagem costal adjacente. Daí, usando dois dedos, é possível “descer pelos espaços intercostais”, um espaço de cada vez, segundo uma linha oblíqua, determinada pelos números vermelhos na ilustração a seguir. Observe que as cartilagens costais das sete primeiras costelas articulam-se com o esterno. As cartilagens das 8a, 9a e 10a costelas articulam-se com as cartilagens costais logo acima delas. A 11a e a 12a costelas, as chamadas “costelas flutuantes”, não têm fixações anteriores. Em geral, é possível palpar, na face lateral do tórax, a extremidade cartilaginosa da 11a costela, enquanto a 12a costela pode ser palpada na região posterior. As cartilagens costais e as costelas são idênticas à palpação. No dorso, a 12a costela também pode ser usada como ponto de partida para a contagem de costelas e espaços intercostais. Esse método é muito útil para definir a localização de achados nas regiões inferior e posterior do tórax, constituindo uma opção quando a abordagem anterior não é satisfatória. Com os dedos de uma das mãos, comprima para dentro e para cima a borda inferior da 12a costela e, em seguida, “avance” pelos espaços intercostais, numerados em vermelho, ou siga uma linha mais oblíqua para cima, contornando a parte anterior do tórax. A extremidade inferior da escápula constitui outra referência óssea útil – ela se encontra, em geral, ao nível da 7a costela ou espaço intercostal. Os processos espinhosos das vértebras representam outro marco anatômico útil. Quando o pescoço está flexionado para diante, o processo mais protruso é, em geral, o de C VII (vértebra proeminente). No caso de dois processos espinhosos igualmente protrusos, eles correspondem aos de C VII e T I. Frequentemente é possível palpar e contar os processos espinhosos abaixo deles, em especial quando a coluna se encontra flexionada. ü Circunferência do tórax Para descrever a localização de achados em torno da circunferência torácica, use uma série de linhas verticais, ilustradas nas imagens. As linhas medioesternal e vertebral são precisas, e as demais, estimadas. A linha hemiclavicular tem um trajeto vertical, que parte do ponto médio da clavícula. Para identificá-la, é preciso definir, com exatidão, as duas extremidades da Clavícula. Na região posterior, a linha vertebral se superpõe aos processos espinhosos das vértebras. A linha escapular é traçada do ângulo inferior da escápula. ü Pulmões, fissuras e lobos Os pulmões, suas fissuras e seus lobos podem ser mentalmente projetados na parede torácica. Na região anterior, o ápice de cada pulmão eleva-se cerca de 2 a 4 cm acima do terço interno da clavícula. A borda inferior do pulmão cruza a 6a costela na linha hemiclavicular (medioclavicular) e a 8a costela na linha axilar média. Na região posterior, a borda inferior do pulmão situa-se, aproximadamente, no nível do processo espinhoso de T X. Na inspiração ela desce ainda mais. As linhas axilares anterior e posterior apresentam um trajeto vertical, que se inicia nas pregas axilares anterior e posterior, as massas musculares que margeiam a axila. A linha axilar média inicia-se no ápice da axila. ü Localizações no tórax Convém familiarizar-se com os termos anatômicos gerais usados para identificar achados no tórax, como: Ø Supraclavicular – acima da clavícula Ø Infraclavicular – abaixo da clavícula Ø Interescapular – entre as escápulas Ø Infraescapular – abaixo das escápulas Ø Bases pulmonares – as partes mais inferiores Ø Campos pulmonares superior, médio e inferior. Com isso, é possível inferir quais as partes dos pulmões estão envolvidas por um processo mórbido. Os sinais detectados no campo pulmonar superior direito, por exemplo, quase certamente terão origem no lobo superior direito (LSD). Contudo, os sinais no campo pulmonar médio direito, identificados na região lateral, porém, podem provir de qualquer um dos três lobos diferentes. ü Projeção dos pulmões na parede torácica Para desenhar a projeção dos pulmões na parede torácica, traça-se uma linha que se inicia aproximadamente 3 cm superiormente às clavículas, marca o ápice de cada pulmão e desce medialmente, passando pela articulação esternoclavicular e o manúbrio do esterno até a articulação entre o manúbrio e o corpo do esterno, próximo ao plano mediano. Cada pulmão é dividido em aproximadamente duas metades pela fissura oblíqua (maior). A localização dessa fissura corresponde, mais ou menos, à de uma linha traçada a partir do processo espinhoso de T III obliquamente para baixo, em torno do tórax, até a 6a costela, na linha hemiclavicular. O pulmão direito é subdividido ainda pela fissura horizontal (menor). Na região anterior, essa fissura tem um trajeto próximo da 4a costela e funde-se à fissura oblíqua na linha axilar média, próximo à 5a costela. O pulmão direito divide-se, portanto, nos lobos superior, médio e inferior. O pulmão esquerdo tem apenas dois lobos, superior e inferior. ü Traqueia e brônquios principais Os sons respiratórios percebidos sobre a traqueia e brônquios apresentam uma qualidade diferente dos sons respiratórios auscultados sobre o parênquima pulmonar. A traqueia bifurca-se em brônquios-fonte principais na altura do ângulo esternal, na região anterior, e do processo espinhoso de T IV, a parte posterior. ü Pleuras Duas superfícies pleurais (membranas serosas) recobrem os pulmões. A pleura visceral recobre a superfície externa, enquanto a pleura parietal reveste a parte interna da caixa torácica e a superfície superior do diafragma. Líquido pleural lubrifica as superfícies pleurais, possibilitando o movimento mais fácil dos pulmões na caixa torácica durante a inspiração e a expiração. Entre as pleuras visceral e parietal existe um espaço potencial em que, às vezes, o líquido pleural se acumula. ü Respiração A respiração é basicamente um ato automático, controlado por centros respiratórios no tronco encefálico que produzem o impulso neuronal para os músculos respiratórios. O diafragma é o principal músculo da inspiração. Durante a inspiração, o diafragma se contrai, desce e expande a cavidade torácica, comprimindo o conteúdo abdominal e empurrando para fora a parede abdominal. Os músculos da caixa torácica também expandem o tórax, especialmente os Mm. escalenos, que vão das vértebras cervicais até as duas primeiras costelas, e os músculos intercostais paraesternais, que apresentam um trajeto oblíquo desde o esterno até as costelas. À medida que o tórax se expande, a pressão intratorácica diminui, “puxando” o ar da árvore traqueobrônquica para os alvéolos (sacos aéreos distais), preenchendo os pulmões em expansão. O oxigênio difunde-se para os capilares pulmonares adjacentes, enquanto o dióxido de carbono difunde-se do sangue para os alvéolos. Na expiração, a parede torácica e os pulmões retraem-se, o diafragma relaxa e eleva-se passivamente. Enquanto o ar flui para fora do corpo, o tórax e o abdome retornam a suas posições de repouso. A respiração normal é tranquila e fácil – apenas audível próximo à boca entreaberta, como um sopro fraco. Quando uma pessoa sadia está em decúbito dorsal, os movimentos respiratórios torácicos são relativamente suaves. Os movimentosabdominais, por outro lado, costumam ser observados com facilidade. Os movimentos torácicos acentuam-se na posição sentada. • TÉCNICAS DE EXAME Vale a pena examinar a região posterior do tórax e dos pulmões com o paciente sentado, e a região anterior do tórax e dos pulmões com o paciente em decúbito dorsal. Prossiga de maneira ordenada: inspeção, palpação, percussão e ausculta. Tente visualizar os lobos subjacentes e compare um lado com outro, de modo que assimetrias sejam identificadas mais facilmente. Com o paciente sentado, examine a região posterior do tórax e dos pulmões. Os braços do paciente devem ficar cruzados à frente do tórax, com as mãos repousando, se possível, nos ombros opostos respectivos. Essa posição afasta as escápulas e aumenta o acesso aos campos pulmonares. Em seguida, solicite ao paciente que se deite Com o paciente em decúbito dorsal, examine a região anterior do tórax e dos pulmões. Essa posição facilita o exame nas mulheres, porque as mamas podem ser deslocadas com mais facilidade. Alguns especialistas preferem examinar tanto a região anterior como a posterior do tórax com o paciente sentado. Essa técnica também é satisfatória. Percuta a região superior do pulmão e ausculte os dois pulmões em cada posição. Como a ventilação é relativamente maior no pulmão que fica por baixo, a chance de auscultar sibilos ou estertores anormais é maior nesse pulmão. ü Avaliação inicial da respiração e do tórax Você provavelmente já verificou a frequência respiratória (FR) do paciente ao obter os sinais vitais, porém vale a pena observar novamente a frequência, o ritmo, a profundidade e o esforço respiratórios. Um adulto hígido, em repouso, respira suave e regularmente, com uma FR de 14 a 20 incursões por minuto. Um suspiro ocasional é normal. Observe se a expiração dura mais do que o habitual. Procure sempre sinais de dificuldade respiratória no paciente. Verifique se existe cianose. Lembre os achados relevantes de partes anteriores de seu exame, como o formato das unhas dos dedos das mãos Escute a respiração do paciente. Há sibilo (um ruído característico da asma brônquica, semelhante a um assobio agudo. É produzido pelo ar que flui por vias respiratórias estreitadas. Frequente em asmáticos e em portadores de doença pulmonar. É reversível utilizando broncodilatadores) audível? Se houver, em que parte do ciclo respiratório ele ocorre? Inspecione o pescoço. Durante a inspiração, ocorre contração dos músculos acessórios, como os músculos esternomastóideos e escalenos, ou retração supraclavicular? A traqueia está localizada na linha média? Observe também o formato do tórax. O diâmetro anteroposterior (AP), em comparação ao diâmetro lateral do tórax, aumenta com a idade. ü Exame da região posterior do tórax Ø Inspeção Em uma posição na linha média por trás do paciente, observe o formato e a movimentação do tórax, com atenção a: § Deformidades ou assimetrias na expansão do tórax § Retração anormal dos espaços intercostais durante a inspiração. A retração é mais evidente nos espaços intercostais inferiores § Alterações uni ou bilaterais da movimentação respiratória ou retardo unilateral desse movimento. Ø Palpação Ao palpar o tórax, concentre-se em regiões que apresentem hipersensibilidade e anormalidades na pele, na expansão respiratória e no frêmito. Identifique regiões de hipersensibilidade. Palpe cuidadosamente as regiões em que houver relato de dor ou com lesões ou equimoses evidentes Avalie as anormalidades observadas, como massas tumorais ou trajetos fistulosos (estruturas tubulares inflamatórias em fundo de saco, que desembocam na pele) Avalie a expansão torácica. Coloque seus polegares no mesmo nível, paralelos à 10a costela, com suas mãos envolvendo lateralmente a caixa torácica. Ao posicionar as mãos, faça-as deslizarem um pouco para dentro, apenas o suficiente para elevar uma prega cutânea frouxa de cada lado, entre seu polegar e a coluna vertebral. Solicite ao paciente que inspire profundamente. Observe o afastamento dos polegares durante a inspiração e procure perceber a amplitude e a simetria da caixa torácica à medida que ela se expande e se contrai. Palpe o frêmito toracovocal. O frêmito consiste em vibrações palpáveis transmitidas da árvore broncopulmonar para a caixa torácica enquanto o paciente fala. Para detectar o frêmito, utilize a parte óssea da palma da mão localizada na base dos dedos, ou a superfície ulnar de sua mão, para maximizar a sensibilidade vibratória dos ossos de sua mão. Peça ao paciente para repetir as palavras “trinta e três” ou “um dois três”. Se o frêmito estiver fraco, solicite ao paciente que fale mais alto ou com uma voz mais grave. Utilize uma das mãos até aprender a perceber o frêmito. O uso simultâneo das duas mãos para comparar os lados agiliza o exame e facilita a detecção de diferenças. Palpe e compare regiões simétricas dos pulmões, segundo o padrão ilustrado na imagem ao lado. Identifique e localize regiões de aumento, diminuição ou ausência de frêmito. O frêmito é geralmente mais acentuado na região interescapular que nos campos pulmonares inferiores, sendo com frequência mais proeminente à direita que à esquerda. O frêmito desaparece abaixo do diafragma. Ø Percussão A percussão do tórax põe em movimento a parede torácica e os tecidos subjacentes, produzindo sons audíveis e vibrações palpáveis. A percussão ajuda a determinar se os tecidos subjacentes estão cheios de ar, de líquido ou se são sólidos. A técnica da percussão pode ser exercitada em qualquer superfície. Ao praticá-la, observe modificações nas notas de percussão sobre diferentes tipos de materiais ou partes distintas do corpo. Os principais aspectos para uma boa técnica, descritos para uma pessoa destra, são os seguintes: Em resumo, o movimento ocorre na altura do punho. Ele é direto, rápido, porém relaxado, e um pouco elástico. § Notas de percussão Ao comparar duas regiões, use a mesma técnica de percussão em ambas as áreas. Percuta ou golpeie duas vezes em cada local. É mais fácil detectar diferenças nas notas de percussão pela comparação de uma área com outra que golpeando repetidamente o mesmo lugar. Aprenda a identificar as cinco notas de percussão. Essas notas diferem em suas características sonoras básicas: intensidade, tom e duração. § Hiperestenda o dedo médio de sua mão esquerda, designado como o dedo plexímetro, e comprima a articulação interfalangiana distal firmemente sobre a superfície a ser percutida. Evite o contato da superfície com qualquer outra parte da mão, uma vez que isso abafa as vibrações. Observe que o polegar e o 2o, 4o e 5o quirodáctilos não estão em contato com o tórax. § Posicione o antebraço direito bem próximo da superfície, com a mão levantada. O dedo médio deve ficar parcialmente flexionado, relaxado e preparado para percutir. § Com um movimento de punho rápido e seco, porém relaxado, golpeie o dedo plexímetro com o dedo médio direito, ou o dedo plexor. Tenha como alvo a articulação interfalângica distal. Você está procurando transmitir vibrações à parede torácica subjacente através dos ossos dessa articulação. Aplique a mesma força a cada percussão e a mesma pressão pleximétrica para evitar alterações na nota de percussão relacionada com a técnica (e não com alterações no paciente). § Percuta usando a ponta do dedo plexor, e não sua polpa digital. O dedo que golpeia deve ficar quase em ângulo reto com o plexímetro. Para não machucar, é recomendável manter as unhas cortadas curtas. Afaste rapidamente seu dedo percussor, para não abafar as vibrações que acabam de ser criadas. Enquanto o paciente mantém os braços cruzados à frente do tórax, percuta o tórax em locais simétricos de cada lado, desde o ápice até as bases pulmonares. Ø AuscultaPercuta um dos lados do tórax e, em seguida, o outro na mesma altura, como ilustrado pelos números. Omita as regiões escapulares, pois a espessura das estruturas musculares e ósseas modifica o som produzido pela percussão sobre os pulmões. Identifique e localize a região e as características de quaisquer sons anormais à percussão. Identifique a descida do diafragma, ou a excursão diafragmática. Primeiro, determine o nível de macicez diafragmática durante a respiração tranquila. Mantendo o dedo plexímetro acima e paralelo ao nível esperado de macicez, percuta no sentido caudal em etapas progressivas até que a macicez substitua nitidamente a ressonância. Confirme esse nível de mudança percutindo próximo à metade do hemitórax e, também, em uma região mais lateral. Ela ajuda a avaliar as condições dos pulmões e do espaço pleural. A ausculta compreende: 1. ouvir os sons gerados pela respiração; 2. pesquisar ruídos adventícios; 3. se houver a suspeita de anormalidades, auscultar os sons da voz falada ou sussurrada do paciente durante sua transmissão através da parede torácica. § Sons respiratórios | Sons pulmonares Os sons respiratórios normais são: Murmúrio vesicular, som suave e grave. É auscultado durante toda a inspiração, continua sem pausa pela expiração e, em seguida, desaparece em torno do terço inicial da expiração. Respiração broncovesicular, que compreende sons inspiratórios e expiratórios de mesma duração, por vezes separados por um intervalo de silêncio. As diferenças de tom e intensidade costumam ser mais facilmente detectadas durante a expiração. Respiração brônquica, sons mais fortes, ásperos e agudos, com um breve intervalo de silêncio entre os componentes inspiratório e expiratório. Os sons expiratórios duram mais tempo que os inspiratórios. deixe o paciente respirar normalmente por alguns minutos. Observe a intensidade dos sons respiratórios, que refletem o fluxo de ar na boca. Os ruídos respiratórios são, em geral, mais altos na região inferoposterior dos campos pulmonares, mas também podem variar de uma área para outra. Se os sons respiratórios forem muito suaves, peça ao paciente para respirar mais profundamente. Respiração superficial ou parede espessa da parede torácica modificam a intensidade dos sons respiratórios. Existe um hiato silencioso entre os sons inspiratórios e expiratórios? Ausculte, com atenção, o tom, a intensidade e a duração dos sons inspiratórios e expiratórios. O murmúrio vesicular apresenta distribuição normal na parede torácica? Ou existem sons respiratórios broncovesiculares ou brônquicos em locais inesperados? Em caso afirmativo, onde estão situados? § Sons adventícios | Adicionais Pesquise se existem sons adventícios ou adicionais, que se superponham aos sons respiratórios habituais. A detecção de sons adventícios – estertores, sibilos e roncos – é uma parte importante de seu exame que, muitas vezes, possibilita o diagnóstico de patologias cardíacas e pulmonares. Se forem auscultados estertores, em especial que não desaparecem após a tosse, determine cuidadosamente as características a seguir, que são indícios diagnósticos da condição subjacente: o Intensidade, tom e duração (resumidos como estertores finos ou grosseiros) Os sons respiratórios são auscultados com o diafragma do estetoscópio, após orientar o paciente a respirar profundamente com a boca aberta. Use o padrão sugerido para a percussão, deslocando-se de um lado para o outro e comparando regiões simétricas dos pulmões. Se auscultar ou suspeitar de sons anormais, ausculte áreas adjacentes para determinar a extensão de qualquer anormalidade. Ausculte cada ponto pelo menos durante um ciclo respiratório. Se o paciente sentir tonteira por causa de hiperventilação, o Quantidade (poucos a muitos) o Momento de ocorrência no ciclo respiratório o Localização na parede torácica o Persistência de seu padrão entre um ciclo respiratório e outro o Qualquer alteração após tosse ou modificação na posição do paciente. § Ausculta da voz Se for auscultada respiração broncovesicular ou brônquica em localização anormal, devem ser avaliadas as vozes falada e cochichada. Com um estetoscópio, ausculte regiões simétricas da parede torácica, enquanto procede do seguinte modo: o Solicite ao paciente que diga “trinta e três”. Os sons transmitidos através da parede torácica são, em geral, abafados e indistintos. o Solicite ao paciente que diga “I”. Normalmente será ouvido um som de E longo e abafado. o Solicite ao paciente que sussurre “trinta e três” ou “um dois três.” A voz sussurrada, quando chega a ser ouvida, costuma ser fraca e indistinta. ü Exame da região anterior do tórax Quando o paciente é examinado em decúbito dorsal, deve ficar bem confortável, com os braços ligeiramente abduzidos. O paciente que apresenta dificuldade respiratória deve ser avaliado na posição sentada, ou com a cabeceira do leito elevada, até um nível confortável. Fique atento à forma do tórax e ao movimento da parede torácica do paciente. Observe deformidades ou assimetrias, retração anormal dos espaços intercostais inferiores durante a inspiração, retardo ou comprometimento localizado do movimento respiratório. Ø Palpação A palpação tem quatro utilidades em potencial: 1. Identificação das áreas dolorosas à palpação. 2. Avaliação das anormalidades observadas. Em algumas pessoas normais, é possível auscultar estertores na região anterior das bases pulmonares, após expiração máxima. Também podem ser auscultados estertores nas bases pulmonares, após decúbito prolongado. Se forem auscultados sibilos ou roncos, observe o momento de ocorrência e sua localização. Eles se modificam quando o paciente respira fundo ou tosse? 3. Avaliação adicional da expansão torácica. Coloque os dedos polegares ao longo de cada margem costal, com suas mãos acompanhando a parte lateral da caixa torácica. Ao posicionar as mãos, faça-as deslizar um pouco para dentro, no intuito de levantar pregas cutâneas frouxas entre os polegares. Peça ao paciente para inspirar profundamente. Observe se há divergência dos polegares enquanto o tórax se expande, tentando perceber a amplitude e a simetria do movimento respiratório. Ø Percussão Ø Ausculta 4. Avaliação do frêmito toracovocal. Compare os dois lados do tórax, utilizando a parte óssea da mão e dos dedos, ou a superfície ulnar da mão. O frêmito costuma estar diminuído ou ausente sobre a região precordial. Ao examinar uma mulher, afaste as mamas com suavidade, caso necessário. Percuta as regiões anterior e lateral do tórax, comparando novamente os dois lados. O coração produz normalmente uma região de macicez à esquerda do esterno, que vai do 3º ao 5o espaços intercostais. Percuta o pulmão esquerdo lateralmente a essa área. Nas mulheres, para melhorar a percussão, afaste delicadamente a mama com a mão esquerda enquanto percute com a direita. A alternativa é solicitar à própria paciente que afaste a mama. Identifique e descreva qualquer região que apresente som anormal à percussão. Com seu dedo plexímetro acima e paralelo à borda superior esperada da macicez hepática, percuta no sentido caudal, em etapas sucessivas, na linha hemiclavicular direita. Ao percutir o tórax no sentido caudal (no lado esquerdo), a ressonância do pulmão normal é, em geral, substituída pelo timpanismo da câmara de ar gástrica. Ausculte as regiões anterior e lateral do tórax, com o paciente respirando com a boca aberta, um pouco mais profundamente que o normal. Compare áreas simétricas dos pulmões. Ausculte os sons respiratórios, observando sua intensidade e identificando quaisquer variações em relação ao murmúrio vesicular normal. Os sons respiratórios costumam ser, em geral, mais altos na parte superior dos campos pulmonares anteriores. Os sonsrespiratórios broncovesiculares podem ser auscultados sobre as grandes vias respiratórias, especialmente à direita. Identifique se existem ruídos adventícios, verificando o momento de sua ocorrência no ciclo respiratório e sua localização na parede torácica. Eles desaparecem após inspiração profunda? Caso indicado, ausculte os sons vocais transmitidos.
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