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Psicologia social

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Psicologia Social e Processo Grupal 
 
 
• Aluna: Dandara Elayne Lourenço da silva 
• Matrícula: 01562391 
 
 
 
• Ao falar em processo grupal não em grupo ou dinâmica de grupo Lane se 
posiciona, trazendo para o centro da discussão o caráter histórico e dialético do 
grupo. Não se trata apenas de diferença na denominação, mas uma diferença 
profunda no fenômeno estudado. A partir dessa perspectiva, estamos afirmando o 
fato de o próprio grupo ser uma experiência histórica, que se constrói num 
determinado espaço e tempo, fruto das relações que vão ocorrendo no cotidiano e, 
ao mesmo tempo, que traz para a experiência presente vários aspectos gerais da 
sociedade, expressas nas contradições que emergem no grupo, articulando 
aspectos pessoais, características grupais, vivência subjetiva e realidade objetiva. 
Ressaltar o caráter histórico do grupo implica compreender que o grupo, na sua 
singularidade, expressa múltiplas determinações e as contradições presentes na 
sociedade contemporânea. 
 
• Entendo que todo e qualquer grupo exerce uma função histórica de manter 
ou transformar as relações sociais desenvolvidas em decorrência das 
relações de produção e, sob este aspecto, o grupo, tanto na sua forma de 
organização como nas suas ações, reproduz ideologia, que, sem um enfoque 
histórico, não é captada. 
 
• Neste sentido, tomando como base a concepção histórica e dialética do processo 
grupal presente na obra de Lane, não é suficiente afirmar que o grupo baseia-se 
apenas em reunir pessoas que compartilham normas e objetivos comuns. Significa 
compreender o grupo enquanto relações e vínculos entre pessoas com 
necessidades individuais e/ou interesses coletivos, que se expressam no cotidiano 
da prática social. Além disso, o grupo é também uma estrutura social, uma 
realidade total, um conjunto que não pode ser reduzido à soma de seus membros, 
supondo alguns vínculos entre os indivíduos, ou seja, uma relação de 
interdependência. À semelhança de qualquer vivência humana, o processo grupal 
implica relações de poder e de práticas compartilhadas e, ao se realizar, 
desenvolve a sua identidade. A atividade grupal tem, portanto, a 
dimensão externarelacionada com a sociedade e/ou outros grupos, quando o 
grupo deve ser capaz de produzir um efeito real sobre eles para afirmar sua 
identidade, e a interna, vinculada aos membros do próprio grupo, em direção à 
realização dos objetivos que levem em consideração as aspirações individuais ou 
comuns. Com a proposta de uma concepção histórica e dialética de grupo, Lane 
traz algumas sugestões para a análise do indivíduo inserido no processo grupal. A 
primeira delas é o fato de considerar que "o homem com quem estamos lidando é 
fundamentalmente o homem alienado". Deste modo, há sempre dois níveis 
operando o da vivência subjetiva e a da realidade objetiva. 
• Entendo que qualquer análise de um processo grupal que se apóie no 
materialismo dialético tem de partir, necessariamente desses dois níveis de 
análise. A emergência da consciência histórica, portanto, de uma ação social 
como práxis transformadora, significaria o nível das determinações 
concretas rompendo as representações ideológicas e se fazendo 
consciência, momento em que a dualidade desapareceria. 
 
• Apesar de não realizar uma análise exaustiva dos textos em que o processo grupal 
aparece na obra de Sílvia Lane, vimos que sua produção é coerente com a 
perspectiva teórico-metodológica proposta, constituindo-se em referência decisiva 
para as reflexões e práticas sociais com grupos, fundamentalmente com um 
caráter histórico e político, enquanto parte da totalidade do fenômeno, podendo 
mobilizar para a transformação da realidade social. A partir de uma análise crítica 
das teorias sobre grupo, Lane vai delineando uma teoria dialética do processo 
grupal, agregando no decorrer do tempo as contribuições advindas da experiência 
com grupos e com a produção de outros estudiosos como Martín-Baró. Em vários 
artigos e capítulos de livros esses pressupostos permeiam a reflexão: a natureza 
social do homem; a materialidade do psiquismo humano; o papel ativo do ser 
humano na produção da história da humanidade; a totalidade histórico-social 
enquanto expressão das múltiplas determinações do fenômeno; a historicidade. 
 
• Entender o movimento de consciência dos indivíduos, que se dá em relação 
às atividades que eles desenvolvem em interação com outros indivíduos, 
conhecer os processos grupais que produzem as identidades pessoais e ao 
mesmo tempo produzem um sentido "nós" , através da cooperação e da 
compreensão de determinantes histórico-sociais é a tarefa que compete à 
Psicologia, tornando a sua práxis em um movimento de conscientização 
social e de atividades transformadoras da sociedade.

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