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337 2014-2015 Diretrizes SBD INTRoDUção A prevalência da obesidade tem aumentado entre crianças e ado- lescentes, e há aumento do risco de doenças e associação de doenças liga- das à obesidade (A).1 A disponibilidade abundante de alimentos com alto teor ca lórico e o sedentarismo ligado a atividades como televisão, jogos ele- trônicos e computadores são algumas das causas do aumento do número de crianças obesas. Com o crescimento da obesidade infantil, as complicações associadas tornam-se mais comuns. Assim como no adulto, a obesidade infantil leva ao aparecimento de doen- ças como diabetes mellitus tipo 2 (DM2), hipertensão arterial sistêmica e dislipidemia, que conferem aumento do risco de eventos cardiovasculares. O DM2, por exemplo, tem crescido de maneira dramática entre os adolescen- tes nos últimos 20 anos (A).2 No adulto, a associação entre obe- sidade e doença coronariana está bem estabelecida. Essa associação levou, em anos mais recentes, à criação do termo síndrome metabólica (SM) para definir aqueles indivíduos que teriam mais chances de desenvolver eventos cardiovasculares devido a uma base fisiopatológica comum entre os com- ponentes da síndrome, possivelmente orquestrada pela obesidade central. De qualquer forma, independentemente da terminologia usada, os riscos car- diovasculares são bem estabelecidos e fica cada vez mais claro que as crianças, já em tenra idade, podem começar a ter alterações metabólicas preditivas de problemas mais sérios futuramente.3-5 Entre os fatores incluídos na SM estão a obesidade visceral, a dislipidemia ate- rogênica, a hipertensão e a resistência à insulina, mas outras comorbidades, como esteatoepatite não alcoólica e apneia obstrutiva do sono estão comu- mente associadas.6-9 CRITÉRIoS PARA DEFINIção DE SÍNDRoME METABÓLICA EM CRIANçAS E ADoLESCENTES No estabelecimento de critérios para definir a SM em crianças e adolescen- tes, um primeiro desafio que se põe é a medida da circunferência abdominal (CA). Critério importante que faz parte de várias definições de SM, apontado como importante indicativo de obesi- dade visceral, leva ao questionamento de como medir a CA na criança. Há diferenças entre os estudos no que concerne à medida da circun- ferência abdominal. Alguns autores a definem no ponto médio entre o rebordo costal e o topo da crista ilíaca (D)10 (mesmo procedimento utilizado em adultos), enquanto outros não descrevem o modo de medição em seu artigo (D),11 inferindo-se que seja semelhante ao usado pelos primei- ros autores, já que os critérios foram baseados no National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III (NCEP/ATP-III) para adultos. Outros compararam a prevalência de SM em crianças utilizando os critérios definidos pelo NCEP/ATP-III e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), preferindo usar o ponto entre a cica- triz umbilical e a crista ilíaca superior (D).12 Um estudo com meninas de 6 a 9 anos usou a medida no ponto médio entre a décima costela e a crista ilíaca (D).13 Vemos que é de suma importân- cia a normatização de uma medida no intuito de não haver discordância de resultados, tanto para uso clínico como para estudos epidemiológicos. A classificação de SM em adultos, apesar de ainda amplamente discu- tida, é bem estabelecida. As duas principais definições são a da OMS, criada em 1998 (D),14 e a do NCEP/ ATP-III (D),15 definida em 2001. A pri- meira apresenta como obrigatória a resistência à insulina, enquanto na segunda pode estar ausente. Apesar da diferença, os estudos mostram prevalência semelhante em adultos, ao se comparar as duas classificações (D).16 Uma nova proposta de classifi- cação foi apresentada em 2005 pela International Diabetes Federation (IDF) (D).17 Ela considera o mais impor- tante marcador a obesidade visceral, determinada pela medida da cintura, pela primeira vez com propostas de limites específicos por etnia. Síndrome metabólica em crianças e adolescentes 338 Diretrizes SBD 2014-2015 Quando se tentam usar estas clas- sificações em crianças e adolescentes, observam-se resultados conflitantes. Goodman et al. (D)12 tentaram determi- nar a prevalência de SM entre adoles- centes usando a definição da OMS e do NCEP/ATP-III. Foram utilizados os mes- mos pontos de corte para os fatores de risco das duas classificações, com exceção da obesidade, que foi definida como índice de massa corporal (IMC) ≥ percentil 95%, segundo o gráfico de IMC ajustado para sexo e idade (dispo- nível em <www.cdc.gov>). Entre os 1.513 indivíduos arrolados no estudo, o autor encontrou preva- lência de 4,2%, usando-se a primeira definição (OMS), e de 8,4% aplicando- se a segunda (NCEP/ATP-III). Além da enorme diferença encontrada entre os dois grupos, o que chama a atenção é uma prevalência bem menor do que a encontrada em adultos, estimada em 24% (D).16 A provável justificativa seria a prevalência menor de obesidade em adolescentes em comparação com adultos. É possível conjeturar que pode não ter havido tempo suficiente para a obesidade central deflagrar os meca- nismos responsáveis para o apareci- mento dos fatores de risco associados. Assim, nas últimas décadas, têm sido propostas classificações baseadas em QUADRo 1 Propostas de classificação de síndrome metabólica em crianças e adolescentes cook et al.10 de ferranTi et al.11 Weiss et al.18 Três ou mais dos cinco criTérios abaixo: Adiposidade: CA ou IMC CA ≥ p. 90% CA > p. 75% IMC escore Z ≥ 2 Glicemia de jejum ou no teste oral de tolerância à glicose (TTGO) (mg/dl) Glicemia de jejum ≥ 110 Glicemia de jejum ≥ 110 Glicemia no TOTG de 140 a 200 Pressão arterial ≥ p. 90% > p. 90% > p. 95% Colesterol da lipoproteína de alta densidade (HDL-C) (mg/dl) ≤ 40 < 50 (meninas) e < 45 (meninos) < p. 5% Triglicerídeos (mg/dl) ≥ 110 ≥ 100 > p. 95% modificações dos critérios para adultos no intuito de se identificarem crianças e adolescentes com SM (Quadro 1). Um dos primeiros estudos anali- sando a SM em crianças foi realizado por Cook et al. em 2003 (D).10 Utilizando dados do Third National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES III, 1988-1994), o autor avaliou os ado- lescentes de 12 a 19 anos aplicando os critérios definidos para SM, de acordo com o NCEP/ATP-III, com algu- mas modificações. A primeira delas é que obesidade foi definida como CA ≥ 90% para idade e sexo. O ponto de corte da pressão arterial foi extraído de valores publicados pelo National Blood Pressure Education Program (NBPEP) (D).19 Além disso, os valores de referên- cia para o perfil lipídico foram retira- dos do National Cholesterol Education Report on Lipid Levels in Children (D).20 Os resultados mostraram pre- valência de 4,2% de SM na amostra analisada. Quando estratificados pelo IMC, 28,7% dos adolescentes obesos (IMC ≥ 95% por percentil para idade e sexo) preencheram critério para SM. Essa prevalência não é surpreendente, se considerarmos que cerca de 7% dos adultos entre 20 e 29 anos são afetados pela SM (D).16 Os autores, no trabalho, defendem o uso da medida de CA em vez de outras medidas de obesidade, como o IMC, e afirmam ser a distribui- ção corporal de gordura um forte indi- cativo de correlação com risco cardio- vascular. A mesma população foi analisada por De Ferranti et al. em 2004,11 porém foram usados critérios diferentes para definição de SM. Neste estudo, tam- bém foram utilizados os critérios defi- nidos pelo NCEP/ATP-III, com modifi- cações. O resultado mostrou prevalên- cia de 9,2% de indivíduos com SM na amostra e 31,2%, quando estratificado para crianças com IMC ≥ percentil 85% para idade e sexo. O que explica esta prevalência consideravelmente maior do que a encontrada por Cook et al são os pontos de corte em relação à CA e ao perfil lipídico. Em relação à CA, o ponto de corte utilizado foi o percentil > 75%, em vez de 90% usado por Cook et al. Diferentes pontos de corte tam- bém foram utilizadospara o perfil lipí- dico. Isso levou a uma definição menos restrita e ampliou o número de adoles- centes que se encaixavam nos critérios. Os autores defendem os critérios utilizados por eles e afirmam que estes estão relativamente mais pró- ximos daqueles usados nos adultos. Exemplificando: o HDL-C de 40 mg/ dl apontado por Cook et al representa 339 2014-2015 Diretrizes SBD o percentil 10% a 25% em meninos e 10% a 15% em meninas, menor do que o percentil correspondente a 40 mg/dl de adultos. O nível de trigli- cerídeos de 110 mg/dl representa o percentil pediátrico de 85% a 95%, também maior do que o percentil adulto de 75% a 85%. Por fim, o ponto de corte no percentil 90% usado para CA é bem maior do que o percentil 75% usado no critério de adultos do NCEP/ATP-III. Portanto, no estudo de Ferranti, foi utilizada uma definição pediátrica baseada de modo particu- lar nos critérios adultos definidos pelo NCEP/ATP-III. Em um estudo que envolveu 429 crianças classificadas como obesas, Weiss et al. (D)18 analisaram indivíduos de 4 a 20 anos e encontraram o valor de 38,7% de SM no grupo definido como obesos moderados (IMC com escore Z de 2 a 2,5) e 49,7% no grupo definido como obesos graves (IMC com escore Z > 2,5). Neste estudo, foram utilizados critérios diferentes para definir a SM, entre eles a obesidade, que foi avaliada por meio do IMC, em vez da CA utili- zada em outros estudos. Os autores defendem o uso do IMC e dizem ser este menos sujeito a variações decor- rentes da puberdade ou raça. Além disso, afirmam ter o IMC forte correla- ção com adiposidade visceral e que ele se correlaciona melhor com a pressão arterial e com o perfil lipídico do que a medida de CA (A).21 Alguns autores sugerem que os valores de corte para lípides devem ser específicos por etnia, pois crianças afro-americanas apresentam valores de triglicerídeos mais baixos e mais elevados de colesterol-HDL, apre- sentando uma prevalência menor de síndrome metabólica em relação às crianças caucasianas (apersar de apresentarem taxas mais elevadas de obesidade abdominal, disglice- mia e hipertensão).22 Recentemente, a IDF desenvolveu uma nova definição de SM para crian- ças (Quadro 2) (D),23 na qual a popula- ção pediátrica foi dividida em grupos de acordo com a idade, pelo fato de haver diferenças de desenvolvimento entre crianças e adolescentes de 6 a 10 anos, de 10 a 16 anos e acima de 16 anos. Crianças menores de 6 anos foram excluídas pela falta de dados em relação a esta faixa etária. A entidade sugere que a SM não deve ser diagnosticada em crian- ças com menos de 10 anos, porém a redução de peso deve ser fortemente recomendada para aquelas com obe- sidade abdominal. Acima de 10 anos, a SM é diagnosticada pela presença de obesidade abdominal associada a dois ou mais critérios clínicos. Com exceção da medida de CA, os pontos de corte para os outros critérios, como pressão arterial, perfil lipídico e glice- mia, foram estabelecidos mediante valores fixos, sem considerar os índi- ces de percentil para idade e sexo. Isso vai contra a tendência observada nas outras classificações, em que os valores em termos de percentis vêm sendo cada vez mais usados, haja vista as alterações corporais e metabólicas que existem entre as diferentes faixas etárias da adolescência. Apesar de se mostrar mais ade- quado, um dos problemas do uso de percentis para idade e sexo, na avalia- ção dos critérios para SM, é o ajuste do valor de corte na transição para a fase adulta.24 No adulto, os critérios não são baseados em distribuição de percentis, mas sim em valores fixos. Assim, enquanto na criança é utili- zado o ponto de corte de 90% para a CA, no adulto o valor fixo (102 cm para homens e 88 cm para mulheres pelos critérios do NCEP/ATP-III) correspon- deria a um percentil entre 75% e 90% para homens e 75% para mulheres. Dessa maneira, um indivíduo de 18 anos poderia ser classificado como QUADRo 2 Definição de síndrome metabólica para crianças e adolescentes segundo a IDF 6 a 9 anos 10 a 16 anos > 16 anos Diagnóstico de SM Não estabelecido Sim (presença de obesidade abdominal em mais de dois critérios) Sim (presença de obesidade abdominal em mais de dois critérios) Obesidade abdominal (CA) ≥ percentil 90 ≥ percentil 90 Mesmos critérios usados em adultos Glicemia de jejum (mg/dl) – ≥ 100 Mesmos critérios usados em adultos Pressão arterial (mmHg) – Sistólica/diastólica ≥ 130 ou ≥ 85 Mesmos critérios usados em adultos Colesterol HDL (mg/dl) – < 40 Mesmos critérios usados em adultos Triglicerídeos (mg/dl) – ≥ 150 Mesmos critérios usados em adultos 340 Diretrizes SBD 2014-2015 tendo obesidade central na definição de adultos e como não tendo se fosse usada a classificação para crianças. CoNCLUSão Como conclusão, as crianças e os ado- lescentes estão sendo vítimas da epi- demia de obesidade observada atual- mente. Além do aumento do risco de síndrome metabólica persistente na idade adulta,20 as complicações futuras dessa situação podem ser catastrófi- cas, se não forem instituídas medidas de intervenção preventiva. Para isso, torna-se necessário identificar aqueles indivíduos com maior risco de desen- volver complicações decorrentes do excesso de peso. Nesse contexto, o termo SM, usado habitualmente em adultos, pode ser aplicado às faixas etárias menores. Alguns modelos de classificação de SM em crianças já foram apresentados e observa-se con- siderável divergência entre eles. Assim, embora uma padronização de critérios para a classificação de SM em crianças e adolescentes seja necessária e ainda careça de estudos e discussões, os autores sugerem a aplicação dos crité- rios da IDF. São recomendadas revisões sobre o tema.25-33 DIRETRIZ Aplicação dos critérios da IDF (Quadro 2) para o diagnóstico de SM na infância e adolescência para indivíduos de 10 a 16 anos de idade (D). REFERÊNCIAS 1. D’Adamo E, Santoro N, Caprio S. Metabolic syndrome in pediatrics: old concepts revised, new concepts discussed. Pediatr Clin North Am. 2011;58(5):1241-55. 2. van Vliet M, Heymans MW, von Rosenstiel IA et al. Cardiometabo- lic risk variables in overweight and obese children: a worldwide com- parison. Cardiovasc Diabetol. 2011; 10:106. 3. Damiani D, et al. Metabolic syn- drome in children and adolescents: doubts about terminology but not about cardiometabolic risks. Arq Bras Endocrinol Metab. 2011;55: 576-82. 4. Nelson RA, Bremer AA. Insulin resis- tance and metabolic syndrome in the pediatric population. Metab Syndr Relat Disord. 2010;8(1):1-14. 5. Ford ES, Li C. Defining the metabolic syndrome in children and adolescents: will the real definition please stand up? 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Metabolic syn- drome in children and adolescents -risk for sleep-disordered breathing and obstructive sleep-apnoea QUADRo 3 Recomendações e conclusões finais recomendação ou conclusão Grau de recomendação O aumento global da prevalência da obesidade em crianças e adolescentes resulta em maior risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2, hipertensão arterial e dislipidemia A Os critérios para definir a SM em crianças e adolescentes não são específicos para essa faixa etária D Na definição de síndrome metabólica para crianças e adolescentes pela IDF, nos in diví duos com mais de 16 anos, utilizam-se os mesmos critérios adotados para adultos D Não há normatização da medida da circunferência abdominal nessa faixa etária D O IMC teria correlação com a adiposidade visceral e se correlacionaria melhor com a pressão arterial e com o perfil lipídico do que a medida da circunferência abdominal A Não há normatização dos pontos de corte para pressão arterial, HDL-C e triglicerídios nesta faixa etária D (A) Estudos experimentais e observacionais de melhor consistência; (B) Estudos experimentais e observacionais de menor consistência; (C) Relatos de casos – estudos não controlados; (D) Opinião desprovida de avaliação crítica, ba sea da em consenso, estudos fisiológicos ou modelos animais. 341 2014-2015 Diretrizes SBD syndrome? 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