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DPC IV - RECURSOS

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1. SISTEMA RECURSAL 
 
•INTRODUÇÃO: 
 
-DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO - O 
principio do duplo grau de 
jurisdição, abraçado pelo artigo 5º, 
inciso LV, da Magna Carta, objetiva 
garantir ao litigante em processo 
judicial ou administrativo o direito 
de submeter a matéria decidida a uma 
nova apreciação jurisdicional, seja 
de modo total ou parcial, desde 
que atendidos os pressupostos 
específicos, previstos em lei. 
 
-SISTEMA RECURSAL NO CPC - O sistema 
recursal abraçado pelo novo CPC 
abrange nove (09) tipos de recursos, 
quais sejam:(1)apelação, (2)agravo de 
instrumento, (3)agravo interno, 
(4 )embargos de declaração, 
(5)recurso ordinário, (6)recurso 
especial, (7)recurso extraordinário, 
(8)agravo de recurso especial 
ou extraordinário e (9)embargos de 
divergência. Também encontramos a 
possibilidade de(10)recurso adesivo 
em circunstâncias especificas. 
 
2. ORDEM DOS PROCESSOS E PROCESSOS 
DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS 
TRIBUNAIS 
 
- Antes de adentrarmos no estudo de 
cada um dos recursos nominados, 
previstos no CPC, faremos a análise 
da (1) ordem geral dos processos nos 
Tribunais, bem como analisaremos 
outros temas específicos da 
competência dos Tribunais, tais como 
(2) incidente de assunção de 
competência, (3) incidente de 
arguição de inconstitucionalidade,(4) 
conflito de competência,(5) 
homologação de decisão estrangeira, 
(6) ação rescisória, (7)incidente de 
resolução de demandas repetitivas e 
(8) reclamação. 
 
• JURISPRUDÊNCIA ESTÁVEL, INTEGRA E 
COERENTE – Para o fim de trazer 
segurança jurídica àqueles que 
litigam, o novo CPC exige que os 
Tribunais uniformizem a sua 
jurisprudência, mantendo-a estável, 
integra e coerente, editando 
enunciados de súmula, tomando por 
base as circunstâncias fáticas dos 
precedentes (art. 926, S91° e 2°), 
sempre com a necessária publicidade 
dos precedentes ($5°). 
 
A) Precedente: Qualquer julgamento 
que venha a ser utilizado como 
fundamento de um outro 
julgamento, posteriormente 
proferido. 
 
B) Jurisprudência: É o resultado de 
um conjunto de decisões 
judiciais no mesmo sentido, 
sobre uma mesma matéria 
proferida pelos tribunais. 
 É formada. por precedentes 
vinculantes e persuasivos, 
representando o entendimento 
majoritário do tribunal, sobre 
certa questão. 
 
C) Súmula: É uma consolidação 
objetiva da jurisprudência, ou 
seja, é a materialização 
objetiva da jurisprudência. 
 
•EFICÁCIA VINCULANTE - De acordo com 
o disposto no artigo 927, caput, os 
juízes e tribunais têm o dever de 
observar e acatar as decisões 
superiores, não lhes sendo dado 
julgar de modo diversos nos casos de: 
 
-Soluções do STF em controle 
concentrado de constitucionalidade; 
 
-Enunciados de súmulas vinculantes; 
 
-Acórdãos em IAC ou IRDR repetitivas 
e em recursos extraordinário 
e especial repetitivos (art. 928); 
 
-Enunciados de súmulas do STF em 
matéria constitucional e do 
STJ em matéria infraconstitucional; 
 
-Orientação do plenário ou do Órgão 
Especial dos Tribunais a que 
estejam vinculados. 
 
• FUNDAMENTAÇÃO- Todas as decisões, 
mesmo quando se adequem às soluções 
impostas pelos órgãos jurisdicionais 
superiores, devem ser fundamentadas 
(art. 927, $1°). 
 
•Tipos de controle: 
 
Temos o controle concentrado e o 
controle difuso de 
constitucionalidade. 
 
O controle chamado difuso (aquele que 
está disperso em todo judiciário) 
significa que qualquer juiz em 
qualquer grau de jurisdição pode 
analisar se qualquer lei é ou não 
constitucional. Isto pode ser um 
problema, pois a decisão do juiz que 
profira ser inconstitucional, só 
valerá para aquele caso, aquelas 
partes, e outros casos não poderão 
utilizá-la como base para vincular ao 
seu processo. 
 
O controle concentrado é o controle 
que é feito exclusivamente pelo STF, 
e é realizado dentro de três ações 
específicas: ação direta de 
inconstitucionalidade (ADI), ação 
direta de constitucionalidade (ADCON) 
ou a ação de arguição de 
descumprimento de preceito 
constitucional. Nestes casos 
questionados lá no Supremo, quando há 
decisão e um destes processos, isso 
quer dizer que esta decisão vale para 
todos os que estão abaixo. A lei 
deverá ser tratada como tal e todo 
judiciário deverá respeitar esta 
decisão e acatar nos seus julgados. 
 
Este dever de cumprimento também 
ocorre quando se trata de súmulas 
vinculantes, que são exclusivamente 
baixadas pelo STF, que vincula o 
judiciário e também todo o 
administrativo. 
 
Ainda, acórdãos e incidentes de 
resolução de demandas repetitivas, 
súmulas proferidas pelos tribunais 
superiores, e decisões de órgãos 
superiores, onde os juízes deverão 
cumprir e decidirem da mesma forma. 
 
DISTINÇÃO 
 
Mais ainda, a fundamentação é 
essencial nos casos em que houver 
solução contrária diversa, sob o 
argumento de que as particularidades 
do caso (fática ou jurídica) em 
análise não se adequam ao 
posicionamento superior. 
 
SUPERAÇÃO 
 
Sempre que a tese jurídica adotada 
pelo tribunal em súmula ou julgamento 
de casos repetitivos precisar 
ser ALTERADA, será necessária a 
realização de audiências públicas 
para a rediscussão da tese (art. 927, 
$2°). A alteração da tese exige 
fundamentação adequada e especifica 
($4°), bem como a modulação dos 
efeitos da alteração ($3°). 
 
3. ORDEM DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS 
 
 
➔ Art. 929 e seus artigos subsequentes 
 
REGISTRO E DISTRIBUIÇÃO IMEDIATA – 
 
Remetidos os autos ao Tribunal 
competente, os mesmos serão 
imediatamente registrados e 
distribuídos (art. 929 e 93, XV da 
CF). Tal distribuição será realizada 
de acordo com o Regimento Interno do 
Tribunal, mediante sorteio eletrônico 
e publicidade (art. 930). 
 
PREVENÇÃO – o primeiro recurso 
distribuído tornará o relator 
prevento para novos recursos do mesmo 
processo (art. 930, parágrafo único) 
 
A prevenção é uma das formas de fixação de 
competência do juízo. Em linhas gerais, quando há 
dois ou mais juízes competentes ou com jurisdição 
cumulativa, será prevento o juiz que tiver 
realizado algum ato do processo antes dos demais 
juízes. 
 
REMESSA AO RELATOR 
 
Uma vez distribuído o processo no 
Tribunal, o mesmo será imediatamente 
encaminhado conclusos a Relator 
sorteado, o qual deverá elaborar o 
seu VOTO em trinta (30) dias e 
devolver o processo à secretaria 
(art. 931). Trata-se de prazo 
IMPRÓPRIO, pois não haverá 
consequência processual se acaso 
restar descumprido. 
 
INCUMBÊNCIAS DO RELATOR 
 
Além da responsabilidade pela 
elaboração do voto, incumbira o 
relator (art. 932) o que segue: 
 
Art. 932. Incumbe ao relator: 
 
I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, 
inclusive em relação à produção de prova, bem 
como, quando for o caso, homologar 
autocomposição das partes; 
 
II - apreciar o pedido de tutela provisória 
nos recursos e nos processos de competência 
originária do tribunal; 
 
III - não conhecer de recurso inadmissível, 
prejudicado ou que não tenha impugnado 
especificamente os fundamentos da decisão 
recorrida; 
 
IV - negar provimento a recurso que for 
contrário a: 
 
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do 
Superior Tribunal de Justiça ou do próprio 
tribunal; 
 
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal 
Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça 
em julgamento de recursos repetitivos; 
 
c) entendimento firmado em incidente de 
resolução de demandas repetitivas ou de 
assunção de competência; 
 
V - depois de facultada a apresentação de 
contrarrazões, dar provimento ao recurso se a 
decisão recorrida for contrária a: 
 
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do 
Superior Tribunal de Justiça ou do próprio 
tribunal; 
 
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal 
Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça 
em julgamento de recursos repetitivos; 
 
c) entendimento firmado em incidente de 
resolução de demandas repetitivas ou de 
assunção de competência; 
 
VI - decidir o incidente de desconsideração 
da personalidade jurídica, quando este for 
instaurado originariamente perante o 
tribunal;VII - determinar a intimação do Ministério 
Público, quando for o caso; 
 
VIII - exercer outras atribuições 
estabelecidas no regimento interno do 
tribunal. 
 
Parágrafo único. Antes de considerar 
inadmissível o recurso, o relator concederá o 
prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para 
que seja sanado vício ou complementada a 
documentação exigível. 
 
FATO SUPERVENIENTE 
 
Sempre que o Relator constatar a 
ocorrência de (1) fato superveniente 
à decisão ou a (2) existência de 
questão apreciável de oficio ainda 
não examinada, que deva considerar no 
julgamento do recurso, ouvirá as 
partes a respeito, no prazo de cinco 
(05) dias (art. 933, 'caput'). 
 
O julgamento será suspenso, se tal 
verificação ocorrer durante a sessão 
($1°). 
 
DESIGNAÇÃO DE JULGAMENTO PRESENCIAL 
Uma vez elaborado o voto pelo Relator 
e restituídos os autos pelo mesmo à 
Secretaria, o processo será 
encaminhado 20 Presidente, que 
designará data para o julgamento 
presencial. A pauta elaborada 
será publicada no DOE e afixada na 
porta da sala em que será realizado o 
julgamento, com pelo menos cinco (05) 
dias antes da sessão (art. 935). 
 
ORDEM DE JULGAMENTO 
 
No dia da sessão, os processos serão 
julgados na seguinte ordem: a) 
preferências legais e regimentais; b) 
casos em que houver sustentação oral, 
segundo a ordem dos requerimentos; c) 
casos com requerimento de 
preferência; e d) casos com 
julgamento iniciado na sessão 
anterior (art. 936). 
 
A) Preferências legais e 
regimentais; 
B) Sustentação oral; 
C) Requerimento de preferência; 
D) Julgamento iniciado em sessão 
anterior. 
 
SUSTENTAÇÃO ORAL 
 
Só é permitido nos recursos elencados 
no art.937, incisos I a IX. 
 
Para sustentar oralmente deve se 
apresentar requerimento até o início 
da sessão em que o processo deve. Ser 
julgado. 
 
É realizado após a exposição da causa 
e dará a palavra ao recorrente, 
recorrido e o MP pelo período de 15 
minutos, admitindo-se sustentação por 
videoconferência. 
 
QUESTÕES PRELIMINARES 
 
Preliminares são decididos antes do 
mérito e não será conhecido caso haja 
incompatibilidade da decisão, caso 
sejam afastados, o julgamento seguirá 
seu rito. 
 
17/03 
 
CONCLUSÃO DO JULGAMENTO 
 
No Julgamento de apelação e de agravo 
de instrumento, a decisão resultará 
do voto de 3 juízes (art. 941, §2º) 
 
Após a manifestação do voto de todos 
os juizes, o Presidente anunciará o 
RESULTADO. O acórdão será REDIGIDO 
pelo Relator ou, se ele tiver sido 
vencido, a redação será elaborada 
pelo autor do primeiro voto vencedor 
(art. 941, 'caput'). 
 
O voto vencido será necessariamente 
DECLARADO e fará parte 
integrante do acórdão (art. 941, 
$3°). 
 
Carta de ordem: carta na qual 
solicita para o juiz de 1º 
instância recolha as provas 
necessárias para a solução do 
recurso em 2º instância 
Incidente de desconsideração da personalidade 
jurídica - art. 134 
Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível 
em todas as fases do processo de conhecimento, no 
cumprimento de sentença e na execução fundada em 
título executivo extrajudicial. 
 
§ 1o A instauração do incidente será imediatamente 
comunicada ao distribuidor para as anotações 
devidas. 
 
§ 2o Dispensa-se a instauração do incidente se a 
desconsideração da personalidade jurídica for 
requerida na petição inicial, hipótese em que será 
citado o sócio ou a pessoa jurídica. 
 
§ 3o A instauração do incidente suspenderá o 
processo, salvo na hipótese do § 2o. 
 
§ 4o O requerimento deve demonstrar o 
preenchimento dos pressupostos legais específicos 
para desconsideração da personalidade jurídica. 
 
O voto proferido por qualquer um dos 
juízes poderá ser ALTERADO 
até o instante da proclamação do 
resultado, salvo no caso de juiz 
afastado ou substituído (art. 941, 
$1°). 
 
 
➔ Art. 941. Proferidos os votos, o presidente anunciará 
o resultado do julgamento, designando para redigir o 
acórdão o relator ou, se vencido este, o autor do 
primeiro voto vencedor. 
 
§ 1o O voto poderá ser alterado até o momento da 
proclamação do resultado pelo presidente, salvo aquele 
já proferido por juiz afastado ou substituído. 
 
§ 2o No julgamento de apelação ou de agravo de 
instrumento, a decisão será tomada, no órgão 
colegiado, pelo voto de 3 (três) juízes. 
 
§ 3o O voto vencido será necessariamente declarado e 
considerado parte integrante do acórdão para todos os 
fins legais, inclusive de pré-questionamento. 
 
 
RESULTADO NÃO UNÂNIME 
 
Nos casos de apelação, quando o 
Resultado não for unânime, o 
julgamento prosseguirá, 
independentemente de pedido das 
partes, na mesma sessão ou em outra a 
ser designada, com a presença de 
outros julgadores convocados, para 
garantir a possibilidade de inversão 
do resultado inicial (artigo 942, 
'caput'). 
 
Tal procedimento substitui o antigo 
recurso de embargos infringentes que 
não mais existe no novo CPC 
 
Essa técnica de julgamento se aplica 
também no julgamento de ação 
rescisória e agravo de instrumento, 
com as especificidades apontadas 
no art. 942, $3°, Porém, não é 
utilizada no julgamento de IAC, IRDR, 
remessa necessária e casos submetidos 
ao plenário ou à corte especial 
($4°). 
➔ Art. 942. Quando o resultado da apelação for não 
unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a 
ser designada com a presença de outros julgadores, que 
serão convocados nos termos previamente definidos no 
regimento interno, em número suficiente para garantir 
a possibilidade de inversão do resultado inicial, 
assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito 
de sustentar oralmente suas razões perante os novos 
julgadores. 
 
§ 1o Sendo possível, o prosseguimento do julgamento 
dar-se-á na mesma sessão, colhendo-se os votos de 
outros julgadores que porventura componham o órgão 
colegiado. 
 
§ 2o Os julgadores que já tiverem votado poderão rever 
seus votos por ocasião do prosseguimento do 
julgamento. 
 
§ 3o A técnica de julgamento prevista neste artigo 
aplica-se, igualmente, ao julgamento não unânime 
proferido em: 
 
I - ação rescisória, quando o resultado for a rescisão 
da sentença, devendo, nesse caso, seu prosseguimento 
ocorrer em órgão de maior composição previsto no 
regimento interno; 
 
II - agravo de instrumento, quando houver reforma da 
decisão que julgar parcialmente o mérito. 
 
§ 4o Não se aplica o disposto neste artigo ao 
julgamento: 
 
 
I - do incidente de assunção de competência e ao de 
resolução de demandas repetitivas; 
 
II - da remessa necessária; 
 
III - não unânime proferido, nos tribunais, pelo 
plenário ou pela corte especial. 
 
 
REGISTRO ELETRÔNICO 
 
Os votos, acordãos e demais atos 
processuais poderão ser registrado. 
Assinados em documentos eletrônicos 
(art. 943, ‘caput’) 
 
EMENTA 
 
Todo acórdão, além do relatório, 
fundamentação e dispositivo, conterá 
obrigatoriamente uma EMENTA, sob pena 
de nulidade. A ementa consiste em um 
resumo objetivo e preciso daquilo 
que ficou decidido no acórdão. (art. 
943, $1°). 
 
PUBLICAÇÃO 
 
Após a lavratura do acórdão, haverá a 
publicação da ementa no DOE, no prazo 
de dez dias (art. 943, $2°). 
 
➔ Art. 943. Os votos, os acórdãos e os demais atos 
processuais podem ser registrados em documento 
eletrônico inviolável e assinados eletronicamente, na 
forma da lei, devendo ser impressos para juntada aos 
autos do processo quando este não for eletrônico. 
 
§ 1o Todo acórdão conterá ementa. 
 
§ 2o Lavrado o acórdão, sua ementa será publicada no 
órgão oficial no prazo de 10 (dez) dias. 
 
 
JULGAMENTO ELETRÔNICO (VIRTUAL) 
 
O julgamento VIRTUAL se sujeita às 
regras da Resolução TJSP n° 772/2017 
e também do Provimento CSM n° 
2552/2020 e Resolução CNJ 313/2020. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE 
COMPETÊNCIA 
 
CONCEITO 
 
Trata-se de incidente processual 
destinado deslocar a competência 
funcional de órgão fracionário que 
seria originariamente competente para 
apreciar orecurso, para um órgão 
colegiado de maior composição, em 
casos não repetitivos que envolvam 
questão relevante de direito, com 
grande repercussão social, sendo que 
o acórdão proferido pelo criará um 
precedente que VINCULARÁ todos os 
órgãos daquele tribunal que, diante 
de outro caso igual, não poderão 
decidir de maneira diferente. 
Exemplo: processo envolvendo a 
alteração de um registro de 
nascimento para a mudança de sexo, de 
feminino para masculino, depois de 
realizada cirurgia de redesignação 
sexual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBJETIVO 
 
Criar um incidente em processos 
únicos ou raros, mas de alta 
relevância social, com o fim de gerar 
uma solução com eficácia vinculante a 
todos os juízes e órgãos 
fracionários, padronizando um 
posicionamento e com isso, unificando 
3 jurisprudência interna do Tribunal 
em tomo do tema, de modo a PREVENIR 
ou COMPOR divergência entre câmaras 
ou turmas. 
 
REQUISITOS 
 
Somente pode ser instaurado, se 
estiverem presentes os seguintes 
requisitos (art. 947, ‘caput’): 
 
➔ Art. 947. É admissível a assunção de competência 
quando o julgamento de recurso, de remessa necessária 
ou de processo de competência originária envolver 
relevante questão de direito, com grande repercussão 
social, sem repetição em múltiplos processos. 
 
§ 1o Ocorrendo a hipótese de assunção de competência, 
o relator proporá, de ofício ou a requerimento da 
parte, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, 
que seja o recurso, a remessa necessária ou o processo 
de competência originária julgado pelo órgão colegiado 
que o regimento indicar. 
 
§ 2o O órgão colegiado julgará o recurso, a remessa 
necessária ou o processo de competência originária se 
reconhecer interesse público na assunção de 
competência. 
 
§ 3o O acórdão proferido em assunção de competência 
vinculará todos os juízes e órgãos fracionários, 
exceto se houver revisão de tese. 
 
§ 4o Aplica-se o disposto neste artigo quando ocorrer 
relevante questão de direito a respeito da qual seja 
conveniente a prevenção ou a composição de divergência 
entre câmaras ou turmas do tribunal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Remessa necessária (art. 496) 
 
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de 
jurisdição, não produzindo efeito senão depois 
de confirmada pelo tribunal, a sentença: 
 
I - proferida contra a União, os Estados, o 
Distrito Federal, os Municípios e suas 
respectivas autarquias e fundações de direito 
público; 
 
II - que julgar procedentes, no todo ou em 
parte, os embargos à execução fiscal. 
 
§ 1o Nos casos previstos neste artigo, não 
interposta a apelação no prazo legal, o juiz 
ordenará a remessa dos autos ao tribunal, e, se 
não o fizer, o presidente do respectivo 
tribunal avocá-los-á. 
 
§ 2o Em qualquer dos casos referidos no § 1o, o 
tribunal julgará a remessa necessária. 
 
§ 3o Não se aplica o disposto neste artigo 
quando a condenação ou o proveito econômico 
obtido na causa for de valor certo e líquido 
inferior a: 
 
I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e 
as respectivas autarquias e fundações de 
direito público; 
 
II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os 
Estados, o Distrito Federal, as respectivas 
autarquias e fundações de direito público e os 
Municípios que constituam capitais dos 
Estados; 
 
III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os 
demais Municípios e respectivas autarquias e 
fundações de direito público. 
 
§ 4o Também não se aplica o disposto neste 
artigo quando a sentença estiver fundada em: 
 
I - súmula de tribunal superior; 
 
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal 
Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em 
julgamento de recursos repetitivos; 
 
III - entendimento firmado em incidente de 
resolução de demandas repetitivas ou de 
assunção de competência; 
 
IV - entendimento coincidente com orientação 
vinculante firmada no âmbito administrativo do 
próprio ente público, consolidada em 
manifestação, parecer ou súmula 
administrativa. 
 
 
PROCEDIMENTO 
 
O RELATOR do processo deverá 
solicitar a instauração do incidente 
e para tanto, agirá de oficio ou a 
requerimento da parte, do Ministério 
Público ou da Defensoria Pública. 
 
Assim, ANTES do julgamento do recurso 
pelo órgão fracionário, o Relator 
proporá a submissão da sua análise 
pelo órgão colegiado que o regimento 
do Tribunal indicar. 
 
O órgão colegiado julgará o recurso 
apenas se reconhecer o interesse 
público na assunção de competência 
(art.947,$2°). 
 
5. INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE 
INCONSTITUCIONALIDADE: 
 
GENERALIDADES 
 
Em nosso direito, o controle de 
constitucionalidade de leis e atos 
normativos do poder público é feito 
de dois modos: concentrado ou difuso. 
O controle CONCENTRADO de 
constitucionalidade é exercido com 
exclusividade pelo Supremo Tribunal 
Federal (art. 102, I, 'a', da CF). É 
realizado através da movimentação de 
processo objetivo, sob a forma 
de ação direta de 
inconstitucionalidade (ADIN), ação 
declaratória de constitucionalidade 
(ADECON), ou a arguição de 
descumprimento de preceito 
fundamental. 
 
O controle DIFUSO de 
constitucionalidade é realizado por 
QUALQUER JUIZO e se efetiva de modo 
incidental em qualquer processo onde 
se questione a inconstitucionalidade 
como prejudicial à análise do mérito 
da causa. 
 
No tocante ao controle difuso, 
inexiste especialidade procedimental 
quando realizado em primeiro grau de 
jurisdição, pois o magistrado 
analisará a inconstitucionalidade 
incidentalmente, decidindo a matéria 
em sentença, como questão prejudicial 
(art. 503, $1°, I1I, do CPC). 
 
Não obstante, a análise incidental de 
inconstitucionalidade perante 
Os TRIBUNAIS, efetivada em sede de 
recursos ou em ações de 
sua competência originária, deve 
obrigatoriamente respeitar a 
reserva de plenário imposta pelo art. 
97 da CF e além disso, se 
sujeitará a um incidente processual, 
que se desenvolverá sob 
procedimento específico intitulado 
como Incidente de Arguição de 
Inconstitucionalidade (arts. 948 a 
950 do CPC). 
 
CONCEITO 
 
Cuida-se de procedimento que se 
instaura com lastro no princípio da 
reserva de plenário, previsto no art. 
97 da Constituição Federal, o qual 
dispõe que apenas pelo voto da 
maioria absoluta dos membros do 
Tribunal ou do correspondente órgão 
especial, poderá ser reconhecida 
a inconstitucionalidade de ato 
normativo do Poder Público. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEGITIMIDADE ATIVA 
 
Não há previsão legal no tocante à 
legitimidade ativa para suscitar o 
incidente e por isso se entende que a 
mesma é AMPLA, o que significa que 
pode ser instaurado DE OFÍCIO, ou 
mesmo mediante PROVOCAÇÃO das partes, 
terceiros intervenientes ou o MP. 
 
MOMENTO DE SUSCITAÇÃO 
 
 A doutrina entende que não há 
preclusão temporal para a arguição do 
incidente de inconstitucionalidade. 
Podem as partes pugnar pela 
instauração até mesmo durante a 
sustentação oral, e os integrantes do 
órgão colegiado podem formular tal 
solicitação ao longo da sessão de 
julgamento. É necessário apenas que a 
Competência originária 
 
Competência originária é a competência para 
conhecer e julgar a causa pela primeira vez, 
originariamente, aquela que faz o primeiro 
exame da causa. A competência originária 
costuma ser dos juízos de primeiro grau, dos 
juízos singulares, ou seja, perante o juiz 
singular. Mas, há casos de ações de 
competência originária dos Tribunais, como a 
Ação Rescisória de sentença, Mandado de 
Segurança contra ato de juiz etc 
 
instauração do incidente seja 
solicitada ANTES do julgamento final 
do recurso, do reexame necessário, ou 
do processo de competência 
originária. 
 
INSTAURAÇÃO DO INCIDENTE 
 
 Uma vez suscitada a instauração do 
incidente de inconstitucionalidade: 
 
A) O RELATOR ouvirá as partes e o 
Ministério Público a respeito, salvo 
se um deles foi aqueleque pediu a 
instauração. O prazo para a fala das 
partes será fixado pelo Relator, pois 
não há previsão legal específica. 
Entende-se que o Relator pode 
rejeitar monocraticamente a 
instauração, nas hipóteses do art. 
949, § único; 
 
B) Após, submeterá a questão à Turma 
ou à Câmara à qual competir o 
reconhecimento do processo, para 
decisão a respeito da admissibilidade 
ou não do incidente. 
 
C) O órgão fracionário não pode 
decidir o mérito do incidente, mas 
apenas resolver pela sua 
admissibilidade ou não, sob pena de 
afrontar a reserva de plenário 
prevista no art. 97 da CF. 
 
D) Acaso o órgão fracionário decida 
pela REJEIÇÃO DO INCIDENTE, o 
julgamento do recurso ou da ação 
originária prosseguirá e nesse caso, 
poderá haver pronunciamento de 
afirmação da CONSTITUCIONALIDADE da 
norma, nunca da sua 
inconstitucionalidade. 
 
Entende-se que o órgão fracionário 
não pode afastar a incidência da lei, 
pois tal equivaleria a verdadeira 
declaração de inconstitucionalidade, 
o que não pode ser feito pelo mesmo. 
 
Nesse sentido sobrevém a Súmula 
Vinculante no 10, do STF: “Viola a 
cláusula de reserva de plenário (CF, 
artigo 97) a decisão de órgão 
fracionário de tribunal que, embora 
não declare expressamente a 
inconstitucionalidade de lei ou ato 
normativo do poder público, afasta 
sua incidência, no todo ou em parte”. 
 
E) No caso do órgão fracionário 
ACOLHER O INCIDENTE, então a questão 
será submetida ao plenário do 
tribunal ou de seu órgão especial. 
 
NÃO CABIMENTO DO INCIDENTE 
 
O incidente não será instaurado 
quando já houve pronunciamento 
anterior acerca do tema 
(inconstitucionalidade) pelo plenário 
ou órgão especial (art. 949, §único), 
mesmo que tal posicionamento tenha 
ocorrido de forma incidental em outro 
processo entre partes específicas. 
 
PROCEDIMENTO PERANTE O PLENÁRIO OU 
ÓRGÃO ESPECIAL 
 
 Uma vez admitida pelo órgão 
fracionário a instauração do 
incidente, a análise do recurso ou da 
ação originária ficará SOBRESTADA até 
final solução do incidente. Uma cópia 
do Acórdão que assim decidiu será 
encaminhada para todos os juízes e em 
seguida o presidente do tribunal 
designará sessão de julgamento (art. 
950, ‘caput’). 
 
 As pessoas jurídicas de direito 
público responsáveis pela edição da 
lei ou norma questionada, bem como 
todos os legitimados para propor as 
ações do art. 103 da CF, poderão se 
manifestar no incidente por escrito, 
apresentando memoriais, juntando 
documentos ou até mesmo realizando 
sustentação oral (art. 950, §§1o e 
2o). 
 
Dependendo da relevância da matéria e 
da representatividade dos 
postulantes, o Relator poderá 
admitir, por despacho irrecorrível, a 
manifestação de outros órgão ou 
entidades (art. 950, §3o). É cabível 
a intervenção de “amicus curiae”. 
 
O Ministério Público também deverá se 
manifestar nessa fase do incidente, 
respeitando-se os prazos e condições 
previstos no regimento interno do 
tribunal. 
 
JULGAMENTO DO INCIDENTE 
 
 A solução do incidente ocorre com 
base no posicionamento da MAIORIA 
ABSOLUTA dos juízes que compõem o 
tribunal pleno ou o órgão especial, 
assim declarando a 
inconstitucionalidade. O julgamento 
tem natureza dúplice e assim, o 
resultado será de procedência, 
declarando-se a inconstitucionalidade 
da lei ou ato normativo, ou de 
improcedência, declarando-se a 
constitucionalidade. 
 
O órgão fracionário ficará vinculado 
ao resultado do incidente e a solução 
correspondente passa a fazer parte 
integrante do julgamento do recurso, 
ação originária ou reexame 
necessário. 
 
Exatamente por isso, o Acórdão que 
julga o incidente é IRRECORRÍVEL, 
submetendo-se apenas a embargos de 
declaração, pois o julgamento somente 
estará COMPLETO com a DECISÃO do 
recurso, ação originária ou reexame 
necessário pelo órgão fracionário, 
cujo julgamento será RETOMADO e terá 
normal prosseguimento depois de 
resolvido o incidente. 
 
Nesse sentido sobrevém o teor da 
Súmula 513 do STF, segundo a qual: “a 
decisão que enseja a interposição de 
recurso ordinário ou extraordinário 
não é a do plenário, que resolve o 
incidente de inconstitucionalidade, 
mas a do órgão (câmaras, grupos ou 
turmas) que completa o julgamento do 
feito”(g.n.). 
 
Bem por isso, é pacífico o 
entendimento nos tribunais 
superiores, no sentido de que a 
interposição de recursos especial ou 
extraordinário, é de rigor a 
instrução correspondente com cópia de 
AMBOS os acórdãos proferidos (do 
incidente de inconstitucionalidade e 
do recurso, ação originária ou 
reexame necessário). 
 
 
6. CONFLITO DE COMPETÊNCIA: 
 
GENERALIDADES 
 
Como é sabido, a jurisdição é PODER, 
FUNÇÃO e ATIVIDADE do Estado. É 
PODER, porque o Estado exercita a 
jurisdição, como monopólio, através 
do Poder Judiciário. É FUNÇÃO, porque 
através da jurisdição a autoridade 
estatal aplica as leis e preserva o 
seu cumprimento. É ATIVIDADE, porque 
para o exercício da jurisdição são 
necessários estrutura e inúmeros 
órgãos para o seu desempenho (juízes, 
organização judiciária etc.). 
 
Assim, conceitua-se a jurisdição como 
o PODER EXERCIDO PELA AUTORIDADE 
SOCIAL LEGÍTIMA DE DECLARAR O DIREITO 
PARA SOLUÇÃO DE CONFLITOS 
INTERSUBJETIVOS E IMPOR 
COERCITIVAMENTE O CUMPRIMENTO DESSA 
DECLARAÇÃO, OU DE ÓRGÃO LEGALMENTE 
AUTORIZADO A DECLARÁ-LO. (OBS.: essa 
definição não contempla a chamada 
Jurisdição Voluntária, que abrange 
atividade administrativa exercida 
pelo Poder Judiciário). 
 
Não é exatamente correto falar em 
"espécies" de jurisdição, porque a 
jurisdição é UNA, como uno é o 
direito, mas o seu exercício é 
dividido e delimitado entre as 
autoridades e órgãos que irão 
desempenhá-la. 
 
A divisão da jurisdição é realizada 
por dois motivos: (1) para facilitar 
o desempenho dos serviços judiciários 
de modo prático e econômico, (2) bem 
como pela diversidade da matéria 
sobre que se voltam as múltiplas 
atividades humanas. 
 
Estabelece-se, então a COMPETÊNCIA, a 
qual deve ser compreendida como a 
medida da jurisdição na atividade dos 
órgãos judiciários, ou ainda, é a 
delimitação do poder de julgar. 
 
Em outras palavras, a competência é 
critério de distribuição da atuação 
dos órgãos/membros do Poder 
Judiciário para o desempenho da 
função jurisdicional na qual estão 
investidos, com o fim de aplicar as 
leis aos casos concretos, pacificando 
as lides. 
 
Essa definição da competência deve 
ser entendida sob duas perspectivas: 
 
1a) significa que a competência é o 
resultado da divisão do trabalho 
jurisdicional, ou seja, é a 
quantidade de jurisdição que cada 
juiz exerce em cada processo, pois a 
investidura de julgar não se submete, 
ela mesma, a delimitações; 
 
2a) também significa que a jurisdição 
é poder do Estado. Assim, todo juiz 
tem o poder de dizer o direito, mas o 
exercício desse poder é disciplinado 
pela lei, desde a Constituição às 
normas de organização judiciária 
(art. 44 do CPC). Desse modo, 
predominam LIMITES LEGAIS impostos ao 
exercício válido e regular do poder 
jurisdicional. 
 
Ocorre que APESAR das imposições 
legais atinentes à competência de 
cada autoridade (juiz) ou órgão 
jurisdicional (tribunais), podem 
surgir divergências entre os mesmos 
em torno da aceitação ou da recusa de 
processos, por entenderem que possuem 
ou não competência para julgá-los. 
Nesses casos, surge o chamado 
CONFLITO DE COMPETÊNCIA. 
 
Assim, haverá conflito de competência 
quando (art. 66 do CPC): 
 
A) dois ou mais juízes se declaram 
COMPETENTES; 
 
B) dois ou mais juízes se consideram 
INCOMPETENTES, atribuindo um ao outro 
a competência; ou 
 
C) entre dois ou mais juízes surgir 
controvérsia sobre a reunião ou 
separação de processos. 
 
Nesses casos, deverá ser suscitada a 
instauração do PROCEDIMENTO DE 
CONFLITO DE COMPETÊNCIA (arts. 951 a 
959). 
 
CONCEITO 
 
O conflito de competência pode ser 
entendido como o incidente processual 
que se presta a solucionar questões 
relativas à competência de juízes ou 
de órgãos julgadores, com o objetivo 
de determinar qual será o juízo 
competentepara apreciar o processo, 
ordenando o prosseguimento do feito 
perante aquele que for considerado 
competente para tanto. 
 
Ainda, pode se dizer que o conflito 
de competência é o procedimento 
movimentado perante uma autoridade 
imediatamente superior àquela onde 
ele é suscitado, para que possa 
decidir quem terá poder para agir em 
determinado processo, prosseguindo 
com a sua direção e julgamento. 
 
ESPÉCIES DE CONFLITO 
 
O conflito de competência poderá ser 
POSITIVO, quando dois ou mais juízes 
se consideram competentes para a 
causa. Por outro lado, será NEGATIVO, 
quando (a) dois ou mais juízes se 
consideram incompetentes para a 
causa, ou (b) ambos os juízes 
pretendem que a reunião dos processos 
ocorra perante o outro juízo. 
 
LEGITIMIDADE ATIVA 
 
A legitimidade para suscitar o 
conflito é AMPLA, podendo fazê-lo o 
próprio juiz que se considera 
incompetente, ou qualquer das partes 
ou o Ministério Público, nos casos em 
que atua como fiscal da lei (art. 66, 
par. único, cc 951 do CPC). 
 
VEDAÇÃO À SUSCITAÇÃO DO CONFLITO 
 
A parte que tenha arguido no processo 
a incompetência relativa do juiz da 
causa, não pode suscitar o conflito. 
Ou seja, a parte que já se utilizou 
da exceção declinatória do foro (art. 
337, II), não terá legitimidade para 
suscitar conflito de competência 
(art. 952, “caput”). 
 
Mas o oferecimento de conflito não 
impede que a parte que não o arguiu, 
possa suscitar a incompetência do 
juízo nos autos (par. único). 
 
FORMA PROCEDIMENTAL 
 
O conflito será sempre suscitado ao 
Tribunal imediatamente superior aos 
juízes ou órgão jurisdicional 
conflitantes. Em São Paulo, a 
competência para solução do conflito 
é do Órgão Especial (Regimento 
Interno do TJSP, arts. 219 a 225). 
 
Na hipótese de o conflito ser 
suscitado pelo JUIZ, deverá fazê-lo 
mediante ofício endereçado ao 
Presidente do Tribunal ou do Órgão 
Especial. Mas se o conflito for 
suscitado pela PARTE ou pelo 
MINISTÉRIO PÚBLICO, deverão fazê-lo 
por petição. Nos dois casos, o ofício 
ou a petição deverão ser instruídos 
com os documentos necessários à prova 
do conflito (art. 953, ‘caput’ e par. 
único). 
 
OITIVA DOS JUÍZES ENVOLVIDOS 
 
Uma vez distribuído o conflito, será 
sorteado um RELATOR para o seu 
processamento e o mesmo determinará a 
oitiva dos juízes em conflito ou, se 
um deles for o suscitante, ouvirá 
apenas o suscitado (art. 954 ‘caput’ 
e par. único). Os juízes deverão 
prestar informações no prazo fixado 
pelo Relator. 
 
 
SOBRESTAMENTO DO PROCESSO 
 
O Relator do conflito suscitado 
poderá, de ofício ou a requerimento 
de qualquer das partes, determinar o 
SOBRESTAMENTO do processo e nesse 
caso, deverá designar um dos juízos 
para resolver, em caráter provisório, 
as medidas urgentes do processo (art. 
955, ‘caput’). 
 
JULGAMENTO MONOCRÁTICO 
 
O Relator também poderá JULGAR DE 
PLANO o conflito de competência, nas 
hipóteses do art. 955, par. único. O 
recurso contra tal decisão 
monocrática será o Agravo Interno 
(art. 1.021, ‘caput’). 
 
OITIVA O MINISTÉRIO PÚBLICO 
 
Nos casos em que o Ministério Público 
oficia (art. 178 e 951, par único), o 
mesmo será ouvido após as informações 
prestadas pelos juízes em conflito e 
depois, o procedimento será 
encaminhado para julgamento. 
 
JULGAMENTO 
 
Ao apreciar o conflito, o Tribunal 
declarará qual é o juízo competente 
para a causa e além disso, também se 
pronunciará sobre a validade dos atos 
praticados pelo juízo incompetente 
(art. 957, ‘caput’). Os autos serão 
remetidos ao juízo declarado 
competente (par. único). 
 
 
CONFLITO DE ÓRGÃOS FRACIONÁRIOS 
 
Quando o conflito envolve órgãos 
fracionários dos tribunais, 
desembargadores e juízes em exercício 
no tribunal, deverá ser observado o 
quanto disposto no Regimento Interno 
do Tribunal, o qual regulará o 
processo e julgamento do conflito 
(art. 958). 
 
CONFLITO DE ATRIBUIÇÕES 
 
No caso de ocorrer conflito de 
competência entre autoridades 
judiciária e administrativa, o 
conflito também será regulado pelo 
Regimento Interno do Tribunal (art. 
959). O STJ entende que só existe tal 
conflito, quando as autoridades de 
diferentes poderes se julgam 
competentes para a prática do ato no 
desempenho de suas atividades 
administrativas. 
 
 
31/03/22 
 
 
7. HOMOLOGAÇÃO DE DECISÃO 
ESTRANGEIRA E CONCESSÃO DO 
EXEQUATUR À CARTA PRECATÓRIA 
 
A jurisdição é instituto intimamente 
ligado à soberania. Assim, se 
limita aos confins de cada Estado. 
Por isso editam-se regras que 
estabelecem as hipóteses justificadas 
pelos superiores interesses da 
soberania nacional, em que o 
julgamento da causa é reservado com 
exclusividade ao juiz do pais e 
aqueles em que tal julgamento pode 
concorrer com o do juiz estrangeiro. 
 
As regras que disciplinam o concurso 
da competência do juiz brasileiro com 
a do estrangeiro compõem a 
competência internacional. São regras 
de direito público interno e não de 
direito internacional. No CPC, tais 
regras encontram-se nos artigos 21 a 
34 e mais especificamente, o CPC 
disciplina competência internacional 
concorrente nos artigos 21 e 24. 
 
No artigo 21 estão os casos em que se 
admite que a sentença do juiz 
estrangeiro seja executada no Brasil, 
evidentemente, depois de homologada 
pelo Superior Tribunal de Justiça 
(art. 105, 1, "l da CF). Nesses 
casos, pode-se dizer que o interesse 
da soberania nacional é RELATIVO. 
 
Correndo ações em país estrangeiro e 
concomitantemente no Brasil a 
respeito das matérias previstas nos 
artigos 21 e 22 do CPC, não haverá 
litispendência, como dispõe o artigo 
24 do CPC. 
 
Nesse caso (concorrência), as 
consequências práticas são as 
seguintes: 
 
1) passada em julgado a sentença 
estrangeira e homologada pelo 
Superior Tribunal de Justiça no 
chamado "juízo de delibação" 
, poderá ser cumprida no Brasil; 
 
2) se a sentença brasileira tiver 
transitado em julgado ANTES da 
homologação da sentença estrangeira, 
o vencedor pela sentença estrangeira 
carecerá da homologação; 
 
3) se a sentença estrangeira tiver 
sido homologada e ainda não tiver 
sido proposta ação no Brasil, o autor 
que a intentar carecerá 
da ação. 
 
Nos dois últimos casos (2 e 3), os 
impedimentos provêm da COISA JULGADA. 
 
HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA – 
 
A sentença estrangeira, para gerar 
efeitos no Brasil, precisa ser 
devidamente HOMOLOGADA pelo 
Superior Tribunal de Justiça, o 
qual realizará o chamado Juízo de 
Delibação, manifestado em Ação de 
Homologação de Decisão Estrangeira, a 
ser proposta pelo interessado (art. 
960). 
 
Tal homologação somente não será 
necessária, se houver disposição 
especial em sentido contrário, 
prevista em convenção ou tratado 
internacional. 
 
De qualquer modo, não será homologada 
a sentença estrangeira na hipótese de 
COMPETÊNCIA EXCLUSIVA da autoridade 
judiciária brasileira (arts. 23, 47, 
48 e 964). 
 
Por outro lado, não é necessária a 
homologação de sentença estrangeira 
de DIVÓRCIO, a qual produzirá efeitos 
no Brasil, independentemente do Juízo 
de Delibação manifestado pelo STJ 
(art. 961, $5°). 
 
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA ESTRANGEIRA 
 
A decisão interlocutória estrangeira, 
inclusive aquela que concede medida 
de urgência, ocorrerá sempre mediante 
a expedição de CARTA ROGATÓRIA pelo 
Estado de origem, a qual, para ser 
cumprida no Brasil, dependerá da 
prévia concessão de "EXEQUATUR" pelo 
Superior Tribunal de Justiça (art. 
961 e 962). 
 
Será dispensado o "exequatur", sempre 
que assim dispuser lei brasileira ou 
tratado internacional (art. 961, 
'caput'). 
 
 
REQUISITOS PARA A HOMOLOGAÇÃO 
 
Para ocorrer a homologação da 
sentença estrangeira ou o "exequatur' 
da decisão interlocutória, será 
necessário o atendimento de TODOS OS 
REQUISITOS dispostos no artigo 963, 
quais sejam: 
 
A. Ser proferida por autoridade 
competente; 
B. Ser precedida de citação 
regular, ainda que verificada a 
revelia; 
C. Ser eficaz no país que foi 
proferida; 
D. Não ofender a coisa julgada 
brasileira; 
E. Estar acompanhada de tradução 
oficial,salvo dispensa prevista 
em tratado; 
F. Não conter manifesta ofensa à 
ordem pública; 
G. No caso de medida de urgência, 
estar garantido o contraditório 
em momento posterior(art. 962, 
§2) 
 
Na ação proposta perante o STJ para 
homologação de sentença estrangeira 
ou concessão do 'exequatur', NÃO SE 
DISCUTE questões de mérito da 
controvérsia original. Analisa-se 
APENAS se os requisitos formais estão 
presentes e se inexiste violação à 
ordem pública e à soberania nacional 
O procedimento se submete ao 
CONTRADITÓRIO e ao devido processo 
legal. 
 
COMPETÊNCIA PARA A EXECUÇÃO 
 
Uma vez homologada a sentença 
estrangeira ou concedido o 
'exequatur' à carta rogatória pelo 
STJ, a parte interessada deverá 
solicitar o cumprimento 
correspondente perante o juízo 
Federal competente (art. 965, 
'caput'). 
 
O pedido de execução deverá ser 
INSTRUÍDO com a cópia autenticada da 
decisão homologatória ou do 
'exequatur' conforme o caso (art. 
965, par, único). 
 
8. AÇÃO RESCISÓRIA 
 
Art 966-975 
 
CONCEITO 
 
A ação rescisória cuida-se de demanda 
judicial autônoma que tem como 
objetivo rescindir uma decisão 
judicial transitada em julgado, ou 
seja, cuja lide já tenha sido 
finalizada a partir de sentença do 
juiz, não sendo mais possível a 
interposição de recursos em face da 
mesma. 
 
Em outras palavras, a ação rescisória 
pode ser entendida como uma ação, que 
tem o objetivo desconstituir a coisa 
julgada que tenha se formado com um 
dos vícios gravíssimos de nulidade 
previstos em rol taxativo do art. 966 
do CPC e, sendo necessário, 
viabilizar o novo julgamento da lide 
 
Importante destacar, que mesmo sendo 
a ação rescisória um mecanismo de 
afastamento da coisa julgada, ela não 
pode ser considerada inconstitucional 
por atacar a coisa julgada, pois a 
coisa julgada que a Magna Carta quer 
preservar é aquela sem ter sido 
constituída por vícios de nulidade. 
 
Ainda, não se pode confundir DECISÃO 
RESCINDÍVEL com decisão NULA ou com 
decisão INEXISTENTE. 
 
Para estar sujeita à ação rescisória, 
a decisão deve EXISTIR no mundo 
jurídico, pois aquilo que não existe 
não precisa ser desconstituído, 
bastando se sujeitar a simples 
declaração de inexistência jurídica. 
 
Desse modo, uma decisão de mérito 
inexistente, como, p.ex, uma (1) 
sentença proferida em ação que 
tramitou perante órgão sem 
jurisdição, ou uma (2) demanda que 
contenha sentença sem dispositivo, 
não será objeto de rescisória, sendo 
suficiente mera declaração de 
inexistência. 
 
Por outro lado, as nulidades se 
CONVALIDAM com o trânsito em julgado 
da sentença e no tocante às nulidade 
absolutas, as mesmas se transformam, 
por disposição legal, em vício de 
rescindibilidade e legitimam a 
propositura de ação rescisória. 
 
Assim, como ensina Daniel Amorim 
Assumpção Neves, "O vício de 
rescindibilidade, portanto, não se 
confunde com a inexistência jurídica 
nem com a nulidade absoluta, sendo o 
resultado de uma opção de política 
legislativa em prever determinadas 
situações aptas a afastar a segurança 
jurídica gerada pela coisa julgada 
material" 
 
NATUREZA JURÍDICA 
 
 A ação rescisória não é um 
recurso, propriamente dito, mas, isto 
sim, tem natureza jurídica de AÇÃO, 
sendo uma espécie de "sucedâneo 
recursal externo", ou seja, é uma 
forma procedimental de impugnação 
de decisão judicial, mediante 
processo diverso. Por isso é 
usualmente denominada como Ação 
Autônoma de impugnação, a qual busca 
desconstituir decisão de mérito que 
gerou coisa julgada em outro 
Processo. 
 
OBJETO DA RESCISÃO 
 
 A ação rescisória terá como objeto 
toda e qualquer DECISÃO DE MÉRITO 
TRANSITADA EM JULGADO (art. 966, 
'caput'), e que por isso, formou 
COISA JULGADA MATERIAL, o que abarca 
as sentenças meritórias 
(definitivas) (art. 485) e as 
decisões interlocutórias que tenham 
decidido parcialmente o mérito da 
demanda (art. 356) ou constituído 
título executivo judicial em ação 
monitória (art. 701, S$ 2° e 3°). 
 
Também se admite a movimentação de 
ação rescisória em face de 
DECISÃO QUE NÃO SEJA DE MÉRITO 
(terminativa), nas hipóteses do 
artigo 966, $2°, ou seja, quando a 
decisão: 
 
A) impeça nova propositura de 
demanda, como na hipótese de 
reconhecimento de perempção (art. 
486, §3°); ou 
 
B) impeça a admissibilidade 
de recurso (aqui se cuida de 
inadmissão e não de juízo de 
admissibilidade), oferecido contra 
decisão que tenha analisado ou não o 
mérito da causa (uma corrente defende 
que só cabe rescisória contra decisão 
que inadmite recurso, se a decisão 
atacada por esse recurso é de mérito. 
Mas essa questão é controversa) 
 
Ainda, a ação rescisória pode ter por 
objeto APENAS UM CAPÍTULO DA DECISÃO. 
pretendendo, assim, apenas uma 
rescisão PARCIAL (art. 966, §3°). 
 
Por outro lado, a HOMOLOGAÇÃO 
JUDICIAL de atos de disposição de 
direitos praticados pelas partes, 
ensejando ACORDOS e TRANSAÇÕES no 
processo, bem como ATOS 
HOMOLOGATÓRIOS praticados no curso da 
execução, NÃO SE SUJEITAM à ação 
rescisória, mas, isto sim, se 
submetem apenas à ANULAÇÃO, a ser 
declarada em Ação Anulatória, cujo 
julgamento competirá ao juiz que 
realizou a homologação questionada 
(art. 966, $4°). 
 
HIPÓTESES DE CABIMENTO DA RESCISÓRIA 
 
O art. 966 apresenta um rol TAXATIVO 
("numerus clausus") de situações 
ensejadoras do oferecimento de ação 
rescisória, de modo que somente nas 
oito (08) hipóteses destacadas 
naquele dispositivo legal. Vejamos, a 
seguir, cada uma delas: 
 
Inciso I- A primeira hipótese que 
justifica a propositura de ação 
rescisória, envolve a possibilidade 
da prática de crime pelo juiz da 
causa, na medida em que a sentença 
tenha resultado de prevaricação (art. 
319 do CP), concussão (art. 316 do 
CP) ou corrupção (art. 317 do CP), 
cometidos pelo magistrado na condução 
e na solução da causa. 
 
Nesses casos não se exige prévia 
condenação do juiz em ação penal, 
ou mesmo a anterior existência de 
processo criminal em curso. O 
reconhecimento da prática 
do delito pode ser feita de modo 
INCIDENTAL na ação rescisória. Mas a 
ação rescisória pode ser SUSPENSA, 
até final solução da demanda 
criminal, nos termos do art.315 do 
CPC, por força de prejudicialidade 
externa. 
 
Inciso II - A segunda hipótese 
autorizadora da rescisória diz 
respeito ao fato de o processo haver 
sido conduzido e julgado por juiz 
IMPEDIDO (art. 144) ou absolutamente 
INCOMPETENTE (arts, 42 a 53 e 64). 
 
O impedimento parcialidade, do juiz é 
considerada causa ABSOLUTA gera 
nulidade absoluta da causa e prova a 
de sua rescindibilidade. 
 
Entende a doutrina e a 
jurisprudência, que a ação rescisória 
será admitida mesmo que o impedimento 
ou a incompetência absoluta do 
magistrado tenham sido objeto de 
arguição e análise no processo 
originário. 
 
Inciso II - Também justifica a 
propositura de ação rescisória a 
prática de DOLO ou COAÇÃO exercida 
pela parte vencedora em 
prejuízo da parte vencida, ou ainda, 
a atuação. 
 
O emprego de dolo ou coação por um 
dos contendores em detrimento do 
outro, implica em ofensa aos 
princípios da boa-fé e da lealdade 
processual e por isso compromete o 
seu resultado, que pode ser 
rescindido. 
 
Mas é necessário provar o nexo causal 
entre o dolo e a coação, e o 
resultado da demanda, pois SOMENTE 
será possível a rescisão da sentença 
se ficar evidenciado que a má-fé da 
parte foi DETERMINANTE para o 
resultado do processo, tendo 
influenciado de forma significativa o 
magistrado, afastando-o da verdade 
dos 
fatos discutidos e considerados para 
o julgamento da causa. Prof. Júlio 
César Franco 
 
 ◼ Mas nesse mesmo inciso III, 
apresenta-se também como causa 
justificadora da ação rescisória a 
prática de SIMULAÇÃO (art. 167 CC) ou 
de COLUSÃO (art. 142 CPC) entre as 
partes, com o fim de fraudar a lei. O 
processo simulado não é admitido e a 
sua sentença poderá ser rescindida, 
inclusive com a aplicação das penas 
de litigância de má-fé em relação aos 
dois litigantes. 
 
◼ Inciso IV – Autoriza a propositura 
de ação rescisória o eventualdesrespeito à COISA JULGADA (arts. 
337, §4o e 485, V). Assim, embora o 
correto teria sido a extinção 
oportuna da ação rescindenda, sem 
apreciação do seu mérito (art. 485, 
V), se tal não ocorreu por descuido 
das partes e do magistrado, a 
sentença de mérito proferida deverá 
ser rescindida, pois não se admite 
novo julgamento da mesma causa, 
quando já existe anterior decisão 
transitada em julgado. 
 
◼ Também haverá ofensa à coisa 
julgada, quando o seu EFEITO POSITIVO 
não for respeitado no novo processo, 
ou seja, quando no julgamento de uma 
causa for desprezada a solução de 
mérito acerca de determinada relação 
jurídica ocorrida em causa diversa. 
Ex.: Em um processo já houve o 
reconhecimento da união estável entre 
duas pessoas, mas em outra causa 
entre as mesmas, tal fato é 
desconsiderado pelo juiz. 
 
 ◼ Inciso V – A ação rescisória 
também terá cabimento na hipótese da 
sentença ou do acórdão violar, de 
modo manifesto, norma jurídica. Este 
item, portanto, se baseia na 
ocorrência de ERRO CRASSO do 
magistrado ou do órgão julgador, o 
qual afronta texto expresso de uma 
norma jurídica. 
 
◼ E o termo NORMA JURÍDICA, deve ser 
entendido de modo amplo, abrangendo 
qualquer texto legal e até mesmo 
princípios não escritos. 
 
◼ De qualquer modo, não é qualquer 
violação da lei que justifica a 
rescisória. É preciso que no momento 
da aplicação da norma na decisão 
questionada, não exista interpretação 
controvertida nos tribunais. 
◼ A violação manifesta contra decisão 
baseada em enunciado de súmula ou 
acórdão proferido em julgamento de 
CASOS REPETITIVOS, também enseja ação 
rescisória, quando não tenha sido 
apontada a distinção entre a questão 
discutida no processo e 
o padrão decisório que lhe deu 
fundamento (art. 966, §5o). 
 
 ◼ Mas nesse caso, o autor da 
rescisória deve DEMONSTRAR de modo 
FUNDAMENTADO que se trata de 
“situação particularizada por 
hipótese fática distinta ou de 
questão jurídica não examinada, a 
impor outra solução jurídica” (§6o), 
sob pena de inépcia da petição 
inicial. 
 
◼ A causa de pedir, nesse caso, é a 
DISTINÇÃO entre o precedente ou a 
súmula repetitiva aplicada no caso 
concreto e o processo julgado, assim, 
sem a demonstração dessa distinção, 
não haverá causa de pedir e por isso, 
a inépcia da exordial será inevitável 
e provocará a extinção da rescisória. 
 
◼ Inciso VI – O fato da sentença 
rescindenda ter se fundamentado em 
PROVA FALSA, assim (1) reconhecida em 
processo criminal ou (2) demonstrada 
na própria ação rescisória, justifica 
a propositura desta última. 
◼ No caso da existência de processo 
criminal destinado à apuração da 
falsidade da prova, será possível a 
SUSPENSÃO da ação rescisória até o 
seu julgamento (art. 315). 
 
 ◼ De qualquer forma, mesmo que 
reconhecida a falsidade da prova, 
APENAS será possível a rescisão da 
sentença se ficar EVIDENCIADO que a 
prova falsa foi o fundamento 
principal da decisão, ou seja, foi o 
fundamento único ou indispensável que 
sustentou a decisão impugnada. 
 
◼ Inciso VII – Igualmente justificará 
a propositura de ação rescisória a 
obtenção, depois do trânsito em 
julgado, de PROVA NOVA, cuja 
existência o autor ignorava ou que 
não pôde fazer uso. 
 
◼ Mas não é qualquer nova prova que 
autoriza a rescisória, e sim apenas 
aquela que, por si só, se mostra 
capaz de garantir ao autor um 
pronunciamento favorável na demanda 
original, como, por exemplo, o 
surgimento do recibo de pagamento da 
dívida cobrada. 
 
◼ Entende-se por PROVA NOVA, não 
apenas a documental, propriamente 
dita, mas qualquer prova documentada, 
o que abrange prova pericial ou oral 
materializada em um documento, tal 
como laudo pericial ou termo de 
audiência. 
 
◼ Não se confunde PROVA NOVA com FATO 
NOVO, pois este último 
não autoriza a ação rescisória. 
Prof. Júlio César Franco 
 
 ◼ Inciso VII – Acrescenta-se como 
última hipótese justificadora da 
proposição de ação rescisória, a 
ocorrência de ERRO DE FATO que possa 
ser constatado através de exame dos 
autos originais. 
 
◼ E o §1o do art. 966 explica que 
haverá erro de fato sempre que a 
decisão rescindenda (1) admitir como 
verdadeiro um fato INEXISTENTE ou 
quando (2) considerar inexistente um 
fato EFETIVAMENTE OCORRIDO. 
 
◼ Imprescindível, também, que nesses 
dois casos o fato não represente 
ponto controvertido sobre o qual o 
juiz deveria ter se pronunciado. 
 
◼ Assim, são REQUISITOS para a 
admissão da rescisória com base em 
erro de fato: 
 
 a) o erro de fato deve ser 
fundamento essencial da sentença; 
 
 b) a apuração do erro de fato deve 
ser realizado com as provas do 
processo original; 
 
 c) o fato não pode representar ponto 
controvertido no processo de 
origem; e 
 
 d) não pode existir pronunciamento 
judicial anterior sobre o fato. Prof. 
Júlio César Franco 
 
 
LEGITIMIDADE ATIVA 
 
Estão legitimados ativamente para 
propor a ação rescisória, todos os 
sujeitos elencados no artigo 967, 
quais sejam: 
 
 A) qualquer uma das PARTES no 
processo original, ou seus SUCESSORES 
a título universal ou singular; 
 
 B) o TERCEIRO juridicamente 
interessado; 
 C) o MINISTÉRIO PÚBLICO, nas 
hipóteses do inciso III: 
 
 c.1) quando o MP não foi ouvido no processo em que sua 
intervenção era obrigatória; 
 
 c.2) quando a decisão rescindenda resultar de simulação ou 
colusão das partes, com o objetivo de fraudar a lei; ou 
 
 c.3) sempre que a lei exigir a atuação do MP. 
 
 D) aquele que não foi ouvido no 
processo em que lhe era obrigatória a 
intervenção, ou seja, o LITISCONSORTE 
NECESSÁRIO. 
 
LEGITIMIDADE PASSIVA 
 
 Serão integrados ao polo passivo, 
TODOS OS SUJEITOS que figuraram como 
parte no processo originário e não 
estejam propondo a ação rescisória. 
Forma-se litisconsórcio passivo 
necessário nesse caso. 
 
PETIÇÃO INICIAL 
 
A petição inicial da ação rescisória 
deverá ser elaborada com a devida 
atenção aos requisitos comuns, 
previstos no artigo 319, acrescidos 
dos requisitos específicos contidos 
no artigo 968, “caput”, quais sejam: 
 
 A) formulação de pedido de rescisão 
da decisão atacada; e 
 
 B) pedido de novo julgamento, se for 
o caso. 
 
 C) oferecimento de depósito em 
garantia do juízo, equivalente a 
cinco por cento sobre o valor da 
causa (art. 968, ‘caput’, II), o qual 
não será superior a 1.000 salários 
mínimos (§2o). 
 
 O depósito em garantia referido é 
condição de procedibilidade da ação 
rescisória, tanto que a sua ausência 
ou insuficiência provoca o 
indeferimento da petição inicial 
(§3o). 
 
 Referido depósito em garantia será 
convertido em MULTA e reverterá em 
benefício do réu, caso a ação 
rescisória seja, por unanimidade de 
votos, declarada inadmissível ou 
improcedente 
(art. 968, ‘caput’, II, cc 974, par. 
único). Prof. Júlio César Franco 
 
 A exigência do depósito caução não 
será aplicada em face de autor 
beneficiário da assistência 
judiciária gratuita, ou mesmo em 
relação aos Entes Públicos indicados 
no art. 968, §1o (União, Estados, 
Distrito Federal, Municípios e suas 
autarquias e fundações), bem como ao 
Ministério Público e à Defensoria 
Pública. 
 
COMPETÊNCIA 
 
É dos TRIBUNAIS a competência 
originária para julgar ações 
rescisórias. Cuida-se de regra de 
competência funcional e, portanto, 
ABSOLUTA. 
 
De qualquer modo, se o autor 
distribuir a ação rescisória perante 
Tribunal incompetente, o mesmo será 
intimado para emendar a petição 
inicial, a fim de adequar o objeto da 
demanda e os autos serão remetidos ao 
Tribunal competente ( §§ 5o e 6o). 
 
EFEITO SUSPENSIVO DA AÇÃO 
 
 A ação rescisória não tem efeito 
suspensivo e por isso, não impede o 
cumprimento da decisão rescindenda. 
Para que haja o sobrestamento da 
execução do julgado inquinado, é 
preciso a concessão de TUTELA 
PROVISÓRIA (art. 969). 
 
 
PROCEDIMENTO 
 
 Uma vez distribuída a ação, será 
sorteado um RELATOR, cuja escolha 
recairá, sempre que possível, em um 
juiz que não haja participado do 
julgamento rescindendo(art. 971, 
par. único). 
 
 Ao receber o processo, o Relator 
analisará as condições de 
procedibilidade da demanda e se as 
mesmas estiverem presentes, e não for 
o caso de indeferimento da petição 
inicial, determinará a CITAÇÃO do 
réu, ficando prazo para oferecimento 
de RESPOSTA entre um mínimo de quinze 
(15) dias e o máximo de trinta (30) 
dias (art. 970). 
 
Uma vez devolvidos os autos pelo 
Relator em Cartório com o RELATÓRIO, 
a Secretaria do Tribunal expedirá 
CÓPIAS do mesmo para todos os demais 
juízes que compuserem o órgão 
competente para o julgamento (art. 
971, “caput”). 
 
Posteriormente, uma vez efetivada a 
citação, com ou sem contestação, 
passará a ser observado o 
PROCEDIMENTO COMUM e a marcha 
processual seguirá o rito dos artigos 
318 a 512 do CPC. 
 
 
 Na hipótese de os fatos alegados 
pelas partes dependerem de PROVAS, 
será aberta a FASE PROBATÓRIA, 
mediante decisão saneadora (art. 
357). 
 
Assim, o RELATOR poderá (1) colher 
ele mesmo as provas necessárias ou, 
se preferir, (2) poderá delegar a 
competência para tanto ao órgão 
jurisdicional que proferiu a decisão 
rescindenda, expedindo CARTA DE ORDEM 
ao mesmo. Nesse caso, fixará prazo de 
um (01) a três (03) meses para a 
realização do ato probatório (art. 
972). 
 
 Uma vez concluída a instrução, será 
iniciada a etapa de ALEGAÇÕES FINAIS, 
sendo concedido às partes o prazo 
SUCESSIVO de dez (10) dias para a 
apresentação de memoriais escritos 
(art. 973, ‘caput’). 
 
 Ato contínuo, os autos serão 
encaminhados em conclusão ao RELATOR, 
para o fim de JULGAMENTO pelo órgão 
competente (art. 973, par. único). 
 Prof. Júlio César Franco 
 
 
Se é fato, como já dito, que a 
escolha do RELATOR não deverá recair 
sobre juiz que haja participado do 
julgamento rescindendo (art. 971, 
par. único), o mesmo impedimento NÃO 
OCORRE com relação aos demais juízes 
componentes do ÓRGÃO JULGADOR da 
rescisória. Nesse sentido, deparamos 
com a Súmula 252 do STF, segundo a 
qual: “Na ação rescisória, não estão 
impedidos os juízes que participaram 
do julgamento rescindendo”. 
 
JULGAMENTO DE PROCEDÊNCIA 
 
 Sendo a ação rescisória julgada 
PROCEDENTE pelo tribunal, posto que 
reconhecida a ocorrência de causa de 
rescindibilidade, a decisão de mérito 
atacada será RESCINDIDA (juízo 
rescindendo) e por via reflexa, a 
coisa julgada material existente 
desaparecerá e deixará de prevalecer. 
 
 No mesmo julgamento, acaso exista 
pedido específico formulado pelo 
autor, será proferido NOVO JULGAMENTO 
da causa de origem (juízo rescisório) 
(art. 974, “caput”). 
 
 O julgamento de PROCEDÊNCIA da ação 
rescisória implicará na ordem de 
RESTITUIÇÃO do DEPÓSITO INICIAL, ao 
Autor. 
 
 
 
 
JULGAMENTO DE IMPROCEDÊNCIA 
 
 Sendo a ação julgada IMPROCEDENTE 
pelo tribunal, a decisão rescindenda 
continuará a prevalecer tal como 
lançada e os efeitos da coisa julgada 
material SUBSISTIRÃO. 
 
 Na hipótese de o resultado pela 
INADIMISSIBILIDADE da rescisória ou 
pela IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO, 
decorrer de julgamento por 
UNANIMIDADE do órgão julgador, o 
tribunal determinará a REVERSÃO do 
depósito inicial em favor do RÉU, sem 
prejuízo da imposição dos demais ônus 
da sucumbência ao Autor. 
 
PRAZO PARA A PROPOSITURA DA AÇÃO 
 
Como regra, o direito à rescisão se 
EXTINGUE em DOIS (02) ANOS (art. 975 
“caput”). 
 
 A natureza jurídica desse prazo é 
DECADENCIAL, o que implica dizer que 
a parte não perde o direito à ação 
rescisória, mas, isto sim, o decai do 
próprio direito material de 
desconstituir a decisão. 
 
 
O TERMO INICIAL (“dies a quo”) do 
prazo, coincide com o trânsito em 
julgado da última decisão proferida 
no processo (art. 975, “caput”), 
mesmo que tal decisão seja de 
inadmissão de recurso. Sobre o tema, 
confira-se a Súmula 401 do STJ: “O 
prazo decadencial da ação rescisória 
só se inicia quando não for cabível 
qualquer recurso do último 
pronunciamento judicial”. 
 
 Mas se a rescisória tiver por base a 
ocorrência de SIMULAÇÃO ou COLUSÃO 
das partes, o TERMO INICIAL do prazo 
decadencial para o terceiro 
prejudicado e o Ministério Público, 
será o momento em que tiveram ciência 
da simulação ou da colusão (art. 
975,§3o). 
 
Entende-se, também, que o prazo 
decadencial de dois anos NÃO FLUI em 
desfavor de INCAPAZES (art. 208 CC). 
O termo inicial da decadência, nesse 
caso, seria a perda da condição de 
incapaz. 
 
Também importante o fato de que, se o 
PRAZO TERMINAR em férias forenses, 
recesso, feriados ou em dias sem 
expediente forense, será PRORROGADO 
até o primeiro dia útil imediatamente 
subsequente (art. 975, §1o). 
 
 
 
 
PRAZO DIFERENCIADO 
 
No caso da ação rescisória ter 
fundamento no surgimento de PROVA 
NOVA (art. 966, VII), então o prazo 
decadencial continua a ser, 
tecnicamente, de DOIS (02) ANOS, 
computado a partir da data da 
descoberta da prova nova, PORÉM, 
respeitado o limite máximo de cinco 
(05) anos, considerados desde o 
trânsito em julgado da última decisão 
proferida no processo (art. 975, §2o) 
... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. CONCEITO 
 
Como visto anteriormente, por força da 
regra disposta no artigo 926, os 
tribunais devem UNIFORMIZAR a sua 
jurisprudência, harmonizando os 
julgados, bem como mantê-la estável, 
integra e coerente, com o intuito de 
garantir aos jurisdicionados um 
tratamento isonômico e segurança 
jurídica. 
 
Dessa forma, o Incidente de Resolução 
de Demandas Repetitivas (IRDR), 
previsto nos arts. 976 a 987, pode ser 
entendido como um dos instrumentos 
processuais criados pelo novo CDC, 
destinado a uniformizar a 
interpretação e a aplicação do 
direito, material ou processual, 
sempre que constatada efetiva 
REPETIÇÃO DE PROCESSOS sobre a MESMA 
CONTROVÉRSIA. 
 
O objetivo do IRDR, é fixar TESE 
JURÍDICA a ser aplicada em todos os 
processos, individuais ou coletivos, 
bem como aos casos presentes e futuros 
que tratem sobre idêntica questão de 
direito, criando interpretação com 
força VINCULATIVA. 
 
2. REQUISITOS 
 
A instauração do IRDR somente se mostra 
possível quando presentes os 
requisitos legais, que são (art, 
976): 
 
2.a) efetiva repetição de processos 
tratando sobre a mesma controvérsia 
(inciso I) 
 
2.b) ocorrência da mesma questão 
unicamente de DIREITO (inciso II) 
 
2.c) risco de ofensa à isonomia e à 
segurança jurídica (inciso 
II); 
 
2.d) inexistência de afetação de 
recurso em um dos tribunais 
superiores, para definição sobre a 
mesma tese repetitiva (§4°). 
 
 
 
3. MINISTÉRIO PÚBLICO 
 
A intervenção do Ministério Público 
será OBRIGATÓRIA no IRDR, como fiscal 
da lei ("custos legis),sob pena de 
nulidade, sempre que ele mesmo não seja 
o requerente do incidente. No caso de 
desistência ou abandono do 
IRDR pelo seu proponente, o Ministério 
Público assumirá a sua 
titularidade (art. 976, $2°). 
 
 
4. REPROPOSITURA DO IRDR 
 
Nos casos de inadmissão do IRDR por 
ausência de qualquer de seus 
pressupostos de 
admissibilidade, não há impedimento 
para nova proposição do incidente, 
desde que os requisitos sejam afinal 
atendidos (art. 976, §3°). 
 
5. GRATUIDADE 
 
A instauração do IRDR independe do 
recolhimento de custas processuais ou 
o pagamento de verba honorária 
advocatícia . 
 
Cuida-se, portanto, de incidente 
processual GRATUITO (art. 976, $5°), 
 
6. LEGITIMIDADE ATIVA 
 
As pessoas elencadas no artigo 977 
"caput" estão legitimadas ativamente 
para propor a instauração do 
IRDR. Assim, poderão fazê-lo: 
 
A) o juiz ou o relator, mediante 
oficio; 
 
B) qualquer uma das partes do processo, 
por petição; 
 
C) o Ministério Público, por petição; 
ou 
 
D)a Defensoria Pública, por petição. 
 
7. COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO 
 
O julgamento do IRDR compete ao 
TRIBUNAL onde os processos repetitivos 
tramitam. 
 
Especificamente, O julgamento caberá 
ao ÓRGÃO indicado pelo Regimento 
Interno do Tribunal, como sendo o 
responsável pela uniformização de sua 
jurisprudência (art. 978). 
 
No casodos Juizados Especiais, o IRDR 
será julgado pelo COLÉGIO 
RECURSAL, especificamente pela TURMA 
DE UNIFORMIZAÇÃO DO SISTEMA DOS 
JUIZADOS ESPECIAIS. 
 
8. PUBLICIDADE 
 
A instauração do IRDR será sucedida da 
mais ampla e específica DIVULGAÇÃO e 
PUBLICIDADE, por meio de registro 
eletrônico no Conselho Nacional de 
Justiça (art. 979, 'caput'). 
 
Além disso, os TRIBUNAIS também 
deverão manter BANCO ELETRÔNICO DE 
DADOS atualizados, com informações 
específicas sobre as questões de 
direito submetidas ao incidente (§1°). 
 
Necessário o apontamento de elementos 
mínimos de identificação dos processos 
abrangidos pelo IRDR, 
principalmente os (1) fundamentos 
determinantes 
da decisão e (2) os dispositivos 
normativos a ela relacionados 
(§2°). 
 
9. PRAZO PARA JULGAMENTO 
 
Dispõe o art. 980 que o IRDR deverá ser 
julgado no prazo de um (01) ano, sendo 
que tal incidente terá PREFERÊNCIA 
sobre todos os demais processos, salvo 
quando se trate de demanda envolvendo 
réu preso, bem como os pedidos de 
'habeas corpus'. 
 
Na hipótese de SUPERAÇÃO do prazo ânuo 
referido, deverá CESSAR a suspensão 
dos processos que tratam sobre a mesma 
matéria, salvo se houver decisão 
fundamentada do relator em sentido 
contrário (par. Único). 
 
 
 
1. CONCEITO E GENERALIDADES: 
 
A reclamação deve ser entendida como o 
instrumento processual que tem por 
objetivo evitar a ocorrência de ofensa 
à autoridade de um julgado, fazendo 
prevalecer e garantir a 
eficácia das decisões de determinado 
tribunal, bem como a preservação de sua 
competência. 
 
A reclamação tem natureza 
JURISDICIONAL e não se trata de 
simples atividade administrativa. 
Assim, não se confunde com 
correição parcial. 
 
Mas a reclamação também não tem 
natureza recursal , pois o seu 
objetivo NÃO É de reforma da decisão, 
nem a sua anulação, mas apenas permite 
(1) a CASSAÇÃO da decisão que ofende a 
autoridade do Tribunal, ou (2) 
viabiliza a preservação da competência 
do Tribunal, 
 
2. HIPÓTESES DE CABIMENTO: 
 
A reclamação poderá ser oferecida nas 
hipóteses indicadas no artigo 988, 
"caput" do CPC. Assim, terá cabimento 
para: 
 
A) preservar a competência do tribunal 
- sempre que um órgão jurisdicional 
inferior usurpar a competência dos 
tribunais, atuando e decidindo em 
casos que competiram com exclusividade 
a estes últimos, será possível o 
oferecimento de reclamação. 
 
Ex.: quando oferecida apelação, o juiz de primeiro grau não 
pode mais realizar juízo de admissibilidade (art. 1010, §3°), 
pois tal será efetuado somente em segundo grau; assim, se o 
magistrado negar seguimento ao apelo, estará usurpando a 
competência do tribunal e estará sujeito à reclamação. 
 
B) garantir a autoridade das decisões 
do tribunal - as decisões dos tribunais 
devem ser cumpridas e respeitadas 
pelos órgãos jurisdicionais sujeitos a 
eles. 
 
Sempre que uma decisão da Corte 
superior for desatendida ou afrontada 
por um órgão ou juiz inferior, 
terá cabimento a reclamação para 
cassar a decisão que a afronta. 
 
Ex: se ao solucionar um agravo de instrumento, o tribunal 
decidiu que determinada diligência deveria ser realizada, 
entendendo que se tratava de prova necessária no processo, 
mas o juiz de primeiro grau, contrariando aquela solução 
negou a realização do ato processual referido, sofrerá os 
efeitos da reclamação, pois fez 'tabula rasa" da decisão 
superior, afrontando-a. 
 
C) garantir a observância de enunciado 
de súmula vinculante e de decisão do 
STF em controle concentrado de 
constitucionalidade 
 
-O Supremo Tribunal Federal, como 
órgão máximo do Poder Judiciário, é 
soberano em suas decisões, sobretudo 
aquelas expressadas em súmulas 
vinculantes e no exercício do control 
concentrado de constitucionalidade. 
Assim, quando qualquer órgão 
jurisdicional inferior descumprir tais 
decisões, desprezando os seus termos, 
sofrerá os efeitos da reclamação. 
 
Inclusive, no que se refere a afrontas 
a decisões do STF e do STJ, a 
possibilidade de oferecimento de 
reclamação está prevista na própria 
Magna Carta (art. 102, I, "l e 105, I, 
'f), propiciando a denominada 
RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL. 
 
D) garantir a observância de acórdão 
proferido em julgamento de incidente 
de resolução de demandas repetitivas 
ou de incidente de assunção de 
competência 
 
Os incidentes referidos, quais sejam o 
IRDR e o lAC, pretendem justamente 
uniformizar a jurisprudência em torno 
de determinados temas, porque se 
mostram repetitivos, relevantes, 
ou têm grande repercussão social. Bem 
por isso, os juízes e tribunais devem 
necessariamente se sujeitar aos 
acórdão proferidos em tais incidentes, 
cumprindo os seus termos (art. 927, 
II1), sob pena de, ao afrontar os 
mesmos, sofrerem os 
efeitos da reclamação. 
 
3) LEGITIMIDADE ATIVA 
 
Dispõe o art. 988, "caput", que a 
reclamação poderá ser oferecida pela 
(1) parte interessada ou pelo (2) 
ministério público. Mas há 
entendimento no sentido de que (3) 
terceiros interessados também estarão 
legitimados ativamente para o 
oferecimento da reclamação. 
 
4) COMPETÊNCIA PARA PROCESSAMENTO 
 
A reclamação será processada perante o 
TRIBUNAL, qualquer que sela ele, que 
teve a sua decisão ou competência 
afrontada, e será julgada pelo órgão 
jurisdicional cuja competência se 
busca preservar ou cuja autoridade se 
pretenda garantir (art. 988, $1°). 
 
5) AUTONOMIA ENTRE DIREITO DE RECLAMAR 
E DE RECORRER 
 
Subsiste independência e autonomia 
entre o direito recursal e o direito 
à reclamação, de tal forma que se 
utilizou de ambas as formas de ataque 
à decisão(recurso e reclamação), a 
inadmissibilidade ou o julgamento do 
recurso interposto contra a decisão 
proferida pelo órgão reclamado, não 
prejudica reclamação (art. 988, §6°). 
 
6) PRAZO PARA OFERECIMENTO 
 
Em se cuidando de ação judicial, NÃO 
HÁ PRAZO processual para oferecimento 
Da reclamação. Porém, o STF pacificou 
o entendimento de que não cabe 
reclamação constitucional contra 
decisão transitada em julgado (Súmula 
734). 
 
Súmula 734: Não cabe reclamação quando já houver transitado 
em julgado o ato judicial que se alega tenha desrespeitado 
decisão do Supremo Tribunal Federal. 
 
7) INADMISSIBILIDADE DA RECLAMAÇÃO 
 
A reclamação será inadmissível nas 
hipóteses do art. 988, $5°, ou 
seja, se for proposta: 
I) depois do trânsito em julgado da 
decisão reclamada; 
 
II) quando ainda não esgotadas as 
instâncias ordinárias, a reclamação 
for oferecida para garantir a 
observância de acórdão de recurso 
extraordinário com repercussão geral 
reconhecida ou de acórdão proferido em 
julgamento de recursos extraordinário 
ou especial repetitivos. 
 
8) PROCEDIMENTO 
 
A) A PETIÇÃO INICIAL da reclamação 
deverá ser instruída com prova 
documental da afronta à decisão ou à 
competência do tribunal e será 
direcionada ao PRESIDENTE do órgão 
colegiado ofendido (art. 988, $2°). 
 
B) Assim que apresentada a petição 
inicial, a mesma será AUTUADA e 
DISTRIBUÍDA ao relator do processo 
principal, sempre que possível (art. 
988, $3°). 
 
C) Ao receber a petição inicial, o 
RELATOR: 
 
C.1)requisitará informações da 
autoridade a quem se imputa a 
prática do ato impugnado, no prazo 
de dez (10) dias; 
 
C.2) ordenará a suspensão do 
processo ou do ato impugnado, se 
necessário for; e 
 
C.3) determinará a citação do 
beneficiário da decisão impugnada, 
para que possa apresentar 
contestação em 15 dias. 
 
D)Qualquer interessado poderá impugnar 
o pedido do reclamante, ingressando na 
reclamação para tanto (art.990). 
 
F) Na hipótese de o Ministério Público 
não ser o autor da reclamação, o mesmo 
atuará como fiscal da ordem jurídica 
('custos legis') e terá vista dos autos 
pelo prazo de cinco (05) dias, após o 
decurso do prazo para contestação, 
para oferecimento do seu PARECER. 
 
G) Após, a reclamação será objeto de 
JULGAMENTO pelo órgão colegiado 
competente, podendo o resultado ser de 
procedência ou de improcedência. 
 
G.1) Se a solução da reclamação for 
de IMPROCEDÊNCIA, então haverá oreconhecimento de que não houve 
afronta alguma à decisão superior 
ou à competência do tribunal, o que 
levará à prevalência da decisão 
atacada. 
 
G.2) Mas se a solução da reclamação 
for de PROCEDÊNCIA, então o 
tribunal (1) CASSARÁ a decisão 
exorbitante e (2) determinará a 
MEDIDA ADEQUADA para a solução da 
controvérsia (art. 992). 
 
9) MOMENTO DE GERAÇÃO DE EFEITOS 
 
Conforme disposição do art. 993, 
o presidente do tribunal determinará o 
cumprimento IMEDIATO da decisão da 
reclamação, antes mesmo da lavratura 
do acórdão, com base nos princípios da 
celeridade e da efetividade das 
decisões judiciais. 
 
 
•DISPOSIÇÕES GERAIS• 
 
A partir de agora iniciaremos o estudo 
dos RECURSOS, propriamente ditos, e 
adentraremos na análise de cada uma das 
ESPÉCIES RECURSAIS previstas no Código 
de Processo Civil. 
 
O RECURSO nada mais é do que um MEIO 
ou INSTRUMENTO, previsto em lei, 
através do qual a parte ou interessado 
em determinado processo poderá 
provocar o REEXAME de uma decisão 
judicial, requerendo uma nova análise 
da mesma, com o objetivo de obter a sua 
invalidação, a reforma, o 
esclarecimento ou a sua integração. 
 
Segundo o mestre Humberto Theodoro 
Júnior, "caracteriza-se o recurso como 
o meio idôneo a ensejar o reexame da 
decisão dentro do mesmo processo em que 
foi proferida, antes da formação da 
coisa julgada". 
 
Para ser considerado como recurso, o 
mesmo deve ser utilizado DENTRO do 
mesmo processo em que foi proferida a 
decisão recorrida, Ações autônomas de 
impugnação, tais como mandado de 
segurança, ação rescisória e embargos 
de terceiro, não podem ser 
classificadas como recurso. 
 
Neste momento especifico, então, 
apreciaremos as regras gerais contidas 
nos artigos 994 ao 1008 do CPC, as se 
aplicam indistintamente a TODOS os 
recursos. 
 
1. ROL TAXATIVO DE RECURSOS 
 
Apenas pode ser considerado como 
recurso o instrumento de impugnação 
previsto como tal em LEI FEDERAL, pois 
a UNIÃO tem competência exclusiva para 
legislar sobre processo (art. 22, I, 
da Magna Carta). 
 
Portanto, os recursos estarão 
previstos de forma EXAUSTIVA ('numerus 
clausus') no ordenamento processual, o 
que impede as partes, mesmo que de 
comum acordo, de criar outras formas 
recursais (Principio da Taxatividade), 
mesmo diante do artigo 190 do CPC, o 
qual autoriza mudanças no procedimento 
por vontade dos litigantes. 
 
Daí resulta que os únicos recursos 
possíveis no processo civil, são 
aqueles previstos no artigo 994 do CPC 
ou em outras Leis Federais como o 
recurso inominado no JEC (art. 41 da 
Lei 9.099.95) e os embargos 
infringentes na execução fiscal (art. 
34 da Lei 6830/80). 
 
2. EFEITOS DOS RECURSOS 
 
Todos os recursos, indistintamente, 
são dotados de EFEITO DEVOLUTIVO, pois 
devolvem ao Tribunal a reanálise da 
matéria questionada, abrindo a 
oportunidade de sua revisão, adequação 
ou anulação. 
 
Porém, nem todo recurso possui EFEITO 
SUSPENSIVO, que consiste na capacidade 
de impedir a eficácia da decisão 
atacada enquanto não for julgado pelo 
tribunal. Ou seja, tal efeito torna a 
decisão recorrível INEFICAZ, impedindo 
que a mesma propague os seus efeitos 
no mundo jurídico, até que haja o 
julgamento do recurso. 
 
Os recursos, como regra, NÃO TÊM EFEITO 
SUSPENSIVO, O que somente será 
possível quando houver (1) expressa 
previsão legal ("ope legis") ou quando 
houver (2) decisão judicial ("ope 
judicis") concedendo o efeito no caso 
concreto, se estiverem presentes os 
requisitos para tanto (art. 995, 
'caput'). 
 
A decisão judicial que atribui efeito 
suspensivo ao recurso será concedida 
pelo RELATOR e para tanto, deverão ser 
atendidos os seguintes requisitos 
contidos no art. 995, par. único: 
 
A) haver perigo de dano grave; 
 
B) existir risco de difícil ou 
impossível reparação; e 
 
C) ficar demonstrada a probabilidade 
de provimento do recurso. 
 
3. LEGIMIDADE RECURSAL 
 
Conforme disposição contida no art. 
996, 'caput', o recurso pode ser 
interposto (1) pela parte vencida, (2) 
pelo terceiro prejudicado, ou (3) pelo 
Ministério Público. 
 
No tocante à PARTE, aí se inclui o 
AUTOR, o RÉU e TERCEIROS 
INTERVENIENTES, desde que integrados à 
lide no momento em que a decisão 
impugnada é proferida. 
 
No que pertine ao MINISTÉRIO PÚBLICO, 
o mesmo poderá recorrer como fiscal da 
lei ('custos legis') ou como parte 
("dominus litis"), pouco importando a 
forma como atua na demanda. 
 
No que se refere ao TERCEIRO 
PREJUDICADO, o mesmo deve 
demonstrar a possibilidade de a 
decisão impugnada "atingir direito de 
que se afirme titular ou que possa 
discutir em juízo como substituto 
processual" (art. 996, par. único) 
(ex.: perito que teve reduzido seu 
salário; advogado que não aceita a 
fixação da verba honorária; "amicus 
curiae"). 
 
4. RECURSO ADESIVO 
 
Como regra, as partes devem oferecer 
cada qual o seu recurso, de forma 
INDEPENDENTE e DESVINCULADA uma da 
outra, desde que o façam no prazo 
correto e atendam as exigências legais 
para tanto (art. 997."caput"). 
 
No entanto, quando forem vencidos 
autor e réu, admite-se a possibilidade 
de qualquer um deles ADERIR ao recurso 
do outro mediante RECURSO ADESIVO 
(art. 997, $1°). 
 
O recurso adesivo é tratado como um 
recurso SUBORDINADO, pois se vincula 
ao recurso independente ao qual aderiu 
e por isso, a ele se aplicam as mesmas 
regras para admissibilidade e 
julgamento pelo tribunal (art. 997, 
§2°). 
 
Como se trata de um recurso 
SUBORDINADO, o mesmo não será 
conhecido se (1) houver desistência do 
recurso principal, ou se (2) este 
último for considerado inadmissível 
(art. 997, $2°,III). 
Xxx 
 
5. DESISTÊNCIA DO RECURSO 
 
Uma vez interposto o recurso, o 
recorrente poderá DESISTIR do 
mesmo a qualquer tempo e para tanto, 
não precisará da anuência do recorrido 
ou mesmo dos litisconsortes (art. 998, 
"caput"). 
 
No entanto, o termo utilizado pela lei, 
"a qualquer tempo", deve ser entendido 
como sendo possível a desistência 
apenas até o encerramento do 
julgamento do recurso, porque não será 
admitida a desistência depois de 
pronunciado o resultado do julgamento. 
Ainda, a desistência não gera efeitos 
no tocante à análise de questão cuja 
(1) repercussão geral lá tenha sido 
reconhecida ou que seja (2) objeto de 
julgamento de recursos extraordinários 
ou especiais repetitivos (art. 998, 
par. único). Nesses casos, o interesse 
público sobre a matéria de repercussão 
geral prevalece e permite que o 
Tribunal continue a discussão e 
julgamento a respeito. 
 
 
6. RENÚNCIA AO DIREITO DE RECORRER 
 
O direito de oferecer recurso pode ser 
objeto de RENÚNCIA pela parte e a sua 
manifestação independe de anuência ou 
aceitação do outro litigante (art. 
999). 
 
A renúncia ao direito de recorrer pode 
ser EXPRESSA, quando manifestada por 
escrito, via petição nos autos, ou 
mesmo oralmente, em audiência. A 
renúncia será TÁCITA, quando a parte 
Apenas deixa de recorrer dentro do 
prazo para oferecimento de recurso. 
 
Ainda, a renúncia pode ser TOTAL ou 
PARCIAL, conforme atinja todo e 
qualquer recurso, ou se refira somente 
ao recurso principal, viabilizando, 
porém, a apresentação de recurso 
adesivo. 
 
7. ACEITAÇÃO DO JULGADO 
 
O art. 1.000 cuida do fenómeno da 
AQUIESCÊNCIA e destaca que a mesma gera 
a preclusão lógica do direito de 
oferecer recurso. 
 
Portanto, a parte que ACEITA a decisão, 
de modo expresso ou tácito, não poderá 
depois se voltar contra ela pela via 
recursal. 
 
A aceitação EXPRESSA resulta de 
manifestação inequívoca da parte, 
declarando expressamente que admite a 
decisão e não se opõe a ela. 
 
A aceitação TÁCITA decorre 
da prática, sem reservas, de ato 
incompatível com a vontade de 
recorrer, como, por exemplo, no 
caso da parte que deposita o valor da 
condenação sem qualquer 
ressalva. 
 
8. IRRECORRIBILIDADE DOS DESPACHOS 
 
Entende-se por DESPACHO, todo e 
qualquer pronunciamento do juiz no 
processo, de ofício ou a requerimento 
da parte, sem caráter decisório, 
destinado apenas ao andamento do 
processo, (art

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