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NONAKA, Ikujiro. A Empresa criadora de conhecimento. In: TAKEUCHI, Hirotaka; NONAKA, Ikujiro. Gestão do Conhecimento. Porto Alegre - RS: Bookman Editora. Grupo A, 2008. p. 35 - 49. Em A empresa criadora de conhecimento, capítulo do livro Gestão do Conhecimento, o autor Ikujiro Nonaka afirma que o conhecimento é a maior vantagem competitiva, pois o mercado está em constantes mudanças, e a inovação é a principal forma de manter o sucesso das empresas, como por exemplo as empresas japonesas Honda, Canon. Inicialmente, relata-se as abordagens utilizadas nos sucessos das gigantes orientais. O que tem em comum é a capacidade de enxergar as organizações como organismos vivos e não como máquinas, a partir daí entende-se o equilíbrio organizacional, e como os próprios colaboradores fazem a real diferença, assim como os fabricantes em todo o mundo aprenderam com as técnicas de fabricação japonesas, qualquer empresa que queira competir com o conhecimento deve também aprender com as técnicas japonesas de criação do conhecimento. No tópico “A espiral do conhecimento”, concentra a base do conhecimento no indivíduo, de modo de quando se tem uma ideia, a mesma pode virar uma marca, patente, transformando o conhecimento individual, em coletivo. O conhecimento pode ser considerado tácito, que são habilidades técnicas, que basicamente são informais, mas podem ser modelos mentais, crenças ou perspectivas naturais. Pode ser repassado através da observação, imitação e prática, como por exemplo, o artesanato. Já o explícito, é quando coletamos informações e transformamos em um relatório, resultado em um conhecimento que possui diversas fontes. Existem quatro tipos de padrões do conhecimento: a) socialização: é como aprendemos e transformamos em ensinamentos e práticas ; b) articulação: é a forma que é repassado o conhecimento, ou seja a comunicação para os membros de uma equipe; c) combinação: conjunto de agrupamento do conhecimento, como um livro; d) internalização: é a capacidade de criar outro produto por meio da experiência. Em “Da metáfora ao modelo”, é mencionado a dificuldade de transformar o conhecimento tácito em explícito e faz uso da metáfora - tipo de linguagem figurativa, para exemplificar como os indivíduos compreendem algo intuitivamente, que ocorre por meia das distintas experiências, uso da imaginação e símbolos. A metáfora é altamente eficaz na promoção do comprometimento direto com o processo criativo nos estágios iniciais da criação do conhecimento, principalmente quando atribuída a imagens e símbolos, o que isolada não é suficiente. A partir disso, surge a analogia, que é um processo da junção das contradições e da elaboração das distinções, é um passo intermediário entre a imaginação pura e o raciocínio lógico. O autor continua dizendo que o último passo no processo de criação do conhecimento é criar o mundo real, um modelo é muito mais fácil do que conceber uma metáfora ou analogia. No modelo, as contradições ficam resolvidas e os conceitos tornam-se transferíveis através da lógica consistente e sistemática. E por fim, o tópico “Do caos para o conceito: Gestão da empresa criadora de conhecimento”, entende a criação do conhecimento como um processo que envolve a maneira tácita e explícita, bem como metáfora, analogias e modelos, que causa direta e indiretamente implicações em organizações e empresas. O mesmo relata o princípio fundamental nas empresas japonesas, como a redundância. A sobreposição consciente de informação empresarial, atividades de negócios e responsabilidades administrativas. Para o autor, a competição interna é um desperdício, mas a lógica organizacional das empresas japonesas é organizar e desenvolver as equipes de modo que fiquem subdivididos e concorrentes no mesmo desenvolvimento das abordagens dos problemas do novo produto. As mesmas possuem um líder e desenvolvem o entendimento da melhor abordagem. Outra forma de construir a redundância é através da rotação estratégica, especialmente entre diferentes áreas de tecnologia e entre funções como P&D e marketing. A rotação ajuda os empregados a entenderem os negócios a partir de perspectivas múltiplas. Depende da administração da empresa o sucesso da organização. É por meio dela que os funcionários são instigados a constantes desafios, essa reação é necessária em empresas que criam conhecimento, principalmente nos momentos de crise. O papel dos administradores de alto e intermediário nível de empresas criadoras de desenvolvimento, é orientar, de modo que permitam a cada indivíduo a própria experiência. Já os administradores senior articulam o futuro da empresa, com base nas atividades criadoras de conhecimentos dos funcionários. Já os funcionários que estão imersos na tecnologia todos os dias são considerados os principais, mesmo assim tem dificuldades em transformar as informações específicas, em conhecimento útil. Tendo liberdade e autonomia no trabalho, os funcionários estabelecem suas próprias metas. Isso é importante porque, embora os ideais da administração-sênior sejam importantes, por si mesmos não são suficientes. 1 Em sua maioria, as empresas possuem testes finais capazes de determinar o valor do novo conhecimento – maior eficiência, baixos custos, melhor retorno sobre o investimento.Sendo assim, na empresa criadora de conhecimento, outros fatores mais qualitativos são igualmente importantes. REFERÊNCIA TAKEUCHI, Hirotaka; NONAKA, Ikujiro. Gestão do Conhecimento. Bookman Editora. Grupo A, 2008. E-book. ISBN 9788577802296. Disponível em: https://app.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788577802296/. Acesso em: 14 set. 2022. 2 TAKEUCHI, Hirotaka; NONAKA, Ikujiro. Teoria da Criação do Conhecimento Organizacional. In: TAKEUCHI, Hirotaka; NONAKA, Ikujiro. Gestão do Conhecimento. Porto Alegre - RS: Bookman Editora. Grupo A, 2008. p. 50 - 86 No capítulo, Teoria da Criação do Conhecimento Organizacional, os autores Hirotaka Takeuchi e Ikujiro Nonaka iniciam com a abordagem única do conhecimento na filosofia ocidental moldou profundamente a maneira como os teóricos organizacionais abordam o conhecimento. A divisão cartesiana entre sujeito e objeto, conhecedor e conhecedor leva à visão da organização como um mecanismo de "processamento de informação". De acordo com essa visão, a organização processa informações do ambiente externo para se adaptar ao novo ambiente. Embora essa visão tenha se mostrado eficaz para explicar como as organizações funcionam, ela tem uma limitação fundamental. Para que seja possível explicar a inovação, é necessário obter uma nova teoria do conhecimento organizacional, sendo a base considerada a do conhecimento tácito e o explícito. No tópico “Conhecimento e Informação”, dão início com base em três afirmações, a) o conhecimento ao contrário da informação está relacionado a crenças e compromissos, sendo atrelado a perspectiva ou intenção; b) o conhecimento ao contrário da informação é ação; c) o conhecimento como informação, é sobre significado, sendo em relação ao contexto ou relacional. No entanto, deve-se ressaltar que embora a epistemologia ocidental tradicional tome a "autenticidade" como atributo básico do conhecimento, ressaltamos que a essência do conhecimento é a "crença legítima". Essa diferença de foco introduz outra diferença fundamental entre as visões epistemológicas ocidentais tradicionais do conhecimento e nossa teoria da criação do conhecimento. A informação pode ser obtida com base em duas perspectivas: sintática ou semântica. É um fluxo de mensagens, enquanto o conhecimento é criado pelo mesmo fluxo de informação, ancorado nas crenças e no compromisso de seu portador. Assim, tanto a informação quanto o conhecimento são específicos ao contexto e relacionais por dependerem da situação, sendo criados dinamicamente na interação social entre as pessoas. Já no tópico “Duas Dimensões da criação do conhecimento”, é tratado sobre a dimensão ontológica, que é o conhecimento criado a partirdos indivíduos, e a dimensão epistemológica, que está presente entre o conhecimento tácito e explícito. Sendo o tácito pessoal e o explícito é o que se é transmitido na linguagem formal e/ou sistemática. Na epistemologia tradicional, o 3 conhecimento deriva da separação do sujeito e do objeto de percepção; os seres humanos, como sujeitos da percepção, adquirem conhecimento pela análise dos objetos externos. “Conversão do conhecimento: Intera~]ao entre os conhecimentos tácito e explícito”, aborda em como os ocidentais enfatizam o conhecimento explícito e os japoneses preferem o tácito, no qual consideram a visão de que devem ser considerados complementares e não separados, pois interagem nas atividades criativas dos seres humanos. Em “Quatro modos de conversão do conhecimento”, são apresentadas os quatro modos: (a) de conhecimento tácito para conhecimento tácito, que chamamos de socialização; (b) de conhecimento tá- cito para conhecimento explícito, ou externalização; (c) de conhecimento explícito para conhecimento explícito, ou combinação; e (d) de conhecimento explícito para conhecimento tácito, ou internalização. No tópico “Socialização: de tácito para tácito”, aborda a socialização como um processo de compartilhamento de experiências e, com isso, de criação de conhecimento tácito – tais como os modelos mentais e as habilidades técnicas compartilhadas. Considera que o indivíduo pode adquirir conhecimento tácito diretamente dos outros sem usar a linguagem. A empresa Honda utiliza a socialização para as reuniões informais que discute as soluções para problemas decorrentes do desenvolvimento dos projetos. Essas reuniões acontecem fora do local habitual de trabalho, sendo limitada apenas aos membros da equipe do projeto. Sendo caracterizado como brainstorming camp não é exclusivo da Honda, é também utilizado por muitas outras empresas japonesas. Também não é uma exclusividade do desenvolvimento de novos produtos e serviços, sendo usado para desenvolver sistemas administrativos ou estratégias corporativas também. A “Externalização: de tácito para explícito", trata da externalização como um processo de articulação do conhecimento tácito. O modo da conversão do conhecimento é enxergado como uma criação de conceitos e conversas para uma reflexão coletiva, sendo pelo método de dedução e indução. Já na “Combinação: de explícito para explícito", é uma sistematização de conceitos em um sistema de conhecimento, que envolve a combinação de diferentes conhecimentos explícitos. As pessoas combinam o conhecimento por meio de documentos, reuniões, conversas ou pela internet. No meio empresarial, o modo de combinação da conversão do conhecimento é visto mais frequentemente quando os administradores intermediários decompõem e operacionalizam as visões corporativas, os conceitos de negócios ou os conceitos de produto. No mais alto nível 4 de uma organização, a administração combina e integra os principais conceitos para gerar significado. Introduz uma nova imagem para transmitir grandiosidade. No tópico “Internalização: de explícito para tácito”, está relacionado em aprender por meio da prática, sendo a socialização a base do conhecido tácito do indivíduo. Para que o conhecimento explícito seja tácito, ajuda se ele for verbalizado ou diagramado em documentos, manuais ou relatos orais. A documentação ajuda os indivíduos a internalizarem o que vivenciaram, enriquecendo assim seu conhecimento tácito. A internalização pode acontecer mesmo sem realmente reviver a experiência da outra pessoa. Por exemplo, se ler ou ouvir uma história de sucesso faz com que alguns membros da organização sintam sua autenticidade e essência, então as experiências passadas podem se tornar um modelo mental tácito. Quando a maioria dos membros de uma organização compartilha essa mentalidade, o conhecimento tácito torna-se parte da cultura organizacional. Essa prática é comum no Japão, onde há muitos livros e artigos sobre a empresa ou seus líderes. Escritores freelance ou ex-funcionários os publicam, às vezes a pedido da própria empresa. Em "Espiral do conhecimento”, reforça a ideia de que a socialização foca em compartilhar o conhecimento tácito, em combinação de partes diferentes de informação explícita. O modo da socialização tem início em um lugar, onde é mais fácil partilhar experiências e posteriormente a isso a reflexão de modo coletivo. Assim, o modo de combinação pelo conhecimento criado e existente da organização, cria-se um novo produto, serviço ou sistema, finalizando na prática. A espiral do conhecimento é a relação entre o conhecimento tácito e o explícito em maior escala a medidas dos níveis ontológicos, sendo a criação do conhecimento organizacional um processo em espiral, que tem início no nível individual e evolui para comunidades de interação organizacional. O produto criado por esse processo coletivo e cooperativo será, então, revisto quanto a sua coerência com os conceitos intermediários e grandes. Mesmo que o produto recentemente criado tenha qualidade superior, pode conflitar com as metas divisionais ou organizacionais expressas pelos conceitos citados. “Promoção de condições para a criação do conhecimento organizacional”, trata do processo de criação do conhecimento como facilitador das atividades de um grupo. A intenção impulsiona a espiral do conhecimento, pois significa a aspiração da da organização com as metas. É a essência da estratégia reside no desenvolvimento da capacidade organizacional para adquirir, criar, acumular e explorar o conhecimento. 5 A autonomia em nível individual, é como devem agir de modo autônomo, para que a organização possa aumentar as possibilidades de oportunidades inesperadas, bem como a motivação dos colaboradores em criar novos conhecimentos. A flutuação e o caos criativo é a condição organizacional para a promoção da espiral de conhecimento, estimulando a interação entre a organização e o ambiente externo, como rotinas, hábitos ou estruturas cognitivas. A flutuação na organização pode desencadear o caos criativo, que induz e fortalece o compromisso subjetivo dos indivíduos. Nas operações reais do dia-a-dia, os membros da organização não enfrentam regularmente essa situação. A redundância permite que ocorra organizacionalmente a espiral do conhecimento. Para que a criação do conhecimento organizacional aconteça, um conceito criado por um indivíduo ou grupo necessita ser compartilhado com outros indivíduos que talvez não necessitem do conceito imediatamente. O compartilhar de informação redundante promove a partilha do conhecimento tácito, pois os indivíduos podem sentir o que os outros tentam articular. O requisito variedade é as diferenças internas de uma organização que precisa combinar com a complexidade do ambiente a fim de lidar com os desafios apresentados pelo mesmo. Os membros de uma organização podem enfrentar muitas contingências se possuírem o requisito variedade, que pode ser realçado pela combinação de informações de maneira diferente, flexível e rápida, além de oferecer também igual acesso à informação em toda a organização. REFERÊNCIA TAKEUCHI, Hirotaka; NONAKA, Ikujiro. Gestão do Conhecimento. Bookman Editora. Grupo A, 2008. E-book. ISBN 9788577802296. Disponível em: https://app.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788577802296/. Acesso em: 18 set. 2022. 6
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