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Para se entender a Teoria Burocrática da Administração é preciso, primeiro, entender o que é burocracia. Não estamos falando do conceito do senso comum popular de burocracia, que se refere à uma estrutura emperrada, geralmente encontrada em instituições públicas. Aqui, apresentamos outro conceito: o da burocracia como solução para que as organizações evitem arbitrariedades. Estamos nos referindo ao termo cunhado pelo sociólogo, cientista político e economista Max Weber. Weber define a burocracia como a estruturação formal da organização, permitindo, dessa forma, organizar as atividades humanas para a realização de objetivos comuns no longo prazo. A Teoria Burocrática buscava estabelecer uma forma de organização em que todos os procedimentos fossem padronizados, buscando sempre a eficiência. Havia grande preocupação com a racionalidade e com o desperdício de recursos e tempo, por isso a Teoria Burocrática preconizava grande controle e padronização das operações. A palavra burocracia vem da junção da palavra francesa “BUREAU”, que significa “ESCRITÓRIO”, e da grega “KRATIA”, que significa poder, lei, norma. A organização burocrática é rígida, estável, com vários níveis hierárquicos e excesso de formalização e especialização dos funcionários. Deriva do poder racional-legal, poder este em que as regras são estabelecidas em leis, estatutos, contratos e outras convenções. Divisão de funções e tarefas feita de forma racional, sustentando-se rigorosamente em regras e normas específicas com o objetivo de permitir a execução das atividades necessárias para se alcançar os objetivos da organização; Hierarquia definida por regras explícitas. Os direitos e deveres de cada cargo, bem como o exercício da autoridade (racional-legal) e seus limites sustentam-se legalmente. Para Weber, a ideia de burocracia está intrinsecamente ligada ao conceito de autoridade. Segundo ele, existem três formas de autoridade: Autoridade tradicional: baseada em tradições e costumes e práticas passadas de uma cultura. Pode ser encontrada nas figuras dos patriarcas e anciões, principalmente das sociedades antigas, apesar de ainda hoje existirem. Nesse caso, a legitimidade da autoridade é assegurada pelas tradições religiosas, crenças e costumes sociais. Acredita-se que ela é sagrada. Autoridade carismática: baseada nas características físicas e/ou de personalidade do líder em questão. Os seguidores reverenciam seus feitos, sua história e qualidades pessoais. A autoridade carismática tem como desvantagens o fato de poder ser passageira, uma vez que se segura no reconhecimento por parte do grupo e por não deixar sucessores certos. Autoridade racional-legal: é aquela garantida por regras e normas oriundas de um regulamento que é, por sua vez, reconhecido e aceito pelo grupo. Aqui, deve-se seguir os comandos da pessoa que ocupa o cargo, independente de quem seja. A autoridade está no cargo e não na pessoa que o exerce. Weber acreditava que a autoridade racional-legal era a mais adequada para o ambiente corporativo, uma vez que não é personalista como as outras duas formas. Vale destacar que, no campo da Administração Pública, a Teoria Burocrática nos traz que “Governar é Administrar”. Perceba que este conceito foi cobrado na prova de Analista Administrativo do MPRJ (2019 – questão 97). TEORIA BUROCRÁTICA · Organização eficiente por exelencia, busca nos detalhes como as serão feitas. 1. Organizar detalhamento e dirigir com rigidez as atividades organizacionais com maior eficiência possível. · Tarefas operacionais altamente rotineiras, regras e regulamentos muito formalizados e autoridade centralizada. · Racionalizar as atividades e a organização das pessoas para alcançar objetivos específicos. TRIPÉ DA BUROCRÁCIA : ( F I P, ““decoração”” ) · FORMALISMO/RACIONALISMO · IMPESSOALIDADE · PROFISSIONALISMO A contratação de funcionários é realizada baseando-se em regras previamente estabelecidas, visando garantir igualdade formal. Somente um indivíduo com preparo técnico adequado segundo quesitos pré-estabelecidos poderia se juntar ao quadro funcional da empresa. Equiparação salarial para o exercício de posições e funções semelhantes. Avanços na carreira são regulados por normas e critérios objetivos. O favoritismo e as relações pessoais não são levados em consideração. Separação total entre função e as características pessoais da pessoa que a exerce. Regras e normas que ditam os direitos e deveres devem ser seguidas por todos, conforme o cargo e a função. CARACTERÍSTICAS DA BUROCRACIA 1. Caráter legal das normas e regulamentos. (legislação própria, escrita como a organização funcionara, normas e regulamentos rígidos e por escrito). 2. Caráter formal das comunicações. (registrar por escrito, documentar e comprovar). 3. Caráter racional e divisão do trabalho. (divisão sistemática) 4. Impessoalidade nas relações. (atividades são dividias – cargo e funções, a impessoalidade, tanto na escolha do cargo, quanto no atendimento ao público, que deve ser feito de forma isonômica). 5. Hierarquia da autoridade. (hierarquia rígida, todo cargo e controlado / supervisionado) 6. Rotinas e procedimentos padronizados. (executa aquilo que a burocracia impõe) 7. Competência técnica e meritocracia.(seleção/ admissão de pessoas e baseada no mérito; na capacidade técnica) 8. Especialização da administração (separação entre a propriedade e o administrador) 9. Profissionalização dos participantes. (especialista, assalariado, ocupante de cargo, nomeado pelo superior, exercendo por tempo indeterminado, pode almejar uma carreira) 10. Completa previsibilidade do funcionamento. (comportamento dos funcionários segue a norma e regulamento, ) VANTAGENS DA BUROCRACIA 1. Racionalidade em relação ao alcance dos objetivos. 2. Precisão na definição do cargo e na operação. 3. Rapidez nas decisões. 4. Univocidade de interpretação. 5. Uniformidade de rotinas e procedimentos. 6. Continuidade da organização. 7. Redução do atrito entre pessoas. 8. Constância. 9. Confiabilidade. 10. Benefícios as pessoas nas organizações. DISFUNÇÕES DA BUROCRACIA 1. internalização das regras e apego aos regulamentos. 2. excesso de formalismo e papelaria. 3. resistência a mudança. 4. despersonalização do relacionamento. 5. categorização do relacionamento. 6. superconformidade as rotinas e aos procedimentos. 7. exibição de sinais de autoridade. 8. Dificuldade no atendimento a cliente e conflitos com o público. 9. excesso de rigidez e a lentidão na execução dos processos Uma das críticas que se faz ao Modelo Burocrático é o enfoque baseado na previsibilidade e estabilidade, sem levar em consideração as alterações no cenário externo, a qualificação dos membros da organização e a tecnologia e seus avanços. A Teoria Burocrática possui uma postura altamente técnica e mecanicista. Além disso, a preocupação é apenas com a estrutura e seu conjunto de cargos e funções. O comportamento pessoal das pessoas não é levado em consideração.
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