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ESCOLA ESTADUAL “MARIA DA CONCEIÇÃO GONÇALVES CARRARA”
 ENSINO MÉDIO – PEDRA DOURADA – MG
 COMPONENTE CURRICULAR: CIÊNCIA DA NATUREZA
 E SUAS TECNOLOGIAS - 3º BIMESTRE
NOME DO ALUNO:____________________________________________________________
TURMA: 1º Novo EM _______________ TURNO: DIURNO
AULAS POR SEMANA: 02 AULAS POR MÊS: 08
PROFESSOR(A): BÁRBARA BIANCHINI ARAÚJO
 
Ementa: O componente Ciências da Natureza e suas Tecnologias, ao propor o aprofundamento de conhecimentos dos estudantes nesta área, aborda temas atrelados às questões sociocientíficas de forma interdisciplinar e investigativa, se tornando importante elemento no cenário escolar, pois emerge da necessidade de abrir discussões e criar contextos argumentativos para a apropriação do conteúdo no decorrer do processo de aprendizagem.
Este componente curricular para o 1º ano apresenta uma estrutura integrada formada por: História da Ciência, Questões Controversas, Questões Socioambientais e Recurso Tecnológico de Impacto Local. A temática escolhida deve, sobretudo, considerar o contexto em que os estudantes estão inseridos, e as especificidades do entorno da comunidade, podendo ser local, regional e/ou global. É importante ressaltar que ele permite ao docente criar diversas temáticas que podem ser estruturadas, dentro desse modelo, de acordo com o contexto local. Como exemplos de possíveis temáticas, cita-se: Poluição das águas; Mineração; Descarte inadequado de resíduos sólidos; Agricultura familiar, dentre outros.
A área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias objetiva permitir aos estudantes investigar, analisar e discutir situações-problema que emergem de diferentes contextos socioculturais, além de compreender e interpretar leis, teorias e modelos, aplicando-os na resolução de problemas individuais, sociais e ambientais.
SEMANA 1
TEMA: Questões Controversas
EIXO ESTRUTURANTE: Processos Criativos
HABILIDADES: Habilidades dos Itinerários Formativos Associadas às Competências Gerais da BNCC 
(EMIFCG04) Reconhecer e analisar diferentes manifestações criativas, artísticas e culturais, por meio de vivências presenciais e virtuais que ampliem a visão de mundo, sensibilidade, criticidade e criatividade.
(EMIFCG05) Questionar, modificar e adaptar ideias existentes e criar propostas, obras ou soluções criativas, originais ou inovadoras, avaliando e assumindo riscos para lidar com as incertezas e colocá-las em prática.
(EMIFCG06) Difundir novas ideias, propostas, obras ou soluções por meio de diferentes linguagens, mídias e plataformas, analógicas e digitais, com confiança e coragem, assegurando que alcancem os interlocutores pretendidos Habilidades Específicas 
(EMIFCNT04) Reconhecer produtos e/ou processos criativos por meio de fruição, vivências e reflexão crítica sobre a dinâmica dos fenômenos naturais e/ou de processos tecnológicos, com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais (como softwares de simulação e de realidade virtual, entre outros).
CONTEÚDOS RELACIONADOS: Questões Controversas 
INTERDISCIPLINARIDADE: Língua portuguesa, História e Ciências Sociais 
 
INTRODUÇÃO A BIOÉTICA
O que é BIOÉTICA?
"A Bioética é uma área de estudo interdisciplinar que envolve a Ética e a Biologia, fundamentando os princípios éticos que regem a vida quando essa é colocada em risco pela Medicina ou pelas ciências. A palavra Bioética é uma junção dos radicais “bio”, que advém do grego bios e significa vida no sentido animal e fisiológico do termo (ou seja, bio é a vida pulsante dos animais, aquela que nos mantém vivos enquanto corpos), e ethos, que diz respeito à conduta moral.
Trata-se de um ramo de estudo interdisciplinar que utiliza o conceito de vida da Biologia, o Direito e os campos da investigação ética para problematizar questões relacionadas à conduta dos seres humanos em relação a outros seres humanos e a outras formas de vida.
Origem da Bioética
A Bioética surgiu na segunda metade do século XX, devido ao grande desenvolvimento da Medicina e das ciências, que avançaram cada vez mais para a modificação da vida humana e a promoção do conforto humano, bem como para a utilização de cobaias vivas (humanas e não humanas). A fim de evitar horrores, como os que foram vividos dentro dos campos de concentração nazistas e de técnicas médicas que ferissem os princípios vitais das pessoas, surgiu a Bioética como meio de problematizar o que está oculto na pesquisa científica ou na técnica médica quando elas envolvem a vida.
A importância social da Bioética centra-se, justamente, no fato de que ela procura evitar que a vida seja afetada ou que alguns tipos de vida sejam considerados inferiores a outros. A Bioética discute, por exemplo, a utilização de células-tronco embrionárias em suas mais diversas problemáticas, passando pela necessidade de abortar-se uma gestação para retirar tais células e pelos benefícios que os tratamentos obtidos por esse recurso podem promover para as pessoas.
Também é tratado por estudiosos de Bioética o respeito aos limites que devemos ter ao lidar com animais, seja para o cuidado ou a alimentação, seja para a utilização comercial deles, pois são seres vivos dotados de sentidos e capazes de sofrer.
Autores da Bioética
Hoje, alguns autores são referências para os estudos de Bioética no mundo. Entre eles, estão o filósofo Tom L. Beauchamp, professor da Georgetown University, e o filósofo e teólogo James F. Childress, professor de Ética da Universidade de Virgínia. Juntos, esses dois destacados estudiosos da Bioética escreveram o livro Princípios de Ética Biomédica, que contém a formulação dos princípios bioéticos básicos, inspirados em grandes sistemas éticos de filósofos considerados cânones do conhecimento ocidental, como Kant e Mill.
Outro autor de igual importância é Peter Singer, filósofo australiano e professor da Universidade de Princeton desde 1999. Dentre suas obras, podemos destacar Ética prática, que problematiza questões referentes à Ética enquanto área de estudo capaz de interferir na vida cotidiana das pessoas, analisando questões polêmicas, como o aborto e a eutanásia; e Libertação animal, que funda a teoria dos direitos dos animais."
Em Princípios de Ética Biomédica, Beauchamps e Childress estabelecem quatro princípios básicos que devem nortear o trabalho bioético tanto para as ciências que utilizam cobaias quanto para as técnicas biomédicas e médicas que lidam diretamente com a vida. Esses princípios estão ligados a teorias éticas conhecidas e ganham um novo contorno em suas formulações voltadas para a vida animal.
1. Princípio da não maleficência: consiste na proibição, por princípio, de causar qualquer dano intencional ao paciente (ou à cobaia de testes científicos). A sua mais antiga formulação pode ser encontrada no Juramento de Hipócrates, e, no século XX, ele foi estabelecido como princípio bioético pelos estudiosos Dan Clouser e Bernanrd Gert.
2. Princípio da beneficência: pode ter seu gérmen encontrado no juramento hipocrático, em que se é afirmado que o médico deve visar ao benefício do paciente. Beauchamp e Childress vão além, estabelecendo que tanto médicos quanto cientistas que utilizem cobaias devem basear-se no princípio da utilidade (o utilitarismo de Mill e Bentham), visando a provocar o maior benefício para o maior número possível de pessoas.
3. Princípio da autonomia: tem suas raízes na filosofia de Immanuel Kant e busca romper a relação paternal entre médico e paciente e impedir qualquer tipo de obrigação de cobaias para com a ciência. Trata-se do respeito à autonomia do indivíduo, pois esse é o responsável por si, e é ele que decide se quer ser tratado ou se quer participar de um estudo científico.
4. Princípio da justiça: baseado na teoria da justiça, de John Rawls, esse princípio visa a criar um mecanismo regulador da relação entre paciente e médico, a qual não deve ficar submetida mais apenas à autoridade médica. Tal autoridade, que é conferidaao profissional devido ao seu conhecimento e pelo juramento de conduta ética e profissional, deve submeter-se à justiça, que agirá em caso de conflito de interesses ou de dano ao paciente.
Temas da Bioética
A Bioética trata de temas muito delicados, muitas vezes considerados tabus. Há uma dificuldade de estabelecimento de proposições únicas e últimas, pois existem, ao menos, três grandes áreas do conhecimento que envolvem a Bioética e porque, enquanto ciência, ela não pode se submeter à moral religiosa, que pode ser um obstáculo forte em questões relativas à vida, principalmente a humana.
Listamos abaixo alguns temas tratados pela Bioética, expondo uma breve discussão que pode aparecer sobre eles:
· Médico e paciente x cientista e cobaia
É o principal ponto tocado pelos estudos de Beauchamp e Childress, que formulam a solução principalista (que se baseia em uma ética de princípios) para os problemas decorrentes.
· Eutanásia e suicídio assistido
A tradução literal de eutanásia é “boa morte”. Eutanásia é o ato de encerrar a vida de alguém que, incapacitado, está em situação de penúria e não pode decidir por si mesmo. Quando um animal de estimação tem uma doença crônica progressiva ou ficou gravemente sequelado por algum mal, os veterinários podem dar a eles a eutanásia para encerrar o seu sofrimento.
O suicídio assistido é um tipo de eutanásia, mas aplicado por humanos que decidem tirar a própria vida de maneira digna e assistida por pessoas que garantirão o não sofrimento do paciente. Peter Singer baseia-se no respeito à dignidade humana e no direito à escolha, que, para Beauchamp e Childress, podem ser representados pelo princípio da autonomia, para afirmar a necessidade de serem respeitadas as escolhas individuais de cada sujeito e a necessidade de olhar-se para a dignidade de uma vida que não vale a pena ser vivida.
· Aborto
Singer defende o aborto de fetos com até três meses de gestação, período em que a Medicina afirma não haver ainda atividade cerebral e, portanto, há a ausência completa de sentidos. O aborto, antes dos três meses, seria apenas a interrupção do crescimento celular dentro de um corpo. Para discutir sobre isso, Singer parte das noções de consciência e de senciência (sentidos básicos e noção da presença no mundo pela dor e pelo sofrimento).
· Utilização de células-tronco
Partindo da utilidade e da beneficência, a utilização de células-tronco embrionárias é eticamente viável quando visa ao tratamento e à melhoria da vida comum. A parte polêmica desse tema é a necessidade de efetuar-se abortos para conseguir a extração de células de embriões. A eticidade do aborto, nesses casos, baseia-se nos mesmos princípios discutidos no tópico anterior.
· Direitos dos animais
Singer escreveu o livro Libertação animal, que, entre outras coisas, discute os direitos dos animais. Os animais são providos de níveis de senciência e, por isso, sofrem, sentem dor, medo, fome etc. Isso é suficiente para notar que os animais não podem ser indiscriminadamente utilizados pela indústria, tirando a dignidade de suas vidas. Singer problematiza a alimentação humana que utiliza os animais como produtos e, mais profundamente, introduz ao debate a utilização dos animais para testes científicos, farmacêuticos e de cosméticos.
Por Francisco Porfírio
Professor de Filosofia"
Atividades: 
1) A pesquisa envolvendo seres humanos deverá ter como base quatro princípios básicos da bioética definidos abaixo:
I. Capacidade de decisão, liberdade e direito de autogovernar-se;
II. Respeito a equidade dos indivíduos;
III. Fazer o bem, cuidar e favorecer a qualidade de vida;
IV. Não causar mal e/ ou danos ao paciente de forma intencional.
Marque a opção que apresenta a ordem correta de definição destes princípios:
A) I - Autonomia, II - Justiça, III - Beneficência e IV - Não Maleficência.
B) I - Beneficência, II - Autonomia, III - Não Maleficência e IV - Justiça.
C) I - Autonomia, II - Justiça, III - Não Maleficência, e IV – Beneficência
D) I - Justiça, II - Não Maleficência, III - Beneficência e IV - Autonomia.
E) I - Justiça, II - Não Maleficência, III - Autonomia e IV - Beneficência. 
2) A bioética é apoiada por quatro princípios e um deles assegura o bem-estar das pessoas, evitando danos, e garante que sejam atendidos seus interesses. Busca-se a maximização do benefício e a minimização dos agravos. Esse é o princípio da
A) autonomia.
B) não maleficência.
C) beneficência.
D) justiça.
E) igualdade.
3) Paciente J.C.L, 67 anos, portador de câncer, em cuidados paliativos, possui queixa continua de dor. Nesse caso, a enfermeira implementou um plano de controle da dor e monitorou a resposta do paciente ao plano.
O princípio que norteia o monitoramento é o(a)
A) justiça.
B) fidelidade.
C) beneficência.
D) não maleficência.
E) respeito à autonomia.
4) A bioética é uma ética aplicada que trata de conflitos e controvérsias morais no âmbito das Ciências da Vida e da Saúde, envolvendo valores e práticas. Suas reflexões abordam temas que atingem a vida de forma irreversível. Você já conhecia esse tema? Vamos montar uma roda de conversa e aprender mais sobre Bioética! Lembre-se: sua participação e opinião é de grande importância.
SEMANA 2
 
TEMA: Questões Controversas
EIXO ESTRUTURANTE: Processos Criativos
HABILIDADES: Habilidades dos Itinerários Formativos Associadas às Competências Gerais da BNCC 
(EMIFCG04) Reconhecer e analisar diferentes manifestações criativas, artísticas e culturais, por meio de vivências presenciais e virtuais que ampliem a visão de mundo, sensibilidade, criticidade e criatividade.
(EMIFCG05) Questionar, modificar e adaptar ideias existentes e criar propostas, obras ou soluções criativas, originais ou inovadoras, avaliando e assumindo riscos para lidar com as incertezas e colocá-las em prática.
(EMIFCG06) Difundir novas ideias, propostas, obras ou soluções por meio de diferentes linguagens, mídias e plataformas, analógicas e digitais, com confiança e coragem, assegurando que alcancem os interlocutores pretendidos Habilidades Específicas 
(EMIFCNT04) Reconhecer produtos e/ou processos criativos por meio de fruição, vivências e reflexão crítica sobre a dinâmica dos fenômenos naturais e/ou de processos tecnológicos, com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais (como softwares de simulação e de realidade virtual, entre outros).
CONTEÚDOS RELACIONADOS: Questões Controversas 
INTERDISCIPLINARIDADE: Língua portuguesa, História e Ciências Sociais 
 
ÁREAS DE ESTUDO DA BIOÉTICA
CLONAGEM
A bioética visa estimular na sociedade discussões sobre temas polêmicos como aborto, eutanásia, reprodução assistida e engenharia genética e outros problemas ligados à vida, à morte e à existência humana, mas sempre visando o debate quanto aos aspectos éticos.
Hoje começaremos a falar sobre a clonagem.
A clonagem é um processo artificial pautado na reprodução de cópias genéticas (organismos idênticos) de determinados seres vivos através de um filamento de DNA.
Ao invés de utilizar os gametas sexuais masculinos (espermatozoides) e feminino (óvulos) é realizada usando as células somáticas. Em outras palavras, retira-se o núcleo da célula, e coloca-se no lugar uma célula somática. A primeira clonagem aconteceu em 1996, no Instituto Roslin, na Escócia, por um grupo de embriologistas liderado pelo doutor Ian Wilmut.
Eles criaram o primeiro mamífero por meio da técnica chamada de “Clonagem Reprodutiva”, uma ovelha que ficou conhecida como “Dolly”, produzida através de uma célula somática de glândula mamária de um animal adulto.
Ética e Clonagem Humana
Muitas questões giram em torna da ética e do processo de clonagens e, até hoje, não ficou efetivamente comprovada se foi realizada uma clonagem humana em laboratório.
Depois da Dolly, muitos cientistas e a sociedade em geral refletiu sobre os benefícios e os prejuízos trazidos por esse processo.
A princípio, a engenharia genética aliada à medicina, apostam na clonagem como forma de beneficiar grande parte da população, seja na diminuição do número de pessoas necessitadas pelotransplantes de órgãos, ao criar órgãos e células, ou na cura e no tratamento de determinadas enfermidades, defeitos genéticos ou casos de infertilidade.
Por outro lado, a questão ética e religiosa levanta questões sobre a clonagem de seres humanos e muitos estudiosos acreditam que esse processo, futuramente, pode afetar a individualidade dos indivíduos, gerar preconceito e, ademais, beneficiará apenas uma parcela da população, uma vez que a clonagem é muito cara e se tornará um comércio.
Dessa forma, espera-se que a ciência tenha como princípio o respeito aos valores morais e éticos.
Tipos de Clonagem
Há 4 tipos de clonagem:
1. Clonagem Natural: é o caso dos gêmeos univitelinos, seres idênticos que possuem o mesmo genoma.
2. Clonagem Induzida: reprodução assexuada realizada artificialmente em laboratório através de duas células mães, que produzirão seres idênticos, ou clones.
3. Clonagem Reprodutiva: processo de reprodução assexuada através de células somáticas, ou seja, qualquer célula do corpo, exceto os gametas sexuais (óvulo e espermatozoide).
4. Clonagem Terapêutica: técnica utilizada para a reprodução de células-tronco, muito semelhante à clonagem reprodutiva, contudo, não é introduzida no útero.
PROJETO GENOMA HUMANO 
O Projeto Genoma Humano (PGH) foi uma pesquisa científica que contou com a participação de cientistas de 18 países.
O genoma é o conjunto de genes de uma espécie. O gene é formado por sequências de centenas ou milhares de pares de bases nitrogenadas.
Assim, o principal objetivo do projeto era realizar o sequenciamento das bases nitrogenadas do DNA humano.
Os resultados finais foram apresentados em abril de 2003, com 99% do genoma humano sequenciado e 99,99% de precisão.
Os resultados preliminares do projeto foram divulgados na revista Nature, em 2001
Objetivos
O projeto Genoma Humano possuía uma série de objetivos, dos quais destacam-se:
· Sequenciar todos as pares da bases nitrogenadas do DNA e que compõem o genoma do ser humano;
· Identificar todos os genes humanos;
· Desenvolver uma metodologia ágil para os estudos de sequenciamento do DNA;
· Desenvolver novas ferramentas para análise dos dados do DNA e novas formas de os disponibilizar aos pesquisadores;
· Oferecer um banco público de dados com os resultados do projeto para dar suporte à pesquisa científica, médica e farmacológica.
Financiamento
Um projeto de tamanha dimensão e importância precisou de grandes investimentos econômicos, ele se caracterizou com um consórcio público internacional.
Para isso, contou com financiamento público, sob a coordenação do Instituto Nacional de Saúde e do Departamento de Energia dos Estados Unidos.
Também contribuíram com o financiamento universidades norte-americanas, inglesas, francesas, alemãs, japonesas, chinesas e brasileiras. Além de recursos de empresas privadas.
A coordenação inicial dos trabalhos ficou a cargo do geneticista norte-americano James Watson. Em todo o projeto atuaram mais de 5 mil cientistas em 250 laboratórios.
Avanços e resultados
Ao desvendar o genoma humano abriram-se uma série de possibilidades para o avanço de outras pesquisas na área de genética, medicina e biotecnologia.
Foi descoberto que o genoma humano possui 3,2 bilhões de nucleotídeos e que a sequência deles é 99,9% igual entre todas as pessoas.
Apesar da enorme quantidade de bases, apenas 2% do genoma é usado para a síntese de proteínas.
· Disponibilidade do sequenciamento do DNA para até 2 mil doenças genéticas;
· Melhoria da compreensão das causas de alguns tipos de câncer;
· Possibilidade de diagnóstico de doenças genéticas;
· Produzir medicamentos com maior poder de atuação e menores efeitos colaterais;
· Novas terapias e tratamentos baseados no perfil genético de cada indivíduo;
· Possibilidade de personalizar medicamentos conforme a necessidade individual do paciente;
· Maior suporte para a medicina forense, possibilitando o esclarecimento de crimes com precisão.
Vantagens e Desvantagens
Dentre as vantagens do projeto, o conhecimento de risco do desenvolvimento de patologias é a principal. Esse conhecimento permite o planejamento familiar por meio de aconselhamento genético.
Apesar da inúmeras vantagens e benefícios, a principal desvantagem do projeto envolve a questão ética. A manipulação genética ainda é uma área recente e que vai além das questões científicas.
Projeto Genoma Humano no Brasil
O Brasil foi um dos cooperadores do Projeto Genoma Humano. Desde 2000, o principal centro de estudos do genoma humano no Brasil está instalado na Universidade de São Paulo (USP).
Também são desenvolvidas no país pesquisas genéticas de pragas agrícolas e plantas.O Brasil foi responsável pelo sequenciamento bactéria Xylella fastidiosa, causadora da doença amarelinho que afeta as laranjeiras.
Atividades: 
1) Quando falamos em clonagem, normalmente nos lembramos das técnicas realizadas em laboratório em que é possível produzir um indivíduo idêntico a outro. Entretanto, a formação de clones é possível também na natureza por meio do processo de
a) reprodução assistida.
b) conjugação.
c) reprodução assexuada.
d) fecundação interna.
e) reprodução sexuada.
2) Apesar do que muitos pensam, a clonagem não é utilizada apenas com a finalidade de gerar um indivíduo idêntico ao que o originou. Algumas vezes ela é realizada para produzir células-tronco para o tratamento de algumas enfermidades. Esse último tipo de clonagem é conhecido por:
a) clonagem in vitro.
b) clonagem reprodutiva.
c) clonagem multiplicadora.
d) clonagem terapêutica.
e) clonagem reparadora.
3) Em 2012, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) divulgou sua intenção de trabalhar na clonagem de espécies ameaçadas de extinção no Brasil, como é ocaso do lobo-guará, da onça-pintada e do veado-catingueiro. Para tal, células desses animais seriam coletadas e mantidas em bancos de germoplasma para posterior uso. Dessas células seriam retirados os núcleos e inseridos em óvulos anucleados. Após um desenvolvimento inicial in vitro, os embriões seriam transferidos para úteros de fêmeas da mesma espécie. Coma técnica da clonagem, espera-se contribuir para a conservação da fauna do Cerrado e, se der certo, essa aplicação pode expandir-se para outros biomas brasileiros.
 Disponível em: www.bbc.co.uk. Acesso em: 8 mar. 2013 (adaptado).
A limitação dessa técnica no que se refere à conservação de espécies é que ela
A) gera clones haploides inférteis.
B) aumenta a possibilidade de mutantes.
C) leva a uma diminuição da variabilidade genética.
D) acarreta numa perda completa da variabilidade fenotípica.
E) amplia o número de indivíduos sem capacidade de realizar diferenciação celular.
4) Em sua opinião, qual a parte negativa da clonagem? 
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SEMANA 3
TEMA: Questões Controversas
EIXO ESTRUTURANTE: Processos Criativos
HABILIDADES: Habilidades dos Itinerários Formativos Associadas às Competências Gerais da BNCC 
(EMIFCG04) Reconhecer e analisar diferentes manifestações criativas, artísticas e culturais, por meio de vivências presenciais e virtuais que ampliem a visão de mundo, sensibilidade, criticidade e criatividade.
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(EMIFCG06) Difundir novas ideias, propostas, obras ou soluções por meio de diferentes linguagens, mídias e plataformas, analógicas e digitais, com confiança e coragem, assegurando que alcancem os interlocutores pretendidos Habilidades Específicas 
(EMIFCNT04) Reconhecer produtos e/ou processos criativos por meio de fruição, vivências e reflexão crítica sobre a dinâmica dos fenômenos naturais e/ou de processos tecnológicos, com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais (como softwares de simulação e de realidade virtual, entre outros).
CONTEÚDOS RELACIONADOS: Questões Controversas 
INTERDISCIPLINARIDADE: Língua portuguesa, História e Ciências Sociais 
 
FERTILIZAÇÃO IN VITRO
 A reprodução humana assistida é um dos métodos mais tradicionais de procriação, auxiliando aqueles que, por algum motivo, não conseguem realizar o projeto parental de modo natural. Um dos métodos de reprodução humana assistida é a fertilização in vitro, a qual se faz através da junção de material genético do homem e da mulher, criando em laboratório embriões que serão implantados no útero, dando início a gestação. Para que ocorra sucesso no tratamento, são produzidos embriões além do necessário, ou seja, embriões excedentários, que poderão ser congelados, doados e até mesmo descartados.
 Em 1978, a introdução da fertilização in vitro (sigla em inglês IVF) desencadeou intenso debate ético sobre o uso de tecnologias inovadoras de reprodução, que se haviam deflagrado uma década antes. Foram levantadas questões sobre se as técnicas prejudicariam crianças e pais e/ou alterariam a compreensão sobre o significado de procriação, família e paternidade.
A controvérsia diminuiu gradualmente, quando bebês saudáveis ​​nasceram por esses recursos: em pelo menos oito países, comitês voltados à Ética e à Bioética emitiram declarações que consideraram, em princípio, o uso de IVF “eticamente aceitável”, pela chance de permitir que casais inférteis gerassem descendentes, até como extensão do modo natural de reprodução: embora envolva a junção de espermatozoide e óvulo em uma placa de petri (recipiente usado em laboratório para cultura de micro-organismos) ou em tubo de ensaio, uma vez implantados, os embriões cumprem um período natural de gestação, que culmina no nascimento de bebês.
A reprodução humana assistida renovou a esperança dos que não podiam concluir com o planejamento familiar de filiação, trazendo consigo inúmeros questionamentos quanto a ética na pesquisa e na manipulação do material genético doado.
Os conflitos diminuíram ao se verificar que tais tecnologias, com exceção da inseminação artificial por doador, levaram pessoas até então estéreis a terem seus próprios filhos genéticos. Além disso, filhos gerados pelos novos métodos não se traduziram, então, em riscos às famílias nucleares e tradicionalmente estruturadas.
Os desafios éticos voltaram à tona a partir da década de 1990, devido os avanços científicos, aliados às mudanças de ambientes sociais e culturais: a intervenção humana no processo de procriação tornou-se mais frequente, mais complexa, e altamente tecnológica.
Por exemplo, oócitos (gametas femininos que ainda não atingiram a maturidade) passaram a ser removidos cirurgicamente de uma mulher e, após a fertilização, transferidos a outra. Mães substitutas puderam ceder seus úteros a casais com quem não tinham conexão genética. Embriões criados in vitro, a serem criopreservados e armazenados para uso nos próximos anos por pais genéticos ou por desconhecidos – e por aí afora.
Dilemas éticos
Atualmente é difícil argumentar que tais métodos inovadores correspondem a meras extensões do jeito natural de se reproduzir. Partenogênese (desenvolvimento de um ser vivo a partir de um óvulo não fecundado); clonagem (processo utilizado para criar uma réplica geneticamente exata de uma célula, tecido ou organismo), e ectogênese (conjunto de técnicas necessárias para produzir bebês fora do corpo da mulher, isto é, úteros artificiais) já estão no horizonte científico.
Doadoras de óvulos, mães substitutas e doadores de esperma figuram como “auxiliares” aos que não têm filhos de maneira natural. Novas formas de reprodução assistida são cada vez mais usadas para gerar crianças sem vínculos hereditários ou genéticos com as famílias que as criarão.
Finalmente, tecnologias de reprodução assistida não são mais usadas exclusivamente no contexto de famílias nucleares tradicionais: casais homossexuais e mulheres e homens solteiros contam acesso a elas, o que leva grupos religiosos – e até alguns seculares – a expressarem preocupações quanto ao enfraquecimento do compromisso mútuo familiar e o bem-estar dos filhos resultantes de processos artificiais. Também na mira dos críticos está eventual “uso indevido de recursos sanitários”, porque esses métodos não são empregados somente na superação de problemas médicos, mas com a intenção de contornar limites biológicos à paternidade.
Além disso, há quem veja o perigo de mercantilização de seres humanos e seus produtos corporais: oferecer grandes quantias de dinheiro a terceiros, principalmente os mais carentes, pode diminuir a voluntariedade de sua escolha em participar do processo. Lembrando: no Brasil, o Conselho Federal de Medicina (CFM) proíbe que a cessão temporária de útero tenha caráter lucrativo ou comercial.
Aqui vale lembrar outra questão ética importante: apenas poucas pessoas  se beneficiam das novas tecnologias reprodutivas: o acesso depende, entre outros, de fatores econômicos, culturais, de raça e de classe social. Assim, seu uso tem potencial para ampliar ainda mais as fronteiras econômicas e sociais entre ricos e pobres, e entre uma subcultura e outra.
No Brasil, não existe ainda nenhuma legislação que regulamente os procedimentos de reprodução assistida. O único documento de que se dispõe para tanto é a Resolução 1358/923 do Conselho Federal de Medicina. Este, apesar de não ter força de lei, oferece as orientações éticas para utilização das novas tecnologias reprodutivas nas clínicas de fertilização. Nesse documento estão presentes algumas informações sobre o que os médicos estão permitidos ou impedidos de fazer no uso das tecnologias reprodutivas.
Em uma análise das sessões dessa resolução, percebe-se uma tentativa de banalizar a atividade médica quando da manipulação de gametas para fins reprodutivos. A utilização de técnicas médicas para realização de procedimento de fecundação abriu uma série de novas situações que impõem dilemas específicos, os quais demandam reflexão e regulamentação ética para além dessa resolução. Diversos aspectos do uso das novas tecnologias conceptivas, porém, encontram-se defasados nesse documento, como a assistência à reprodução para casais não-heterossexuais, a doação de embriões pré-implantados para pesquisa científica e clonagem humana.
Atividades:
1) João e Maria, recorreram a FIV após várias tentativas de engravidar sem sucesso. Foram retirados 6 óvulos que foram fertilizados e congelados. Na primeira tentativa de fertilização, foram implantados 2 óvulos. Após alguns dias, Maria descobriu que estava grávida, ou seja, sua FIV havia positivado. Ela não tem interesse em implantar os outros óvulos e encaminhou-os para descarte. Vamos refletir sobre a questão. Maria está cometendo algum crime? O que você pensa a respeitos dos embriões que serão descartados?
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TEMA: Pesquisas e Projetos – Questões Socioambientais
TEMA: Questões Controversas
EIXO ESTRUTURANTE: Processos Criativos
HABILIDADES: Habilidades dos Itinerários Formativos Associadas às Competências Gerais da BNCC 
(EMIFCG04) Reconhecer e analisar diferentes manifestações criativas, artísticas e culturais, por meio de vivências presenciais e virtuais que ampliem a visão de mundo, sensibilidade, criticidade e criatividade.
(EMIFCG05) Questionar, modificar e adaptar ideias existentes e criar propostas, obras ou soluções criativas, originais ou inovadoras, avaliando e assumindo riscos para lidar com as incertezas e colocá-las em prática.
(EMIFCG06) Difundir novas ideias, propostas, obras ou soluções por meio de diferentes linguagens, mídias e plataformas, analógicas e digitais, com confiança e coragem, assegurando que alcancem os interlocutores pretendidos Habilidades Específicas 
(EMIFCNT04) Reconhecer produtos e/ou processos criativos por meio de fruição, vivências e reflexão crítica sobre a dinâmica dos fenômenos naturais e/ou de processos tecnológicos, com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais (como softwares de simulação e de realidade virtual, entre outros).
CONTEÚDOS RELACIONADOS: Questões Controversas 
INTERDISCIPLINARIDADE: Língua portuguesa, História e Ciências Sociais 
 
CÉLULAS TRONCOS
As células-tronco possuem a capacidade de se transformarem em qualquer célula do corpo, podendo assim replicarem-se várias vezes, diferentemente de outras células do organismo. Esse tipo de célula pode ser encontrado em células embrionárias e em diversas partes do corpo, por exemplo, no sangue, na placenta, no cordão umbilical, na medula óssea, dentre outros.
Além disso, essa capacidade de renovação que acontece por meio da divisão celular, pode ocorrer de maneira induzida nas células-tronco após períodos de inatividade.
Dessa maneira, atualmente, os estudos de engenharia genética tem avançado muito, visto que os cientistas apostam na manipulação de células-tronco para fins terapêuticos, cura e o tratamento de determinadas doenças degenerativas e crônicas, traumas e recuperação de tecidos danificados.
As células-tronco podem se diferenciar em qualquer outro tipo de célula
Células-tronco são aquelas com capacidade de autorrenovação e diferenciação em muitas categorias de células e, ainda, de se dividir e se transformar em outros tipos de células.
Existem três tipos principais de células-tronco. O primeiro corresponde às embrionárias, grupo composto por células totipotentes – encontradas no embrião entre quatro a cinco dias depois da fecundação –; e pluripotentes – fase de blastocistos, de cinco a sete dias depois da fecundação. Ambas contam com o potencial de se converter em qualquer um dos 216 tipos diferentes de células humanas, com a exceção de células da placenta e dos anexos embrionários, no caso das pluripotentes.  
O segundo tipo de células-tronco são as adultas, chamadas ainda de somáticas ou multipotentes, presentes na medula óssea e no sangue do cordão umbilical. Apesar de manterem a capacidade de se separar para gerarem uma célula nova ou outra diferenciada, são menos versáteis do que as embrionárias. 
Há ainda as células-tronco pluripotentes induzidas, obtidas em laboratórios. 
O primeiro relato de pesquisa com células-tronco embrionárias humanas foi publicado na revista científica Science, em 1998, pela equipe de James A. Thomson, da Universidade de Wisconsin/EUA. Elas foram isoladas e cultivadas a partir de embriões doados por casais que não tinham mais a intenção de usá-los para seu próprio tratamento de infertilidade.
A partir de então, a pesquisa nesse campo mergulhou em controvérsias éticas consequentes de um desconforto público quanto aos possíveis impactos negativos a esta e às futuras gerações, já que a obtenção do material genético implica, necessariamente, na interrupção do desenvolvimento de um embrião. 
Assim, a pesquisa com células-tronco embrionárias explorou medos profundos – diga-se de passagem, alguns nunca confirmados – como os relacionados à possibilidade de clonagem humana; mistura de espécies entre homens e animais (quimeras); mercantilização do material biológico humano e, mesmo, à imortalidade. Embora preocupações públicas sobre a Ciência e suas implicações não sejam novas em si, tais estudos ofereceram a oportunidade para discussões em torno de um único e novo campo científico.
Embriões “destruídos” 
Embora existam questões éticas e bioéticas interessantes em torno da coleta e uso de células-tronco adultas de fetos abortados e sangue do cordão umbilical, a controvérsia mais intensa até hoje se concentra no uso de células-tronco embrionárias humanas, e envolvem sua derivação e uso para pesquisa. Ou seja, a remoção da massa de células primordiais dos blastocistos, os impede de continuar seu desenvolvimento. 
Os favoráveis às pesquisas argumentam que os embriões excedentes (não usados pelos doadores de gametas) seriam descartados de qualquer forma pelas clínicas de fertilização, e que, portanto, empregá-los para tratamentos futuros daria finalidade e “dignidade” à sua criação e destruição.  O problema é que nem a Filosofia, nem a Religião, nem a Ciência, e nem mesmo a Bioética, chegaram a um consenso sobre o momento em que a vida começa, isto é, se embriões em fase tão insipiente merecem proteção; e direitos legais e morais iguais aos das pessoas nascidas, por carregarem material genético humano. 
Além do embrião
As células-tronco adultas ou multipotentes estão presentes em pequenas quantidades no organismo, dispersas em diferentes tecidos. Isso quer dizer que, embora exista certa restrição em qual tipo celular será originado, contam com capacidade de se multiplicarem, originando outro tipo de células, como epiteliais, e da medula óssea. 
Um dos adventos científicos testados como eventuais substitutos das células-tronco embrionárias diz respeito às células estaminais pluripotentes induzidas pelo homem (sigla em inglês, iPS) – fibroblastos dérmicos geneticamente modificados para se comportarem como células-tronco embrionárias humanas.  No entanto, a maioria dos cientistas que trabalha na área não crê que as células iPS (ou qualquer outra “fonte alternativa” de células-tronco) possam evitar a necessidade de pesquisas contínuas com células-tronco embrionárias humanas. 
Enquanto permanecem os dilemas éticos, na prática científica, muito do que se diz sobre utilização de células-tronco embrionárias como forma de tratamento encontra-se no campo especulativo: apesar de serem vistas como células especiais, com capacidade quase infinita de se multiplicar e se transformar em células especializadas, como neurônios, células do fígado ou músculo cardíaco, uma grande quantidade de pesquisas é necessária para desenvolver linhas celulares capazes de gerar células e tecidos substitutos para tratar muitas doenças. 
Atividade:
Você é a favor ou contra o uso de células troncos embrionárias? Justifique.
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SEMANA 5
TEMA: Questões Controversas
EIXO ESTRUTURANTE: Processos Criativos
HABILIDADES: Habilidades dos Itinerários Formativos Associadas às Competências Gerais da BNCC 
(EMIFCG04) Reconhecer e analisar diferentes manifestações criativas, artísticas e culturais, por meio de vivências presenciais e virtuais queampliem a visão de mundo, sensibilidade, criticidade e criatividade.
(EMIFCG05) Questionar, modificar e adaptar ideias existentes e criar propostas, obras ou soluções criativas, originais ou inovadoras, avaliando e assumindo riscos para lidar com as incertezas e colocá-las em prática.
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(EMIFCNT04) Reconhecer produtos e/ou processos criativos por meio de fruição, vivências e reflexão crítica sobre a dinâmica dos fenômenos naturais e/ou de processos tecnológicos, com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais (como softwares de simulação e de realidade virtual, entre outros).
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INTERDISCIPLINARIDADE: Língua portuguesa, História e Ciências Sociais 
 
ABORTO
Falar de aborto nem sempre é uma tarefa fácil, pois o tema além de ser delicado envolve questões morais, científicas, éticas, religiosas e filosóficas. A prática, que já é antiga, também representa diversos riscos à saúde das mulheres.
Diariamente, cerca de 830 mulheres são vítimas de complicações durante e após o período gestacional, sendo o aborto um dos principais catalisadores das mortes maternas em todo o mundo.
Aliás, somente na América Latina e no Caribe acontecem 4 milhões de aborto por ano. Por isso, é essencial conhecer o tema e discuti-lo com urgência. Neste conteúdo, você vai entender as principais nuances que permeiam as mais fervorosas discussões sobre esta temática. Vem com a gente!
O que é definido como aborto?
Segundo a Organização Mundial da Saúde, aborto, do Latim ‘ab-ortus’ (privação do nascimento), refere-se à interrupção da gestação com a extração ou expulsão do embrião, ou do feto de até 500 gramas antes do período perinatal (que data entre 22.ª semana completa e os 7 dias completos após o nascimento).
Partindo de uma classificação médica, o aborto pode ser precoce, quando ocorre antes da 13.ª semana de gravidez, ou tardio, entre a 13.ª e a 22.ª semana. De acordo com o dicionário médico Luís Rey, o procedimento deve ocorrer antes que o feto seja viável, isto é, o nascituro não consegue sobreviver ainda fora do útero, após esse período denomina-se parto prematuro.
Segundo relatório publicado na The Lancet Global Health, entre 2015 e 2019 mais da metade das gestações não planejadas (61%), terminaram em aborto. Passar pelo processo de abortamento não é fácil, a maioria das mulheres além de lidar com as preocupações de uma gravidez não intencional também enfrentam as consequências físicas e psíquicas do procedimento.
Espécies de aborto
A interrupção da gravidez pode acontecer de modo voluntário, ou seja, pela vontade da gestante ou involuntário, natural ou acidentalmente. Desse modo, de acordo com os conceitos da obstetrícia, podemos classificar o aborto em três espécies.
O aborto espontâneo ocorre quando há a interrupção natural da gravidez pelo próprio organismo da gestante. Vários fatores como a idade, anomalias cromossômicas, problemas endócrinos, doenças autoimunes, obesidade ou magreza excessiva e outros problemas relacionados ao organismo feminino, como, por exemplo a trombose, podem contribuir para a ocorrência desta condição.
Estima-se que 15% das mulheres grávidas com idade até 35 anos podem ser vítimas dessa espécie de aborto, conforme o artigo Postgraduate medical Journal de 2015.
O aborto acidental também acontece de forma involuntária e resulta de uma experiência traumática vivenciada pela gestante, exigindo assim a presença de um fator externo. Como exemplo, pode-se citar quedas de escada, atropelamentos, espancamentos, acidentes de trânsito, sustos ou até mesmo escorregões.
Por fim, temos o aborto induzido que é quando se realiza um procedimento para interromper a gravidez. Desse modo, ele pode decorrer da própria escolha da grávida, de abusos contra a autodeterminação dos seus direitos sexuais (abortos forçados ou decorrentes de estupro), quando a gestação represente riscos à sua saúde ou quando o feto não tem chances de sobreviver fora do útero, por presença de má formação congênita.
Segundo a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), o processo pode ser executado de forma cirúrgica – aspiração a vácuo, sucção ou dilatação e evacuação- entre as 6 e 16 semanas de gestação ou por meio do consumo de pílulas abortivas (medicamentos que bloqueiam os hormônios da gravidez e o próprio organismo da mulher faz o esvaziamento do útero) esse procedimento pode ser realizado até as 12 semanas de gravidez.
O aborto induzido pode ser realizado de modo seguro por pessoas treinadas seguindo o método adequado ao tempo da gravidez recomendado pela OMS. No entanto, o potencial de risco é bem maior quando as pessoas que apoiam ou realizam o procedimento não possuem a habilidade necessária ou ele acontece em ambientes que não estejam de acordo com os padrões médicos mínimos, ou ambos não são atendidos.
Nestes casos, temos o que chamamos de abortos inseguros ou clandestinos, este procedimento pode envolver a introdução de objetos ou substâncias no útero (agulhas de tricô, cabides de ferro e até misturas caseiras), ingestão de medicamentos ou líquidos nocivos e uso de força externa, o que pode causar rompimento do útero, hemorragias e até a morte da mulher.
O aborto no mundo
Por mais que se fale tanto em aborto, às vezes pode até parecer que ele é um fenômeno atual que decorre da vida moderna, entretanto esse procedimento já acompanha a humanidade há um bom tempo, estando presente nas mais variadas culturas. Portanto, precisamos entender como esta prática foi tratada no decorrer da história.
De fato, o controle populacional sempre foi motivo de preocupação para a sociedade. Enquanto a sociedade greco-romana encarava a prática como um meio para controlar e manter o crescimento da população estável, outras civilizações a consideravam uma transgressão de princípios.
O Código de Hamurabi no século V a.C e o Código Hitita do século XII a.C previam punições severas a quem praticasse ou incentivasse o aborto.
No outro lado do mundo, aqui na América do Sul, as comunidades indígenas encaravam o tema de diferentes formas, abortava-se por escassez de alimentos ou em função da maternidade, isto é, todas as gestantes abortam do seu primeiro filho para facilitar o parto do segundo.
Em 1869, quando a Igreja Católica apresentou seu posicionamento sobre a teoria da animação, a qual se refere ao momento em que se dá início a vida, concluiu-se que a alma faz parte do embrião e declarou-se o aborto e outro métodos contraceptivos como pecado.
Neste ínterim, as condições sociais entre os séculos XIX e XX contribuíram para que as legislações criadas nesta época trouxessem dispositivos sobre a permissão ou punição do aborto.
Com as grandes conquistas e descobertas científicas da época, os Estados passaram a criar políticas de incentivo à demografia que afetaram o papel da mulher e sua importância na reprodução dos futuros cidadãos. Desse modo, boa parte das deliberações nacionais incorporaram a tutela do nascituro e a punição do aborto.
Todavia, com a descoberta das pílulas anticoncepcionais e o advento das teorias feministas, houve a dissociação entre as imagens de maternidade e sexualidade. Dali em diante, adveio a segmentação entre os ideais da Igreja e do Estado no que se refere ao aborto.
No ano de 1920, a União Soviética criou políticas sociais para garantir a saúde da mulher trabalhadora e legalizou a prática. Após pouco mais de uma década, o México reconheceu o direito ao aborto em caso de estupro. Em seguida, outros países,  como Polônia, Islândia, Suécia, Reino Unido, Canadá e mais recentemente a Irlanda, cada qual do seu modo, legalizaram o procedimento.
Como o aborto é tratado hoje pelos países?
Atualmente apenas dois terços dos 195 países analisados pela ONU permitem o aborto quando a saúde física ou psíquica da mulher está ameaçada. Outrospaíses que seguem uma linha mais conservadora como El Salvador, Malta, Nicarágua, República Dominicana, Suriname e Vaticano proíbem totalmente a prática.
Com o intuito de informar sobre o status legal do aborto em todo o mundo o Centro pelos Direitos Reprodutivos (Center for Reproductive Rights, em inglês), organização não governamental formada por especialistas que lutam pela promoção dos Direitos Reprodutivos das Mulheres, produz desde 1998 um levantamento sobre como os países se posicionam quanto ao tema.
No mapa abaixo, produzido pelo instituto e traduzido por nós, é possível ter um panorama do cenário mundial. 
The World’s Abortion Law. Imagem: Center for reproductive rights.
Aproximadamente 90 milhões de mulheres em idade reprodutiva vivem nos 26 países em que o aborto é totalmente proibido, mesmo que a saúde ou suas vidas estejam ameaçadas. A maior parte destes Estados se concentram na África, Oriente Médio e Sudeste Asiático. Como exemplo, podemos citar Cisjordânia, Egito, El Salvador, Haiti, Honduras, Filipinas, Iraque, Nicarágua, Senegal e Suriname.
Outros 39 países (a maioria localizados no Oriente Médio, América Latina e Caribe) permitem a interrupção da gravidez em certas circunstâncias para salvar a vida de gestantes, cerca de 359 milhões de mulheres em idade fértil vivem nesses lugares. Este grupo inclui Afeganistão, Brasil, Chile, Guatemala, Irã, Mianmar Síria e Sudão, entre outros países. Outra característica comum deles é que são todos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento.
Tendo como justificativa o resguardo da integridade feminina, isto é, proteger a saúde da gestante contra as consequências físicas ou psicológicas de levar a gestação adiante, 56 países permitem legalmente a interrupção da gravidez. Este é o caso da Arábia Saudita, em que embora a prática seja proibida, a mulher desde que receba a aprovação de médicos especialistas e do marido, pode impedir a continuidade da gestação.
Ademais, as legislações de outros 14 países permitem o aborto em uma ampla gama de situações. Para isso, a lei leva em consideração fatores sociais e econômicos que podem impactar as condições atuais e futuras das gestantes.
Por último, o direito ao aborto é legal sob a solicitação da mulher grávida em 56 Estados, situados principalmente em regiões desenvolvidas. Em sua maioria, como Rússia e Noruega, permitem o procedimento até as 12 semanas de gravidez.
Conforme dados da OMS, entre 2010 e 2015 foram realizados 55 milhões de abortos em todo o mundo, destes 45% foram inseguros e em sua maioria, cerca de 97%, ocorreram nas regiões da América Latina, Ásia e África, onde há legislações punitivas quanto ao procedimento.
Segundo relatório organizado pela Lancet Global Health, uma das revistas de publicações científicas mais renomadas do mundo, nos países em que as leis são mais restritivas e é mais difícil obter medidas anticoncepcionais adequadas e seguras, a proporção de gestações indesejadas que resultam em aborto é alta, com variação de 32/48 por mil mulheres, à medida que em locais de maior renda e interrupção legal da gravidez, a taxa é de 11 a cada 1000.
· Continuaremos na próxima semana!
SEMANA 6
 
TEMA: Questões Controversas
EIXO ESTRUTURANTE: Processos Criativos
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(EMIFCG04) Reconhecer e analisar diferentes manifestações criativas, artísticas e culturais, por meio de vivências presenciais e virtuais que ampliem a visão de mundo, sensibilidade, criticidade e criatividade.
(EMIFCG05) Questionar, modificar e adaptar ideias existentes e criar propostas, obras ou soluções criativas, originais ou inovadoras, avaliando e assumindo riscos para lidar com as incertezas e colocá-las em prática.
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CONTEÚDOS RELACIONADOS: Questões Controversas 
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PANORAMA NACIONAL DO ABORTO
Panorama nacional: realizar um aborto é crime no Brasil?
Como citado anteriormente, o Brasil faz parte do grupo de países que possuem legislações restritivas quanto a interrupção da gravidez. Dessa forma, no nosso país realizar um aborto induzido é considerado um crime contra a vida, tal regimento é disciplinado entre os artigos 124 e 128 do Código Penal desde o ano de 1984.
Assim a gestante que provocar ou consentir com a realização do procedimento pode ser punida com pena de detenção de um a três anos. A pena pode variar de três a dez anos para quem realizar o aborto sem o consentimento da mulher, e de um a quatro quando o processo é feito com a sua anuência.
Contudo, conforme prevê o artigo 128 do texto legal, é permitida a interrupção da gravidez em dois casos específicos: quando a gravidez é resultante de estupro ou para salvar a vida da mulher. Há ainda uma terceira situação a qual, embora não esteja expressa no regulamento pois deriva de um entendimento do Supremo Tribunal Federal, é autorizada o aborto.
Nesse sentido, de acordo com a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) n° 54, é possível a interrupção terapêutica da gestação quando o feto for anencefálico. Portanto, a gestante que se adeque em uma dessas três situações, é apoiada pelo governo e pode realizar o aborto legal gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
No entanto, devido a prática ser considerada crime com pena de reclusão, muitas mulheres que não se enquadram nas categorias de interrupção da gravidez protegida por lei recorrem a clínicas clandestinas ou efetuam o processo em suas próprias casas, sem nenhuma assistência ou instrução de segurança. Neste último caso, muitas delas recorrem a indicações de medicamentos e soluções caseiras que podem ser facilmente encontrados em uma rápida pesquisa no Google.
Como resultado, segundo dados do Ministério da Saúde, aproximadamente 4 mulheres morrem por dia no Brasil em consequência de um aborto que deu errado. Contudo, o órgão informa que não é possível atribuir todos os óbitos ao abortamento provocado feito em boa parte dos casos clandestinamente.
Além disso, mesmo aquelas que recebem a tutela legal para realizar o procedimento, enfrentam desafios para ter acesso ao aborto seguro. Como demonstra a Pesquisa sobre os Serviços de Aborto Legal no Brasil de 2016, a distribuição dos pontos de atendimento às gestantes em tal situação é irregular em todo o país, cerca de 7 estados não apresentavam sequer um serviço ativo.
Somado a isso, em 95% dos hospitais não havia equipe específica para o suporte, e muitos profissionais se recusavam a realizar o aborto por razões morais e religiosas, utilizando-se do direito à escusa de consciência.
O que é o estupro de vulnerável?
O estupro de vulnerável é caracterizado pela conjunção carnal ou qualquer ato libidinoso com menores de 14 anos, seja com ou sem consentimento.
Previsto no artigo 217-A do Código Penal, criado pela Lei 12.015/2009, o crime de estupro contra vulnerável é um crime hediondo, ou seja, um crime inafiançável, portanto, não contempla a possibilidade de graça ou indulto. 
Indo além, o  § 1º  do artigo compreende a condição de vulnerabilidade a pessoas que não possuem capacidade de discernir sobre o ato sexual, por motivos de enfermidade, deficiência mental ou condição que impeça que possa se defender. 
No que diz respeito a punibilidade, o artigo prevê pena de reclusão de 8 a 15 anos para a prática do crime. Além disso, a pena de reclusão pode ser aumentada em caso de lesão corporal (de 10 a 20 anos) e morte (12 a 30 anos). 
Abortolegal: “crianças não são mães”
Nas últimas semanas, o debate sobre a legalização do aborto tomou conta das redes sociais e noticiários no Brasil e no mundo devido a uma série de acontecimento: o caso de uma criança de 11 anos estuprada que teve o direito de interrupção à gravidez negado, a revogação do direito ao aborto pela Suprema Corte dos EUA e a indevida exposição da atriz Klara Castanho.
No Brasil, repercutiu o caso da menina de 11 anos vítima de estupro que teve o direito legal a interrupção da gravidez negado pela Justiça de Santa Catarina. 
Tudo começou quando, no dia 4 de maio, a mãe da criança a levou para realizar o aborto no Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago, em Florianópolis (SC), naquele momento com 22 semanas e 2 dias de gestão, e teve o procedimento recusado pela equipe. 
Diante disso, foi preciso recorrer à Justiça, o que tornou-se um longo processo judicial no qual o direito ao aborto foi reiteradamente negado. E, para além de ter o acesso negado, houve ainda a tentativa de convencimento por parte da juíza Joana Ribeiro Zimmer de que a criança tivesse o bebê.
Com a realização do procedimento negado, a Justiça de Santa Catarina, em despacho expedido em 1º de junho pela magistrada da 1ª Vara Cível de Tijucas, ficou decidido que a menina deveria permanecer em um abrigo para evitar contato com o possível agressor sexual e impedir que a mãe, responsável legal pela filha, recorresse a algum método de interrupção da gravidez.
Esse caso ganhou repercussão no país quando foi divulgada a gravação de uma audiência realizada no dia 9 de maio, ocasião em que a mãe demonstra aparente desespero pela vida de sua filha e o retorno dela para casa. No dia 21 de junho, o retorno da criança para seu lar foi autorizado pela desembargadora Cláudia Lambert.
O desfecho desse processo na justiça se deu no dia 22 de junho com a interrupção legal da gestação, sendo esse ato previsto por lei em caso de estupro. Apesar de estar grata pela saúde da filha, a mãe declarou: “Eu não vou falar que eu estou feliz. Não estou feliz. A gente está passando por um processo bem complicado ainda.”
Caso Klara Castanho e a entrega voluntária
Outro caso que veio a público nos últimos dias, mais especificamente no dia 25 de junho, foi o da jovem atriz Klara Castanho, a qual revelou em carta aberta em rede social que foi vítima de um estupro que teve como consequência uma gravidez indesejada.
A revelação ocorreu depois de uma sucessão de acontecimentos que contrariam o direito à proteção e integridade física, emocional e jurídica da vítima. A atriz sofreu ameaças e exposições, desde profissionais da saúde até reconhecidos nomes da comunicação. 
Mesmo tendo optado pela entrega voluntária legal do bebê recém-nascido e seguido todos os trâmites na Justiça, ainda assim, em alguns canais da mídia, começaram a citar uma atriz que teria engravidado e cometido o crime de “abandono de incapaz”. Quando, na verdade, a atriz realizou uma entrega voluntária, que é legal nos termos da lei.
Com muito pesar em ter que reviver novamente a dor da violência que sofreu, Klara Castanho postou em seu Instagram uma Carta Aberta com aquele que é provavelmente o relato mais íntimo de sua vida.
Entrega voluntária legal
A Lei 13.509/2017 dispõe sobre o processo de adoção e em seu art. 1º traz alterações ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), incluindo a “entrega voluntária”, a qual diz respeito à possibilidade de uma pessoa gestante entregar o recém nascido para a adoção – sendo esse um procedimento assistido  pela Justiça da Infância e da Juventude.
Art. 1º Esta Lei altera a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), para dispor sobre entrega voluntária, destituição do poder familiar, acolhimento, apadrinhamento, guarda e adoção de crianças e adolescentes, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, para estender garantias trabalhistas aos adotantes, e a Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), para acrescentar nova possibilidade de destituição do poder familiar.
Diferente do que popularmente se propaga a respeito de gestantes que entregam um bebê a adoção, esse ato não configura nenhuma espécie de crime, isso é garantido por lei e assegura a proteção do menor. Por outro lado, previsto no artigo 134 do Código Penal, o desamparo de recém-nascido ou exposição a perigo se caracteriza como crime de abandono. 
Um retrato da realidade: quem são as mulheres que abortam?
O aborto não é uma realidade distante na vida reprodutiva das brasileiras. Desde a época colonial, registram-se práticas abortivas utilizadas demasiadamente por mães solteiras e de filhos ilegítimos. Tal fato levou as primeiras legislações sobre o assunto a punirem com severidade o procedimento. Nos dias de hoje, conforme relata a OMS, 3 em cada 10 grávidas abortam no nosso país. Conhecer o perfil de cada uma delas é essencial para entendermos a gravidade dessa prática no Brasil.
Conforme mostra a Pesquisa Nacional sobre Aborto no Brasil de 2016, aproximadamente 20% das mulheres de até 40 anos já abortou. Os resultados do levantamento mostram que o procedimento atinge todas as idades, tendo principal relevância na faixa etária dos 20 a 29 anos. De outro lado, como concluiu um estudo financiado pela Fiocruz, as adolescentes são as maiores vítimas do abortamento, pois são as que mais morrem devido ao procedimento.
No indicativo de raça, os estudos revelam que mulheres negras, pardas e indígenas- 13% a 25%- são as que mais efetuam o aborto em relação a brancas, mais ou menos 9%. Quanto ao estado civil, as que hoje se encontram separadas ou viúvas realizam a interrupção da gravidez em maior proporção que em união estável. Por fim, a interrupção da gravidez ocorre em maior quantidade entre aquelas que já são mães do que entre as que nunca tiveram um filho.
Além disso, a taxa é superior entre as que habitam nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste (15% a 18%) e possuem menor escolaridade, o percentual daquelas que estudaram até a quarta série (26%) é de pouco mais que o dobro de quem concluiu o ensino médio e/ou o superior (11%). Quanto a religião, 56% professam a fé católica e 25% são evangélicas.
Como a descriminalização do aborto é vista pelos diferentes grupos sociais
Um dos pontos que mais aquecem os debates que envolvem o aborto certamente é a sua descriminalização, uma vez que frente a dimensão do tema a opinião pública pode variar bastante.
De um lado, figuram principalmente os grupos mais conservadores da sociedade. Muitas religiões condenam a prática por considera-la uma espécie de assassinato, o que vai contra os princípios da maior parte delas.  Segundo o Pew Research Center, o Espiritismo, o Hinduísmo e alguns grupos do Cristianismo, opõe-se ao direito ao aborto, com poucas ou quase nenhuma exceção. Por outro lado, como principal voz no debate a favor da descriminalização, destaca-se os movimentos feministas que militam a favor do direito ao abortamento como uma garantia dos direitos sexuais e reprodutivos da mulher.
No nosso país, o posicionamento é bastante diversificado. Enquanto 34% dos brasileiros consideram que a legislação sobre o aborto deve permanecer inalterada, para outros 41% o abortamento deveria ser totalmente proibido e para 16% da população ele deveria ser permitido em mais situações.
Abaixo, você pode entender melhor as principais razões que fundamentam as opiniões de quem é contra ou a favor da descriminalização da prática. Vale mencionar que também há um debate sobre a legalização do aborto, que é uma defesa de que o país deve garantir a segurança das mulheres e o aborto gratuito.
Partes contrárias à descriminalização
· O direito à vida é a base para a existência de todos as outras garantias e ele começa desde a concepção. Nesse sentido, deve haver a prevalência e a tutela do direito do feto o qual é inocente e indefeso. Dessa forma, o aborto se caracteriza como um ato contra a vida e viola a Constituição.
· Tornar o aborto legalnão resolve o sofrimento das mulheres, existe outras formas de resolver esse problema sem, necessariamente, interromper uma vida. Deve haver o incentivo para que essas gestantes tenham filhos e, assim, formular políticas públicas de auxílio para elas.
· O aborto é uma questão de ordem filosófica e moral. Quem tem o poder de determinar o que é – ou não- um ser humano? E como isso pode ser feito?
· O aborto tem consequências físicas e principalmente socioemocionais. Muitas mulheres que já passaram pelo processo relatam sentimento de culpa, arrependimento, dor e solidão. Conforme pesquisa realizada no Reino Unido, mulheres que abortaram tem seis vezes mais chances de cometerem suicídio. O estudo mostrou ainda que enquanto o risco de ansiedade pode chegar até 25%, o de depressão e de desordens na saúde mental alcança até 30% após o procedimento.
· O aborto geralmente decorre de uma gravidez indesejada. Como afirma a OMS, entre 2015 e 2019 mais da metade das gestações não intencionais terminaram em aborto. Dessa forma, é preciso haver políticas públicas para o planejamento familiar e educação sexual entre os jovens e adultos. Além disso, existem algumas maneiras de ajudar mulheres a evitar gravidezes indesejadas sem usar anticoncepcionais, muitos das quais são recomendadas por grupos religiosos. Por exemplo, podemos citar o Método de Ovulação Billings (MOB) recomendado pela Igreja Católica.
Partes favoráveis à descriminalização
· O aborto, deve ser tratado como um problema de saúde pública. Muitas mulheres para realizar a interrupção da gravidez recorrem a clínicas clandestinas ou a medicamentos abortivos sem orientação médica ou sem eficácia comprovada. Esses procedimentos realizados de modo não seguro podem comprometer a saúde da mulher, causando infecção, hemorragia, lesão interna, traumas psicológicos e na pior das alternativas deixa-la estéril ou leva-la a morte. Conforme dados da OMS, dos 55 milhões de abortos que ocorreram entre os anos de 2010 e 2015, 45% deles foram inseguros.
· Proibir a prática não significa que ela deixará de acontecer. Segundo o Instituto Guttmacher que pesquisa o acesso à saúde reprodutiva da mulher em todo mundo, 88% dos abortos ocorrem em países em desenvolvimento. Nestes locais, concentram-se a grande maioria de legislações que negam o aborto em qualquer circunstância ou só o permitem em caso de ameaça a vida da mãe. Aliás, como mostra o estudo, a taxa de aborto nos Estados que permitem a interrupção da gravidez é 34 a cada 1000 mulheres. Por outro lado, onde o procedimento é proibido o índice sobe para 37 a cada 1000.
·  Obrigar a permanência de uma gestação por meio da lei é violar os direitos sexuais e reprodutivos da mulher. Por mais que biologicamente ela nasça preparada para gerar e parir uma criança, nem todas estão necessariamente aptas ou desejam lidar com as responsabilidades de cuidar, proteger e arcar com os custos de um filho. Tratar a maternidade como destino é estigmatizar a possibilidade de escolha feminina e torna-la criminosa diante da lei, pecadora perante a religião e sem sentimentos frente à sociedade.
· A legislação brasileira que pune o aborto é antiga. Um dos principais objetivos de uma lei é corresponder aos costumes da sociedade em que ela vigora. Hoje, diante dos avanços e reconhecimentos dos direitos das mulheres, criminalizar a interrupção da gravidez é defasar uma prática que ocorre com frequência, mesmo com as punições da norma legal.
· O problema do aborto é interseccional, mulheres que se encontram em situação de vulnerabilidade – como negras e de baixa renda- também são as que mais realizam o procedimento. Na maior parte das situações, por não terem condições financeiras ou até mesmo psicológicas para criarem seus filhos.
· O acesso a políticas de prevenção à gravidez ainda é muito restrito, principalmente em países em desenvolvimento como o Brasil. Assim, a interrupção da gravidez se apresenta a essas gestantes como um modo de contracepção. De acordo com a Pesquisa Nacional sobre o aborto, muitas delas estão em um relacionamento estabelecido, dependem economicamente da família ou do companheiro e não planejam a gestação.
· O aborto é consequência de um problema maior, a violência sexual. Estima-se que 94% das mulheres que procuram ajuda foram vítimas de estupro, 29% destas tinham entre 12 e 19 anos. Devido a dificuldade de acesso a interrupção legal, 4.262 adolescentes mantiveram a gravidez decorrente de abuso por não serem atendidas. Os dados são do Ministério da Saúde.
Atividade: 
Vamos entender mais sobre o tema Aborto numa roda de conversa! Participe e deixe a sua opinião.
1) Cite e explique um dos fatores que podem ser relevantes na decisão de um país de tornar o aborto permitido sob determinadas condições ou completamente proibido.
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SEMANA 7
TEMA: Questões Controversas
EIXO ESTRUTURANTE: Processos Criativos
HABILIDADES: Habilidades dos Itinerários Formativos Associadas às Competências Gerais da BNCC 
(EMIFCG04) Reconhecer e analisar diferentes manifestações criativas, artísticas e culturais, por meio de vivências presenciais e virtuais que ampliem a visão de mundo, sensibilidade, criticidade e criatividade.
(EMIFCG05) Questionar, modificar e adaptar ideias existentes e criar propostas, obras ou soluções criativas, originais ou inovadoras, avaliando e assumindo riscos para lidar com as incertezas e colocá-las em prática.
(EMIFCG06) Difundir novas ideias, propostas, obras ou soluções por meio de diferentes linguagens, mídias e plataformas, analógicas e digitais, com confiança e coragem, assegurando que alcancem os interlocutores pretendidos Habilidades Específicas 
(EMIFCNT04) Reconhecer produtos e/ou processos criativos por meio de fruição, vivências e reflexão crítica sobre a dinâmica dos fenômenos naturais e/ou de processos tecnológicos, com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais (como softwares de simulação e de realidade virtual, entre outros).
CONTEÚDOS RELACIONADOS: Questões Controversas 
INTERDISCIPLINARIDADE: Língua portuguesa, História e Ciências Sociais 
 
EUTANÁSIA
A eutanásia, originalmente definida como ‘’boa morte’’, ou seja, uma morte sem dor ou sofrimento, tem como objetivo reduzir o tempo de vida de um paciente, através da orientação de um profissional da medicina. Este procedimento ocorre quando a um indivíduo em estado terminal, sobrevivendo por ajuda de aparelhos em leitos de hospitais se oferece a opção de desligar os aparelhos, para que então possa sessar o suposto sofrimento do doente e fazê-lo “descansar em paz”.
Este ato de controlar o tempo de vida de uma pessoa enferma envolve princípios morais, éticos e religiosos, decisões que são extremamente delicadas, sempre acompanhadas de uma controvérsia. 
De acordo com os princípios cristãos, uma boa morte é aquela que ocorre de forma “natural”, quando o indivíduo está espiritualmente pronto para seguir seu caminho que o conduzirá até Deus. A verdade decisiva que leva à conclusão de que Deus é contra a eutanásia é sua soberania sobre a vida e a morte e, nestequesito, para os cristãos a eutanásia poderia ser entendida como a usurpação deste poder divino.
No quesito do biodireito, no Brasil, a eutanásia ainda é considerada crime. Quando é executada, mantêm-se um “pacto de silêncio” quer nas unidades de assistência públicas ou particulares, o que acaba tornando tal decisão um ato dissimulado e infracional. O assunto é excluído da discussão pelo Ministério da Justiça, por considerá-lo muito polêmico.
Existem conceitos que a tipificam: Eutanásia ativa, eutanásia passiva e eutanásia de duplo efeito; e quanto ao consentimento do enfermo em eutanásia voluntaria, eutanásia involuntária e eutanásia não voluntária. Ainda surgem mais conceitos no que se refere ao fim da vida, entre eles o suicídio. Tendo estes conceitos em mente, é possível discutir os prós e contras sobre este tema que sempre deve passar pelo crivo da bioética.
Os argumentos que são contra vão desde os religiosos, éticos até mesmo os políticos sociais. Lembrando o próprio juramento de Hipócrates que considera que a vida como um dom sagrado, sobre a qual o médico não pode ser juiz. Percebe-se a dimensão complexa do assunto. Outros argumentos contra concentram-se na parte legal, uma vez que o código penal atual não especifica nenhuma permissão da eutanásia, condenando qualquer ato que ponha fim a uma vida como homicídio ou auxílio ao suicídio. Mesmo que a pedido da vítima ou por alegada “compaixão”, estes são punidos criminalmente.
Embora muitos sejam a favor da eutanásia e muitos contra, deve-se levar em consideração a bioética. Deve-se ponderar pela vida, mesmo que o doente peça pela morte. A medicina visa fazer sempre o máximo para salvar o próximo, mesmo que a vida do indivíduo já esteja sob o risco, e é preciso cuidado para que a perda de esperança não inviabilize uma recuperação, pois alguns casos de cura são inesperados mesmo dentro da medicina mais avançada. Sabe-se que há muito a se discutir antes da tomada de decisões sobre este tema. Assim, não se pode deixar de falar, nem falar levianamente sobre um assunto que divide opiniões mesmo entre os mais aptos estudiosos.
Atividade:
2) Quem é a favor da eutanásia acredita que seja um caminho para evitar a dor e o sofrimento de pessoas que estejam em fase terminal ou sem qualidade de vida. Defendem que a pessoa morre de uma forma pouco dolorosa significando que teve uma morte digna. Porém, relacionado à bioética, será que essa atitude seria uma maneira digna de morrer? Justifique.
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SEMANA 8
 
TEMA: Questões Controversas
EIXO ESTRUTURANTE: Processos Criativos
HABILIDADES: Habilidades dos Itinerários Formativos Associadas às Competências Gerais da BNCC 
(EMIFCG04) Reconhecer e analisar diferentes manifestações criativas, artísticas e culturais, por meio de vivências presenciais e virtuais que ampliem a visão de mundo, sensibilidade, criticidade e criatividade.
(EMIFCG05) Questionar, modificar e adaptar ideias existentes e criar propostas, obras ou soluções criativas, originais ou inovadoras, avaliando e assumindo riscos para lidar com as incertezas e colocá-las em prática.
(EMIFCG06) Difundir novas ideias, propostas, obras ou soluções por meio de diferentes linguagens, mídias e plataformas, analógicas e digitais, com confiança e coragem, assegurando que alcancem os interlocutores pretendidos Habilidades Específicas 
(EMIFCNT04) Reconhecer produtos e/ou processos criativos por meio de fruição, vivências e reflexão crítica sobre a dinâmica dos fenômenos naturais e/ou de processos tecnológicos, com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais (como softwares de simulação e de realidade virtual, entre outros).
CONTEÚDOS RELACIONADOS: Questões Controversas 
INTERDISCIPLINARIDADE: Língua portuguesa, História e Ciências Sociais 
QUAIS OS LIMITES PARA A BIOÉTICA?
O Homem, a ciência e a bioética…, três realidades completamente distintas e simultaneamente tão próximas. Completam-se, numa arriscada dinâmica de interligações, interdependências e relações muitas vezes conflituosas. A ciência evoluiu nas últimas décadas como nunca sequer sonhou que poderia evoluir. A base da relação entre o Homem e a ciência é continuamente ameaçada por novas descobertas, novos caminhos que surgem, novas possibilidades, que indubitavelmente nos fazem refletir. 
Perante isto também a própria ciência se interroga sobre o sentido e limites do seu progresso e pede a contribuição da bioética. 
A fonte mais evidente de problemas novos, ainda que não a mais simples de resolver, relaciona-se com os problemas éticos ligados à vida humana e às ciências da vida. 
É desde o início da vida biológica do ser humano até à sua extinção que surgem problemas. Tudo se passa como se este princípio da vida humana tivesse recuado progressivamente do nascimento à gravidez, da gravidez à fecundação e – no sentido diferente do termo “início” – da fecundação ao genoma dos progenitores. Em sentido inverso, o fim da vida já não se refere apenas ao momento da morte, mas há vivência progressiva da idade avançada, desde a diminuição das faculdades físicas e mentais até à total dependência, desde os cuidados específicos da idade avançada até aos cuidados paliativos e às eventuais decisões acerca do morrer. 
Vamos assistir o filme UMA PROVA DE AMOR. 
Atividade:
Após assistirmos o filme: UMA PROVA DE AMOR, debata com os seus colegas e escreva seu ponto de vista sobre até onde, o Homem tem o direito de intervir na “vida e morte” dos seres vivos. 
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