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Semiologia basica introducao

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A Semiologia ou Propedêutica é a parte da ciência que estuda os 
sinais e sintomas das doenças humanas. A palavra Semiologia vem do 
grego, sendo semeion = sinal + lógos = tratado, estudo. 
O estudo da Semiologia é de grande relevância para Enfermagem, pois 
auxilia no diagnóstico, na prescrição e intervenção com o objetivo de 
restaurar as condições fisiológicas do organismo. 
A Enfermagem, ao longo da sua evolução, passou por muitas mudanças 
no âmbito da ciência e da profissão em si, tendo como bases referências 
teóricas que nortearam a prática acadêmica e profissional. 
A partir disso, a estrutura do curso de graduação da Enfermagem 
passou a contemplar diversas disciplinas básicas que fazem parte da 
construção do conhecimento profissional, entre elas, a Semiologia, que 
busca a investigação e busca dos sinais e sintomas que o indivíduo 
apresenta em seu quadro de saúde. 
Souza et al. (2017) ressalta que a Semiologia precisa da investigação 
dos sinais e sintomas relatados pelo paciente, surgindo assim a 
necessidade da prática da Semiotécnica. Esta consiste na aplicação de 
técnicas para realização do exame físico, com o objetivo de assim, 
cumprir a investigação proposta pela Semiologia. O processo avalia 
cada sistema do organismo de forma sistematizada, permitindo que uma 
melhor sondagem do caso do paciente aconteça. 
Desta forma, conclui-se que a Semiologia e a Semiotécnica, apesar de 
serem distintas, são complementares e nós só as separamos de forma 
didática para facilitar o aprendizado. No entanto, é importante esclarecer 
que na prática de Enfermagem, ambos os campos de estudos 
permanecem agregados. 
A entrevista de Enfermagem é uma fonte de informação fornecida pelo 
indivíduo com base no seu psicológico, biológico e físico. Neste 
momento, é importante o enfermeiro estar atendo à comunicação verbal 
e não verbal, pois muitas informações importantes que não podem ser 
coletadas por exames, são fornecidas nessa etapa. Como exemplos, o 
enfermeiro pode observar no paciente sentimentos como tristeza, 
solidão, sensação de incompetência, ansiedade e até transtornos 
psicológicos. 
Além disso, ao ser abordado sobre a sua patologia atual, cada paciente 
pode ter uma percepção e a reação diferentes, pois cada paciente é 
único e singular. Além disso, a percepção é influenciada pelas 
experiências anteriores e também pelo medo do desconhecido. 
Ao abordar o indivíduo sobre sua saúde, algumas pessoas podem relatar 
toda a sua história pregressa de forma detalhada e cronológica, ao 
passo que outras pessoas podem apresentam dificuldade no relato 
devido às condições psicológicas, idade ou até a própria patologia de 
base, como por exemplo, o Alzheimer. 
A seguir, veja como a entrevista de Enfermagem é dividida em 
introdução, desenvolvimento e fechamento. 
2.1 Introdução 
O início da entrevista de Enfermagem é marcada por dois principais 
momentos: o acolhimento ao indivíduo e a coleta de dados. Conheça 
cada uma dessas fases do processo! 
2.2 Acolhimento do paciente 
A introdução à entrevista de Enfermagem inicia no acolhimento do 
indivíduo que procura o serviço de saúde. Trata-se de um momento 
importante para que o profissional consiga realizar um atendimento 
efetivo e de qualidade. Esta fase inicial não está restrita somente ao 
espaço físico, como por exemplo, uma sala de acolhimento. Mais do que 
isto, é o momento da humanização entre o profissional de saúde e o 
usuário do serviço, situação que irá gerar um vínculo e compromisso 
com o cuidado à saúde entre ambas as partes. Assim, o acolhimento 
permite e garante um acesso universal, resolutivo e humanizado do 
atendimento. 
Segundo Collet e Rozendo (2003), "quando falamos em humanização, 
precisamos conhecer o significado da palavra propriamente. O termo 
humanização significa a ação ou efeito de humanizar, ou seja, tornar 
humano, de forma afável. Na saúde, esse termo é muito empregado com 
o objetivo de tornar a prestação de serviço do profissional de saúde um 
processo de maior comprometimento com o paciente, e não um algo 
mecânico, tecnológico e frio". 
Assim, ao realizar a primeira abordagem ou ser abordado pelo indivíduo 
que procura o serviço de saúde, o profissional da Enfermagem deve 
acolher o paciente de forma humanizada, construindo assim o primeiro 
vínculo entre o profissional e o paciente. 
Somado a essa ação, quando falamos em acolhimento do paciente, 
devemos estar atentos às diferenças entre cada pessoa, por exemplo, a 
idade. Ao abordarmos uma criança, um adulto e um idoso, devemos 
realizar o acolhimento de forma distinta, pois o fator da idade irá 
interferir na abordagem utilizada na fase inicial da entrevista de 
Enfermagem. 
As crianças, normalmente, associam o profissional de saúde à 
procedimentos invasivos como injeção. Por isso, no acolhimento, é 
importante conversar com a criança, se apresentar, explicar o que você 
irá fazer e sempre deixar alguém conhecido da criança junto com ela, 
com o objetivo de oferecer conforto e segurança; 
Já os adultos podem ser abordados de uma forma mais direta, mas 
também sempre de forma humanizada. Neste caso, é importante 
respeitar a decisão do paciente quanto ao acompanhante, que pode ou 
não ficar presente durante o atendimento; 
No atendimento aos idosos, a abordagem inicial pode começar ainda na 
entrada do serviço de saúde, como por exemplo, ajudando-os a entrar 
no serviço de saúde caso eles necessitem de ajuda para se locomover 
fisicamente. É importante também frisar que o acolhimento aos idosos é 
prioritário, desde que outros atendimentos urgentes não estejam 
acontecendo na unidade de saúde. 
Além do acolhimento, a forma de comunicação é outro fator importante 
na introdução ao atendimento. O enfermeiro deve encaminhar o 
indivíduo para a sala de Enfermagem, se apresentar e explicar como 
será a consulta de Enfermagem. O atendimento deve ocorrer em uma 
sala privativa que possua todos os materiais necessários para a coleta 
de dados e realização do exame físico. Esse espaço pode ser a sala 
exclusiva de consulta de Enfermagem ou um consultório 
multiprofissional, dependendo da estrutura física que o serviço 
apresenta. 
Além disso, antes do início da consulta, é importante atentar-se ao 
seguinte ponto: se for atendimento de indivíduos que foram previamente 
agendados, os prontuários precisam estar separados conforme a 
agenda, pois este processo facilitará o fluxo de atendimento e reduzirá o 
tempo de espera do paciente. Esse preparo deixa o serviço mais 
organizado para o enfermeiro, evitando assim atrasos na agenda de 
atendimentos devido à necessidade de buscar os prontuários no 
arquivo. 
2.3 Coleta de dados 
Após o acolhimento ao paciente, deve-se iniciar a coleta de dados. 
Neste momento, é importante o enfermeiro estar atento às condições 
cognitivas do paciente como compreensão e fala, pois estes dados 
podem influenciar diretamente na obtenção das informações e também 
na compreensão do diagnóstico e intervenções que serão realizadas. 
Nos casos do indivíduo apresentar qualquer déficit de cognição durante 
o atendimento, é importante verificar se este paciente veio 
acompanhado de uma pessoa de sua escolha e confiança, que possa 
auxiliar nas informações fornecidas sobre a sua saúde e na 
compreensão das condutas de saúde a serem realizadas. 
Aliada à análise das condições cognitivas do paciente, durante a fase 
introdutória da entrevista de enfermagem, o profissional de saúde deve 
explicar como acontecerão as várias fases da coleta de dados. Depois, 
deverá explicar como será realizado o exame físico, para que desta 
forma sejam traçadas medidas de intervenção a partir dos diagnósticos. 
Beck Porto (2007) ressalta que durante a coleta de dados, o enfermeiro 
deverá colher informações da história pregressa do indivíduo, ou seja, o 
histórico de doenças passadas e de alergias, cirurgias anteriores, 
medicaçõesem uso, doenças recorrentes, doenças genéticas que 
tenham histórico na família e qual é a queixa atual do paciente. Neste 
último caso, é importante questionar o paciente sobre quais e quando 
surgiram os sintomas que ele apresenta e, se algum outro profissional 
de saúde já realizou alguma intervenção em seu caso. Se sim, deve-se 
perguntar qual foi a conduta realizada e os resultados obtidos. 
Neste momento inicial, é importante também deixar o paciente livre para 
que ele relate todas as suas queixas, sejam elas biológicas ou 
psicológicas, pois em alguns casos, pode haver a necessidade de 
encaminhamento deste indivíduo para o acompanhamento psicológico 
ou social, por exemplo. Além disso, é fundamental deixar claro que o 
paciente pode questionar o profissional a qualquer momento durante a 
consulta. 
Concluindo, com base nas informações já estudadas, devemos lembrar 
que o enfermeiro é a porta de entrada para o serviço de saúde, sendo 
muitas vezes, o primeiro a conhecer os fatores de interferência, os locais 
de risco à saúde e as necessidades pessoais de cada paciente do 
serviço. 
2.4 Desenvolvimento 
Dando prosseguimento à coleta de dados, temos a etapa de 
desenvolvimento. Trata-se do momento da realização do exame físico 
que tem como objetivo avaliar o sistema biológico do paciente em busca 
de qualquer anormalidade. 
É importante explicar ao indivíduo como o exame será realizado, 
questionar se o paciente possui alguma dúvida e pedir licença para tocá-
lo. Sempre comunique que irá iniciar o exame, evitando assim que a 
pessoa se assuste ou se sinta constrangida quando você tocá-la. 
Antes de começar o exame, o enfermeiro deve realizar a coleta dos 
sinais vitais, pressão arterial, frequência cardíaca e frequência 
respiratória. Esse procedimento evita qualquer desencontro de 
informações, uma vez que quando é realizado após o exame físico, pode 
apresentar alterações devido à manipulação do exame, situação que 
falseará o resultado encontrado. 
O exame físico deve ser feito no sentido céfalo-caudal, ou seja, da 
cabeça para os pés, realizando sempre primeiro a observação seguida 
da palpação. Neste contexto, a ausculta deve ser realizada antes da 
palpação, pois após a palpação pode haver ruídos devido ao estímulo 
físico. 
Potter (2009) ressalta que durante o exame da cabeça e pescoço, deve-
se observar a presença ou ausência de movimentos involuntários, 
cicatrizes, presença ou ausência de cabelo e como está a higiene do 
couro cabeludo. É importante observar se há alguma alteração nos olhos 
e nas pupilas e se estes apresentam abertura normal e se são 
fotorreagentes. Na sequência, o enfermeiro deve avaliar a boca quanto à 
dentição, coloração da mucosa, língua e se há ou não a presença de 
lesões. E por fim, o pescoço deve ser avaliado com relação ao aumento 
da tireoide. 
Em seguida, o profissional de saúde deve realizar a avaliação do sistema 
respiratório e sistema cardiovascular do paciente. No primeiro caso, 
deve ser avaliado a expansão do tórax, se há ou não esforço respiratório 
e presença de murmúrios atípicos. No segundo caso, devem ser 
avaliado os sons cardíacos e os pulsos periféricos. É fundamental 
verificar se há presença de varizes ou extremidades cianóticas, uma vez 
que esta situação pode indicar o mau funcionamento no sistema 
circulatório. 
O exame físico do abdômen vem em seguida. O enfermeiro deve 
observar se há presença de alguma cicatriz que possa indicar a 
realização de cirurgias anteriores ou traumas abdominais. Ao realizar a 
palpação desta área, deve-se observar se há presença de massa 
palpável, se o fígado e baço estão palpáveis, pois isso pode indicar 
alguma alteração fisiológica. Lembrando que, antes da palpação deve-se 
realizar a ausculta, pois após a palpação há alteração nos ruídos. Por 
fim, deve-se realizar o exame do aparelho osteoarticular, observando a 
mobilidade das articulações, presença de dor, sinais flogísticos e a 
presença de deformidades. 
Algumas considerações importantes o enfermeiro necessita aplicar 
durante a realização do exame físico. Conheça- as interagindo com os 
botões no recurso abaixo: 
Ao iniciar o exame físico, o profissional de saúde nunca deve expor o 
indivíduo completamente, como por exemplo, pedindo que ele tire toda 
a sua vestimenta; 
A avaliacao cada sistema deve ser feita separadamente, expondo 
somente a área física avaliada naquele momento, garantido assim a 
privacidade do indivíduo; 
Ao expor as regioes íntimas como mama e região genital, em exames 
ginecológicos, por exemplo, a sala deve estar com a porta trancada com 
o objetivo de evitar a entrada na sala de qualquer outra pessoa; 
E importante tentar-se à presença de janelas, pois estas também devem 
estar fechadas, para que não tenha risco de ninguém passar e ver o que 
está acontecendo dentro do consultório. 
2.5 Método clínico 
O método clínico é baseado na observação do indivíduo. Na 
Enfermagem, é uma atividade privativa do enfermeiro, consistindo um 
conjunto de técnicas e estratégias que podem ser aplicadas de forma 
individual ou para um grupo de pessoas. Neste processo, o profissional 
de saúde considera a história pessoal dos pacientes, a compreensão do 
meio a partir da visão do outro, permitindo assim que o enfermeiro 
compreenda o comportamento dos indivíduos. 
Conforme Marques Queiroz e Alves de Lima (2001), "durante a coleta de 
informações, o enfermeiro precisa estar atento aos problemas físicos, 
mas também aos problemas psicológicos dos pacientes. Transtornos 
mentais e comportamentais são comuns e muitas vezes, só são 
identificados quando ocorre uma tentativa de suicídio ou automutilação 
por parte dos indivíduos. Por isso, é importante estar atento também a 
esses sinais e sintomas, pois eles muitas vezes não são relatados, mas 
estão visíveis no comportamento dos pacientes". 
O método clínico, centrado na pessoa, propõe diversas orientações para 
que o profissional de saúde possa abordar o paciente de forma 
centrada, procurando investigar de maneira integral quais são as 
necessidades, as preocupações e as vivências deste paciente 
relacionadas com a sua saúde ou a doença. 
Assim, o enfermeiro precisa explorar a doença e a experiência do 
indivíduo, avaliando a sua história clínica, familiar e seus os exames 
físicos, buscando conhecer a dimensão da doença para o indivíduo e, a 
partir dos sentimentos dele, observar as ideias e as expectativas que ele 
apresenta. É importante também conhecer o indivíduo como um todo, 
desde a comunidade em que está inserido e quais são seus hábitos 
culturais e hábitos religiosos que possam estar ligados ou não a sua 
doença e a sua forma de compreendê-la. A partir disso, é importante 
elaborar estratégias de cuidado junto ao indivíduo, pois o profissional de 
Enfermagem consegue traçar medidas de cuidados personalizadas e 
individuais para cada paciente. Além disso, é importante incorporar a 
prevenção para evitar novos agravos à saúde e reduzir complicações 
futuras. 
2.6 Fechamento 
Ao finalizar a coleta de dados pela entrevista e pelo exame físico, o 
enfermeiro conclui o diagnóstico e as intervenções. Todos os achados 
anormais devem ser considerados, mesmo que a alteração não faça 
parte da queixa principal do indivíduo. A partir disso, o enfermeiro irá 
explicar ao paciente o que foi encontrado, qual o diagnóstico e a 
conduta necessária a ser adotada. 
Quando os achadores não forem suficientes para um diagnóstico, o 
enfermeiro pode solicitar exames complementares, desde que o serviço 
tenha isso pactuado pelos gestores de saúde segundo a Portaria do 
Ministério da Saúde, GM/MS 1.625/2007. Em casos dos problemas 
identificados não forem competentes ao enfermeiro solucionar, o 
mesmo deve encaminhar, por escrito, ao profissional competente. Neste 
momento, é importante explicar ao paciente os achados e o motivo do 
encaminhamento, pois issoirá reduzir a ansiedade e permitirá o 
empoderamento do indivíduo sobre a sua saúde. 
No entanto, quando não houver necessidade de condução a outro 
profissional, o enfermeiro deve encerrar o atendimento explicando todos 
os achados ao indivíduo, as intervenções que serão realizadas como, 
por exemplo, exames e, ainda, questionar se as intervenções são 
possíveis para ele e se há alguma dúvida. Em caso de dúvidas, o 
profissional deve esclarecê-las antes de encerrar o atendimento e deixar 
agendado o retorno do paciente para avaliação das intervenções, 
sempre que for recomendado. 
3 Fatores que interferem na coleta de dados durante a entrevista 
Durante a entrevista, a Enfermagem encontra diversos fatores que 
podem influenciar diretamente na obtenção das informações desejadas. 
Começando pela comunicação, a verbal e não verbal é a principal forma 
de se obter uma efetiva coleta de dados. 
Os profissionais de Enfermagem devem estar sempre atentos à 
comunicação com o indivíduo, pois o sucesso desse recurso ajuda na 
criação do vínculo entre o profissional de saúde e o paciente. No 
entanto, caso a comunicação seja ineficaz entre as partes, o resultado 
pode acontecer de forma contrária. 
Por isso, durante o atendimento, é importante adotar alguns critérios 
para que a comunicação aconteça de forma efetiva, como por exemplo, 
o paciente sempre deve ser chamado pelo nome que ele se identificou, 
e o profissional de saúde deve tratá-lo de forma cordial e com uma 
comunicação verbal de fácil entendimento. Assim, esse tipo de atitude 
permitirá que os pacientes em busca do serviço de saúde possam se 
comunicar da melhor forma possível, facilitando consequentemente, o 
trabalho do enfermeiro na coleta de dados. 
3.1 Comunicação verbal entre paciente e profissional de saúde 
O processo de comunicação só é possível quando os indivíduos 
apresentam algo em comum ou estão inseridos em uma mesma 
comunidade. A comunicação é um produto social e complexo que pode 
ser expresso de diversas formas. A verbal é a mais utilizada e a mais 
fácil de ser expressa. No entanto, é um tipo de comunicação nem 
sempre é compreendido da forma desejável. 
Durante a comunicação verbal, quem fala e quem escuta se interagem 
de forma mútua. Essa situação ocorre devido à adoção de 
reciprocidade, no qual quem escuta se coloca no lugar do outro para 
entender o que está sendo passado. No caso da Enfermagem, essa 
comunicação é frequente, permitindo assim a interação entre o 
enfermeiro e o paciente. 
No processo de comunicação verbal, observa-se que a forma de agir de 
quem recebe a informação influencia diretamente em quem está 
emitindo a mensagem. Assim, ao receber uma informação verbal, o 
profissional precisa escutar atentamente e compreender a mensagem 
do indivíduo. Acompanhe o exemplo a seguir: 
Um paciente chega ao serviço de saúde com dores abdominais e 
episódios de diarreia recorrente. Na coleta de dados, o paciente 
informou que mora em local onde não há saneamento básico e nem 
acesso à água potável e, que por isto, tem o costume de sempre ferver a 
água antes do consumo. Como análise, o profissional de saúde pode 
chegar a um quadro clínico que evidencia diversas patologias, 
frequentemente caracterizada como virose. Por isso, nesse momento, é 
importante ouvir o que o indivíduo relatou, pois se ele não tem acesso 
ao saneamento básico e a água não é potável, o seu quadro de saúde 
poderá ser recorrente. O profissional, então, deve solicitar exames de 
fezes para investigação de verminoses e questionar sobre o quadro 
febril, pois o quadro clínico pode estar relacionado às verminoses ou 
infecções bacterianas, e não somente uma virose recorrente. 
Conforme exemplo acima, para que a comunicação aconteça de forma 
adequada, ou seja, bem-sucedida, é importante que os envolvidos 
possuam um patamar intelectual parecido ou que utilizem uma 
linguagem de fácil compreensão. 
No caso da Enfermagem, durante a comunicação entre o paciente e o 
profissional de saúde, a linguagem científica nem sempre pode ser 
utilizada, uma vez que termos médicos falados podem gerar 
incompreensão no paciente, e assim tornar inviável o processo de 
comunicação. Nem todos os pacientes apresentam o mesmo nível de 
instrução do profissional de Enfermagem. Por isso, é importante 
transformar a linguagem cientifica em algo mais viável no momento da 
comunicação com o paciente. 
No entanto, o procedimento adotado em prontuário deverá ser o 
indicado na profissão: o uso da linguagem científica deve prevalecer no 
documento uma vez que este será lido por outro profissional de saúde, 
ou seja, por um indivíduo que tem o mesmo nível de instrução. 
3.2 Comunicação verbal entre os profissionais da equipe 
A comunicação verbal também está presente nas relações entre os 
integrantes da equipe de Enfermagem. Assim, para que o trabalho da 
equipe ocorra de forma adequada, é preciso que ocorra a integração 
entre todos os envolvidos. Essa relação só é possível a partir da 
comunicação verbal, que facilita a integração da equipe. 
Além disso, após a transmissão da informação, é fundamental a troca de 
feedbacks entre os profissionais da equipe, pois a partir do feedback é 
possível que a equipe reavalie a comunicação e corrija algum erro, 
gerando assim um novo posicionamento e outra informação que será útil 
para o serviço de saúde. 
3.3 Comunicação não verbal 
A comunicação não verbal encanta a humanidade desde a antiguidade, 
pois necessita da manifestação do corpo, sem expressão de palavras, 
utilizando apenas gestos, expressões faciais e corporais. Além disso, 
esse tipo de comunicação pode ser observada em pinturas, esculturas 
ou até mesmo na literatura, podendo ser expressa no nosso dia a dia, 
muitas vezes de forma inconsciente, passando despercebida. 
A linguagem não verbal vai além da capacidade de ouvir, pois necessita 
da compreensão das manifestações das expressões corporais para que 
ocorra a comunicação. Os gestos podem ser variar de acordo com a 
diferença de cultura entre ambas as partes. O sorriso é a única 
expressão universal em todo o mundo. Mesmo assim, este ato não 
apresenta o mesmo significado em qualquer situação, pois o sorriso 
pode expressar uma reação de surpresa, desaprovação ou ironia, 
dependendo do contexto em que estiver presente. 
No caso do profissional de Enfermagem, é preciso que ele assuma o 
controle de sua comunicação verbal em muitas situações. Como por 
exemplo, o enfermeiro necessita controlar as suas expressões faciais, 
pois ele precisa neutralizar o sentimento em relação à informação 
recebida para que não ocorra interferência na relação terapêutica. 
Durante o atendimento no serviço de saúde, a comunicação não verbal 
é importante por fazer parte da obtenção de informações essenciais do 
indivíduo, como as emoções e os sentimentos que ele demonstra 
durante um relato verbal. Assim, quando o paciente relata algo, a 
Enfermagem consegue identificar se o indivíduo apresenta raiva, tristeza 
ou alegria, observando a sua expressão facial e o seu modo de 
gesticular. 
Castro e Silva (2001) ressaltam que desta forma, para a Enfermagem, é 
importante a valorização da comunicação não verbal, pois ela permite 
conhecer emoções e sentimentos que podem ser a expressão de forma 
inconsciente. Esse tipo de reação é muito importante no atendimento de 
crianças e idosos, pois este tipo de paciente não consegue relatar 
relações abusivas e de violência que possa estar sofrendo em casa, por 
exemplo. Quando estão ao lado do agressor, estes pacientes mudam o 
seus comportamentos, ficando inquietos ou desconfortáveis, indicando 
que há algo de errado. A partir dessa observação, o profissional pode 
levantar a hipótese de algum problema e pedir que a criança desenhe o 
que está sentindo. Em alguns casos, este procedimento permite que o 
problema seja confirmado ou que a situação de violência ouabuso 
doméstico seja identificada. 
A comunicação não verbal utiliza uma classificação, dividida em cinco 
conceitos: 
Paralinguagem 
Reprodução de som emitido por um aparelho fonador. Esses sinais 
fornecem ritmo para voz, entonação, suspiros ou até mesmo ruídos que 
são emitidos em situações de desconforto, por exemplo; 
Cinésica 
Linguagem corporal, ou seja, os movimentos do corpo que podem ser 
expressões sutis como uma expressão facial, um tremor das mãos ou 
um repuxado tipo toque, frequente, mas não intenso; 
Proxêmica 
Espaço entre os indivíduos, ou seja, a distância física entre as partes, 
refletindo preferências, simpatias e relações, pois pessoas próximas e 
que se gostam tendem a ficar próximas, enquanto que pessoas que não 
se conhecem ou que apresentam alguma situação de conflito, tendem a 
ser afastar fisicamente; 
Características físicas 
Aparência do corpo como a faixa etária, o sexo e o estado de saúde. 
Além disso, informações secundárias como relação conjugal através do 
uso de aliança, número de filhos através de cordão com pingente de 
filhos, entre outros exemplos; 
Tacêcia 
Expressão não verbal que envolve a comunicação tátil, como a força de 
um abraço ou de um aperto de mãos. 
A comunicação não verbal ainda pode complementar a comunicação 
verbal, como exemplo, a expressão facial durante a fala de um 
determinado assunto. Esse tipo de comunicação também pode 
contradizer o que está sendo dito verbalmente, por meio do desvio do 
olhar ou ainda demonstrar sentimentos como desconforto ao falar do 
assunto. 
 
Ambiente interno e externo 
O ambiente é um fator que influencia no processo de comunicação. 
Neste contexto, clique nos botões interativos para conhecer o que é 
fundamental no atendimento ao paciente: 
Ambiente interno e externo 
O ambiente é um fator que influencia no processo de comunicação. 
Neste contexto, clique nos botões interativos para conhecer o que é 
fundamental no atendimento ao paciente: 
Limpeza e organização 
O ambiente é um fator que influencia no processo de comunicação. O 
serviço de saúde precisa ser organizado, limpo e apresentar uma 
estrutura organizacional dedicada a atender o fluxo de atendimento. A 
presença de um ambiente desorganizado pode inibir o paciente ao 
chegar ao serviço, fazendo com que o paciente desista do atendimento 
ou que seja breve em sua fala devido ao desconforto ambiental; 
Acústica 
A acústica do ambiente também é importante, pois um consultório em 
que é possível ouvir toda a conversa entre o enfermeiro e o paciente 
torna o ambiente desconfortável e inadequado para quem está do lado 
de fora da sala; 
Iluminação e Ventilação 
A iluminação e a ventilação também fazem parte do ambiente interno de 
um serviço de saúde. Salas escuras ou mal iluminadas causam reações 
negativas no indivíduo que busca o serviço. A presença de uma 
iluminação e ventilação adequadas é fundamental; 
Ambiente privativo 
Além disso, devemos estar atentos às janelas durante o exame físico. 
Como exemplo, deixar a janela do consultório aberta e expor o indivíduo 
na ausculta, pode gerar constrangimento e desconforto no paciente. O 
exame físico e a conversa entre enfermeiro e paciente devem acontecer 
de forma privada. A privacidade do indivíduo deve ser sempre 
respeitada! 
 
Já o ambiente externo também influencia a comunicação. O local em 
que o indivíduo reside interfere na sua forma de comunicar. A pessoa 
que vive em um ambiente que oferece cultura, lazer e estudo apresenta 
capacidade verbal maior, conseguindo expressar melhor os seus sinais 
e sintomas. Ao passo que pessoas que vivem em regiões com 
condições menos favoráveis, sem lazer ou formação escolar, 
apresentam mais dificuldades na hora de se comunicarem. Elas tendem 
a ser mais retraídas e muitas vezes só buscam assistência médica 
quando não aguentam mais o problema de saúde. Esses indivíduos são 
considerados vulneráveis uma vez que estão mais expostos às situações 
de risco como desnutrição e violência.

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