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EXAME NEUROLÓGICO → O exame neurológico é composto de 8 itens: o Avaliação estado mental. o Equilíbrio. o Tônus e trofismo. o Motricidade. o Coordenação. o Sensibilidade. o Nervos Cranianos. o Sinais meningorradiculares. AVALIAÇÃO DO ESTADO MENTAL → Nível de consciência: o quão acordado o paciente está. o Alerta/vigil o Sonolento o Letárgico o Comatoso → Conteúdo da consciência: o Orientação: temporal, espacial e sobre si mesmo. o Atenção: capacidade de focar. É afetada pelo estresse. o Cálculo: testa pedindo ao paciente para fazer subtrações sequenciadas ou contagem regressiva (requer atenção e cálculo) o Linguagem x fala: • LINGUAGEM: ato de cognição (complexo). • FALA: ato de se expressar mecanicamente (utilização dos músculos da face). o Memória: • IMEDIATA ou DE TRABALHO: intencionalmente descartável (ex: alguém pede o número de telefone e a pessoa responde instantaneamente, mas depois de 1 segundo não lembra mais o número) • RECENTE: ao final do dia, o indivíduo só lembra dos acontecimentos mais gerais. • REMOTA: associado aos sentimentos - sistema límbico; lembrança de coisas que marcaram, como momentos na infância. o Praxia: realização de atos motores automáticos. • APRAXIA: perda da práxis (indivíduos com lesão na área da praxis perdem automatismo de certas motricidades). o Gnosia: ato de interpretar/reconhecer uma informação bruta que chega no cérebro (chega no calcarino primeiro e depois é distribuído para áreas de reconhecimento de algo que não é familiar). • AGNOSIA: perda da capacidade de identificar objetos. • SIMULTÂNEOAGNOSIA (atos simultâneos): dificuldade na percepção concomitante de 2 ou mais objetos. • PROSOPOAGNOSIA: dificuldade de reconhecimento de pessoas (face). o Abstração: capacidade de abstrair, planejar determinado ato que está para acontecer, imaginar → área frontal do cérebro. • testa-se através de ditados e situações abstratas (em uma situação hipotética, se for visto fumaça no cinema, o que é feito? - paciente imagina toda a cena para poder responder) MINIEXAME DO ESTADO MENTAL (MEEM) → Avaliação da orientação temporoespacial, memória e linguagem. → Usado em pacientes com queixa/suspeita de demência. Pode ser feito a beira leito. → Em indivíduos com ensino superior completo espera-se uma pontuação de 27/30 (24 a 27 é um valor tolerado como normal; abaixo de 23 caracteriza comprometimento do estado mental). Já em indivíduos que saibam ler, o normal é uma pontuação de 22/30. Pessoas analfabetas devem ter uma pontuação de no mínimo 17/30. AVALIAÇÃO DO EQUILÍBRIO → Estático: indivíduo conseguir se manter em pé . o PROVA DE ROMBERG: quando paciente é posto em pé com olhos abertos e as pernas distantes (cerca de 15 cm), ele fica estável, mas ao pedir para fechar os olhos, há perda do equilíbrio. • Causas cerebelares: desequilíbrio presente mesmo com olhos abertos. • Prova positiva quando há perda da sensibilidade de propriocepção - tabes dorsalis (apresentação da neurossífilis). Isso se dá, pois propriocepção é prejudicada ao fechar os olhos. o Mudanças posturais. → Dinâmico o Avaliação da marcha: padrões de marcha em doenças neurológicas. o PÉ ANTE PÉ: observa se a estabilidade é mantida quando pede-se ao paciente para andar com um pé na frente do outro (como se tivesse praticando slackline). o TESTE DA PASSADA DE FUKUDA: O equilíbrio deve ser mantido quando o paciente, com os olhos fechados, estende braços em pronação e levanta os pés alternadamente → desequilíbrio presente em casos de lesão nos canais circulares (sistema vestibular). • Problema até com olhos abertos identifica lesão cerebelar. • https://www.youtube.com/watch?v= cfBqTSVKnS4&ab_channel=PhysicalT herapyNation TIPOS DE MARCHA → MARCHA ATÁXICA ou EBRIOSA: marcha do bêbado; realização de movimentos grosseiros, pernas abertas, tronco estável e tendência a pender para os lados. o Lesão cerebelar: mais comum o https://www.youtube.com/watch?v=1C3 hvOyPB9A&ab_channel=IvanParedes → MARCHA DA TESOURA ou PARAPARESIA ESPÁSTICA: déficit de força muscular dos MMII - por lesão da medula; paciente apresenta pernas rígidas e realiza rotação interna do quadril ao andar. o https://www.youtube.com/watch?v=O1 Wt- SmXUuA&ab_channel=LISEMPILigadeSe miologiaM%C3%A9dicadoPiau%C3%AD → MARCHA ESCARVANTE: por lesão no nervo fibular - pé ‘’cai’’. o O paciente tenta fazer uma compensação elevando os joelhos na tentativa de não arrastar os pés. o https://www.youtube.com/watch?v=- Dusn7cSh0U&ab_channel=IvanParedes → MARCHA ANSERINA ou MIOPÁTICA: déficit proximal; paciente tem tendência a hiperlordose lombar, anda fazendo extensão da perna e joga o quadril (rotação exagerada da pelve). o https://www.youtube.com/watch?v=j_E 2R2jWZRU&ab_channel=NeurologiaBr- DrEuldes → MARCHA CEIFANTE ou HEMIESPÁSTICA: marcha do AVC - hemiparesia completa direita ou esquerda; movimento de meia lua com a perna paralisada. o Ao andar, o paciente mantém o membro superior fletido em 90° no cotovelo e em adução, a mão fechada em leve pronação. O membro inferior ipsilateral é espástico e o joelho não flexiona, devido a isso, a perna tem de se arrastar pelo chão, descrevendo um semicírculo. o https://www.youtube.com/watch?v=rb3 t1DjsMEE&ab_channel=IvanParedes → MARCHA PARKINSONIANA: doença da rigidez (baixa amplitude de movimento); petit pass ou marcha do periquito (passos pequenos); tremor das mãos ao andar. AVALIAÇÃO DO TÔNUS E TROFISMO → Músculo deve estar sempre levemente tonificado a fim de proteger a articulação e a própria fibra muscular, e manter uma resposta reflexa adequada - motoneurônio gama (2º neurônio): deixa o tônus na medida certa ao receber sinapse do 1º neurônio/ influência do trato piramidal o Lesão no trato causa excesso de contração basal. o Em lesões do neurônio gama, o músculo fica flácido - tônus reduzido → Avalia-se por meio inspeção: verifica-se a existência ou não de achatamento das massas musculares. o Palpação: verifica-se o grau de consistência muscular. o Avaliação passiva: paciente pode ter resistência em casos de lesão quando o médico faz movimentação passiva, como flexão e extensão dos membros). → Aumento no tônus - hipertonia o HIPERTONIA ESPÁSTICA: Sinal do canivete (resistência no começo e depois cede). Ex: AVC o HIPERTONIA PLÁSTICA: Sinal do cano de chumbo (resistência durante todo o movimento). Ex: Parkinson o https://www.youtube.com/watch?v=gJ9 Tu64U4pI&ab_channel=FelipeMarizQuei roz AVALIAÇÃO DA MOTRICIDADE → Movimentos involuntários. → Força muscular o Graduação: o Provas deficitárias: a fim de avaliar deficiência motora dos membros. • MANOBRA DOS BRAÇOS ESTENDIDOS: analisa perda de força. • MANOBRA DE MINGAZZINI: Teste para evidenciar uma paresia ligeira de um membro inferior. Paciente em decúbito dorsal flete as pernas em ângulo reto sobre as coxas e estas sobre a bacia. O teste é positivo quando, ao mandar o paciente elevar em paralelo os dois membros inferiores, o membro afetado cai. • MANOBRA DE BARRÉ: o indivíduo, em decúbito ventral, mantém as pernas fletidas sobre as coxas. O déficit da musculatura flexora da perna leva a oscilações ou à queda da perna parética. AVALIAÇÃO DOS REFLEXOS → Avalia se o arcorreflexo está com a completa influência do trato piramidal (1º neurônio). → Se há HIPERREFLEXIA (excesso de reflexo): lesões da via do trato piramidal. → ARREFLEXIA: arcorreflexo danificado causando ausência de reflexo; ex: poliomielite. → Graus patológicos: 0 e IV. REFLEXOS PROFUNDOS REFLEXO BICIPITAL → Estímulo no tendão do bíceps braquial. REFLEXO TRICIPITAL → Estímulo no tendão do músculo tríceps. REFLEXO FLEXOR DOS DEDOS REFLEXO ESTILORRADIAL → Estímulo no processo estiloide do rádio e o paciente faz pronação. REFLEXOS ADUTORES DACOXA → Estímulo na região da pata de ganso (percussão na inserção comum dos adutores) e paciente responde fechando a perna. REFLEXO PATELAR REFLEXO AQUILEU → Estímulo no tendão do gastrocnêmico ou de aquiles - plantiflexão. → Nervo tibial, raiz e centro reflexógeno (substância cinzenta) L5 a S2. REFLEXOS SUPERFICIAS → O estímulo é feito na pele ou na mucosa externa, por meio de um estilete rombo. REFLEXO CUTÂNEO-ABDOMINAL → Regiões superior, médio e inferior. → Faz movimento na pele em direção ao umbigo com instrumento de ponta romba (não machuca). → Estímulo e reflexo (cicatriz umbilical) para o mesmo lado. Abolido na lesão do 1º neurônio motor. REFLEXO CUTÂNEO-PLANTAR → Pesquisa do SINAL DE BABINSKI (hálux faz flexão). o Hiperextensão do hálux está relacionado a lesão do 1º neurônio motor. Em crianças é comum, pois ainda não se desenvolveu por completo. o Sinal positivo: hiperextensão do hálux e os outros dedos podem ou não abrir em leque (indica lesão do trato piramidal). SINAL DE HOFFMAN → Indica lesão do trato piramidal. → Examinador realiza o movimento de pinça na falange distal do dedo médio do paciente, exercendo pressão sobre a unha e os 2 primeiros dedos se aproximam. o Pode estar presente em mulheres jovens, por isso que não é tão fidedigno (em matéria de exame físico) quanto o sinal de Babinski. o https://www.youtube.com/watch?v=- k4mgY- qBq0&ab_channel=CentroNeurocir%C3 %BArgicoDoCr%C3%A2nioeDaColuna AVALIAÇÃO DE COORDENAÇÃO MOTORA → Coordenação motora: realização de movimentos precisos dos membros. → Sofre influência dos nervos periféricos, cerebelo e canais circulares. → PROVA ÍNDEX-NARIZ e ÍNDEX-ÍNDEX: avaliação dos MMSS. → PROVA CALCANHAR-JOELHO: avaliação dos MMII. Com o paciente em decúbito dorsal, com olhos abertos e fechados, examinador solicita que o paciente toque o joelho oposto com o calcanhar do membro a ser examinado. Se não houver êxito, há lesão. https://www.youtube.com/watch?v=H22h7ZKS PQY&ab_channel=SemiologiaemA%C3%A7%C3 %A3o → PESQUISA DISDIADOCOCINESIA (movimento alterado): Indica lesão de origem cerebelar. o Se normal, chama-se “eudiadococinesia’’. o Diadococinesia = movimentos rápidos e alternados. AVALIAÇÃO DA SENSIBILIDADE → Diz respeito aos receptores, às vias condutoras e aos centros localizados no encéfalo. → Testes devem ser realizado com paciente com olhos fechados. SUPERFICIAL → TÁTIL: toque suave; testa com gaze, algodão seco ou pincel (objeto suave) passando na pele em ambos lados. → TÉRMICA: testa com objetos de temperaturas diferentes (nem acima de 45 graus nem abaixo de -5). → DOLOROSA: testa com objeto com ponta romba (provoca dor, mas sem machucar paciente; ex: bocal de caneta, alfinete ou agulha de costura) PROFUNDA → Propriocepção (sinônimo de sensibilidade profunda) - é composta por 2 tipos de sensibilidade: o VIBRATÓRIA ou PALESTESIA: sensação vibratória com diapasão nas eminências ósseas, sempre comparando um lado com outro. o ARTROESTÉSICA: propriocepção ou sensibilidade cinético-postural (posicionamento das articulações em relação aos outros segmentos, coordenação e marcha). DERMÁTOMOS AVALIAÇÃO DOS NERVOS CRANIANOS → NC I - olfatório: teste de odor (com pó de café, por exemplo). o Não é avaliado rotineiramente, apenas em suspeita de 3 doenças: Covid-19, Pré- Parkinson (antes dos sintomas motores) e TCE. → NC II - óptico o ACUIDADE VISUAL: examina-se cada olho em separado e avalia por meio da tabela de Snellen a 6m do paciente ou pela tabela de Rousembaum a 36 cm. • Faixa de normalidade: enxergar 20/25 e 20/20. Dificuldade de enxergar níveis acima disso, indica que o paciente tem redução da acuidade visual (ambliopia). Não conseguir enxergar 1, 2 e 3 indica cegueira à distância (amaurose). o CAMPIMETRIA: avaliação do campo visual. o REFLEXO PUPILAR: reação a luz posta de forma diagonal ao olho. • Fotomotor direto: pupila contrai no olho que apontou a luz. • Fotomotor indireto ou consensual: pupila contralateral contrai (se não contrair, indica lesão no NC III). o FUNDOSCOPIA: exame do fundo de olho. • Exame normal: é possível ver em amarelo, o disco óptico (local para onde todas as artérias e veias convergem). • Edema de papila: presente em hipertensão intracraniana. → NC III (oculomotor), IV (troclear) e VI (abducente): movimentação do olho que permite acompanhar dedo com o cabeça parada. o Avalia-se com o examinador segurando a testa do paciente, para que não a mova durante o teste e com a outra mão, o examinador move o dedo em várias direções e pede ao paciente que acompanhe com o olhar. → NC V - trigêmeo: responsável pela sensibilidade da face e a motricidade da mastigação (m. temporal, masseter, pterigoideo lateral e medial). o O nervo responsável pela sensibilidade do ângulo da mandíbula é o facial, enquanto o trigêmeo inerva o resto do rosto. o Deve-se avaliar sensibilidade (todos os tipos) nas 3 divisões: o Avalia-se também a força de mordedura. → NC VII - facial: responsável pela mímica facial, logo, é importante perguntar acerca de botox. É um nervo responsável pelo fechamento dos olhos (pedir ao paciente para fechar os olhos e examinador força abertura). o Paralisia periférica: quando lesado, metade da face é acometida (hemiface homolateral - paralisia ocorre do mesmo lado da lesão). o Paralisia central: quadrante inferior paralisado contralateral ao lado da lesão no córtex. → NC VIII - vestibulococlear: responsável pela audição e canais semicirculares. o PROVA DE WEBER: audição é testada pelo diapasão na calota craniana a beira de leito → condução óssea da audição. o PROVA DE RINNE: diapasão é colocado no processo mastoide, quando o paciente refere parar de ouvir, coloca-se o aparelho no ouvido e o paciente deve perceber o som (condução aérea do som é melhor que a óssea). o https://www.youtube.com/watch?v=EJT U_7fIjN8 → NC IX (glossofaríngeo) e X (vago): Avaliação da voz (rouquidão, dificuldade de engolir) e elevação do palato. → NC XI - acessório o Músculo esternocleidomastoideo - testa força do paciente ao girar pescoço contra a mão do examinador. o Músculo trapézio faz elevação do ombro de forma simétrica (pede-se ao paciente para elevar os ombros e examinador faz força para tentar abaixá-los). → NC XII - hipoglosso: responsável pela deglutição e motricidade da língua. legenda: lado esquerdo faz a língua virar para o lado contralateral quando paciente coloca a língua para fora da boca, logo, a imagem em questão representa uma falha no lado direito, havendo predomínio do lado esquerdo realizando a ação. SINAIS MENINGORRADICULARES → Irritação das meninges. → Avaliação dos sinais: o PESQUISA DE RIGIDEZ DE NUCA: com o paciente em decúbito dorsal, o examinador repousa uma das mãos sobre o tórax do paciente e com a outra colocada na região occipital, e tenta fletir a cabeça do paciente. o SINAL DE KERNING: consiste na extensão da perna, estando a coxa fletida em ângulo reto sobre a bacia e a perna sobre a coxa. Positivo quando o paciente sente dor ao longo do trajeto do nervo ciático e tenta impedir o movimento. o SINAL DE BRUDZINSKI: rigidez de nuca - paciente refere dor e flexiona as pernas simultaneamente ou há flexão dos joelhos e fácies de dor.